quinta-feira, 11 de junho de 2020

VOCÊ É UM SAPATO OU UM JUDEU? - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT BEHAALOTECHÁ 5780

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ASSUNTOS DA PARASHAT
- Acendendo a Menorá.
- Inauguração dos Leviim.
- Responsabilidade dos Leviim.
- O primeiro Pessach no deserto (2º ano).
- Pessach Sheni.
- Sinais Divinos para iniciar as viagens.
- As Trombetas.
- Moshé convida Itró (Chovev) a se juntar ao povo judeu.
- A Viagem do Sinai.
- A Arca Parte (Nun invertido).
- Queixas e o fogo Celestial.
- Reclamação do Man e desejo por carne.
- Moshé reclama com D'us do peso do povo e D'us escolhe 70 anciãos.
- A Codorniz e a praga.
- Lashon Hará de Miriam e Aharon sobre Moshé.
VOCÊ É UM SAPATO OU UM JUDEU? - PARASHAT BEHAALOTECHÁ 5780 (12 de junho de 2020)

O Sr. Simon Wiesenthal z"l, o famoso caçador de nazistas, estava certa vez em uma conferência de rabinos europeus em Bratislava, na Eslováquia. Os rabinos deram a Wiesenthal, na época já com 91 anos, um prêmio. Quando ele foi agradecer, contou a seguinte história:

- Isto aconteceu em Mauthausen - começou o Sr. Wiesenthal, emocionado - Logo após a libertação do Campo de Concentração onde eu estava, o acampamento para onde os sobreviventes foram levados foi visitado pelo rabino Eliezer Silver zt"l, chefe da Agudat Harabanim (União dos Rabinos Ortodoxos da América do Norte), em uma missão para oferecer ajuda e conforto aos sobreviventes. O Rav Silver organizou um culto especial e me convidou para que eu me juntasse aos outros sobreviventes em uma Tefilá. Me recusei e expliquei a ele o motivo.

- No Campo de Concentração - continuou o Sr. Wiesenthal - havia um homem religioso que, de alguma maneira, havia conseguido contrabandear para lá um Sidur. No começo, eu admirei muito este homem por sua coragem. Ele havia arriscado sua vida para trazer um Sidur para o Campo de Concentração. Que incrível devoção a D'us! Que homem espiritualizado! Porém, no dia seguinte, para o meu horror, entendi as verdadeiras intenções daquele homem. Ele estava "alugando" seu Sidur para as pessoas em troca de comida. As pessoas estavam dando a ele seu último pedaço de pão em troca de alguns minutos com o Sidur. O dono do Sidur, que era muito magro quando tudo começou, logo comeu tanto que morreu antes de todos. Seu corpo não aguentou tanta comida.

- Se era assim que os judeus religiosos se comportavam - finalizou o Sr. Wiesenthal - eu não queria participar de nada que tinha a ver com o Sidur, com Tefilá ou com D'us. Porém, quando me virei para ir embora, o rabino Silver tocou no meu ombro e disse em ídiche, de maneira carinhosa: "Du dummer (seu tolo), por que você olha para o judeu que usou seu Sidur para tirar comida da boca das pessoas famintas? Por que você não olha para os muitos judeus que desistiram de seu último pedaço de pão para poder usar um Sidur? Isso é Emuná (fé). Esse é o verdadeiro poder do Sidur. Esta é a verdadeira força de um judeu". E, após dizer estas palavras, o rabino Silver me abraçou.

O Sr. Wiesenthal, muito emocionado, terminou seu agradecimento dizendo: "No dia seguinte, obviamente eu participei dos serviços religiosos, e tive orgulho de voltar a usar um Sidur".
Nesta semana lemos a Parashat Behaalotechá, que inicia uma nova "fase" da Torá. A partir desta Parashat são descritas muitas transgressões que o povo judeu cometeu durante os 40 anos em que permaneceu vagando no deserto. Nesta Parashat, por exemplo, são registradas diversas rebeliões do povo judeu contra D'us, com reclamações pelos mais diversos motivos, como pelo cansaço da caminhada e por causa de comida. As constantes reclamações resultaram em tragédias, como uma epidemia e um fogo Celestial. Mas por que o povo reclamava tanto? Por tantas rebeliões contra D'us, se Ele nos faz apenas bondades?

A resposta está em uma "doença" chamada "A Síndrome do Sapato". Imagine como deve ser dura a vida de um sapato. No estágio inicial da sua vida, ele fica fechado em uma caixa escura. Então, ele passa sua vida sendo pisado pelas pessoas. Ao longo da vida, o sapato vai se desgastando lentamente e então, no final, ele é jogado fora, velho e esfarrapado, para ser enterrado em algum lixão. Não deve ser fácil ser um sapato. Infelizmente, há muitos judeus que se sentem como sapatos. Costumava haver um ditado amargo nos "shtetles", pequenos vilarejos judaicos da Europa: "Sis shver tzu zein a yid" (Não é fácil ser um judeu). Os judeus viviam isolados do resto do mundo. Muitas vezes eram tratados com desprezo pelos habitantes dos locais onde decidiam viver. Eram perseguidos, expulsos e obrigados a escolher entre a vida ou a fé. Esta sensação infelizmente afastou muitos judeus do cumprimento da Torá e suas Mitzvót, pois ser judeu tornou-se algo pesado.

Quando os Estados Unidos abriram suas portas para permitir a imigração dos judeus europeus, no início do século passado, um grande número dos judeus que foram aceitos imediatamente se assimilou, abandonando sua identidade judaica. Se tornaram mais americanos do que os próprios americanos. E mesmo entre aqueles que permaneceram judeus observantes da Torá, havia dois grupos: havia aqueles que abraçaram os desafios diários que enfrentavam. Estes judeus conseguiram criar famílias fortes, determinadas e orgulhosas de serem judias. Em vez de lamentar o esforço de seus desafios diários, eles se concentraram no que tinham de único e especial, e no prazer de enfrentar e superar os desafios. No entanto, também houveram aqueles que continuaram a viver sob o ditado europeu "Não é fácil ser judeu". A "Síndrome do sapato" havia voltado.

Não cabe a nós julgar estas pessoas. Não sabemos os testes e as dificuldades pelos quais cada um passou e, portanto, não devemos julgar uma pessoa até estar no seu lugar. Porém, certamente podemos aprender com o que aconteceu. Essa atitude amarga e autodestrutiva se concentrou tão fortemente na dor e no esforço de uma vida judaica que limitou sua capacidade de obter a plena apreciação dos prazeres que esta vida continha. Sem surpresa, esta atitude levou a uma elevada taxa de assimilação e casamentos mistos.

Isto também explica as constantes reclamações do povo no deserto. Muitos judeus começaram a sentir que a Torá era um grande peso. Não conseguiam enxergar a beleza das Mitzvót, a possibilidade delas nos libertarem da escravidão dos desejos e seus ensinamentos de como viver com mais harmonia e sentido. Eles focaram apenas no trabalho, nas dificuldades, no peso das Mitzvót. Fugiram do Monte Sinai, como crianças fogem da escola, pelo medo de receberem mais Mitzvót. As reclamações não tinham motivos justificáveis, eram apenas uma maneira de expressar sua rebeldia, sua vontade de tirar das costas o jugo da Torá e das Mitzvót. Aquela foi a primeira vez na história em que o povo judeu sentiu a "Síndrome do sapato", e as consequências foram trágicas.

E qual é a cura para a "Síndrome do sapato"? A inspiração encontra-se em outro assunto que, não por coincidência, também aparece nesta Parashat. O povo judeu estava entrando em seu segundo ano no deserto. Portanto, aproximava-se novamente a Festa de Pessach e, com ela, a Mitzvá de oferecer o Korban Pessach. Porém, havia um pequeno grupo de pessoas que estava envolvido com a importante Mitzvá de carregar o caixão de Yossef, para cumprir a promessa de seus antepassados, que haviam prometido a Yossef que levariam seus restos mortais, junto com os restos mortais dos seus irmãos, para serem enterrados em Israel. Por causa do contato com os corpos, eles estavam espiritualmente impuros e, portanto, impedidos de trazer a oferenda do Korban Pessach. Eles poderiam ter reagido a isso dizendo: "Ser judeu é difícil, mas desta vez nos demos bem. Estamos fazendo uma tarefa bem mais simples, escapamos da Mitzvá do Korban Pessach!".

Mas não foi assim que eles reagiram. Eles não se alegraram por estarem "economizando" esforços. Ao invés disso, eles ficaram arrasados pelo fato de estarem perdendo uma incrível oportunidade. Eles ficaram tão chateados que foram a Moshé e Aharon e questionaram: "É justo que percamos esta oportunidade? Afinal, não foi descaso ou preguiça, estávamos simplesmente envolvidos em outra Mitzvá!". Quando D'us viu a vontade deles de cumprir a Mitzvá, respondeu que eles poderiam oferecer o Korban Pessach um mês depois, o que daria a eles tempo suficiente para estarem espiritualmente puros novamente. Esta Mitzvá, conhecida como "Pessach Sheni", simboliza o amor pelas Mitzvót, o sentimento de felicidade e preenchimento com o Serviço Divino. Aqueles judeus se alegraram com a notícia de D'us, que possibilitou o cumprimento da Mitzvá que eles haviam perdido.

Conclui o Rav  
Chaim Willis que realmente não é fácil ser um sapato. É uma vida horrível, fechada, cansativa, sendo pisado e desprezado. Mas não devemos confundir a vida de um sapato com a vida de um judeu. A vida de um sapato tem dificuldades, e são dificuldades que não trazem nenhum benefício e nem recompensa. Por outro lado, a vida de um judeu é desafiadora. Testes diários, leis que regulamentam nossos atos e, muitas vezes, o desprezo dos outros povos, o que fica aparente nos constantes ataques antissemitas que sofremos. Porém, a grande diferença são os enormes benefícios e recompensas, que fazem valer o investimento.

A chave para estarmos felizes por sermos judeus é nos concentrarmos no prazer de viver uma vida verdadeira e com significado. Temos que nos orgulhar pelo poder de nos elevar acima dos animais e viver de acordo com os padrões morais adequados. Temos que focar na alegria de sermos pessoas misericordiosas, doadoras e benevolentes graças à Torá. Podemos viver uma vida emocionante, direcionando e elevando toda a nossa criatividade, talentos, habilidades e energias para o objetivo de viver como judeu. Quando a pessoa está feliz e preenchida com o que faz e com o que é, o que os outros pensam de nós já não importa. Nossos inimigos podem nos perseguir, podem nos expulsar, podem nos ameaçar, mas não podem tirar de nós o orgulho de sermos judeus.

Uma das formas de nos alegrarmos com as Mitzvót é entendendo o verdadeiro benefício que elas nos trazem. Nossos sábios, ao se referirem às dificuldades no cumprimento das Mitzvót, utilizam a expressão "jugo das Mitzvót". O jugo é uma peça de madeira que é utilizada para atrelar os bois ao arado. Por um lado, o jugo é um peso sobre as costas dos bois, mas por outro lado o jugo potencializa a força dos animais e permite que eles trabalhem em linha reta, sem se desviar do seu caminho. Esta é a verdadeira alegria das Mitzvót. Por um lado, as Mitzvót envolvem esforço e compromisso. Porém, é justamente isto que nos dá força, que nos possibilita caminharmos sempre em linha reta, focados no nosso objetivo. Este entendimento nos ajuda a termos a certeza de que queremos viver nossas vidas como judeus, não como sapatos.
 
SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm

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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.

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