quinta-feira, 11 de outubro de 2018

CUIDADO COM OS DETALHES - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT NOACH 5779

BS"D
Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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CUIDADO COM OS DETALHES - PARASHAT NOACH 5779 (12 de outubro de 2018)

Richard era um cidadão americano que que estava passando as férias em Israel. Certa manhã ele ficou com uma dúvida de Halachá (Lei judaica) e, como sempre fazia, ligou para o Rav Moshe Feinstein zt"l (Lituânia, 1895 - EUA, 1986), que morava nos Estados Unidos. O Rav Moishe Feinstein atendeu o telefone e Richard fez a sua pergunta. O rabino pediu para que ele aguardasse um pouco. Richard ficou aguardando na linha e, depois de cerca de 5 minutos, o rabino voltou ao telefone com a resposta. Richard agradeceu e desligou. Porém, ele estranhou muito duas atitudes do rabino. Em primeiro lugar, o rabino era um gigante espiritual, um profundo conhecedor da Halachá, e costumava responder todas as suas perguntas imediatamente. Porém, desta vez, apesar de a pergunta não ser complexa, o rabino havia demorado muito para responder! Mas o que mais chamou a atenção de Richard foi que, depois de dar a resposta, o Rav Moshe Feinstein pediu o seu endereço. Richard passou o endereço, mas não entendeu o pedido do rabino. O que ele não havia percebido era que, no momento do seu telefonema, em Israel eram 10 horas da manhã, enquanto nos Estados Unidos, por causa da diferença de fuso horário, ainda eram 3 da manhã.
 
Passadas algumas semanas, quando Richard já havia voltado aos Estados Unidos, ele recebeu em casa um envelope enviado pelo Rav Moshe Feinstein. Dentro do envelope havia dinheiro e uma carta, na qual estava escrito: "Sr. Richard, no dia em que você me ligou para fazer seu questionamento de Halachá, ainda era de madrugada aqui nos Estados Unidos. Como eu ainda não tinha feito as Brachót da manhã, não pude responder imediatamente o seu questionamento de Halachá. Peço perdão por ter feito você esperar enquanto eu pronunciava as Brachót. Como você estava pagando uma ligação internacional, não quero ficar com uma dívida, já que foi por minha causa que você ficou esperando. Estou enviando este dinheiro que está no envelope para pagar os minutos da ligação internacional que você gastou por minha causa. Shalom."

O Rav Moshe Feinstein demonstrou, através desta sua incrível atitude, o quanto devemos ser cuidadosos mesmo com os pequenos detalhes. Será que temos ideia de que nível é possível chegar no cuidado em não prejudicar os outros?

Nesta semana lemos a Parashat Noach, que descreve a degradação moral da humanidade poucas gerações depois da Criação do mundo. Os rumos que a humanidade tomava desagradaram a D'us e Ele decidiu recriar o mundo com pessoas que tivessem o mérito necessário para fazer parte desta nova construção. Ele decretou que toda aquela geração seria "apagada do mapa" através de um dilúvio. Apenas Noach escapou da degradação moral e encontrou graça aos olhos de D'us. Por isto, ele e sua família foram poupados da destruição e foram escolhidos como os responsáveis por repovoar o mundo.
 
O primeiro comentário de Rashi na Torá, na Parashat da semana passada, Bereshit, traz um interessante questionamento. Por que a Torá, que é um "Manual de Instruções" de como viver a vida, não começou no Livro de Shemot, mais precisamente na Parashat Bô, que traz a primeira Mitzvá entregue ao povo judeu, a Mitzvá de santificar o novo mês? O questionamento de Rashi é baseado em uma reflexão importante. Apesar de gostarmos muito das histórias trazidas pela Torá, entre elas a descrição do dilúvio, o que elas acrescentam em nossas vidas? Por que é tão importante, mais de 5 mil anos depois do ocorrido, ainda estudar sobre os eventos que aconteceram às primeiras gerações da humanidade?
 
Quando lemos sobre o dilúvio, começamos a imaginar as terríveis transgressões que aquela geração pode ter cometido a ponto de receberem um decreto Celestial de aniquilação. Porém, para a nossa grande surpresa, nos deparamos com um Midrash (parte da Torá Oral) que nos ensina que "a gota d'água" do decreto de destruição foi algo aparentemente sem gravidade. Assim a Torá descreve o motivo da destruição do mundo: "Pois a terra se encheu de 'Chamás' diante deles" (Bereshit 6:13). De acordo com o Midrash, Chamás também é uma forma de roubo. Porém, qual é a diferença entre o roubo convencional e o Chamás? O Chamás é um tipo de roubo específico, quando alguém rouba algo que vale menos do que "Shavê Prutá", um valor muito pequeno que não pode ser cobrado judicialmente. De acordo com o Midrash, na época em que o dilúvio veio ao mundo, as pessoas se juntavam em grupos para roubar, de forma que cada um do grupo fazia apenas um pequeno roubo, de menos de "Shavê Prutá". No final, de moeda em moeda, eles causavam um grande dano à vítima, mas de uma forma que cada um roubava tão pouco que não podia ser cobrado judicialmente pela vítima.
 
Explica o Rav Yechezkel Levenstein zt"l (Polônia, 1895 - Israel, 1974) que daqui vemos que os crimes cometidos pela geração do dilúvio não foram tão graves como pensamos. O erro principal foi procurarem formas de transgredir sem poderem ser cobrados. Apesar disso, todos foram duramente castigados. Isto significava que os detalhes importam muito para D'us e, portanto, não é tão simples assim uma pessoa realmente ter o mérito do Olam Habá (Mundo Vindouro). Muitos que se consideram Tzadikim (pessoas corretas) talvez não são tão cuidadosas quanto deveriam em seus atos. Estudar a história do dilúvio nos permite enxergar o erro daquela geração e o castigo que eles receberam, nos ensinando a importância de cuidarmos mesmo dos nossos pequenos atos e a gravidade de não nos importarmos com o que pertence aos outros.
 
E é isto o que D'us cobra de nós na Torá: "Lembrem-se dos dias passados, entenda os anos de geração após geração" (Devarim 32:7). Rashi explica que a expressão "Lembrem-se dos dias passados" significa que devemos nos lembrar das primeiras gerações, que irritaram D'us com seus maus atos, enquanto a expressão "Entenda os anos de geração após geração" significa que na geração do dilúvio D'us os varreu do mapa. Portanto, de acordo com Rashi, este versículo é um mandamento para refletirmos e aprendemos com as primeiras gerações da humanidade. O que devemos aprender? Que mesmo pequenos detalhes e coisas que aos nossos olhos podem parecer sem importância, aos olhos de D'us importam e são consideradas graves transgressões, a ponto de receberem castigos muito duros.
                                                                    
Refletir sobre os atos dos nossos antepassados e suas consequências se assemelha a dois amigos que transgrediram as ordens do rei. Quando um deles é pego e duramente castigado, o outro sente um grande temor, pois sabe que também pode ser pego e castigado como seu amigo. Da mesma maneira, acabamos muitas vezes repetindo os erros das gerações anteriores. Não conseguimos enxergar os nossos erros e defeitos, pois eles se encontram dentro de nós. Porém, ao estudar sobre as gerações passadas, é muito mais fácil enxergar seus erros. Ao refletir, podemos tentar trazer estes ensinamentos para nossas vidas. Com as histórias das gerações passadas, podemos encontrar os mesmos erros em nossos próprios atos.
 
Ensinam os nossos sábios: "Que o dinheiro do seu companheiro seja querido para você como o seu próprio dinheiro" (Pirkei Avót 212). Da mesma forma que somos extremamente rigorosos em não desperdiçar nem mesmo centavos do nosso dinheiro e ficamos extremamente irritados quando alguém faz mal uso dos nossos bens, assim também devemos ser muito rigorosos com os bens e com o dinheiro que pertence aos outros, como se fosse o nosso próprio dinheiro.
 
O Rav Eliyahu Doshnitzer zt"l (Lituânia, 1876 - Israel, 1949), o Mashguiach (líder espiritual) da Yeshivá de Lomza, era muito conhecido por sua rigorosidade mesmo com os menores detalhes. Muitas histórias contadas sobre ele demonstram o seu nível elevado de temor a D'us. Por exemplo, ele vivia em uma casa muito simples, com chão de terra batida e pouquíssimos móveis. A Yeshivá então forneceu à casa do Rav Eliyahu eletricidade, porém ele a utilizava de forma extremamente econômica. Quando ele se sentava para jantar, apagava as luzes e acendia um lampião, argumentando que para comer era suficiente aquela pequena quantidade de luz. Em sua velhice, ele também desligava as luzes e acendia o lampião quando ia estudar tarde da noite. Ele tinha medo que, por causa de sua idade avançada, poderia acabar adormecendo durante o estudo e a eletricidade da Yeshivá seria gasta de forma desnecessária. Em outra ocasião, o Rav Elyiahu Doshnitzer enviou seu terno de Shabat a um alfaiate para que ele consertasse um botão que havia caído. Na véspera do Shabat ele foi buscar o terno e pagou pelo serviço. Porém, quando chegou em casa, percebeu que não apenas um botão havia caído, e sim dois botões, e que o alfaiate tinha consertado os dois. Como o Rav Elyiahu havia pago apenas pelo conserto de um botão, ele teve medo que seria roubo utilizar aquele terno sem pagar pelo serviço completo. Ele não usou o terno naquele Shabat, e só voltou a usá-lo depois de ter esclarecido a situação com o alfaiate.
 
Grandes sábios de Torá, como o Rav Elyiahu Doshnitzer e o Rav Moshe Feinstein, se tornaram gigantes espirituais justamente porque também se preocupavam com os pequenos detalhes. O temor a D'us deles os levava a serem cuidadosos mesmo com pequenas somas de dinheiro dos outros, para que não transgredissem nada relacionado ao roubo ou causar danos ao próximo. Precisamos aprender com estes modelos de conduta a nos comportarmos com honestidade e respeito em relação aos bens dos outros, com a mesma rigorosidade que nos comportamos com os nossos próprios bens. Pois é nos pequenos detalhes que pode estar a diferença entre receber de D'us uma chuva de Brachót ou um terrível dilúvio.

SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm

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São Paulo: 17h50  Rio de Janeiro: 17h36  Belo Horizonte: 17h36  Jerusalém: 17h35
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
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