quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

AUTOESTIMA EM ALTA - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAERÁ 5781

Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, entrar em contato através do e-mail 
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PARASHAT VAERÁ




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VÍDEO DA PARASHAT VAERÁ
ASSUNTOS DA PARASHAT VAERÁ
  • Hashem garante novamente a Moshé que o povo será salvo.
  • As 4 expressões de libertação.
  • Genealogia de Moshé e Aharon.
  • O cajado vira uma serpente.
  • Sangue: A 1ª Praga.
  • Rãs: A 2ª Praga.
  • Piolho: A 3ª Praga.
  • Hordas de animais selvagens: A 4ª Praga.
  • Epidemia: A 5ª Praga.
  • Sarna: A 6ª Praga.
  • Granizo: A 7ª Praga.
BS"D

AUTOESTIMA EM ALTA - PARASHAT VAERÁ 5781 (15 de janeiro de 2021)

 
"O Rav Isroel Meir HaCohen zt"l (Bielorússia, 1838 - Polônia, 1933), mais conhecido como Chafetz Chaim, certa vez estava viajando em um trem, voltando para casa. Naquela época, sem muitas das tecnologias que estamos acostumados atualmente, não havia muita circulação das fotos dos nossos grandes sábios, e até mesmo o Chafetz Chaim, um dos maiores rabinos da geração, podia viajar sem que ninguém o reconhecesse.
 
E assim realmente aconteceu naquele dia. Um senhor judeu sentou-se na frente do Chafetz Chaim, mas não o reconheceu. O Chafetz Chaim, tentando iniciar uma conversa, perguntou para onde ele estava viajando. O senhor respondeu que estava indo para a cidade de Radin. Aquela era a cidade onde o Chafetz Chaim morava. Mas Radin era uma cidade pequena, não havia nada lá. Curioso, o Chafetz Chaim perguntou:
 
- Mas o que você está indo fazer naquela pequena cidade? Não há nada lá!
 
- Como não? - respondeu o homem - Estou indo conhecer um grande rabino, o Chafetz Chaim, que mora em Radin. Ele é um gigante espiritual, um homem santo, quase um anjo. Seus livros e ensinamentos são incríveis!
 
O Chafetz Chaim era uma pessoa extremamente humilde. Ao escutar aqueles elogios sendo ditos de forma tão efusiva por aquele senhor, instintivamente falou:
 
- Por que você está gastando seu tempo para ir conhecê-lo? Ele não é tão grande quanto você pensa. Ele é apenas um simples judeu...
 
O senhor ficou extremamente irritado com aquelas palavras de desprezo em relação a um dos maiores sábios de Torá da geração. Ele acabou dando um tapa no rosto do Chafetz Chaim, gritando para que ele nunca mais desprezasse daquela maneira um grande sábio de Torá.
 
No dia seguinte, quando aquele senhor veio visitar o Chafetz Chaim em sua casa, ficou surpreso ao descobrir que era o homem em quem ele havia dado um tapa no rosto. Desesperado, ele se ajoelhou e, chorando muito, pediu perdão ao Chafetz Chaim. O Chafetz Chaim ajudou-o a se levantar e disse, de maneira muito doce:
 
- Você não precisa pedir perdão. Pelo contrário, sou grato a você. Até hoje eu ensinava sobre a proibição de falarmos mal dos outros, mas agora você me ensinou que também não devemos falar mal nem de nós mesmos."
 
Devemos cuidar da honra dos outros e respeitar cada ser humano. Porém, não podemos esquecer de também cuidar de nós mesmos. É importante a humildade, mas precisamos ter autoestima saber nosso verdadeiro valor.

Nesta semana lemos a Parashat Vaerá (literalmente "E apareceu"), que descreve o início do processo de libertação do povo judeu. Após a recusa do Faraó em libertar seus escravos, D'us começou a castigar duramente os egípcios, "Midá Kenegued Midá" (medida por medida) por todos os sofrimentos que eles haviam causado ao povo judeu por mais de dois séculos. Não apenas os egípcios maltratavam os judeus, mas o faziam com alegria e requintes de crueldade. D'us começou então a vingar o sofrimento dos judeus, mandando as pragas que foram, pouco a pouco, destruindo toda a estrutura do maior império da época.
 
Porém, algo chama a atenção nas três primeiras pragas. Apesar de Moshé ter sido o escolhido para liderar o processo de libertação do povo judeu, D'us ordenou a ele que entregasse a Aharon a tarefa de realizar as três primeiras pragas: transformar a água do rio Nilo em sangue, trazer sapos do rio Nilo sobre todo o Egito e transformar a areia do Egito em piolhos. Rashi (França, 1040 - 1105) explica que, uma vez que o rio Nilo protegeu Moshé quando ele era criança, e a areia do Egito o protegeu quando ele, em defesa de um judeu que estava sendo covardemente espancado, matou o egípcio agressor e escondeu o corpo sob a areia, seria uma demonstração de ingratidão ele realizar as três primeiras pragas, pois envolviam golpear o rio Nilo e as areias do Egito com seu cajado. Por isso, a missão foi passada para seu irmão Aharon.
 
Porém, deste ensinamento surge uma famosa questão. Sabemos que um dos traços de caráter mais importantes para o ser humano é o "Hakarat HaTov", reconhecer as bondades recebidas. Sempre que recebemos algo, somos obrigados a reconhecer e agradecer pela bondade recebida, mesmo as pequenas ajudas e favores que nos fazem, e mesmo se pagamos pela ajuda. Porém, neste caso, estamos falando sobre a água e a areia, objetos inanimados. Qual é o sentido de expressar gratidão a um objeto inanimado?
 
Uma resposta vem através do entendimento que os traços de caráter são moldados através das pequenas atitudes do cotidiano. Mesmo que para a água e para a areia não faria nenhuma diferença Moshé reconhecer o que ele tinha recebido de bom delas, para moldar os traços de caráter de Moshé fazia muita diferença. Foi através destas pequenas atitudes cotidianas que Moshé construiu seu incrível caráter.
 
O Rav Yohanan Zweig traz uma explicação mais profunda. O valor associado a um objeto inanimado é geralmente determinado pela maneira como ele atende às pessoas. O valor de um objeto aumenta quando ele é utilizado por uma pessoa famosa ou importante. Quanto maior a pessoa que está sendo servida por este objeto, mais valioso ele se torna. Por exemplo, muito crédito é atribuído a objetos ou lugares que uma vez serviram a homens de grande distinção. A casa de um ex-presidente torna-se um marco, enquanto um par de óculos que foi usado por um grande cientista transforma-se em um item de colecionador. Camisetas que foram usadas ou assinadas por astros do rock e craques do futebol podem valer milhões.
 
De acordo com o Rav Yohanan Zweig, realmente os objetos inanimados não têm nada intrinsecamente que exija uma demonstração de gratidão. Mostrar respeito e apreço por um objeto expressa nossa reverência e respeito pela pessoa que se beneficiou dele. Quanto mais respeitamos uma pessoa, maior o valor que damos para os objetos que ela utilizou.
 
Isto se conecta com outro conceito fundamental: a importância da autoestima. O ser humano foi criado à imagem e semelhança de D'us. Isto não nos obriga apenas a respeitarmos as outras pessoas, mas também a respeitarmos a nós mesmos. E dentro desta obrigação do ser humano de respeitar a si mesmo, torna-se um requisito fundamental mostrar respeito aos itens que nos beneficiaram. Deixar de reconhecer o benefício que recebeu de um objeto, por exemplo golpeando este objeto, cria a percepção de que a pessoa não se considera digna do benefício que recebeu deste objeto. Se a pessoa não tem respeito por aquilo que a beneficiou, em última instância ela está revelando que não tem respeito por si mesma. É por isso que Moshé não podia golpear os objetos que haviam salvado a sua vida, pois caso golpeasse, demonstraria que não dava valor a si mesmo.
 
Essa noção é verdadeira em relação a todos os aspectos da apreciação dos benefícios que recebemos. Se uma pessoa não consegue ou opta por não expressar sua gratidão pelo benefício que recebeu, ela está proclamando que não é digna de receber tal benefício. Incluída na nossa obrigação de valorizar o que os outros fizeram por nós está a obrigação que temos conosco, de reconhecer que somos dignos de receber bondades dos outros.
 
Este é um conceito muito importante atualmente, pois estamos vivendo uma época em que as pessoas não sabem enxergar seu verdadeiro valor. Somos a geração do "Another brick in the wall" (mais um tijolo na parede), isto é, pessoas que não entendem sua importância no mundo e acham que não estão acrescentando nada. Vemos os artistas, esportistas, políticos e empresários que se destacam como se fossem os únicos que realmente tivessem algum valor, enquanto nós, "reles mortais", não valemos nada. É por isso que a doença do século é a depressão, muitas vezes causada pela pessoa não entender a sua importância.
 
Todos os animais foram criados em grande quantidade, enquanto o ser humano foi criado inicialmente como uma única criatura, Adam HaRishon, justamente para nos ensinar o valor único e especial de cada ser humano, como nos ensina o Talmud (Sanhedrin 37a): "Quem salva uma vida é considerado como se tivesse salvado o mundo inteiro". O Talmud não está dizendo que isto se aplica à vida de pessoas importantes e influentes, e sim a cada um de nós. Esta é a importância verdadeira de cada ser humano. Valemos um mundo inteiro!
 
Todos nós gostamos do dia do nosso aniversário. Normalmente é um dia de recebermos felicitações, de nos reunirmos com a família para um jantar e um bolo. Porém, o dia do nosso aniversário traz uma mensagem muitos mais importante. O dia em que nascemos é o dia em que D'us decidiu que o mundo não poderia mais existir sem nós. Cada um tem uma missão única, uma contribuição especial que ninguém mais no mundo pode dar. Isto não precisa ser através de grandes atitudes. Para a maioria das pessoas do mundo, sua maior contribuição será através das pequenas atitudes do cotidiano.
 
Quanto melhor a autoestima da pessoa, mais feliz ela vive e mais ela pode influenciar positivamente os outros. Portanto, tão importante quanto amar e respeitar as outras pessoas é amar e respeitar a si mesmo. Podemos ter defeitos, podemos não ser pessoas importantes e influentes, mas ainda assim podemos cumprir o nosso papel no mundo, fazendo as Mitzvót, nos importando com os outros e respeitando todos, inclusive a nós mesmos.
 

SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm

 

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania, Mara bat Chana Mirel, Dina bat Celde, Celde bat Lea, Rivka Lea bat Nechuma, Mordechai Ben Sara, Simcha bat Shengle.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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