sexta-feira, 3 de abril de 2020

OLHANDO DE FORMA POSITIVA - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT TSAV E SHABAT HAGADOL 5780

Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, entrar em contato através do e-mail 
efraimbirbojm@gmail.com.
   
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT

PARASHAT TSAV 5780:

São Paulo: 17h43                   Rio de Janeiro: 17h30 
Belo Horizonte: 17h33                  Jerusalém: 18h24
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VÍDEO DA PARASHAT TSAV
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ASSUNTOS DA PARASHAT
 
- Cinzas do Altar.
- Os 3 fogos do Altar.
- Leis da Oferenda de Minchá (Farinha).
- Oferenda do Cohen Gadol e seus filhos.
- Leis das Oferendas de Pecado (Chatat).
- Leis das Oferendas de Culpa (Asham).
- Presentes dos Cohanim.
- Leis das Oferendas de Agradecimento (Todá)
- Pigul e Notar - Oferendas que não são mais aceitas.
- Proibição de consumir as Oferendas em um estado de impureza.
- Proibição de comer gordura (Chelev) e sangue.
- A Porção das oferendas dada ao Cohen.
- Consagração dos Cohanim.

OLHANDO DE FORMA POSITIVA - PARASHAT TSAV E SHABAT HAGADOL 5780 (03 de abril de 2020)

 
"Finalmente havia chegado o grande dia do casamento, após meses de preparativos. Os pais dos noivos estavam radiantes de alegria. Em especial o pai do noivo, que havia investido para comprar uma linda Ketubá (documento do casamento). Apesar de a Ketubá poder ser escrita até mesmo em uma simples folha de papel, o pai do noivo queria que fosse algo muito bonito e artístico para o casamento do seu querido filho.
 
A cerimônia, conduzida pelo Rav Avraham Yaacov Pam zt"l (Lituânia, 1913 - EUA, 2001), começou de forma emocionante, com a linda entrada do noivo e da noiva. Quando ambos já estavam embaixo da Chupá, o Rav Pam foi checar pelo última vez a Ketubá e notou que havia um problema, um erro na Ketubá que a invalidava completamente. O casamento não poderia continuar até que uma nova Ketubá fosse providenciada. A cerimônia foi imediatamente interrompida e, às pressas, tiveram que fazer uma nova Ketubá. Porém, desta vez ela foi escrita em um papel simples, deixando o pai do noivo arrasado. O Rav Pam percebeu imediatamente a mudança no rosto dele, pois o largo sorriso havia desaparecido. Ele estava inconformado, havia investido muito dinheiro em uma Ketubá bonita e agora ela seria escrita em um papel qualquer, sem nenhuma arte ou beleza. O Rav Pam, antes de retomar a cerimônia, chamou o pai do noivo de canto e disse:
 
- Eu entendo que você ficou chateado por termos que escrever outra Ketubá, mas gostaria de explicar como funcionam os cálculos Divinos. Provavelmente no Céu estava decretado que seu filho, ao longo da vida, teria que escrever duas Ketubót. Isso poderia acontecer envolvendo tristeza e constrangimento, como após um divórcio. Porém, D'us é misericordioso e permitiu que seu filho pudesse cumprir esse decreto de forma muito mais simples, barata e sem passar por constrangimentos. Não é um enorme motivo para se alegrar?
 
Ao escutar aquelas palavras, o pai do noivo concordou e voltou para a Chupá com um enorme sorriso em seu rosto."
 
Se olharmos para os testes e dificuldades que passamos diariamente de uma forma mais positiva, com certeza eles serão motivos para mais alegria e teremos uma vida muito mais tranquila.

Nesta semana lemos a Parashat Tzav (literalmente "Ordene"), que continua descrevendo os detalhes de um dos Serviços espirituais mais importantes do povo judeu: os Korbanót (sacrifícios), sendo um dos mais interessantes o "Korban Todá", o sacrifício de agradecimento pela Providência Divina em alguns tipos específicos de salvação de perigos, como uma pessoa que atravessou um deserto ou o oceano, que se curou de uma doença ou que foi libertada do cativeiro. E este Shabat, o último antes da festa de Pessach (que se inicia na próxima 4ª feira de noite, 08 de abril), é chamado de "Shabat HaGadol", por causa de um grande milagre que aconteceu ao povo judeu. No dia 10 do mês de Nissan, cinco dias antes da saída do Egito, os judeus foram ordenados por D'us a levar cordeiros para suas casas. Como era Shabat, a cena chamou a atenção dos egípcios, que questionaram onde eles estavam levando os cordeiros, que eram uma divindade no Egito. Os judeus tiveram a coragem de responder que aquele era um comando de D'us, para que eles amarrassem aquele cordeiro em suas camas e os abatessem no dia 14 de Nissan, como uma oferenda. Os egípcios ficaram furiosos ao escutar os planos dos judeus, o que poderia ter causado uma imensa campanha antissemita, com ataques aos judeus e destruição de suas propriedades, como ocorreu diversas vezes na história. Porém, D'us fez um grande milagre e, apesar dos egípcios estarem enfurecidos, eles não puderam fazer nada contra os judeus.
 
A verdade é que Pessach reaviva em nossa lembrança as muitas perseguições e falsas acusações contra o povo judeu, algo que se repete de geração em geração, conforme dizemos na Hagadá: "Não apenas um quis nos destruir, mas em cada geração e geração se levantam para nos destruir. Porém, D'us nos salva das mãos deles". Por exemplo, desde a Idade Média o povo judeu vem sendo falsamente acusado de preparar as Matsót e o vinho de Pessach com sangue dos não judeus, especialmente crianças. As acusações, mais conhecidas como "libelos de sangue", ficam por algum tempo esquecidas, mas de tempos em tempos retornam, como no livro italiano "Páscoa de Sangue", de autoria de Ariel Toaff, lançado há pouco mais de 10 anos, que baseou suas especulações em confissões de judeus da Idade Média, extraídas através de tortura. Provavelmente, pessoas submetidas a tamanha crueldade também teriam confessado serem até mesmo demônios.
 
Obviamente não há base nenhuma na alegação de que rituais judaicos incluem, ou já incluíram, em Pessach ou em qualquer outro momento do ano, o consumo de sangue humano ou animal. Principalmente por isto ser proibido pela Torá e ser considerado uma transgressão muito grave, conforme está escrito na nossa Parashat: "Você não deve consumir nenhum sangue, em todas as suas moradias, de pássaros e de animais. Qualquer pessoa que consumir qualquer sangue, esta alma será cortada do seu povo" (Vayikrá 7:26,27).
 
Porém, por uma enorme ironia, o conceito do sangue é realmente uma parte central na Festa de Pessach. Obviamente não um sangue usado na alimentação, mas em referência ao sangue do Korban Pessach. Na época do Beit Hamikdash, um cordeiro era abatido na véspera de Pessach e consumido no final do Seder, como o "Afikoman" original. Como parte do Serviço do Korban Pessach, seu sangue era jogado nas paredes do Mizbeach (altar). O primeiro Korban Pessach da história, que ocorreu na véspera da saída do Egito, foi um pouco diferente. O sangue dos cordeiros abatidos, aqueles que haviam sido amarrados às camas dos judeus, foi passado nos batentes de cada lar judeu. Aquele sangue trouxe mérito para os judeus, poupando-os da Praga da Morte dos Primogênitos, fazendo com que D'us "saltasse" sobre suas casas. O sangue nas portas dos lares judaicos no Egito representa o sangue do nascimento de um povo. Das casas no Egito uma nova entidade coletiva surgiu: a nação judaica.
 
Antes da saída do Egito, os judeus já eram parentes, pois todos eram descendentes de Yaacov, mas não eram um povo. Qualquer indivíduo ainda era capaz de rejeitar sua conexão com os outros indivíduos. De fato, nossos sábios ensinam que muitos não mereceram sair do Egito e morreram durante a Praga da Escuridão. O comportamento deles os impedia de fazerem parte desta nova nação, carregada de santidade. Com o sangue nas portas e as sacolas cheias de Matzót, eles seguiram Moshé em direção ao perigoso deserto, cumprindo com Emuná a ordem de D'us, conforme descrito pelo profeta: "Lembro-Me da bondade de sua juventude ... quando você Me seguiu no deserto, uma terra onde nada é plantado" (Yirmiahu 2:2). E assim os judeus começaram o processo de se tornar uma nação viva, uma entidade cujos membros e descendentes ao longo da história fazem parte de um todo.
 
Portanto, o sangue no judaísmo não é um símbolo de sofrimento, tortura ou morte, mas de nascimento, vida e propósito. O sangue também simboliza a primeira Mitzvá que um judeu cumpre na vida: o Brit-Milá, nosso pacto individual com D'us, realizado aos 8 dias de vida do bebê. É a isto que se refere o profeta, em palavras que aparecem no texto da Hagadá e se referem ao nascimento do povo judeu: "Eu passei, e você estava afundando em seu sangue, e Eu disse a você: 'No seu sangue você viverá'. E eu disse a você: 'No seu sangue você viverá'" (Yechezkel 16:6). A repetição de "No seu sangue você viverá" se refere ao sangue do Brit Milá e ao sangue do Korban Pesach, o pacto individual e o pacto coletivo do povo judeu com D'us, os símbolos do nascimento de uma nova nação.
 
Quão irônico este sangue, que representa vida, ter se transformado no tema de tanto ódio dos nossos inimigos, ao ponto de fontes da Halachá (Lei Judaica) sugerirem o uso de vinho branco, e não tinto, para o Seder de Pessach, em lugares onde há medo do "libelo de sangue". Para os antissemitas, infelizmente, não faltam motivos para falsas acusações.
 
O sangue, que constantemente nos lembra de morte, é um símbolo judaico de vida e nascimento. Isto nos ensina uma incrível lição de Emuná. Os momentos difíceis da vida podem ser justamente os momentos em que a salvação está sendo criada. As dificuldades podem ser um trampolim para o nosso crescimento, podem ser a forma que D'us utiliza para despertar o potencial que está guardado dentro de nós.
 
Durante o Seder de Pessach nós perguntamos: "Por que esta noite é diferente das outras noites". A resposta desta pergunta é que nesta noite ocorreu uma transição, de escravos para homens livres. Neste ano precisamos refletir e fazer mais uma pergunta: "Por que este Seder de Pessach está sendo tão diferente dos outros Sedarim de Pessach?". Uma epidemia de escala mundial, causando um total isolamento e indefinição sobre o futuro. O que D'us quer de nós? A resposta é que ele quer o renascimento da humanidade. Ao nos trancar em casa, D'us quer a nossa reflexão, a nossa mudança de valores, o nosso questionamento sobre os nossos objetivos de vida, a reavaliação dos nossos relacionamentos. Temos tudo para sairmos desta epidemia ainda mais fortes. Neste ano, escravos. No próximo ano, homens livres. Neste ano aqui, no próximo ano em Jerusalém.
 

SHABAT SHALOM E PESSACH KASHER VÊ SAMEACH
 

R' Efraim Birbojm

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania, Mara bat Chana Mirel, Dina bat Celde, Celde bat Lea, Rivka Lea bat Nechuma, Mordechai Ben Sara, Simcha bat Shengle.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l, Shlomo ben Salha z"l, Yechiel Mendel ben David z"l, Faiga bat Mordechai HaLewy z"l.
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