| | VÍDEO DA PARASHAT VAYIKRÁ | | | ASSUNTOS DA PARASHAT - D'us chama Moshé - D'us ensina a Moshé as regras gerais dos Korbanót - Korban de gado, rebanho e pássaros (Olá) - A oferenda de farinha - Oblação (Minchá). - A Oferenda cozida, da frigideira, frita na panela. - Pacto de sal - Oferenda dos primeiros grãos (Bikurim). - Oferendas de Pazes de gado, rebanho e cabras (Shelamim). - Oferendas de Pecado para o Cohen Gadol, Comunidade, Rei, Indivíduos comuns (Chatat). - Cordeiros como Oferendas de Pecado (Chatat). - A Oferenda de Culpa Ajustável (Ole VeIored). - A Oblação por Culpa (Chatat). - O Sacrifício da Malversação. - A Oferenda por Culpa Questionável (Asham Talui). - Oferendas por Desonestidade. | | | CUIDADO AO ESCOLHER SUAS COMPANHIAS - PARASHAT VAYIKRÁ 5780 (27 de março de 2020) "Era uma vez uma cegonha que tinha uma natureza muito simples e ingênua. Ela era tranquila, fazia o bem a todos e sempre buscava a paz, conforme a boa índole de sua espécie. Certa vez, ela foi convidada por um bando de garças a visitar um campo arado que havia sido recentemente semeado. Em sua ingenuidade, a cegonha aceitou o convite e foi. Porém, a cegonha não sabia que as garças não tinham planejado apenas uma simples visita ao campo recém-semeado. Elas haviam planejado comer as sementes que haviam sido atiradas ao solo, sem se importar com a perda que isto causaria ao pobre agricultor, que havia investido muito dinheiro e esforço naquele plantio. As garças, egoístas, pensavam apenas no incrível banquete que estava diante delas. Mas a festa acabou bruscamente quando todo o bando foi capturado por uma enorme rede que havia sido colocada como armadilha pelo agricultor, que já estava cansado dos prejuízos causados pelas garças. Agora sim receberiam a devida punição por seus maus atos. A cegonha, vendo-se presa junto com as garças, implorou ao agricultor: - Por favor, deixe-me ir embora. Eu pertenço à família das cegonhas, que são conhecidas pela sua honestidade e bom caráter. Veja, minhas penas são diferentes da plumagem delas. Sou da paz, eu não sabia que as garças estavam vindo para roubar suas sementes, achei que elas fariam apenas uma visita ao seu campo. Tenha misericórdia de mim, eu imploro. O agricultor, sem demonstrar nenhum tipo de compaixão, respondeu: - Cegonha, você pode até ser um bom pássaro e ter uma boa índole, e pode até ser verdade tudo o que você está dizendo. Porém, você foi capturada na companhia das garças destruidoras de plantações e, por isso, receberá a mesma punição que eu reservei para elas". Andar com más companhias é o pior investimento que podemos fazer na vida. Aqueles que andam com pessoas de má índole correm o risco de aprender com os seus maus atos. Más companhias levam pessoas corretas a se corromperem e a se desviarem do caminho correto. E, na hora do castigo, os que estão juntos com os malvados acabam sofrendo junto, como ensinam os nossos sábios: "Pobre do perverso e pobre do seu vizinho" | | Nesta semana começamos o terceiro livro da Torá, Vayikrá. E neste livro ocorre uma enorme mudança em relação ao "estilo de narração" que estava sendo utilizado até agora pela Torá. Os dois primeiros livros da Torá, Bereshit e Shemót, focaram em uma narração histórica da humanidade. O Sefer Bereshit começou a descrever os principais acontecimentos desde a criação do mundo, passando pelo Dilúvio na geração de Noach, a Torre de Babel e as vidas dos nossos patriarcas Avraham, Yitzchak e Yaacov. Já o Sefer Shemót descreveu a escravidão dos judeus no Egito, a posterior libertação do povo judeu, a entrega da Torá no Monte Sinai, a construção do Bezerro de Ouro e finalmente a construção do Mishkan, o Templo Móvel que trouxe a Presença de D'us ao mundo. Porém, o Sefer Vayikrá praticamente deixa de narrar os acontecimentos do povo judeu, que são retomados apenas no Sefer Bamidbar, e coloca o foco em assuntos mais espirituais, que envolvem Kedushá (santidade), Tahará (pureza espiritual) e Tumá (impureza espiritual). Na Parashat desta semana, Vayikrá (literalmente "E chamou"), a Torá se aprofunda no assunto dos Korbanót, os sacrifícios que eram oferecidos no Mishkan, que representam o principal Serviço Espiritual do povo judeu e um dos pilares do mundo, conforme ensinam os nossos sábios: "O mundo se sustenta sobre três pilares: sobre a Torá, sobre o Serviço Espiritual (Korbanót) e sobre os atos de bondade" (Avót 1:2). Desde a destruição do nosso Beit HaMikdash não temos mais os Korbanót e, portanto, nosso principal Serviço Espiritual passou a ser a nossa Tefilá, a substituta dos nossos Korbanót. Porém, sabemos que a Torá é, acima de tudo, um "Manual de instruções" para a nossa vida. Esta Parashat, que explica vários detalhes sobre os mais diversos tipos de Korbanót, era de extrema importância na época do Mishkan e, posteriormente, na época do Beit Hamikdash. Porém, por que D'us escreveu estas informações na Torá mesmo sabendo que, futuramente, muitas gerações não teriam os Korbanót como parte do seu Serviço Espiritual? Por que atualmente precisamos conhecer os detalhes sobre a oferenda dos Korbanót se não podemos oferecê-los na prática? A resposta é que muitos dos conceitos ensinados em relação aos Korbanót também se aplicam à nossa vida, mesmo nas épocas em que eles não podem mais ser oferecidos. Na realidade, existe uma grande divergência entre os comentaristas da Torá sobre qual é exatamente o motivo pelo qual D'us nos ordenou a oferecermos Korbanót. E certamente a opinião que mais chama a atenção é a do Rambam (Maimônides) (Espanha, 1135 - Egito, 1204). Em seu livro "Morê Nevuchim", ele afirma que, pelo fato de o desejo pela idolatria ser algo tão forte, D'us precisou dar algo "semelhante" ao povo judeu, para que eles canalizassem esta força para o lado correto. A priori o que o Rambam está afirmando é que D'us comandou ao povo judeu a Mitzvá de oferecer Korbanót para que eles pudessem vencer a má inclinação da idolatria, que já fazia parte da essência do povo. Porém, faz sentido que D'us tenha nos comandado a oferecer Korbanót, um dos pilares que sustentam o mundo e um dos principais Serviços Espirituais do povo judeu, apenas para tirar a nossa má inclinação em relação à idolatria? Pela importância que a Torá dá aos Korbanót, parece que eles são, por si só, algo vital para a nossa espiritualidade e um componente necessário para o nosso Serviço Espiritual, não uma "muleta" para nos apoiarmos em nossa fraqueza espiritual. Então, como entender as palavras do Rambam? Antes de tudo, precisamos entender a essência dos Korbanót. A palavra "Korban" vem de "Karov", que significa "próximo, perto", pois é um Serviço que nos aproxima de D'us. Observamos, através de alguns eventos descritos na Torá, que o ser humano tem uma tendência natural de querer oferecer Korbanót para D'us, para conectar-se a Ele. O primeiro foi Cain, filho de Adam Harishon, que decidiu fazer uma oferenda para D'us, dedicando a Ele parte da sua produção agrícola, algo que D'us não havia ordenado. Imediatamente Hevel, ao ver a atitude de seu irmão Cain, também teve vontade de fazer uma oferenda para D'us, dedicando a Ele alguns animais que pastoreava. Estes foram os primeiros Korbanót da humanidade, que não haviam sido ordenados por D'us, e sim emanaram da vontade do ser humano de se conectar a Ele. Também Noach, após sair da arca, ofereceu Korbanót a D'us, embora não tivesse sido ordenado a fazer isto. Então de onde surgiu a idolatria? Ela veio do desejo equivocado e mal utilizado que nós, seres humanos, naturalmente temos de querer nos conectar com D'us. O Rambam explica como começou a idolatria no mundo. Em um primeiro momento, toda a humanidade se conectava somente a D'us. Porém, com o passar das gerações, as pessoas também sentiram a necessidade de, além de servir D'us, o Rei, servir também seus "ministros", que eram os astros. Após algum tempo, as pessoas acabaram servindo apenas os astros, esquecendo-se do Serviço Divino. Portanto, explica o Rav Yaacov Kamenetzky zt"l (Lituânia, 1891 - EUA, 1986) que o Rambam não está explicando que temos a obrigação de oferecer Korbanót para anular nosso desejo inerente pela idolatria. É justamente o contrário, o povo judeu tem uma tendência natural de servir a D'us, porém este desejo acabou sendo corrompido quando eles conviveram com povos que adoravam as idolatrias. O comando de D'us para que o povo judeu oferecesse Korbanót serviu para "consertar" o desejo natural de servir a D'us, que havia se desviado por causa das más influências. A Torá está nos ensinando algo impressionante. Temos dentro de nós uma alma pura, que é uma parte de D'us soprada dento de nós no momento da criação. Isto significa que o ser humano tem uma bondade intrínseca dentro dele e uma vontade natural de conectar-se a D'us. Então por que nos afastamos tanto de D'us no nosso cotidiano? Pois nos deixamos influenciar pelos maus comportamentos das nações que se dedicam a uma vida de materialismo, que idolatram a si mesmos e aos seus desejos. Permitimos que a convivência com aqueles que se desviaram do caminho correto, que permitiram que seus corpos ofuscassem o brilho de suas almas, nos corrompessem e nos afastassem das nossas inclinações espirituais naturais. É isto o que nos ensinam os nossos sábios: "Se afaste de um mau vizinho e não se junte a um perverso" (Pirkei Avót 1:7). Aquele que entra em uma loja de perfumes, mesmo que não compre nada, sai com suas roupas perfumadas. Porém, aquele que entra em um curtume, mesmo que não compre nada, sairá com as roupas malcheirosas. Mesmo nossas melhores inclinações podem ser corrompidas por causa do contato com más influências. Mesmo inclinações naturais da nossa alma podem ser anuladas quando mantemos contato com pessoas que deixaram que sua espiritualidade fosse apagada. Por isso, precisamos nos cuidar muito com as influências que recebemos. Com tudo o que está ocorrendo no mundo, D'us está nos dando uma nova chance. Este momento de isolamento é propício para reflexões e para novas decisões de vida. Que possamos sair de tudo isso muito mais fortalecidos. SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania, Mara bat Chana Mirel, Dina bat Celde, Celde bat Lea, Rivka Lea bat Nechuma, Mordechai Ben Sara, Simcha bat Shengle. -------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. ------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l, Shlomo ben Salha z"l, Yechiel Mendel ben David z"l, Faiga bat Mordechai HaLewy z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | | |
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor, deixe aqui a sua pergunta ou comentário sobre o texto da Parashá da semana. Retornarei o mais rápido possível.