sexta-feira, 22 de junho de 2018

ACIMA DO NOSSO INTELECTO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT CHUKAT 5778 

BS"D
Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do email efraimbirbojm@gmail.com.
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ACIMA DO NOSSO INTELECTO - PARASHAT CHUKAT 5778 (22 de junho de 2018)

"Eleições estavam ocorrendo na cidade de Brisk, na Bielorússia. De acordo com levantamentos feitos entre a população, a vitória do partido antirreligioso parecia certa. Ativistas do partido religioso foram então falar com o Rav Yitzchak Zev Soloveitchik zt"l (Bielorússia, 1886 - Israel, 1959) e pediram para que ele, com seu nome muito respeitado na cidade, divulgasse publicamente seu apoio ao seu partido religioso, através de cartazes impressos colados nos outdoors públicos. O Rav Soloveitchik, entendendo que a causa era realmente importante e que sua influência seria provavelmente a única chance de uma virada, concordou em participar. Porém, por uma demora na gráfica, os cartazes somente ficaram prontos na véspera de Shabat e as eleições seriam realizadas já no domingo. O Rav Soloveitchik, mesmo entendendo a urgência da situação, não permitiu que os cartazes fossem colocados, pelo medo que as pessoas, na pressa, desrespeitariam o Shabat ao colar propagandas depois do pôr do sol.

- Mas é nossa única chance de vencer - insistiram os ativistas.

- Eu entendo a preocupação de vocês. Mas temos que nos preocupar com a Halachá (Lei Judaica), com o que D'us nos ordenou, e não com o que nós consideramos benéfico - respondeu o Rav.

Os ativistas atenderam ao pedido do Rav e, no final, os cartazes não foram colocados. Enquanto isso, pessoas do partido antirreligioso haviam descoberto sobre o cartaz contendo o apoio do Rav Soloveitchik ao partido religioso. Eles então prepararam cartazes acusando o rabino de se envolver em política e colaram pela cidade inteira. Porém, o tiro deles acabou saindo pela culatra. Como os cartazes do Rav Soloveitchik não haviam sido colados, aquelas acusações pareceram apenas ofensas sem justificativa. As pessoas da cidade viram isto como uma tentativa do partido antirreligioso de denegrir a honra do respeitado rabino. Por isso, a grande maioria da cidade decidiu de última hora mudar seu voto, optando pelo partido religioso, que acabou saindo como o grande vitorioso daquelas eleições." (História Real, do livro "Impact Stories", do Rav Dovid Kaplan).


Quando cumprimos o que D'us nos pediu, mesmo quando parece que vai contra a lógica, podemos ter a certeza de que tudo dará certo no final.

 

Nesta semana lemos a Parashat Chukat (literalmente "lei"), que descreve uma das Mitzvót mais misteriosas da Torá: as cinzas da "Pará Adumá" (vaca vermelha). Uma vaca completamente vermelha, que nunca tinha feito nenhum tipo de trabalho, era abatida e queimada. Suas cinzas, misturadas com água e outros materiais, eram utilizadas para purificar pessoas que haviam entrado em contato com certos tipos de impureza espiritual. Porém, o que tornava a Mitzvá mais enigmática era a grande contradição que havia dentro dela. A pessoa impura sobre quem as cinzas eram aspergidas se purificava, enquanto a pessoa pura que aspergia as cinzas se impurificava. Como pode ser que algo pode purificar quem está impuro e impurificar quem está puro?
 
A Parashat também traz outro assunto importante que é difícil de ser entendido. De maneira muito enigmática, a Torá descreve um erro de Moshé Rabeinu que ocorreu após ele ter sido comandado por D'us a dar água ao povo judeu. A Torá não descreve exatamente qual foi o erro de Moshé, apenas nos dá a dimensão do erro através do duro castigo que ele recebeu de D'us: a proibição de entrar na Terra de Israel. Além disso, D'us justificou o castigo com as seguintes palavras: "Pelo fato de vocês não terem confiado em Mim, para Me santificar" (Bamidbar 20:12). Muitos comentaristas explicam que o erro de Moshé foi ter batido na pedra duas vezes para tirar água dela, ao invés de ter falado com ela, conforme D'us havia pedido, deixando assim de santificar o Nome de D'us. Porém, golpear uma pedra com um cajado e tirar dela água no meio do deserto não é um milagre gigantesco envolvendo a santificação do Nome de D'us? Além disso, Rashi (França, 1040 - 1105) afirma que Moshé apenas bateu na pedra após ter tentado falar com ela sem sucesso. Então qual foi o erro dele? E, finalmente, qual é a conexão entre os assuntos da "Pará Adumá" e o erro de Moshé?
 
Segundo o Rav Yosef Yozel Horowitz zt"l (Lituânia, 1847 - Rússia, 1919), mais conhecido como Alter MiNovardok, a explicação do erro de Moshé está em um incrível Midrash, que afirma que D'us havia especificado a Moshé de qual pedra ele deveria ter pedido água. Porém, de acordo com o Midrash, Moshé escutou pessoas do povo judeu dizendo: "Este Moshé não passa de um bom conhecedor das pedras do deserto. Ele sabe quais pedras são porosas e dentro de quais pedras há água armazenada. Se ele quer mesmo provar que está tirando água da pedra como um intermediário de D'us, que tire então água da pedra que nós escolhermos". Ao escutar estes comentários, Moshé entrou em um grande dilema e não sabia o que fazer naquela situação.
 
Das palavras do Midrash podemos entender melhor o erro de Moshé. Diante do questionamento do povo, ele ficou com uma enorme dúvida: o que seria melhor, levar em consideração as palavras do povo e falar com a pedra que eles queriam, ou falar com a pedra que D'us havia escolhido? Por um lado, talvez seria melhor escutar o povo e evitar dar às pessoas mais argumentos para reclamarem de D'us e suspeitarem que tudo não passava apenas de uma enganação. Desta maneira, Moshé imaginou que poderia evitar um "Chilul Hashem", isto é, que a honra de D'us fosse manchada. Mais do que isso, Moshé ponderou que, ao escutar o povo, ele poderia causar um grande "Kidush Hashem", isto é, que o Nome de D'us seria santificado diante de todo o povo. Por outro lado, talvez seria melhor não mudar absolutamente nada no comando de D'us, mesmo que através disso saísse um suposto "Chilul Hashem".
 
A dúvida de Moshé, portanto, era qual atitude causaria o maior "Kidush Hashem", se seria através de uma pequena mudança no comando de D'us, dentro de um contexto específico e de uma necessidade pontual, ou se seria através do cumprimento da vontade de D'us com integridade. Rashi nos ensina que, infelizmente, Moshé acabou fazendo a escolha errada e falou com a pedra que o povo havia escolhido. Pelo fato de não ser a pedra que D'us havia comandado, nada aconteceu quando Moshé falou com ela, não saiu uma única gota de água. Somente quando Moshé golpeou a pedra duas vezes com o seu cajado foi que a água começou a jorrar.
 
Segundo nossos sábios, não foi apenas a pedra que Moshé golpeou que deu água ao povo. O milagre foi muito maior e, naquele exato momento, todas as rochas no deserto se abriram e também forneceram água ao povo. Portanto, mesmo se Moshé tivesse cumprido exatamente a vontade de D'us, não teria acontecido o "Chilul Hashem" que ele temia, pois não haveria mais nenhuma possibilidade de o povo argumentar que Moshé era um bom conhecedor das pedras do deserto. Ao contrário, através dos "cálculos" que Moshé fez, ele se afastou do "Kidush Hashem" que seria possível fazer diante de todo o povo judeu. Caso ele tivesse escutado o comando de D'us, a água ter saído apenas com sua fala e não teria sido necessários golpear nenhuma vez a pedra.
 
Agora que entendemos um pouco melhor qual foi o erro de Moshé, surge outro questionamento. Tudo foi feito com os mais puros interesses, com o único desejo de evitar um "Chilul Hashem" e com o intuito de engrandecer o Nome de D'us. Além disso, como Moshé poderia saber que todas as outras pedras também dariam água? Da mesma forma que um juiz só pode julgar um caso de acordo com os dados que ele tem no momento, e não pode julgar de acordo com possíveis acontecimentos futuros, o mesmo se aplica a Moshé. Como ele poderia ter tomado a decisão correta se não sabia que ocorreria um milagre que anularia completamente a argumentação do povo judeu? Portanto, por que ele foi castigado?
 
A resposta é um fundamento importante para nossas decisões cotidianas. A partir do momento em que os "olhos do intelecto" não conseguem mais enxergar algo, então este é o momento da nossa Emuná (fé) entrar em funcionamento. Pelo fato de Moshé ter recebido um comando explícito de D'us, de que era para fazer daquela maneira, mesmo que seu intelecto não entendia como isto poderia ser o melhor, ainda assim sua Emuná deveria tê-lo levado a cumprir a vontade de D'us exatamente como Ele havia pedido. Mesmo que não havia possibilidade racional de seu ato não causar um "Chilul Hashem", ainda assim Moshé teria feito a escolha correta caso tivesse acreditado de forma plena em D'us. É justamente por isso que a principal crítica de D'us a Moshé foi "pelo fato de vocês não terem confiado em Mim, para Me santificar". Moshé somente levou em consideração o pensamento do povo judeu pois teve, naquele momento, uma pequena falha de Emuná.
 
A Parashá está nos ensinando uma regra incrível: da mesma forma que da luz não sai nenhum tipo de escuridão, então do cumprimento da vontade de D'us nunca vai sair nenhum "Chilul Hashem". Ao contrário, o "Chilul Hashem" somente é criado quando não cumprimos o que D'us nos pediu. E mesmo quando nos parece que não é lógico, mesmo nos casos em que tudo indica que pelo curso natural das coisas a consequência de uma Mitzvá não será algo positivo, mesmo assim devemos confiar em D'us.
 
Esta é a conexão do erro de Moshé com o assunto da "Pará Adumá". D'us nos entregou muitas Mitzvót que estão completamente acima do nosso entendimento racional justamente para nos "treinar" a internalizarmos o fato de que somos limitados no nosso entendimento e, portanto, não devemos fazer "cálculos" quando estamos diante da vontade de D'us, que é ilimitado. Não há nada melhor do que o que D'us nos pediu explicitamente. Não há cálculos perante Aquele que criou o Universo. Somente com esta certeza podemos fazer sempre o que é correto, causando "Kidush Hashem" com cada ato, mesmo no que parece ser, em nossa ótica limitada, ilógico.
 

"QUANDO ENTENDERMOS QUE NÃO PODEMOS ENTENDER TUDO, ENTÃO TEREMOS ENTENDIDO TUDO"

Shabat Shalom

R' Efraim Birbojm

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHAT CHUKAT 5778:

São Paulo: 17h09  Rio de Janeiro: 16h58  Belo Horizonte: 17h06  Jerusalém: 19h13
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l.
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(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
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