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DEMONSTRAÇÃO DE AMOR - PARASHÁ KI TISSÁ 5778 (02 de março de 2018)
"Yossef e Rivka já estavam casados há mais de cinquenta anos e, mesmo após tanto tempo, continuavam participando de um jogo que haviam iniciado quando se casaram. A regra do jogo era que um tinha que escrever a palavra "Neoqeav" em algum lugar inesperado para o outro encontrar e, assim que o outro encontrasse, deveria escrevê-la em outro lugar, e assim sucessivamente. Eles se revezavam deixando "Neoqeav" escrita por toda a casa. Escreviam com os dedos na farinha, para que o próximo que fosse cozinhar a achasse. Escreviam no vapor deixado no espelho, onde a palavra iria reaparecer depois do próximo banho. Uma vez Rivka chegou a desenrolar um rolo de papel higiênico para deixar "Neoqeav" na última folha. Não havia limites para onde "Neoqeav" poderia surgir. Esta misteriosa palavra fazia parte da casa de Yossef e Rivka tanto quanto a própria mobília. Yaacov, o neto deles, não entendia por que eles faziam aquele jogo e o que significava aquela misteriosa palavra. Ele era um pouco cético em relação ao verdadeiro amor, não acreditava que pudesse existir um amor realmente duradouro. Por isso ele não conseguia entender um jogo que se estendia por cinquenta anos, quase como um modo de vida. Mas percebia que havia entre os avós algo realmente especial. Porém, uma nuvem cinza pairou sobre a família: Rivka ficou muito doente. Como sempre, Yossef estava ao seu lado a cada momento. Eles iam à sinagoga toda manhã rezar. Rivka foi ficando cada vez mais fraca, até que, finalmente, ela não mais podia sair de casa. E, então, o que todos temiam aconteceu: Rivka faleceu. A palavra "Neoqeav" foi escrita, pela última vez, em um pequeno papel, e colado em seu caixão. Certo dia, quando a tristeza do avô já havia diminuído um pouco, Yaacov tomou coragem e perguntou o que a misteriosa palavra "Neoqeav" significava. Yossef, com um sorriso permeado pela tristeza das saudades, explicou: - Na verdade, não é uma palavra. São as iniciais da frase "Nunca Esqueça O Quanto Eu Amo Você". Fazíamos questão de sempre um lembrar ao outro o quanto nosso amor era forte, o suficiente para juntos vencermos as dificuldades da vida. Mas, acima de tudo, queríamos lembrar constantemente que o nosso amor é para sempre." Assim é o amor de D'us pelo povo judeu. Um amor eterno, construído com bases sólidas. E D'us faz questão de nos relembrar o tempo inteiro do enorme amor que Ele sente por nós.
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Nesta semana lemos a Parashat Ki Tissá (literalmente "Quando fizer o levantamento"), que descreve um dos maiores erros cometidos pelo povo judeu. Apenas 40 dias após a entrega da Torá, o povo judeu ficou desesperado com a demora de Moshé, que não desceu do Monte Sinai na data esperada, e construiu um bezerro de ouro para que fosse seu novo líder no lugar de Moshé. O erro foi considerado tão grave que D'us quis destruir todo o povo. Quando Moshé desceu do Monte Sinai e viu o povo judeu servindo o bezerro de ouro com alegria, ele quebrou as Tábuas que continham os 10 Mandamentos. Moshé rezou por 40 dias pelo perdão do povo e conseguiu despertar a Misericórdia Divina. D'us concordou em entregar ao povo judeu novas Tábuas e Moshé subiu novamente no Monte Sinai para recebê-las. D'us então ensinou a Moshé os "Treze Atributos de Misericórdia", uma Tefilá (reza) com a força de evocar a Misericórdia Divina, que nos ensina que o arrependimento sempre é possível, não importando o quanto a pessoa possa ter se desviado. O Talmud (Rosh Hashaná 17b) afirma que esta é uma Tefilá tão poderosa que sempre será atendida. Porém, isto desperta um grande questionamento, pois o conceito de que D'us nos entregou uma "fórmula mágica" para recebermos expiação pelos nossos erros não parece estar de acordo com os ensinamentos judaicos de que a expiação somente pode ser conseguida através da demonstração de arrependimento e um comprometimento de mudar os nossos atos, não apenas com expressões "da boca para fora". Então como o Talmud pode garantir com tanta certeza que pronunciar os "Treze Atributos de Misericórdia" certamente terá um efeito positivo de expiação? Além disso, quando Moshé estava implorando pela salvação do povo judeu, ele evocou o mérito dos nossos antepassados, como está escrito: "Lembre-se de Avraham, Ytzchak e Israel, Seus servos, a quem Você jurou pelo Seu próprio Nome" (Shemot 32:13). Porém, o Talmud (Sanhedrin 104a) afirma que o mérito dos filhos beneficia os pais, pois os filhos são um "produto" de seus pais, mas os méritos dos pais não beneficiam os seus filhos. Então de que adiantou Moshé evocar os méritos dos nossos patriarcas? Outra dificuldade é que o versículo descreve que D'us passou diante de Moshé e proclamou os "Treze Atributos de Misericórdia". Destas palavras o Talmud (Rosh Hashaná 17b) ensina que D'us se envolveu com um Talit, como alguém que lidera a congregação durante as rezas, e mostrou para Moshé a ordem das Tefilót. Mas por que foi necessário que D'us mostrasse esta visão para Moshé, se os mistérios mais profundos da Torá já haviam sido ensinados a ele sem o auxílio de elementos visuais? Finalmente, os "Treze Atributos de Misericórdia" terminam com as palavras "Absolverá, não absolverá". Rashi (França, 1040 - 1105) traz uma explicação mais profunda, na qual a palavra "Absolverá" faz parte dos "Treze Atributos de Misericórdia", enquanto a expressão "Não absolverá" não faz parte e refere-se à pessoa que não se arrepende de seus erros. Mas Rashi ensina que, de acordo com a explicação mais simples e literal, a expressão "Não absolverá" também faz parte dos "Treze Atributos de Misericórdia" e se refere ao fato de D'us não absolver uma pessoa completamente sem que sua "dívida espiritual" esteja paga, isto é, Ele vai cobrando em pequenas parcelas até que a punição esteja completa. Porém, de acordo com esta segunda explicação de Rashi, por que uma referência à forma de D'us castigar faz parte dos "Treze Atributos de Misericórdia"? Explica o Rav Yohanan Zweig que a resposta está em um importante ensinamento dos nossos sábios: "Todo amor que depende de uma causa, quando termina a causa, termina o amor. Porém, um amor que não depende de uma causa dura para sempre" (Pirkei Avót 5:16). Mas existe algum relacionamento que não está ligado a uma causa? Se não há nenhuma causa, então por que um relacionamento seria criado? A resposta é que no início, a formação de todo relacionamento é dependente de algum tipo de causa. Pode ser algo físico ou emocional, e é justamente esta causa que permite que o relacionamento floresça. Nossos sábios estão ensinando que o relacionamento que não depende de uma causa é aquele que evoluiu continuamente até transcender a um tipo de união que não depende mais daquela causa original. Por exemplo, um homem pode sentir atração por uma mulher por causa de sua beleza, mas caso este relacionamento consiga transcender, mesmo quando aquela mulher deixar de ser bonita, o amor não diminuirá. Uma vez que o casal se transformou em uma nova entidade, o marido e a esposa estão conectados de forma tão intensa que nenhuma força pode separá-los. Nossos patriarcas, que foram escolhidos por D'us por suas qualidades exemplares, foram capazes de transcender o seu relacionamento com D'us e transformá-lo em um relacionamento que duraria mesmo quando eles não exibissem mais aquelas qualidades. Isto permitiu com que o pacto feito no Monte Sinai fosse moldado como um relacionamento que duraria para sempre, mesmo nas épocas em que o povo judeu não cumprisse as Mitzvót da Torá. As obrigações que um pai e um filho têm um com o outro não são a base para o seu relacionamento. O que conecta um pai ao seu filho é o fato dele ser seu filho. De forma similar, o que conecta o povo judeu a D'us é que, através do esforço dos nossos patriarcas, fomos elevados ao status de "filhos de D'us". Isto se tornou evidente após o pecado do Bezerro de Ouro, quando Moshé recorreu aos méritos dos patriarcas para convencer D'us a não destruir o povo judeu, pois os esforços deles foram justamente as fundações do relacionamento eterno e transcendental do povo judeu com D'us, o que inclui as épocas em que o povo judeu se desvia da Torá e das Mitzvót. É por isso que o Talmud afirma que pronunciar os "Treze Atributos de Misericórdia" é uma Tefilá que nunca ficará sem resposta. Esta Tefilá recorda o amor e o compromisso de D'us com o povo judeu. D'us se conectou com o povo judeu de maneira que esta conexão nunca poderá ser revogada. Isto está indicado no valor numérico da palavra "Echad" (Um), que é 13, o mesmo número dos Atributos de Misericórdia de D'us. D'us apareceu diante de Moshé envolto em um Talit para enfatizar Seu amor pelo povo judeu. Da mesma maneira que muitas vezes a preocupação de um pai com o bem-estar de seu filho supera a preocupação do próprio filho com o seu bem-estar, D'us também estava revelando a Moshé que Sua preocupação com Seus filhos, o povo judeu, supera a preocupação deles mesmos. D'us, de forma figurativa, quis mostrar para Moshé que Ele também estava rezando pelo bem-estar do povo judeu. A prestação de contas e a culpabilidade são componentes integrais de qualquer relacionamento. Se o amor de D'us pelo povo judeu fosse atribuído apenas à Sua benevolência e não tivesse nenhuma relação com nossa reciprocidade e comportamento, não seríamos parte do relacionamento. Portanto, é de vital importância que sejamos punidos por nossas transgressões, pois isto mostra que somos responsáveis e que nossas ações têm significado dentro deste relacionamento com D'us. É por isso que "Não absolverá" faz parte da Misericórdia de D'us, pois D'us nos cobra para mostrar que nossos atos são importantes para Ele e, além disso, cobra em "prestações", para facilitar o pagamento das nossas "dívidas espirituais". D'us demonstra a todo instante o Seu amor pelo povo judeu. Podemos cometer erros na vida, mas nos tranquiliza sabermos que temos um D'us Misericordioso, que nos perdoa, que nos dá a chance de nos levantarmos e consertarmos nossos erros. Que através dos nossos atos possamos, de forma recíproca, demonstrar o amor que sentimos por Ele e o agradecimento por todas as bondades que Ele nos faz, até mesmo quando está nos castigando. Shabat Shalom R' Efraim Birbojm
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l.
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