quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

A MÃO POR TRÁS DOS MILAGRES - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ TETZAVÊ E PURIM 5778 

BS"D
O E-mail desta semana foi carinhosamente oferecido pela Família Lerner em Leilui Nishmat de: 
Miriam Iocheved bat Mordechai Tzvi z"l


Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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A MÃO POR TRÁS DOS MILAGRES - PARASHÁ TETZAVÊ E PURIM 5778 (23 de fevereiro de 2018)

"Reuven era um fazendeiro que colecionava cavalos. Ele sonhava em comprar um cavalo de determinada raça que era muito raro. Certo dia, após anos de busca, ele descobriu um criador que tinha aquela raça de cavalo. Custava muito dinheiro, mas valia a pena, pois era a realização de um sonho. Porém, a alegria durou pouco. Um mês depois da compra, o cavalo adoeceu. Estava tão doente que não tinha forças nem para se levantar. O melhor veterinário da região foi chamado e, após longos e detalhados exames, anunciou o diagnóstico:
 
- Infelizmente não tenho boas notícias. Seu cavalo está com uma virose muito forte. É preciso dar a ele este medicamento durante três dias. Depois disso eu retornarei para examiná-lo novamente e, caso não tenha melhorado, será necessário sacrificá-lo, já que a virose pode contaminar seus outros cavalos.
 
O boi, que havia escutado toda a conversa, ficou muito preocupado. No dia seguinte, funcionários da fazenda deram o medicamento ao cavalo e foram embora. O boi aproximou-se do cavalo e o incentivou: "Força, amigo! Levanta daí, senão você será sacrificado!". No segundo dia, deram novamente o medicamento e foram embora. O boi se aproximou do cavalo e disse: "Vamos lá, amigão, levanta, senão você vai morrer! Vamos lá, eu te ajudo a levantar". No terceiro dia deram o medicamento, mas infelizmente parecia que o cavalo não estava reagindo. Quando os funcionários foram embora, o boi se aproximou do cavalo e disse: "Cara, é agora ou nunca, levanta! Coragem! Isso, se apoie em mim, devagar! Ótimo, vamos, um, dois, três... Fantástico! Corre, corre mais! Isso mesmo, você venceu, campeão!". Então, de repente, Reuven viu o seu querido cavalo raro correndo no campo. Emocionado, gritou:

- Milagre! O cavalo melhorou! Isso merece uma festa! Vamos matar o boi para fazer um grande churrasco..."

Uma das piores "dores" que sentimos na vida é a falta de reconhecimento. Infelizmente causamos isto com frequência a D'us, quando não percebemos que Ele é o responsável pelo sucesso em todas as situações. D'us faz milagres o tempo inteiro, mas será que conseguimos enxergar, reconhecer e agradecer?

Nesta semana lemos a Parashat Tetzavê (literalmente "Ordene"), que descreve as roupas utilizadas pelo Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) durante os serviços realizados no Mishkan, o Templo Móvel que acompanhava os judeus na época em que eles estavam no deserto. Quando o povo judeu entrou em Israel, o Mishkan foi montado na cidade de Shilo e lá permaneceu por cerca de 400 anos, até que Shlomo Hamelech construiu o Beit Hamikdash (Templo Sagrado), em uma época de honra e glória do povo judeu, na qual D'us se revelava através de milagres abertos que ocorriam diariamente. Porém, depois de 410 anos, por causa de graves transgressões cometidas pelo povo judeu, nosso Beit Hamikdash foi destruído e o povo foi levado cativo ao exílio. Era o início de uma época de escuridão espiritual, na qual a Presença Divina, antes tão revelada, se ocultou.
 
Foi neste contexto, durante o exílio Persa, que ocorreu a história de Purim, a Festa que voltaremos a reviver a partir da próxima 4ª feira de noite (28 de fevereiro). Em Purim comemoramos a salvação milagrosa do povo judeu das mãos de um homem frio e cruel, Haman, que era do povo de Amalek, o arqui-inimigo do povo judeu. Haman tentou destruir o povo judeu através de um decreto de morte que deveria ser cumprido no dia 13 do mês de Adar. D'us, em Sua enorme Misericórdia, nos salvou, mas de uma maneira oculta, sem que Sua mão pudesse ser percebida de forma revelada. A única maneira de enxergar os milagres de Purim, portanto, é refletindo sobre toda a história, em especial seus detalhes, e percebendo que o que parece ser uma sucessão de acasos, de pequenos eventos isolados, na realidade é uma incrível trama escrita e dirigida pelo Diretor do Universo, D'us.
 
Por exemplo, assim a Meguilat Esther descreve a ascensão meteórica de Haman ao poder: "Depois destas coisas, o rei Achasverosh engrandeceu Haman" (Esther 3:1). O Talmud (Meguilá 13b) explica que a expressão "depois destas coisas" significa que D'us somente mandou a "doença" após ter preparado a "cura", isto é, D'us não permitiu que Haman subisse ao poder e fizesse um decreto de destruição contra os judeus até que tivesse preparado o caminho para a futura salvação do povo judeu.
 
Mas a qual "cura" o Talmud se refere? Os versículos anteriores à ascensão de Haman descrevem que Mordechai havia descoberto um plano dos guardas reais, Bigtan e Teresh, de matar o rei Achashverosh. O plano foi contado a Esther, que o revelou em nome de Mordechai. O assunto foi investigado, a culpa de Bigtan e Teresh foi comprovada, os guardas foram enforcados e o caso foi registrado no "Livro das Recordações", com menção honrosa a Mordechai, que havia salvado a vida do rei. Porém, por que isto foi chamado pelo Talmud de "cura"? Todo este acontecimento parece somente algo secundário! O que este incidente contribuiu para a salvação do povo judeu?
 
Além disso, o Talmud (Meguilá 19a) afirma que uma das partes mais importantes do milagre começa com as seguintes palavras: "Naquela noite o sono do rei se agitou" (Esther 6:1). Este versículo se refere a uma noite na qual o rei Achashverosh não conseguia dormir. Ele então pediu para que fosse lido o "Livro das Recordações" do reino e ficou sabendo que Mordechai havia salvado sua vida no incidente de Bigtan e Teresh, mas que nunca havia recebido nenhuma recompensa por isso. Imediatamente ele quis pagar sua dívida de gratidão e recompensar Mordechai por seu bom ato. Neste exato momento Haman chegou ao palácio para falar com o rei Achashverosh. Quando questionado sobre o que poderia ser feito a alguém que o rei queria honrar, Haman sugeriu que a pessoa montasse no cavalo real, vestisse as roupas do rei e fosse puxada por alguém importante pelas ruas da cidade, que anunciaria: "Assim será feito a quem o rei deseja honrar". O rei Achashverosh gostou da ideia e ordenou que isto fosse feito a Mordechai. Ele recebeu a honra de se sentar no cavalo do rei, vestindo as roupas reais e sendo puxado pelas ruas da cidade por Haman, o primeiro ministro do rei. Aparentemente a única consequência do incidente de Bigtan e Teresh foi Mordechai ter recebido muita honra do rei. Porém, por melhor que tenha sido esta recompensa, por que isto é considerado como sendo uma das partes mais importantes do milagre, se aparentemente foi algo completamente secundário? Como este fato foi importante no processo de salvação do povo judeu?
 
De acordo com o Rav Yossef Chaim zt"l (Iraque, 1832 - 1909), mais conhecido como Ben Ish Chai, se Mordechai não tivesse recebido toda aquela grandeza do rei Achashverosh justamente naquele momento, Haman o teria matado. Pois exatamente na noite em que o rei não conseguia dormir, Haman tinha construído uma forca gigantesca na qual pretendia matar Mordechai. Quando Haman foi ao palácio falar com o rei, havia ido justamente pedir permissão para enforcar Mordechai. Se não fosse a história de Bigtan e Teresh, e a leitura do "Livro das Recordações" justamente naquela noite, Haman certamente teria conseguido seu intento, pois era extremamente poderoso e influente. E, sem Mordechai, Esther não saberia como proceder para reverter o terrível decreto de destruição do povo judeu. Era necessário que Mordechai, com sua incrível sabedoria, estivesse vivo para conseguir orquestrar a "virada de mesa" necessária para salvar o povo judeu.
 
Na realidade, muitos detalhes foram importantes para a salvação do povo judeu. Cada personagem e cada acontecimento era apenas uma pequena peça dentro do quebra-cabeça montado por D'us. Por exemplo, foi necessária a combinação de vários fatores para que Haman fosse morto. Para que o rei Achashverosh decretasse a morte de Haman de uma maneira tão enérgica, a ponto de o enforcamento ocorrer imediatamente, foi necessário que o rei estivesse furioso. E isto foi ocorrendo lentamente, desde o momento em que o rei Achashverosh começou a suspeitar que Haman estava envolvido na trama de Bigtan e Teresh para matá-lo. Quando ele perguntou a Haman o que fazer para alguém que merecia ser honrado, por que não avisou que a recompensa seria para Mordechai? Pois ele queria testar Haman. O rei sabia que se perguntasse de maneira ambígua, Haman pensaria que a recompensa seria para ele mesmo, pois Haman achava que merecia todas as honras e glórias. E Haman caiu no plano do rei. Pensando realmente que se tratava de uma recompensa para si mesmo, ele sugeriu vestir a roupa do rei, cavalgar pela cidade montado sobre o cavalo do rei e vestindo a coroa do rei. Quando Haman mencionou o desejo de vestir a coroa real, o rei entendeu que o sonho secreto de Haman era chegar ao reinado, sendo o caminho mais curto e direto matar o rei e usurpar o trono.
 
Podemos perceber que a história de Bigtan e Teresh também foi muito significativa na queda final de Haman. Após toda a honra recebida por Mordechai por ter salvado o rei, Haman foi levado ao segundo banquete oferecido por Esther, completamente humilhado. Lá, ele foi acusado por Esther de tramar matá-la, o que deixou o rei ainda mais furioso. Quando Haman tentou se justificar, um dos camareiros do rei, chamado Charvona, mostrou a gigantesca forca que Haman havia construído, explicando que aquela forca estava destinada a matar Mordechai, aquele que havia salvado a vida do rei. Aquela foi a gota d'água, que causou o imediato enforcamento de Haman na mesma forca que ele havia construído para Mordechai. Como o rei Achashverosh já suspeitava de Haman, escutar que ele queria matar alguém que havia salvado sua vida foi a demonstração de que ele realmente planejava matá-lo para ocupar o trono e, para isso, queria se livrar de todos aqueles que poderiam estragar seus planos.
 
A Meguilat Esther é um incrível modelo de como devemos olhar para as nossas próprias vidas. Sem prestar atenção nos detalhes, a Meguilat Esther é apenas uma simples história cheia de acasos e eventos independentes. Porém, ao juntar todos os detalhes, a Meguilat Esther se transforma em uma incrível "orquestra" regida por um talentoso "Maestro", que sabe o exato momento para cada detalhe acontecer. Tudo faz parte do milagre final, cada peça é igualmente importante, cada personagem tem uma participação única e fundamental. Assim também ocorre em nossas vidas, somos parte de uma "orquestra" maior de D'us, somos personagens de uma trama cujo objetivo é levar o mundo à sua elevação espiritual. Aqueles que tentam "estragar" os planos de D'us, como fez Haman, podem até experimentar algum poder e honra, mas acabam sempre em total humilhação. Já aqueles que fazem a sua parte, como Mordechai e Esther, certamente farão parte da "Meguilat da Vida", que está sendo escrita a cada instante, pela Mão oculta de D'us, e que certamente se encaminha para um final feliz.

Shabat Shalom e Purim Sameach

R' Efraim Birbojm

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHÁ TETZAVÊ 5778:

                   São Paulo: 18h20  Rio de Janeiro: 18h06                    Belo Horizonte: 18h05  Jerusalém: 16h56
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l.
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(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
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