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FICANDO PRÓXIMO DO PAI - ROSH
HASHANÁ 5774 (30 de agosto de 2013)
“No jardim de uma pequena casa havia algumas cadeiras de
lona, nas quais as pessoas da família se sentavam para descansar e respirar o
ar fresco do verão. Mas logo aquelas cadeiras começaram a ter um novo uso. A
família havia crescido tanto que chegou um momento em que não cabiam mais todos
os filhos na pequena mesa de jantar, gerando uma grande discussão. O pai,
tentando acalmar os ânimos, falou:
- Meus queridos, a nossa mesa de jantar é pequena e não
há lugar para todos. Eu gostaria de pedir que alguns de vocês pegassem seus
pratos e sentassem nas cadeiras lá de fora. Quem estiver disposto a fazer isto
receberá como recompensa uma porção dupla de comida.
Ao escutar que receberiam o dobro de comida, todos os
filhos levantaram-se rapidamente da mesa e se dispuseram a comer lá fora.
Apenas um dos filhos permaneceu sentado. Quando o pai questionou se ele não
havia se interessado na proposta de receber o dobro de comida, ele respondeu:
- Eu não vou abrir mão de sentar ao lado do meu pai por
nenhuma porção a mais de comida. Quando eu estou ao seu lado, posso observar
seus movimentos e aprender com você, para ser como você quando eu crescer. Mas
se eu sair para comer lá fora, o que eu vou ver? Um monte de vacas e cabras
vagando pelo pasto. É isto que vai me ensinar a ser uma pessoa melhor?”
Algumas vezes aceitamos um pouco mais de prazeres do
mundo material para se afastar de D’us, o nosso Pai. Em Rosh Hashaná, mesmo que
estivemos afastados de D’us durante o ano inteiro, nos focamos em voltar para
casa, voltar ao que é correto, novamente ter D’us e Seus ensinamentos como
nosso modelo de vida e de conduta.
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Na próxima quarta feira de noite (04 de setembro) é Rosh
Hashaná, o Dia do Julgamento. É um dia especial, no qual estaremos começando as
fundações de um novo ano, com novas perspectivas de vida. Mas Rosh Hashaná
desperta alguns questionamentos. Em primeiro lugar, que intenções precisamos ter
nas Tefilót (rezas) de Rosh Hashaná? O que precisamos pedir para o novo ano? Mais
dinheiro? Sucesso no trabalho? Saúde?
Além disso, desde o começo do mês de Elul, o último mês
do ano, iniciamos a preparação para o Dia do Julgamento. Durante 30 dias acrescentamos
nas rezas da manhã e da noite o Salmo “Ledavid” (Salmo 27). Como este Salmo nos
ajuda na preparação para Rosh Hashaná?
E finalmente, no dia de Rosh Hashaná, após a leitura da
Torá, lemos na Haftará um trecho do Livro dos Profetas que conta a história de Chana,
a mãe do profeta Shmuel. Por que nossos sábios escolheram ler justamente este
trecho em Rosh Hashaná?
Nos ensina o Talmud (Rosh Hashaná 18a) que “em Rosh
Hashaná todas as criaturas do mundo passam diante de D’us como “Bnei Maron”. O
que significa a expressão “Bnei Maron”? O próprio Talmud traz três diferentes
opiniões. De acordo com a primeira opinião, são as ovelhas que, quando contadas,
passam por uma abertura estreita, uma de cada vez. De acordo com a segunda
opinião, é um local com um caminho muito estreito e um precipício dos dois
lados, por onde passa somente uma pessoa de cada vez. E de acordo com a
terceira opinião, são os soldados do Rei David, que saíam em fila para a
guerra, um de cada vez.
É interessante perceber que, na realidade, as três
opiniões expressam a mesma ideia: no dia de Rosh Hashaná, a humanidade não é
julgada toda de uma vez, como uma grande massa. Cada ser humano passa sozinho diante
do Criador no momento do seu julgamento. Mas o que isto significa? Sabemos que
D’us poderia nos julgar todos de uma vez, pois para Ele nada é impossível. Qual
a mensagem que D’us quer nos transmitir ao nos ensinar que o julgamento de cada
ser humano é individual?
Existem vários ensinamentos diferentes que podemos
aprender desta afirmação do Talmud. Em primeiro lugar, caso o julgamento fosse
coletivo, poderíamos pensar que nem tudo é verificado, talvez alguns detalhes
passam batido. Mas pelo fato de sermos julgados sozinhos, nos sentimos mais
responsáveis por nossos atos, sabemos que nenhum pequeno detalhe passará despercebido.
Nem mesmo os pensamentos e as intenções do coração são ignorados por D’us no
momento do nosso julgamento de Rosh Hashaná.
Há outro aspecto desta realidade de sermos julgados
sozinhos e não em conjunto. Quando olhamos para trás e refletimos sobre os
nossos erros, na maioria das vezes colocamos a culpa nos outros. Sempre foi o
outro quem começou o problema, sempre o outro foi intransigente. Mas no momento
do julgamento de Rosh Hashaná estamos sozinhos diante de D’us, não há mais
ninguém conosco e, portanto, não há em quem colocar a culpa. Rosh Hashaná é o
momento em que devemos assumir, de maneira madura, nossos erros e defeitos, ao
invés de buscar sempre a culpa nos outros.
Além disso, D’us também quer nos lembrar que em Rosh
Hashaná comemoramos a criação do primeiro ser humano, Adam Harishon. Mas por
que D’us o criou sozinho, não criou diretamente uma família completa? Muitos
dos erros que cometemos são porque achamos que não somos nada. Em um mundo com
bilhões de pessoas, qual a nossa importância individual? Por isso D’us criou
Adam sozinho, e nos julga em Rosh Hashaná sozinhos, para ressaltar a
importância de cada ser humano, como se cada um fosse um mundo por si só. Isto
nos dá autoestima, nos dá a certeza de que D’us se importa, de maneira direta,
com cada um de nós.
Por que lemos em Rosh Hashaná a história de Chana? A explicação mais simples é que ela foi lembrada por D’us em Rosh Hashaná e, após 19 anos casada, ela finalmente teve um filho, que se tornou um dos maiores profetas do povo judeu. Mas há uma explicação mais profunda, que conecta a história de Chana com uma característica muito importante para que nossas Tefilót possam ser escutadas por D’us.
Se Chana já estava casada há 19 anos, certamente ela já
havia rezado muitas vezes. Por que D’us não havia escutado suas preces e
súplicas até aquele momento? A resposta está na conversa que ela teve com o
marido antes de ir fazer Tefilá no Mishkan (Templo). O marido de Chana viu que
ela estava triste e questionou o motivo. Ela explicou que estava triste pois
não tinha filhos. Ele então a consolou: “Eu não sou melhor para você do que 10
filhos?” (Shmuel 1:8). Aquela frase do marido foi um grande choque para Chana. Durante
19 anos ela pensou que seu marido estava rezando junto com ela e pedindo por
filhos, mas agora tinha ficado claro para ela que seu marido não se importava
que ela não tinha filhos. Naquele dia foi a primeira vez em que Chana rezou com
a certeza de que estava completamente sozinha, havia apenas ela e D’us. E sua
Tefilá foi tão profunda, criou uma conexão espiritual tão forte, que seus
lábios se moviam mas sua voz não saia. Assim também devem ser nossas Tefilót,
em especial em Rosh Hashaná. Devemos saber que tudo depende apenas de D’us,
nossas vidas e todos os detalhes de tudo o que vai acontecer dependem apenas
Dele. A cura não depende do médico, o sucesso não depende do chefe, tudo está
no controle do Criador do Universo.
Se tivéssemos um encontro com D’us e Ele nos concedesse um
único pedido, o que pediríamos? Alguns pediriam dinheiro, outros pediriam fama,
os mais gulosos pediriam um suprimento eterno de comida e doces. David
Hamelech, no Salmo “LeDavid”, nos ensina que ele pedia algo completamente
diferente: “Uma vez eu pedi para D’us apenas um pedido: que eu possa sentar na
Casa de D’us todos os dias da minha vida” (Salmo 27:4). Mas David Hamelech não
precisava de mais nada? Certamente que precisava, como qualquer ser humano. Mas
ele sabia que quando pedimos para estarmos perto de D’us, todo o resto está
incluído.
Esta é a
essência de Rosh Hashaná. Durante o ano não nos comportamos bem. Com a correria
do nosso dia a dia, acabamos nos esquecendo de D’us. Seguimos as nossas
vontades, mesmo sabendo que não estamos fazendo o que é correto. Rosh Hashaná é
a hora de se arrepender e pedir para voltar para casa. Através do julgamento,
D’us demonstra que Ele se importa conosco. Ele quer nos dar um ano de Brachót
(Bençãos), Ele quer nos dar um ano de saúde e sucesso. Mas Ele nos pergunta:
“Para que você está pedindo mais um ano de vida? Para estar próximo de Mim,
sentado Comigo na Minha mesa, ou para passar um ano comendo lá fora, apenas
para ganhar um pouco mais de prazeres materiais?”.
Que possamos nos
preparar bem para o nosso julgamento, e que D’us possa nos escrever no Livro da
Vida e das Brachót, para termos um ano com muita saúde, com bom sustento, com
apenas boas notícias, e que finalmente seja o ano da Gueulá (Redenção Final),
na qual nos reuniremos novamente, com todos os nossos parentes e amigos, no
nosso Beit Hamikdash reconstruído.
SHETIKATEV VETECHATEM BESSEFER CHAIM TOVIM (Que sejamos inscritos e
selados no Livro da Vida)
SHABAT SHALOM e
SHANÁ TOVÁ
Rav Efraim Birbojm
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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT:
São Paulo: 17h35 Rio de Janeiro: 17h22 Belo Horizonte: 17h26 Jerusalém: 18h30
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querido e saudoso avô, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L, que lutou toda
sua vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade
judaica de Santos. Que possa ter um merecido descanso eterno.
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus
queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh
Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas
como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam
ter um merecido descanso eterno.
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha
querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido
descanso eterno.
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