quinta-feira, 10 de outubro de 2024

O DIA ÚNICO, O DIA DA PAZ - SHABAT SHALOM M@IL - YOM KIPUR 5785

BS"D
O e-mail desta semana é dedicado à Refua Shleima (pronta recuperação) de 

Avraham Yaacov ben Miriam Chava

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O e-mail desta semana é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de
Camille bat Renée z"l    
Sr. Gabriel David ben Rachel zt"l 
Sr. Avraham ben Rivka Goldberg z"l  
  

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Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, entrar em contato através do e-mail 
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YOM KIPUR 5785



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O DIA ÚNICO, O DIA DA PAZ - YOM KIPUR 5785 (11/out/24)
 
"Certa vez, na véspera de Yom Kipur, dois homens estavam tendo uma acalorada discussão:
 
- Eu sei que lhe fiz mal - um deles disse ao outro - mas estou pedindo desculpas. Por favor, me perdoe!
 
- De jeito nenhum - disse o outro - Mesmo sendo véspera de Yom Kipur, eu não lhe perdoarei. Você mentiu a meu respeito, arruinou minha reputação. A Torá não me obriga a lhe perdoar, e não irei fazê-lo!
 
Um rabino estava por perto e escutou a discussão. Ele foi até o homem ofendido e disse:
 
- Deixe-me fazer uma pergunta. O Talmud diz que Jerusalém foi destruída porque as pessoas insistiam em seguir a lei à risca, recusando-se a ceder um centímetro. Elas insistiam em ter seus direitos plenos. Mas não está escrito que o Beit Hamikdash foi destruído devido à idolatria, derramamento de sangue e adultério?
 
- Eu vou lhe dizer o que isto significa - continuou o rabino - Se as pessoas em Jerusalém tivessem passado por cima dos seus direitos, perdoando uns aos outros, então D'us os teria perdoado, apesar de terem cometido terríveis transgressões. Portanto, o que causou a queda de Jerusalém? A recusa do povo em perdoar.
 
- Dois judeus com transgressões idênticas podem chegar ao Tribunal Celestial em Yom Kipur e receber sentenças completamente diferentes - concluiu o rabino - D'us pode perdoar um, proporcionando a ele um bom ano, enquanto pode punir o outro severamente. Como pode ser isso? Aquele que está disposto a perdoar vai ser perdoado. Se a pessoa é grande e perdoa os outros, D'us a trata da mesma forma. É assim que funciona.
 
Ao escutar estas palavras, o homem se arrependeu e finalmente perdoou seu companheiro"
 
Pedir perdão e saber perdoar é a chave para um bom Julgamento Celestial. Não palavras da boca para fora. O verdadeiro perdão surge de uma generosidade espiritual, uma atitude de grandeza. É isso que D'us espera de nós.

Nesta semana o Shabat coincide com Yom Kipur, o Dia do Perdão, um dos dias mais sagrados do ano, uma data solene que marca a gigantesca oportunidade do povo judeu de confessar suas transgressões diante de D'us, com remorso pelos erros cometidos e com o compromisso de mudar, para conseguirmos limpar nossas almas.
 
Há um Tratado, chamado Yomá, que fala justamente dos detalhes de Yom Kipur. A Mishná (1:5) diz que, em preparação para o Serviço de Yom Kipur, os anciãos do Beit Din deixavam o Cohen Gadol sob os cuidados dos anciãos dos Cohanim, que o levavam a uma Câmara especial do Beit Hamikdash e o faziam prestar um juramento. Eles o faziam jurar, em Nome de D'us, que ele não mudaria nada no Serviço de Yom Kipur, e faria tudo conforme lhe havia sido ensinado pelos anciãos do Beit Din. A Mishná conclui que, após o juramento, o Cohen Gadol desviava o rosto e chorava, por ter sido considerado suspeito de ser um Tzeduki, membro de uma seita que rejeitava a Torá Oral e não seguia as instruções dos anciãos do Beit Din. Os anciãos dos Cohanim também desviavam o rosto e choravam, por terem que suspeitar que o Cohen Gadol faria tal violação. O Talmud (Shabat 97a) ensina que alguém que suspeita injustamente de uma pessoa digna merece receber uma punição corporal.
 
Mas qual era o motivo deste juramento? Na época do Segundo Beit HaMikdash, os Tzedukim promoveram mudanças impróprias nas práticas judaicas, incluindo variações no Serviço de Yom Kipur. Infelizmente, nesta época muitos Cohanim eram adeptos desta filosofia. Portanto, o Beit Din precisava estar de olho para que o Cohen Gadol não fizesse mudanças. Porém, um dos Serviços principais, a queima do incenso, era feito dentro do Kodesh Kodoshim, local onde ninguém poderia observar, e talvez o Tzeduki mudaria o Serviço de acordo com a sua interpretação equivocada. Como até mesmo os Tzedukim tinham medo de fazer um juramento falso, já que isto está explícito na Torá Escrita, isso o impedia de fazer desvios no Serviço de Yom Kipur.
 
O Rambam (Espanha, 1135 - Egito, 1204) explica, em seu livro "Mishnê Torá", que os Tzedukim seguiam a interpretação literal dos versículos que descrevem os Serviços de Yom Kipur. Ele menciona que os Tzedukim tentavam de todas as maneiras impor sua forma de fazer os Serviços, e por isso havia a necessidade do juramento. Ele também menciona a reação de choro dos envolvidos. Porém, o "Mishne Torá" é um Código de Leis, não um livro de histórias! Por que o Rambam achou necessário trazer na Halachá um evento que ocorreu apenas na época do Segundo Beit Hamikdash, um problema localizado? Não haverá nenhum Tzeduki no Terceiro Beit Hamikdash. A Mishná precisava contar o que aconteceu, pois estava descrevendo todo Serviço de Yom Kipur conforme aconteceu durante o Primeiro Beit Hamikdash e o Segundo Beit Hamikdash. Mas por que o Rambam precisa mencionar o juramento? E por que ele precisa nos dizer que eles choraram? Por que precisamos saber desses detalhes, que não tem aparentemente nenhuma aplicação prática?
 
Além disso, há uma Mishná muito interessante no Tratado Derech Eretz Raba (5:3) que diz que devemos ver cada pessoa desconhecida como se fosse um ladrão, e ainda assim honrá-la como se fosse um grande líder e sábio. Devemos dar a ele um tratamento real e uma hospitalidade cinco estrelas, e ainda assim considerar a possibilidade de que ele possa ser um ladrão. Isto quer dizer que, se uma pessoa não sabe sobre o caráter de outra pessoa, ela pode suspeitar dela e tratá-la com cautela e desconfiança. Os anciãos do Beit Din tinham todo o direito, e até o dever, de administrar o juramento e suspeitar do Cohen Gadol durante a época do Segundo Beit Hamikdash, quando a heresia dos Tzedukim era generalizada e, em especial, muito presente entre os Cohanim. O Beit Din, portanto, tinha a obrigação de suspeitar de qualquer Cohen Gadol. Então por que eles choravam?
 
A pergunta fica ainda mais forte de acordo com o Talmud (Yomá 87a), que relata que Rav, um dos maiores rabinos de sua geração, estava dando um Shiur. Então o Rabi Chiya entrou atrasado e Rav reiniciou seu Shiur. Algum tempo depois Bar Kapara chegou, também atrasado, e Rav reiniciou seu Shiur pela segunda vez. Rabi Shimon também entrou atrasado e Rav reiniciou seu Shiur pela terceira vez. Finalmente, quando Rabi Chanina entrou, Rav se recusou a iniciar seu Shiur pela quarta vez e seguiu de onde estava. Rabi Chanina ficou chateado por Rav não ter demonstrado a mesma consideração que demonstrou com os outros que chegaram atrasados. O Talmud então relata que pelos próximos treze anos Rav se dirigiu ao Rabi Chanina a cada véspera de Yom Kipur para pedir perdão. Mas por que Rav precisava pedir perdão? Ele estava certo! Ele poderia dizer ao Rabi Chanina: "Quantas vezes eu preciso reiniciar meu Shiur por causa de alunos atrasados? Recomeçar o Shiur não é uma obrigação, é uma bondade. Além disso, recomeçar tantas vezes certamente incomoda os que chegam na hora!". Se alguém está chateado conosco, mas estamos 100% certos, de acordo inclusive com os rabinos, precisamos pedir perdão? Certamente que não! Então como entender este repetido pedido de perdão de Rav?
 
O Rav Yehuda Arie Leib Alter zt"l (Polônia, 1847 - Alemanha, 1905), mais conhecido como Sfat Emet, responde com um princípio muito importante: durante o ano inteiro, se estivermos 100% certos, não somos obrigados a pedir perdão. Mas em Yom Kipur é diferente. Em Yom Kipur, somos obrigados a pedir perdão mesmo se estivermos certos e a outra pessoa estiver errada. Ele aprende isso das palavras de David Hamelech: "Os dias foram criados, e um deles é Dele" (Tehilim 139:16). O versículo é lido com a palavra "Ló" com "Vav" (לו), que significa "Dele", mas está escrito "Ló" com "Alef" (לא), que significa "não". Conforme o que está escrito, o versículo deve ser lido como "os dias foram criados, e um deles não". Rashi (França, 1040 - 1105) explica que isso se refere a Yom Kipur. Foram criados 364 dias no ano, e mais um. Yom Kipur é um dia próprio, não é um dia normal. O Yetser Hará não tem efeito sobre nós neste dia, somos como anjos.
 
Ensina o Rav Yssocher Frand que Yom Kipur precisa ser um dia de união. Nos conectamos com D'us como um povo, e precisamos estar unidos. Normalmente, quando você está certo e o outro está errado, não precisamos nos preocupar. No entanto, no Yom Kipur precisamos tentar unir o povo. Portanto, mesmo que estejamos certos, precisamos tentar apaziguar a outra pessoa para criar união. Por isso Rav procurava o Rabi Chanina sempre na véspera de Yom Kipur. Ele não precisava pedir perdão durante o resto do ano, pois ele estava certo e Rabi Chanina estava errado. Mas na véspera de Yom Kipur, quando o objetivo é remover tudo o que separa as pessoas, a missão não é ganhar perdão, e sim criar a paz. Isso também explica por que os anciãos do Beit Din choravam. Eles estavam cientes de que sua ação causou desunião no povo judeu. Suas ações, mesmo 100% corretas, causariam ressentimento no Cohen Gadol. Eles choravam por causa da separação inevitável que estavam causando no povo judeu na véspera de Yom Kipur. É por isso também que o Rambam escreveu todos os detalhes deste acontecimento da época dos Tzedukim, para ensinar que na véspera de Yom Kipur qualquer desunião não é boa.
 
A lição para todos nós é que, embora ao longo do ano possamos ter tido problemas nos nossos relacionamentos, seja com familiares, amigos, vizinhos ou qualquer outra pessoa, mesmo que estejamos 100% certos, precisamos tentar fazer as pazes para criar esta união. Em Yom Kipur somos como anjos. Entre os anjos não há inveja nem competição. Esse é o tipo de espírito que precisamos tentar promover. Deixe o passado para trás. Muitas vezes as pessoas pensam: "Estou certo, não preciso pedir perdão, é ele que precisa pedir perdão!". Isso é verdade em termos das leis de perdão e das leis de comportamento adequado entre o homem e seu semelhante. Porém, Yom Kipur não é um dia como os outros. É um dia especial, um dia que unifica o povo judeu diante de D'us. Portanto, neste dia devemos nos unir como um só povo, sem inveja, competição e nem divisões. Faça sua parte. 

SHABAT SHALOM, GMAR CHATIMÁ TOVÁ E TSOM KAL

 R' Efraim Birbojm

 

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima.
 
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l.
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Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
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