| | MENSAGEM DA PARASHÁ VAETCHANAN | | | ASSUNTOS DA PARASHÁ VAETCHANAN - Moshé implora para entrar na Terra de Israel.
- Fundamentos da Emuná.
- Obediência a D'us.
- Exílio e Retorno.
- Cidades de Refúgio.
- Repetição dos Dez Mandamentos.
- Shemá Israel.
- Mitzvá da Mezuzá.
- Perigos da Prosperidade.
- Recordando o Êxodo e transmitindo para as futuras gerações.
- Advertência contra a assimilação quando entrarem na Terra de Israel.
| | | AMOR PELAS MITZVÓT - PARASHÁ VAETCHANAN 5782 (12/Ago/22) Certo ano, não havia nem mesmo um único Etrog em toda a cidade de Berditchev. O Rav Levi Yitzchak zt"l (Polônia, 1740 - Ucrânia, 1809) estava terrivelmente perturbado por não conseguir cumprir a Mitzvá dos Arbat HaMinim na Festa de Sucót. Ele pediu aos seus alunos que ficassem atentos a qualquer pessoa vindo do mercado de Berditchev que pudesse ter um Etrog. Muitos dias se passaram, mas nenhum Etrog foi encontrado. Dois dias antes de Sucót, o Rav Levi Yitzchak foi informado que um mercador que circulava por Berditchev tinha um Etrog. O homem foi chamado e o rabino implorou para que ele permanecesse na cidade em Sucót. Seria um mérito incrível dar a centenas de judeus a oportunidade de cumprir aquela preciosa Mitzvá. No entanto, o mercador recusou, dizendo que estava longe de casa, em uma longa viagem de negócios, e que queria estar com a família para Sucót. Nenhuma bajulação ou dinheiro poderia fazê-lo mudar de ideia. - Se você ficar - disse o Rav Levi Yitzchak, desesperado - eu te prometo um lugar perto de mim no Gan Eden. O mercador aceitou na hora. Ele não era tolo, sabia reconhecer um bom negócio. Imediatamente, sem que o mercador soubesse, o Rav Levi Yitzchak enviou mensageiros por toda Berditchev, ordenando que ninguém permitisse que o mercador entrasse em qualquer Sucá. Na noite de Sucót, quando o mercador procurou uma Sucá para fazer as refeições, encontrou todas as portas fechadas. As pessoas explicaram que, por ordem do Rav Levi Yitzchak, eles não tinham permissão para deixá-lo entrar. Enfurecido, o mercador confrontou o rabino. - É assim que você retribui um favor? Sacrifiquei estar com minha família em Sucót, e você me impede de cumprir a Mitsvá da Sucá? - Somente com uma condição você poderá entrar em uma Sucá - disse o Rav Levi Yitzchak, com firmeza - Você deve me liberar da minha promessa de compartilhar o Gan Eden com você. O mercador ficou em um dilema. Ele havia sacrificado estar com a família em Sucót apenas por causa da promessa do Rav Levi Yitchak, e agora perderia os dois, pois não estaria com sua família e nem compartilharia o Gan Eden com o rabino. Porém, após muita reflexão, ele disse: - Eu o libero de sua promessa. Para mim, cumprir a Mitzvá da Sucá é mais importante do que o Gan Eden. O Rav Levi Yitzchak abraçou o mercador e o convidou a entrar na Sucá. Com um enorme sorriso, disse: - Agora você vai realmente compartilhar o Gan Eden comigo. O Gan Eden não pode ser adquirido tão facilmente. Você não tinha méritos suficientes. No entanto, agora que você estava disposto a desistir de seu Gan Eden para cumprir a Mitzvá da Sucá, você merecerá estar perto de mim no Gan Eden. | | Nesta semana lemos a Parashá Vaetchanan (literalmente "E implorou"). Moshé continuou com seus discursos de despedida, preparando o povo judeu para a entrada na Terra de Israel, alertando principalmente sobre os perigos do contato com os outros povos e a possível assimilação que poderia ocorrer, causando uma perda de identidade e colocando em risco a continuidade do povo judeu. Há algo que chama a atenção nas palavras iniciais de Moshé. Ele começou a descrever seus muitos pedidos para que D'us o perdoasse pelo seu erro de ter golpeado a pedra, anulasse o decreto e permitisse que ele entrasse na Terra de Israel. Quantas vezes ele pediu? Nossos sábios explicam que a palavras "Vaetchanan" tem valor numérico 515. Este foi o número de vezes que Moshé implorou a D'us, mas sem sucesso, pois a resposta de D'us foi negativa, já que existiam vários cálculos espirituais envolvidos nesta decisão. Rashi (França, 1040 - 1105) explica algo interessante sobre a linguagem utilizada por Moshé. A palavra "Tachanun" significa "Súplica". A linguagem "Chanun" é sempre utilizada quando se refere a um presente gratuito. Isto significa que Moshé pediu a D'us a permissão para entrar na Terra de Israel como um presente gratuito, sem levar em conta seus méritos. Porém, sabemos que Moshé era um grande Tzadik, tinha muitos méritos, uma vida inteira dedicada ao seu crescimento espiritual. Então por que ele pediu para D'us um "presente gratuito", ao invés de pedir algo em troca dos seus méritos? Além disso, por que Moshé queria tanto entrar na Terra de Israel? Explica o Talmud (Sotá 14a) que o povo judeu foi ordenado a cumprir muitas Mitzvót, mas há algumas que só podem ser cumpridas dentro da Terra de Israel, como Shemitá e Maasser. Era isso que Moshé queria, cumprir mais Mitzvót, novas Mitzvót que ele ainda não havia cumprido. Porém, se durante a vida inteira ele havia cumprido tantas Mitzvót, e tantas vezes, por que implorou tanto por mais algumas? Ele não estava satisfeito com o que já tinha construído? Na realidade, a própria pergunta é parte da resposta. Há pessoas que não se importam em perder Mitzvót. Se não conseguem chegar ao Beit Haknesset para fazer Tefilá, pensam: "Paciência, não consegui chegar". Se não conseguem colocar Tefilin, pensam: "Não tem problema, amanhã eu coloco". Se vivem fora da Terra de Israel, não ficam chateados por causa das Mitzvót que não conseguem cumprir. Moshé, ao contrário, amava as Mitzvót. Mesmo que tinha todos os seus dias repletos de Mitzvót, ele vivia com o sentimento de que a sua busca pela perfeição ficaria "manchada" caso qualquer Mitzvá estivesse faltando. Para ele, não poder entrar na Terra de Israel era desesperador. Sua vontade de cumprir todas Mitzvót o levou a implorar, como um pobre destituído, pela oportunidade de cumprir mais algumas Mitzvót. Em geral, as pessoas amam a vida no mundo material. Porém, há dois tipos de amor completamente diferentes. Há aqueles que amam o mundo material pelas possibilidades de cumprir Mitzvót e sair daqui com os "bolsos" cheios de méritos, e há aqueles que amam o mundo material pelos prazeres que ele oferece. Como sabemos diferenciar entre os dois? As pessoas que amam o mundo material pelos prazeres que ele oferece são aquelas que fazem deste mundo a principal preocupação de suas vidas. Elas estão dispostas a fazer de tudo para obter prazeres e alcançar seus desejos materiais. Porém, muitas vezes, são tão obcecadas para alcançar seus objetivos imediatos que são capazes de abrir mão de suas vidas neste mundo caso não obtenham o que desejam. Todos nós conhecemos muitos casos de pessoas que tinham tudo o que o mundo material pode oferecer, como dinheiro, prazeres, poder e honra, e ficamos surpresos quando escutamos que estas pessoas se suicidaram ou morreram de overdose. O que faltou para elas? O entendimento correto e o reconhecimento do valor verdadeiro da vida neste mundo. Para estas pessoas, a vida se resume a apenas a aproveitar os prazeres materiais, como descreve o profeta: "Vamos comer e beber, pois amanhã morreremos" (Yeshayahu 22:13). Essa é a forma "Essav" de viver a vida. Yaacov ofereceu um prato de lentilhas pela primogenitura. O que a primogenitura representava? Futuramente os primogênitos seriam os responsáveis pelo Serviço Divino. Essav disse: "De que me adianta a primogenitura se eu vou morrer?" (Bereshit 25:32). Ele vivia apenas o mundo material, o prazer imediato. Ele trocava as Mitzvót pelos desejos materiais. Yaacov, ao contrário, deu todo seu dinheiro a Essav em troca de um lugar para ser enterrado junto aos seus antepassados na Mearat HaMachpelá. Ele tinha claridade que o objetivo desta vida não eram as aquisições materiais, e sim as espirituais. Yaacov transmitiu aos seus descendentes esta forma de ver a vida. Grandes sábios do povo judeu tinham claridade de que não vieram a este mundo pelos prazeres materiais passageiros. Eles entenderam o valor de cada instante da vida em seu objetivo de construir sua eternidade. O Gaon MiVilna zt"l (Lituânia, 1720 - 1797), em seu leito de morte, começou a chorar e disse: "Como é difícil partir deste mundo, o "mundo dos atos", onde é tão fácil cumprir Mitzvót. Como o Tsitsit, que custa algumas poucas moedas e, através dele, a pessoa pode chegar a níveis espirituais elevados, a ponto de receber a Presença de D'us. Onde encontraremos isso no mundo das almas? No "Mundo da Verdade", mesmo que a pessoa faça todo o esforço do mundo para cumprir uma simples Mitzvá, não conseguirá". Mesmo no final da vida, o Gaon MiVilna demonstrou o seu amor pela vida neste mundo, o mundo das oportunidades, o mundo onde podemos cumprir Mitzvót a cada instante e instante. Para pessoas que vivem desta maneira, cada Mitzvá deixada de lado representa uma distância maior ao objetivo final: alcançar a perfeição. Portanto, a falta de cada Mitzvá é sentida por eles como a falta de um membro do corpo. Uma pessoa saudável, mas que passou pelo trauma de perder um braço, não se consola sabendo que seus outros membros são perfeitos. A falta de um braço não pode ser compensada com o bom funcionamento do resto do corpo. Da mesma maneira, para um Tzadik, não importa quantas Mitzvót ele possa ter cumprido na vida, a falta de cada uma delas é dolorosa como a falta de um membro do corpo. Grandes Tzadikim, como Moshé Rabeinu, não exigem nada em troca de suas Mitzvót. Eles sabem que as Mitzvót são sua vida, seu oxigênio. Foi por isso que Moshé pediu a D'us um "presente gratuito": a oportunidade de cumprir novas Mitzvót, de preencher a "parte do seu corpo eterno" que estava faltando. Que possamos viver desta maneira, amando as Mitzvót, aproveitando todas as oportunidades, para sairmos completos deste mundo. "Aquele que não se importa em perder tempo, sinal que não entendeu o verdadeiro valor da vida". SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima. -------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. ------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | | |
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