| | QUANTO VALE UM BOM PENSAMENTO? - PARASHAT VAIERÁ 5776 (30 de outubro de 2015) "Há muitos anos, um rabino certa vez entrou em uma pequena loja de Tel Aviv e viu que havia dois jovens, vestidos com roupas de alunos de Yeshivá, atendendo clientes. O homem descobriu que os dois rapazes eram filhos do dono da loja, e como estavam de férias, aproveitavam para ajudar o pai. Eram extremamente educados e responsáveis, e o comportamento deles chamou a atenção do rabino. O rabino perguntou ao pai dos rapazes: - Desculpe a curiosidade, mas que bom ato você fez para ter o mérito de ter filhos assim tão maravilhosos? O homem respondeu que não se lembrava de nada especial, porém o rabino insistiu, dizendo que era impossível que ele tivesse filhos tão especiais sem nenhum mérito. O homem ficou pensativo por alguns instantes e depois disse: - Lembrei-me de algo, mas acho que foi um ato pequeno. Quando eu era jovem e vivia na Rússia, certa vez consegui juntar uma quantia um pouco maior de dinheiro para Tzedaká. Perguntei para o rabino da cidade o que fazer com aquela soma, e ele me falou que havia dois estudantes que estavam começando a se destacar no estudo da Torá, e que ele gostaria de mandá-los para a Yeshivá de Slobodka, na Lituânia, onde eles poderiam crescer muito mais. Aquele dinheiro seria muito importante para eles se manterem lá por algum tempo e poderem se dedicar integralmente aos estudos. Então eu dei para o rabino o dinheiro, e depois escutei que os rapazes realmente tiveram sucesso nos estudos. - Que interessante - falou o rabino - Mas você se lembra do nome dos dois rapazes que você ajudou? - Os nomes eram Yaacov e Aharon. Se não me engano, as famílias eram Kamenetzki e Kotler..." Simplesmente aquele homem havia ajudado dois jovens estudantes de Torá a se transformarem em dois dos maiores líderes espirituais da geração passada, o Rav Yaacov Kamenetzki zt"l e o Rav Aharon Kotler zt"l. Pequenos bons atos e boas intenções podem trazer para nós mesmos, e para todo o povo judeu, muitos bons frutos (História Real). **************************************************** Nesta semana a Parashat Vaierá continua descrevendo os 10 testes de Avraham, até chegar ao teste mais difícil, a "Akeidat Itzchak", no qual Avraham teve que controlar suas emoções ao nível de estar pronto a sacrificar seu próprio filho. No final, apesar de toda a preparação de Avraham, o sacrifício não ocorreu, como está escrito: "Avraham construiu um altar, arrumou as madeiras, amarrou seu filho Itzchak e colocou-o sobre o altar... E Avraham estendeu sua mão e pegou a faca para sacrificar seu filho. E um anjo de D'us chamou-o dos céus... Então ele disse: "Não estenda sua mão contra o rapaz, não faça nada a ele, pois agora eu sei que você tem temor a D'us" (Bereshit 22:9-12). Porém, destes versículos surge uma pergunta: por que o anjo repetiu o comando a Avraham? Se ele já havia dito "não estenda sua mão contra o rapaz", por que acrescentou "não faça nada a ele"? Explica Rashi (França, 1040 - 1105) que quando o anjo pediu a Avraham para que parasse, Avraham respondeu: "Então me deixe ao menos fazer um pequeno corte no meu filho Itzchak, para que minha vinda até aqui não tenha sido em vão". É por isso que o anjo acrescentou: "Não faça nada a ele", isto é, não faça nem um pequeno corte. Neste momento o anjo exclamou: "Agora eu sei que você tem temor a D'us", pois a reação de qualquer pessoa, ao receber o aviso de que não precisava mais sacrificar seu filho, seria pular de alegria. Mas Avraham estava mais preocupado com o comando de D'us do que com suas próprias emoções. Por isso o anjo declarou como era incrível o temor a D'us de Avraham. Mas o que exatamente incomodou Avraham, que o levou a pedir ao anjo a permissão de fazer ao menos um pequeno corte em seu filho Itzchak? Responde o Rav Yechiel Tauber que todas as vezes que fazemos uma Mitzvá, recitamos uma Brachá imediatamente antes do seu cumprimento. Por exemplo, antes do acendimento das velas de Shabat recitamos "Lehadlik Ner Shel Shabat". Se Avraham estava sacrificando seu filho para cumprir um comando de D'us, e já estava com a faca na mão, então certamente já havia pronunciado a Brachá referente à oferenda de sacrifícios. E se o anjo interrompeu-o no meio, significa que Avraham pronunciou a Brachá mas não conseguiu finalizar o ato. Avraham tinha tanto temor a D'us que ficou desesperado com a possibilidade de ter feito a transgressão de pronunciar uma Brachá em vão. Por isso Avraham pediu para pelo menos fazer um pequeno corte em seu filho, para que a Brachá pudesse recair sobre algo e não fosse em vão. Mas se realmente havia o problema de uma Brachá em vão, então por que o anjo não salvou Avraham da transgressão, permitindo-o de fazer um pequeno corte em seu filho? A recompensa desta incrível Mitzvá de Avraham, de estar disposto a sacrificar seu próprio filho, foi uma transgressão? Existe um conceito transmitido pelos nossos sábios de que todo aquele que morre "Al Kidush Hashem" (santificando o Nome de D'us) tem o mérito de ir diretamente para o Olam Habá (Mundo Vindouro). Algumas gerações do povo judeu foram confrontadas com a escolha de se converter para outra religião ou morrer, e muitos conseguiram vencer o teste. Isto também se aplica a um judeu que morre em um atentado terrorista, pois ele morreu pelo simples fato de ser judeu, e isto santifica o Nome de D'us. Porém, sabemos que as Mitzvót precisam ser feitas com "Kavaná" (intenção). Alguém que cumpre uma Mitzvá "sem querer", sem saber que a está cumprindo, certamente não receberá recompensa por isso. Mas aparentemente este conceito não se aplica a todos os que morrem "Al Kidush Hashem". Por exemplo, nos casos em que terroristas suicidas entram em um ônibus lotado e matam muitos inocentes, todos os que faleceram estão incluídos entre os que santificaram o nome de D'us. Porém, quantos deles tinham realmente intenção de morrer em nome de D'us? Entendemos o mérito das pessoas que na Inquisição deram suas vidas por escolha, mas como isto se aplica àqueles que morreram em um atentado sem nenhuma intenção de dar suas vidas por D'us? Explica o Rav Ezriel Tauber que a resposta está em um incrível conceito ensinado pelo Talmud (Kidushin 40a): "D'us junta uma boa intenção a um bom ato". Isto significa que, se uma pessoa tem boas intenções mas as circunstâncias não permitem que ela faça o que pretendia, então D'us pega esta boa intenção e conecta com outro ato para que ela possa receber o mérito. Na prática como isto funciona? Muitas vezes temos boas intenções, mas não conseguimos realizá-las por motivos alheios à nossa vontade. Por exemplo, uma pessoa vai visitar um doente no hospital, mas seu carro quebra no meio do caminho. Outras vezes fazemos bons atos, mas sem nenhuma intenção. Por exemplo, quando fazemos a nossa Tefilá (reza) pensando nos negócios ou planejando as férias. D'us, em Sua misericórdia infinita, pega aquela boa intenção que não estava associada a nenhum ato e conecta com algum ato que ficou sem a intenção apropriada, dando méritos para a pessoa. Isto ocorre também a nível comunitário. O povo judeu inteiro está conectado entre si, como se fosse uma única entidade. Há uma conexão espiritual entre todos os judeus do mundo, fazendo com que os méritos dos bons atos de cada judeu também beneficiem outros judeus. Por exemplo, quando um judeu faz uma incrível doação de milhões de reais para a construção de uma sinagoga, mas exige que seu nome apareça com muito destaque, demonstra estar procurando apenas reconhecimento e honra pelo seu ato. Neste caso temos um incrível ato de doação, mas com uma intenção inadequada. Do outro lado do mundo, um judeu muito pobre está para comer seu prato de comida, que é tudo o que ele tem na vida, quando chega outra pessoa que não tem o que comer. Em um incrível ato de doação, o homem pobre divide seu prato com o outro pobre esfomeado. Neste caso foi feita uma doação pequena, de meio prato de comida, mas com uma intenção incrível, de alguém que doou metade de tudo o que tinha. Então D'us une os dois, o ato da doação da sinagoga com a intenção daquele que doou metade de tudo o que tinha, e o benefício de um grande ato com uma grande intenção vai para o povo judeu inteiro. Com este incrível conceito espiritual podemos responder nosso questionamento. Quando Avraham foi sacrificar seu filho, ele tinha a intenção perfeita de cumprir a vontade de D'us, mesmo acima de suas próprias emoções. Cada pensamento, cada ato de preparação, cada palavra da Brachá que ele pronunciou antes de sacrificar seu filho não foram em vão. Eles ficaram guardados para sempre, para os seus descendentes. Avraham teve a intenção, mas no final faltou-lhe o ato. Então todo judeu que morre "Al Kidush Hashem", mesmo que não tenha nenhuma intenção, recebe aquela Brachá de Avraham, fazendo com que seu ato fique completo e sagrado. É como se o ato de Avraham, de sacrificar seu filho para D'us, tivesse realmente acontecido, mas com um lapso de tempo, durante toda a nossa história, se materializando em cada judeu que morre santificando o nome de D'us. Cada vez que um judeu dá a vida por D'us, é como se Itzchak estivesse sendo sacrificado por Avraham sobre o altar. Aprendemos daqui o valor de cada bom ato, e mais do que isso, o valor de cada boa intenção. Podemos receber o benefício imediatamente, mas às vezes o mérito fica guardado para o futuro. Algumas vezes pode até mesmo beneficiar outras pessoas e não a nós mesmos. Um bom ato ou uma boa intenção nunca voltam vazios, sempre trazem consigo muita Brachá, para cada indivíduo ou para o povo judeu como um todo. A força dos bons atos e das boas intenções é tão grande que até hoje, quase 4 mil anos depois, ainda recebemos os benefícios dos atos de Avraham Avinu, que mesmo quando era submetido a difíceis testes, encontrava forças para cumprir a vontade de D'us. Da mesma maneira, se nos esforçarmos, nossos bons atos e intenções poderão iluminar o mundo inteiro. SHABAT SHALOM Rav Efraim Birbojm | | ************************************************************************ HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT: São Paulo: 18h58 Rio de Janeiro: 18h44 Belo Horizonte: 18h43 Jerusalém: 16h16 *********************************************************************** | | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Avraham ben Chana, Bentzion ben Chana, Ester bat Rivka, Rena bat Salk, Duvid ben Rachel, Chaia Lib bat Michle, Michle bat Enque, Miriam Tzura bat Ite, Fanny bat Vich, Zeev Shalom ben Sara Dvorah, Pece bat Geni, Salomão ben Sara, Tamara bat Shoshana, Yolanda bat Sophie, Chai Shlomo ben Sara, Eliezer ben Esther, Lea bat Sara, Debora Chaia bat Gueula, Felix ben Shoshana, Moises Ferez ben Sara, Zelda bat Sheva, Yaacov Zalman bat Tzivia, Yitzchak ben Dinah, Celde bat Lea, Geni bat Ester, Lea bat Simi, Ruth bat Messoda, Yaacov ben Ália, Chava bat Sara, Moshe David ben Chaia Rivka, Levi Itzchak ben Reizel, Lulu Chana bat Rachel, Haia Yona bat Sara, Shulem ben Chaia Sara, Daniel ben Yonit, Chai bat Rivka, Nitzchia bat Yafa. -------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. ------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Avraham ben Ytzchak, Joyce bat Ivonne, Feiga bat Guedalia, Chana bat Dov, Kalo (Korin) bat Sinyoru (Eugeni), Leica bat Rivka, Guershon Yossef ben Pinchas; Dovid ben Eliezer, Reizel bat Beile Zelde, Yossef ben Levi, Eliezer ben Mendel, Menachem Mendel ben Myriam, Ytzhak ben Avraham, Mordechai ben Schmuel, Feigue bat Ida, Sara bat Rachel, Perla bat Chana, Moshé (Maurício) ben Leon, Reizel bat Chaya Sarah Breindl; Hylel ben Shmuel; David ben Bentzion Dov, Yacov ben Dvora; Moussa HaCohen ben Gamilla, Naum ben Tube (Tereza); Naum ben Usher Zelig; Laia bat Morkdka Nuchym; Rachel bat Lulu; Yaacov ben Zequie; Moshe Chaim ben Linda; Mordechai ben Avraham; Chaim ben Rachel; Beila bat Yacov; Itzchak ben Abe; Eliezer ben Arieh; Yaacov ben Sara, Mazal bat Dvóra, Pinchas Ben Chaia, Messoda (Mercedes) bat Orovida, Avraham ben Simchá, Bela bat Moshe, Moshe Leib ben Isser, Miriam bat Tzvi, Moises ben Victoria, Adela bat Estrella, Avraham Alberto ben Adela, Judith bat Miriam, Sara bat Efraim, Shirley bat Adolpho, Hunne ben Chaim, Zacharia ben Ytzchak, Aharon bem Chaim, Taube bat Avraham, Yaacok Yehuda ben Schepsl, Dvoire bat Moshé, Shalom ben Messod, Yossef Chaim ben Avraham, Tzvi ben Baruch, Gitl bat Abraham, Akiva ben Mordechai, Refael Mordechai ben Leon (Yehudá), Moshe ben Arie, Chaike bat Itzhak, Viki bat Moshe, Dvora bat Moshé, Chaya Perl bat Ethel, Beila Masha bat Moshe Ela, Sheitl bas Iudl, Boruch Zindel ben Herchel Tzvi, Moshe Ela ben Avraham, Chaia Sara bat Avraham, Ester bat Baruch, Baruch ben Tzvi, Renée bat Pauline, Menia bat Toube, Avraham ben Yossef, Zelda bat Mechel, Pinchas Elyahu ben Yaakov, Shoshana bat Chaskiel David, Ricardo ben Diana, Chasse bat Eliyahu Nissim, Reizel bat Eliyahu Nissim, Yossef Shalom ben Chaia Musha, Amelia bat Yacov, Chana bat Cheina, Shaul ben Yoshua, Milton ben Sami, Maria bat Srul, Yehoshua Reuven ben Moshe Eliezer, Chaia Michele bat Eni, Arie Leib ben Itschak, Chaia Ruchel bat Tsine, Malka bat Sara, Penina bat Moshe, Schmuel ben Beniamin, Chaim ben Moshe Leib, Avraham ben Meir, Shimshon ben Baruch, Yafa bat Salha, Baruch ben Yaacov, Sarita bat Miriam, Michael Ezra ben Esther, Clarice Chaia bat Israel, Moshe ben Yaacov, Dov ben Michel, Alberto ben Michel, Malaka bat Chalom, Ita bat Avraham, Meir ben Avraham, Miriam bat Iechiel, Avraham ben Meir, Shirley Mary bat Avraham Israel. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | |
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