| | ASSUNTOS DA PARASHÁ PINCHÁS - A Recompensa de Pinchás.
- Ordens para Atacar Midian.
- O Novo Censo: Reuven, Shimon, Gad, Yehudá, Issachar, Zevulun, Menashé, Efraim, Biniamin, Dan, Asher, Naftoli – Total.
- Dividindo a Terra de Israel.
- Contagem dos Leviim.
- As Filhas de Tselafchad (Machlá, Noá, Chaglá, Milká, Tirtzá).
- Leis de Herança (incluindo as filhas).
- D'us mostra para Moshé a Terra de Israel e manda ele se preparar para a morte.
- Moshé pede um sucessor (com intenção de que fossem seus filhos).
- Yehoshua é escolhido para substituir Moshé.
- O Sacrificio Diário (Korbam Tamid).
- A Oferenda Adicional de Shabat (Mussaf).
- A Oferenda de Rosh Chodesh, Pessach, Shavuót, Rosh Hashaná, Yom Kipur, Sucót, Shemini Atseret.
| | | SER GRATO NOS FAZ BEM - PARASHÁ PINCHÁS 5785 (18/jul/25) Em um reino distante, havia um rei cruel, conhecido por seu temperamento impiedoso. Ele mantinha dez cães selvagens, criados para devorar qualquer súdito que o irritasse ou que cometesse qualquer tipo de deslize. Certo dia, um dos servos, que já havia servido o rei com lealdade por mais de dez anos, perdeu a cabeça e disse algo impróprio ao rei. Enfurecido pela ousadia, o rei ordenou: "Que seja imediatamente jogado aos cães!". - Majestade, imploro por apenas mais dez dias de vida! - desesperou-se o servo, caindo de joelhos - Apenas dez dias, em reconhecimento aos dez anos de serviço fiel que lhe prestei. Mesmo com o coração endurecido, o rei concordou. Seria divertido ver aquele servo desesperado com a aproximação da sua morte. Imediatamente o servo procurou o tratador dos cães e pediu permissão para cuidar pessoalmente dos animais. O tratador, embora surpreso, consentiu. O servo foi incansável naqueles dez dias. Alimentava os cães com as melhores carnes, banhava-os e proporcionava atenção, carinho e conforto. Chegado o décimo dia, o rei ordenou que o servo fosse lançado aos cães, diante de toda a população reunida na praça central do reino. Queria que a punição fosse exemplar e aproveitaria para reforçar sua autoridade absoluta. Mas, quando o servo foi atirado aos cães, algo surpreendente aconteceu. Ao invés de o atacarem, os animais se aproximaram com docilidade, lamberam-lhe as mãos e se deitaram aos seus pés, mansos como cordeiros. O povo, que conhecia a ferocidade daqueles cães, ficou atônito. E o próprio rei, perplexo, exclamou: - O que aconteceu com meus cães? Que feitiçaria foi essa que você fez? Com um sorriso tranquilo, o servo respondeu: - Nenhuma feitiçaria, Majestade. Apenas cuidei deles por dez dias. E isso bastou para que não se esquecessem o que fiz por eles. Já Vossa Majestade, a quem servi por dez anos, me condenou no primeiro erro que cometi. Fez-se um grande silêncio. O rei abaixou a cabeça, envergonhado. Percebendo a injustiça que havia cometido, ordenou que o servo fosse poupado. E decretou que os cães nunca mais fossem usados para tortura ou execução. | | Nesta semana lemos a Parashá Pinchás, que continua o assunto final da Parashá da semana passada. O líder da Tribo de Shimon, Zimri, apoiado pelos homens de sua Tribo, confrontou publicamente Moshé. Após uma praga mortal, que havia dizimado 24 mil judeus por terem cometido atos imorais com as mulheres de Midian e por terem adorado ídolos, Zimri se levantou e enfrentou Moshé, dizendo que queria se casar com Kosbi, uma princesa de Midian. Quando Moshé disse que era um casamento proibido, Zimri quis ridicularizar Moshé publicamente, questionando o fato de que ele próprio havia se casado com uma mulher de Midian, Tzipora, filha de Itró. O que Zimri esqueceu foi que o casamento de Moshé ocorreu antes da entrega da Torá, e obviamente Tzipora havia abandonado todas as idolatrias e aceitado o "jugo de Hashem" antes de se casar com Moshé. Era mais um capítulo na falta de gratidão do povo judeu com Moshé, após quase 40 anos de Messirut Nefesh pelo bem-estar do povo. A Parashá também traz outro assunto interessante: a nova contagem do povo judeu. Uma das motivações era técnica, para a divisão das terras em Israel de acordo com o número de pessoas em cada Tribo. Como a contagem incluía apenas os homens, ficou subentendido que somente os homens receberiam porções de terra. Neste momento, cinco moças Tzadikot, cujo pai havia falecido no deserto, vieram reivindicar a porção de seu falecido pai, já que elas não tinham nenhum irmão. O louvável na atitude delas é que o povo estava desmotivado, após várias transgressões e castigos, muitos querendo escolher um novo líder e voltar ao Egito. Elas, caminhando em sentido contrário, nadando contra a correnteza, mostraram o amor que sentiam pela Terra de Israel, reivindicando um pedaço de terra como herança de seu falecido pai. Moshé foi se aconselhar com D'us. Desta demonstração de coragem das cinco moças foi ensinado ao povo judeu uma nova lei: "Se um homem morrer e não tiver filho, façam com que a sua herança passe à sua filha" (Bamidbar 27:8). Isso significa que os filhos têm direito a herdar os bens dos pais e, no caso de não haver filhos, esse direito passa para as filhas. Porém, há um ensinamento dos nossos sábios que aparentemente contradiz este conceito do direito à herança. O Sefer HaChinuch (Mitzvá 400), ao tratar das leis de herança, estabelece o seguinte: "Não pense que, ao dizer que na questão da herança devemos agir conforme a Torá determinou, isso significa que um homem é ordenado por D'us a entregar seus bens a seus herdeiros em todos os casos. D'us não desejou retirar os bens de uma pessoa de seu controle por causa de seu herdeiro, de modo que ele não possa fazer com eles o que quisesse enquanto estiver vivo, como pensavam os sábios das nações". Em outras palavras, o Sefer HaChinuch está nos ensinando que embora a Torá forneça diretrizes sobre como lidar com a herança, não há obrigatoriedade de um pai deixar herança a um filho. Em vida, ele pode fazer o que quiser com seu dinheiro e com os seus bens. Como entender este ensinamento? Está na natureza de todo pai judeu preocupar-se com o bem-estar financeiro de seus filhos, dando ênfase especial na garantia da segurança deles após o seu falecimento. A explicação do Sefer HaChinuch parece ir contra o caráter inato dos pais judeus de se preocupar com o futuro dos seus filhos! O Talmud (Ketubot 49b) também traz um ensinamento que, à primeira vista, é difícil de entender. Nossos sábios afirmam que um pai só precisa se preocupar com o sustento financeiro de seu filho até os seis anos de idade. Como é possível conceber que um pai judeu espere que seu filho seja financeiramente independente aos seis anos de idade, quando a criança ainda é completamente dependente de seus pais e praticamente ainda não consegue fazer nada sozinha? Como esperar que uma criança de seis anos saia para trabalhar e consiga ganhar seu próprio sustento? E como seria nos dias de hoje, que a criança precisaria pagar a sua escola, seu seguro saúde e sua alimentação? Certamente ela seria enganada e explorada no mercado de trabalho! Como entender estes ensinamentos, tão contraditórios com a empatia, misericórdia e a bondade pregadas pela Torá? Explica o Rav Yochanan Zweig shlita que o atributo da bondade define a natureza do judeu, como ensina o Talmud (Yevamot 79a): "David disse: Há três características marcantes desta nação, o povo judeu: eles são misericordiosos, envergonhados e praticam atos de bondade". O Rav Yehuda Loew zt"l (Polônia, 1525 - República Checa, 1609), mais conhecido como Maharal de Praga, escreve que cada uma dessas qualidades foi dominada por um dos nossos patriarcas e, posteriormente, transmitida como herança a cada membro do povo judeu ao longo da história. Avraham incorporou a característica do Chessed, a bondade amorosa. Yitzchak personificou a característica do temor e reverência a D'us, que se traduz em um senso de vergonha. A qualidade marcante de Yaakov foi a misericórdia. Essas três características fazem parte do "DNA judaico". Portanto, pelas características inatas do povo judeu, não há nenhuma dúvida que um pai judeu assumirá a responsabilidade por seu filho de seis anos e continuará cuidando de todas as suas necessidades materiais, psicológicas e espirituais. Então por que o Talmud vem nos ensinar que os pais têm obrigação de sustentar seus filhos somente até a idade de seis anos? Para transmitir uma mensagem importante à criança: que ela valorize tudo o que seus pais fazem por ela, pois a ajuda financeira que ela recebe é fruto de compaixão, e não de obrigação. Compreender a motivação dos pais ao sustentá-la fortalecerá o amor da criança por eles. Assim também podemos entender o ensinamento do Sefer HaChinuch. O fato de a Torá não exigir que os pais deixem uma herança transmite aos filhos o entendimento de que aquilo que receberam de seus pais foi motivado unicamente por amor, e não por obrigação. Isso aumenta ainda mais o amor entre eles e o sentimento de gratidão. Ser grato é uma das características mais desejáveis em uma pessoa. Não há nada mais infame do que alguém que recebe bondades e não sabe reconhecer e agradecer, como a Tribo de Shimon fez com Moshé. E aquele que não é grato com as pessoas em volta certamente também será um negador de bondades em relação a D'us, cujas bondades muitas vezes vêm de forma oculta, sendo percebidas somente por aqueles que prestam atenção. Da mesma forma que um filho deve ser grato aos seus pais, pois toda a bondade que eles fazem não é uma obrigação, e sim um ato de amor, assim também devemos ser agradecidos a D'us, cujos atos são de bondade ilimitada, de doação sem receber nada em troca. D'us não tem nenhuma dívida conosco, somos nós que temos uma dívida com Ele. E, apesar de não podermos pagar nada para Ele, que ao menos possamos ser devidamente agradecidos. Além dos benefícios espirituais de sermos agradecidos, há também benefícios para o corpo. Seus efeitos positivos foram descritos em um artigo publicado por uma associação de ex-alunos da Wharton School of the University of Pennsylvania, que cita diversos estudos comprovando os benefícios de pensar pelo menos uma vez por dia em coisas pelas quais somos gratos. Um deles, feito no Massachusetts General Hospital, sugere uma relação grande entre o estado de gratidão, isto é, estar agradecido pela vida, e a melhora de doenças cardiovasculares. Em 2015, neurocientistas comprovaram que pessoas que mantinham um "diário de gratidão" por oito semanas, escrevendo diariamente coisas pelas quais estavam agradecidas, apresentaram menos problemas de saúde. Ser grato nos ajuda a dormir melhor, a ter um coração mais saudável e a evitar um quadro de depressão. Portanto, seja agradecido, reconheça as bondades que recebe, nem que seja por saúde. SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima. --------------------------------------------  Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. -------------------------------------------  Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | | |
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