| | ASSUNTOS DA PARASHÁ KI TISSÀ - Instruções Para o Censo
- O Kior (Lavatório)
- O Óleo da Unção
- O Incenso
- Os Arquitetos do Mishkan (Betzalel e Achaliav)
- O Shabat
- O Bezerro de Ouro
- A fúria de D'us
- Moshé Desce e quebra as Tábuas
- O Pedido de Moshé
- Moshé implora pelo perdão
- Visão Divina
- As Segundas Tábuas
- 13 Atributos de Misericórdia
- Primogênitos
- Moshé retorna com o rosto brilhando
| | | VALIOSOS QUANDO JUNTOS - PURIM E PARASHÁ KI TISSÁ 5785 (14/mar/25) "Durante a Segunda Guerra Mundial, quando os nazistas começaram a ocupar a Europa, a comunidade judaica enfrentava um perigo existencial sem precedentes. Após a destruição do gueto de Vilna, o destino de muitos sobreviventes era incerto. Um dos maiores desafios era que a maioria das famílias judaicas estavam dispersas pela Europa, sem recursos e com sérios riscos de extermínio. O Rav Yossef Shlomo Kahaneman (Lituânia, 1886 - Israel, 1969), o grande líder da comunidade de Ponevezh, na Polônia, já conhecido por sua liderança espiritual e educacional, enfrentou um grande dilema enquanto tentava manter viva a Torá e os valores judaicos durante a guerra. Ele havia fundado a Yeshivá de Ponevezh, uma das maiores e mais respeitadas Yeshivot do mundo. Durante a guerra, ele conseguiu fugir de Vilna e chegar a Moscou, onde foi recebido com uma grande resistência devido às condições políticas extremas da época. Mas infelizmente a Yeshivá de Ponevezh foi praticamente destruída e muitos dos seus alunos foram enviados para os Campos de concentração. O Rav Kahaneman sabia que, sem uma intervenção drástica, a Torá e o futuro de muitos jovens judeus estavam perdidos. Em uma reunião com os sobreviventes da Yeshivá e líderes comunitários, o Rav Kahaneman fez um apelo de união, independentemente das suas diferenças regionais, ideológicas ou de linhagem. Ele pediu que todos os judeus, com suas diferentes tradições, se reunissem sob o manto da Torá, para preservar o futuro espiritual do povo judeu. E ele não fez apenas um apelo verbal, mas também tomou ações concretas: começou a estabelecer laços com outras comunidades de sobreviventes e com rabinos de outras regiões para garantir a continuidade do ensino de Torá. Ele acreditava que a união de todos os grupos, apesar das dificuldades, era a chave para a sobrevivência espiritual do povo judeu. O Rav Kahaneman estabeleceu a Yeshivá Ponevezh em Bnei Brak, que se tornaria um pilar da educação judaica atual. Ele trouxe para Israel milhares de sobreviventes e se dedicou à reconstrução da Yeshivá, não apenas com os recursos materiais, mas principalmente com um forte espírito de união. Quando a Yeshivá foi reestabelecida, ela não se tornou apenas uma instituição educacional. Tornou-se um símbolo de que, mesmo em tempos de tragédia, a união dos judeus poderia trazer a salvação e renovar a vida espiritual do povo. A Yeshivá Ponevezh se tornou uma das instituições judaicas mais influentes e respeitadas, contribuindo para a formação de centenas de rabinos, líderes espirituais e estudiosos. Com uma Emuná inabalável, o Rav Yossef Shlomo Kahaneman conseguiu reunir um povo destruído pós-Holocausto e, com o espírito da Torá, conseguiu reconstruir o futuro do judaísmo." Essa história exemplifica que, mesmo em face da destruição e da dispersão, a verdadeira união, baseada no respeito mútuo e no amor pelo povo e pela Torá, é o que traz a verdadeira salvação. | | Nesta semana lemos a Parashá Ki Tissá (literalmente "Quando você contar"), que fala principalmente sobre a terrível transgressão do Bezerro de ouro. Desesperados pela demora de Moshé em descer do Monte Sinai, o povo judeu achou que Moshé tinha morrido. Eles temeram perder o contato com D'us e, por isso, quiseram criar outro intermediário entre eles e D'us. A consequência foi um decreto de destruição do povo judeu, que foi revogado apenas após Moshé intervir e rezar muito pela salvação dos judeus. A Parashá começa com outro assunto importante, que é a contagem do povo judeu no deserto, como está escrito: "Quando fizerem a contagem dos filhos de Israel, cada um dará a D'us a expiação pela sua alma quando forem contados; então não haverá praga entre eles quando forem contados" (Shemot 30:12). Rashi explica que D'us estava instruindo Moshé a fazer a contagem total do número de judeus sempre através de uma contagem indireta, nunca contando por cabeças. Como deveria ser esta forma indireta? Cada judeu deveria dar uma moeda de meio Shekel de prata e, através da contagem das moedas, seria possível saber a quantidade de pessoas. A contagem precisava ser feita com dinheiro, pois este valor doado era utilizado para a compra dos Korbanót comunitários e também para os serviços de manutenção do Templo Sagrado. Mas por que era justamente uma moeda de meio Shekel? Qual é a mensagem que a Torá está nos transmitindo? Esta Parashá também se conecta com uma das Festas mais alegres do povo judeu, a Festa de Purim, que comemoramos a partir desta quinta feira de noite (13/mar/25), na qual lembramos os grandes milagres que D'us fez para nos salvar das mãos dos nossos inimigos, na época do exílio da Pérsia-Média, após a destruição do nosso Primeiro Beit Hamikdash. No final, o sofrimento se transformou em alegrias e a escuridão se transformou em luz. A Meguilat Ester, Livro do Tanach que conta os detalhes da história de Purim, descreve o plano de Haman para trazer a "Solução Final" dos judeus, isto é, exterminá-los em um único dia. Mais uma vez na história os judeus estavam com risco de serem exterminados. Haman, um descendente de Amalek, o povo arqui-inimigo dos judeus, era um homem muito rico. Para convencer o rei Achashverosh de apoiar seu plano, ele ofereceu aumentar os cofres do rei em troca do direito de eliminar os judeus, como está escrito: "Se for do agrado do rei, que se decrete que eles sejam destruídos, e eu pesarei dez mil talentos de prata nas mãos dos que executarem a obra, para que os levem aos tesouros do rei" (Ester 3:9). Os Tossafotim, comentaristas do Talmud, no Tratado de Meguilá (16a), indicam que isso equivalia a meio Shekel de prata por cada judeu que saiu do Egito, isto é, 600 mil homens. Por que Haman ofereceu este dinheiro, e por que meio Shekel por pessoa? A explicação mais simples é que Haman temia que Achashverosh se opusesse ao extermínio dos judeus por causa da perda de receita tributária que a morte deles representaria. Para evitar essa objeção financeira, Haman procurou "adoçar" o negócio, oferecendo uma grande quantia de dinheiro aos tesouros reais. No entanto, em um nível mais profundo, nossos sábios ensinam que Haman estava tentando anular o mérito da contribuição anual de meio Shekel que os judeus faziam para os Korbanót e a manutenção do Templo. O Talmud (Meguilá 13b) afirma que, como D'us sabia que Haman ofereceria Shekalim para Achashverosh para "comprar" o direito de destruir os judeus, D'us antecipou-se à oferta de Haman, instituindo a doação de meio Shekel. O mérito da contribuição anual dos judeus com o meio Shekel acabou protegendo-os no futuro contra os desígnios malignos de Haman. Mas esta explicação do Talmud é um pouco difícil de ser entendida. O que este meio Shekel representava, que seria suficiente para que Haman conseguisse destruir o povo judeu? E quando D'us antecipou a doação do meio Shekel, por que isto trouxe méritos suficientes para salvar o povo judeu futuramente? Uma salvação tão grande não deveria depender de atitudes maiores do que a doação de uma pequena moeda? Explica o Rav Yssocher Frand shlita que, para responder estas perguntas, precisamos entender as palavras do Talmud de uma maneira um pouco diferente. O potencial de Haman para destruir o povo judeu já estava insinuado em seu pedido para o rei: "E disse Haman ao rei Achashverosh: 'Há um povo espalhado e separado entre os povos em todas as províncias do teu reino'" (Ester 3:8). "Espalhado e separado" significa que dentro do povo judeu havia desunião e separação. E somente quando há divisão e ódio gratuito dentro do povo judeu os nossos inimigos têm o poder de nos prejudicar. Quando os judeus estão divididos, são apenas indivíduos, não representam uma entidade coletiva. Quando isso acontece, perdemos nossa força. Todo o plano de Haman se baseava justamente nessa divisão da nação. Haman sabia que, quando o povo judeu está desunido, ele pode ser destruído. Por isso, D'us determinou que cada judeu deveria doar exatamente meio Shekel. O simbolismo do meio shekel é que cada judeu representa apenas uma fração da totalidade. Ele precisa se unir ao seu próximo para formar uma contribuição significativa. Um judeu não pode ser "um shekel inteiro sozinho", isso não funciona, não faz parte do nosso objetivo na vida. Nossa força está no reconhecimento de que precisamos uns dos outros, e na consciência de que devemos deixar de lado nossas pequenas diferenças para nos unirmos e formarmos um Shekel completo. Essa foi a força que, no final, salvou o povo judeu. Diante da terrível calamidade que pairava sobre eles por causa do decreto de Haman, decidiram deixar de lado as "dispersões e divisões da nação" e se uniram como uma só unidade, como um só povo. Esta não é só a história de Purim, esta é a história do povo judeu. Quando ocorreram os fatídicos ataques do dia 7 de outubro, o povo judeu estava passando por um terrível momento de ódio gratuito e desunião. Judeus se agredindo nas ruas de Israel por causa de suas diferenças ideológicas. Isso é o que os nossos inimigos esperam, pois eles sabem que quando estamos divididos, nós podemos ser derrotados. No fundo, a luta do Rav Kahaneman era para ensinar que a união do povo judeu não significava que todos precisavam ser iguais ou ter a mesma opinião. Ele enfatizava o valor do esforço coletivo. Como o conceito do meio Shekel, que cada judeu dava anualmente, algo que individualmente era pequeno, mas que formava um todo grandioso. Ele acreditava que, através da união das várias facções do povo judeu, a Torá sobreviveria e floresceria novamente. Que o espírito da alegria de Purim nos ajude a nos unirmos novamente, para que esta alegria dure para sempre. PURIM SAMEACH E SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima. --------------------------------------------  Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. -------------------------------------------  Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | | |
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor, deixe aqui a sua pergunta ou comentário sobre o texto da Parashá da semana. Retornarei o mais rápido possível.