| | MENSAGEM DA PARASHÁ KEDOSHIM | | | ASSUNTOS DA PARASHÁ KEDOSHIM - Leis de Santidade.
- Honrar os pais.
- Shabat.
- Proibição de Idolatria.
- Leis de Korbanót.
- Ajuda aos necessitados (Leket, Shichechá e Peá).
- Honestidade nos negócios.
- Não desviar a justiça.
- Ame ao próximo como a si mesmo.
- Misturas proibidas (Kilaim e Shaatnez).
- Orlá.
- Proibição de fazer tatuagem.
- Não envergonhar os estrangeiros.
- Casamentos proibidos e castigos.
| | | TIRANDO O ÓDIO DO CORAÇÃO - PARASHÁ KEDOSHIM 5784 (10/mai/24) "A Sra. Mônica estava no zoológico com Gabriela, sua querida netinha de sete anos, uma linda menininha ruiva e com o rosto todo salpicado de sardinhas vermelhas e brilhantes. Elas estavam passando o dia juntas e se divertiam muito. Em cada jaula que passavam, Gabriela parava e contemplava os animais. Quase no final do passeio, elas viram uma fila de crianças. Era uma atividade de férias do zoológico, na qual um artista pintava bichinhos no rosto das crianças. Gabriela pediu para entrar na fila, pois queria o desenho de um tigre, e a avó concordou. Porém, enquanto esperava sua vez, Gabriela escutou um menino da fila gritar bem alto: - Olha esta menina. Ela tem tantas sardas no rosto que não vai ter nem onde pintar o bichinho! Todas as crianças da fila começaram a olhar para Gabriela e dar risada. Muito envergonhada, Gabriela abaixou a cabeça. Lágrimas começaram a escorrer em seu rosto. Ao ver o que havia acontecido, a avó imediatamente ajoelhou-se perto dela e, com um lindo sorriso no rosto, disse: - Não fique triste, querida. Esse garoto é um bobo. Eu adoro suas sardas! - Mas eu detesto! - Gabriela respondeu, ainda muito triste - Os meninos sempre zombam de mim por causa delas! Que ódio, eu não aguento mais! - Quando eu era menina, sempre quis ter sardas - disse a avó, passando carinhosamente o dedo pelo rosto da netinha - Sardas são tão bonitas! Era o meu sonho ter sardas. Ao escutar aquelas palavras, Gabriela levantou os olhos e esboçou um sorriso tímido: - Você acha mesmo, vó? - Claro que eu acho - disse a avó - Diga-me uma coisa que seja mais bonita que sardas. A garotinha, olhando para o rosto sorridente da avó, respondeu suavemente: - Rugas!" Quando olhamos para os outros com os olhos do amor, não vemos o que possam ter de feio, apenas o que têm de bonito. Que nossos olhos possam ver sempre a beleza nos outros. | | A Parashá desta semana, Kedoshim (literalmente "Sagrados"), traz uma série de Mitzvót "Bein Adam Lechaveiro" (entre a pessoa e seu companheiro), tais como ajudar os necessitados, respeitar os anciões e não envergonhar os estrangeiros. Isso carrega uma lição muito importante para as nossas vidas. A verdadeira santidade não está apenas nos atos piedosos daqueles que se alongam nas Tefilót ou que todos os dias mergulham na Mikve para manterem-se sempre em estado de pureza. A Kedushá também está nos pequenos atos do cotidiano, na empatia, na capacidade de sentir a dor do próximo e de ajudar de forma mais honrosa possível antes mesmo que a pessoa precise pedir ajuda. Um exemplo do cuidado necessário com as Mitzvót "Bein Adam Lechaveiro" está na emblemática Mitzvá da Torá "Você não deve se vingar nem guardar rancor dos membros do seu povo; ame o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou Hashem" (Vayikra 19:18). Mas o que significa "se vingar" e "guardar rancor"? Será que é necessário matar um inimigo para que se configure em vingança? Será que para transgredir a Mitzvá de "não guardar rancor" é necessário não suportar nem ver a cara de uma pessoa? Rashi traz as definições destas Mitzvót: "Se Shimon disser ao seu amigo Levi: 'Me empreste sua foice' e Levi responder 'Não', e no dia seguinte Levi, que havia se recusado a emprestar a foice, pede a Shimon que lhe empreste sua machadinha e Shimon responde 'Não vou emprestar minha machadinha, assim como você não me emprestou a sua foice', isso é vingança. Mas, se Shimon disser: 'Aqui está. Eu te empresto, pois não sou como você, que não me emprestou!', isso constitui guardar rancor, pois ele mantém o ódio em seu coração, mesmo que na prática não se vingou. Porém, este ensinamento de Rashi desperta um interessante questionamento. Nesta situação, quem é pior? Será que é Levi, que foi mesquinho e não emprestou a foice quando foi inicialmente solicitado, ou Shimon, que decidiu não emprestar sua machadinha em retribuição à mesquinhez do seu companheiro? A priori diríamos que certamente Levi é o pior, pois ele fez um ato muito mais feio e condenável, negando-se a fazer uma bondade, enquanto Shimon somente reagiu à atitude mesquinha de Levi. Shimon pode até mesmo argumentar, e com alguma razão lógica: "Se ele não foi um bom vizinho para mim e não me emprestou o que eu precisava, mesmo que não perderia nada com isso, então por que eu deveria ser um bom vizinho para ele?" Então porque Rashi explica que Shimon transgrediu a proibição da Torá de "Não se vingar", enquanto Levi aparentemente não violou nenhuma proibição específica? Onde está a justiça? O que faz o ato de Shimon ser mais grave que o ato de Levi? O Rav Chizkia ben Manoach zt"l (França, 1220 - 1260), mais conhecido como Chizkuni, traz uma explicação muito interessante. Levi realmente não fez um ato bonito. A Torá exige que sejamos boas pessoas, que ajudemos ao próximo, e Levi deixou muito a desejar neste quesito ao se comportar de forma egoísta e mesquinha. Porém, apesar de não ter feito a bondade que poderia, ele não cometeu nenhuma transgressão. Por outro lado, Shimon fez algo muito mais grave. Ele transgrediu a proibição da Torá de odiar seu companheiro. O que o Chizkuni está nos ensinando? Que a falha de Levi, de não emprestar algo ao seu companheiro, não demonstra que ele tem necessariamente algo pessoal contra Shimon. Ao contrário, talvez ele goste de Shimon, mas seja apenas uma pessoa excessivamente protetora com seus objetos e, por isso, não gosta de emprestá-los. Ou talvez ele realmente é uma pessoa egoísta e mesquinha, mas se comporta assim com todas as pessoas. Ele simplesmente não se importa em fazer bondades. No entanto, Shimon é alguém que provavelmente não se incomodaria de emprestar seus objetos. Então qual é o motivo dele se recusar a emprestar a Levi? Somente por causa do seu ressentimento, que beira o sentimento de ódio. Esta é uma falha de caráter muito maior. Ser avarento é feio, é condenável, mas não é uma proibição da Torá, enquanto odiar o próximo é. Explica o Rav Yssocher Frand que desta maneira podemos entender porque a Torá foi rigorosa com Shimon. Ele guardou ódio no coração. Ele se tornou uma pessoa rancorosa, e o rancor pode levá-lo à transgressão de se vingar de seu companheiro. O ódio no coração leva a pessoa a fazer atos terríveis, e é um dos sentimentos mais negativos que uma pessoa pode sentir. O ódio fez o nosso Primeiro Beit Hamikdash ser destruído e o nosso povo ser exilado. O ódio causa desunião e enfraquece o povo judeu. Mas qual é a maneira de não sentir ódio? Levi foi mesquinho e egoísta, não se importou com as necessidades de seu companheiro. Shimon precisava muito da foice, e Levi não perderia nada emprestando. É extremamente frustrante ter um pedido negado, ainda mais quando é sem justificativa. O que Shimon poderia ter feito para lidar com este sentimento negativo? A resposta está nas palavras do versículo anterior: "Não odeie seu companheiro no seu coração. Repreenda seu companheiro e não carregue sobre si a transgressão" (Vayikrá 9:17). Se o problema é guardar ódio no coração, a solução é colocar para fora, isto é, conversar com a pessoa que nos fez mal. Quando estivermos chateados com alguém, devemos falar com a pessoa, questionar a atitude dela. Obviamente isso deve ser feito com educação e com tranquilidade, não com gritos e ofensas. Se Shimon questionasse Levi: "Por que você não me emprestou sua foice? Somos amigos, você não acha que foi mesquinho?", talvez Levi aprenderia o quanto machucou seu amigo com um ato egoísta e da próxima vez não faria mais isso. Shimon não teria guardado ódio no coração e a amizade continuaria. Ou Levi poderia até mesmo explicar o motivo pelo qual não havia emprestado suas coisas. Talvez ele tivesse alguma razão para isso. Talvez Shimon estragou algum objeto que pediu emprestado em outra situação e não quis pagar pelo dano causado. Desta maneira, Shimon teria aprendido a cuidar melhor do que é dos outros e não guardaria ódio em seu coração. Guardar ódio no coração, além de ser uma transgressão, faz mal para nós mesmos. Nos faz vermos a vida de uma forma negativa, enxergando o que as pessoas têm de ruim, ao invés de olhar as coisas de uma ótica positiva. Aprenda a olhar o mundo sob a ótica do amor, ao invés de olhá-lo sob a ótica do ódio. Desta maneira, a vida não será tão cinzenta, ela terá muito mais cores. SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima. -------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. ------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | | |
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