| | MENSAGEM DA PARASHÁ SHEMINI | | | ASSUNTOS DA PARASHÁ SHEMINI - O Oitavo Dia - Inauguração do Mishkan.
- Consagração dos Cohanim.
- A Presença de D'us desce sobre o Mishkan.
- A morte dos filhos de Aharon, Nadav e Avihu.
- Advertência contra embriaguez no Serviço Divino.
- Completando o Serviço de inauguração.
- Discussão entre Moshé e Aharon e humildade de Moshé.
- Leis alimentares (Kashrut): Animais, Peixes, Pássaros e Insetos.
| | | JUSTIÇA PERFEITA DE D'US - PARASHÁ SHEMINI 5784 (04/abr/24) Antônio estava feliz e aliviado. Ele havia acabado de receber seu salário em dinheiro e poderia pagar as contas atrasadas. Na hora do almoço, antes de passar no banco para depositar o dinheiro, ele foi dar uma volta e acabou encontrando uma bela árvore onde poderia descansar um pouco. Porém, ele acabou pegando no sono e, quando acordou, viu que estava atrasado. Levantou-se e voltou correndo ao escritório. O que Antônio não havia percebido é que o dinheiro que ele havia guardado no bolso havia caído no chão. Algum tempo depois, Roberto estava passando por aquele local e viu o montinho de dinheiro. Era um milagre! Ele estava precisando tanto daquele dinheiro para pagar suas contas. Rapidamente ele pegou aquele bolo de notas e correu ao banco para depositar todo aquele dinheiro. Finalmente, passou por ali Carlos. Ao ver aquela sombra gostosa da árvore, teve vontade de descansar um pouco e deitou-se ali. Foi naquele momento que Antônio sentiu falta do seu dinheiro. Mexeu em todos os bolsos, nervoso, mas não encontrou. Tentou pensar em como teria perdido seu dinheiro, e então lhe veio à cabeça a certeza de que havia caído no momento em que havia se deitado na árvore. Voltou correndo e encontrou Carlos dormindo tranquilamente na sombra da árvore. Mas Antônio não estava nada tranquilo. Ele chacoalhou Carlos e pediu seu dinheiro de volta. Carlos levantou assustado, não sabia se estava acordado ou em um sonho. Mas Antônio não estava para brincadeiras. Após várias recusas de Carlos, que afirmava que não havia visto nenhum dinheiro, Antônio começou a agredi-lo com socos e pontapés, até que algumas pessoas separaram a briga. Se olhássemos apenas esta cena, houve justiça? No fim das contas, Antônio ficou sem o seu dinheiro, que havia suado bastante para ganhá-lo. Já Roberto havia recebido um dinheiro sem ter feito nenhum esforço por ele. E o pior de todos foi Carlos, que apanhou sem ter feito absolutamente nada de errado! Onde está a justiça? Como entender estes tipos de situações "injustas" que testemunhamos tantas vezes em nossas vidas? Explica o Midrash que, na verdade, esta era uma reencarnação de Antônio, Roberto e Carlos. Na encarnação anterior, Antônio havia pedido dinheiro emprestado ao seu amigo, Roberto, que emprestou com alegria. Porém, quando a data do pagamento chegou, Antônio negou o empréstimo, dizendo que nunca havia pedido dinheiro emprestado. Apesar da insistência de Roberto, Antônio dizia que seu amigo havia sonhado. Sem outra opção, Roberto foi procurar um tribunal de justiça. Mas, para sua infelicidade, ele foi justamente no tribunal onde trabalhava Carlos, um juiz corrupto, que era amigo de Antônio e devia a ele muitos favores. Mesmo com todas as evidências a favor de Roberto, o juiz acabou dando ganho de causa para Antônio, sem nem mesmo apresentar os motivos para a sua decisão. A situação estava injusta, com Antônio ficando com um dinheiro indevido, Roberto perdendo seu suado dinheiro e Carlos não recebendo nenhuma punição por sua conduta vergonhosa. O que D'us fez? Colocou os três personagens de novo juntos em uma nova vida, quando tudo foi acertado. Roberto recuperou o seu dinheiro, Antônio perdeu o dinheiro que não lhe pertencia, e Carlos apanhou, por ter sido corrupto. A justiça de D'us é perfeita. | | Nesta semana lemos a Parashá Shemini (literalmente "oitavo"), que começa falando sobre a festa de inauguração do Mishkan. Os Cohanim, originalmente Aharon e seus quatro filhos, após passarem por um processo de purificação e santificação, iniciariam os Serviços espirituais oferecendo alguns Korbanot que serviam para a expiação de pecados. A partir daquele momento, qualquer um que não fosse descendente de Aharon e fizesse os Serviços do Mishkan receberia pena de morte celestial. Mas por que a Parashá tem este nome? O Rav Yaakov ben Asher zt"l (Alemanha, 1269 - Espanha, 1343) , mais conhecido como Baal HaTurim, explica que os acontecimentos relatados na Parashá aconteceram no Rosh Chodesh Nissan, o oitavo dia após os "sete dias de consagração do Mishkan", que se iniciaram a partir do dia 23 de Adar. Ele cita um Midrash no qual está descrito que Aharon e seus filhos seriam os Cohanim que serviriam de forma definitiva no Mishkan, mas que nestes sete dias de consagração foi Moshé que serviu como Cohen Gadol. Durante cada um destes sete dias, Moshé montou o Mishkan, fez todos os Serviços e desmontou. E assim Moshé explicou a situação de ter sido Cohen Gadol temporáriamente: "Pelo fato de eu ter recusado o encargo de D'us por sete dias na sarça ardente, mereci ser o Cohen Gadol por sete dias". Sobre o que Moshé estava falando? Moshé, apesar de ter sido criado na casa do Faraó, quando viu um egípcio espancando um judeu, levantou-se e matou o egípcio, escondendo seu corpo sob a areia. Porém, Moshé foi delatado, julgado e condenado à morte. D'us o salvou com um grande milagre e Moshé fugiu para Midian, onde conheceu Itró e casou-se com uma de suas filhas, Yocheved. Ele fixou sua residência em Midian e tornou-se um pastor de ovelhas. Certo dia, Moshé se afastou do resto do rebanho por causa de uma das ovelhas que havia fugido. Foi naquele momento que D'us se revelou a Moshé, através de uma sarça ardente que queimava mas não se consumia. Ele ordenou a Moshé que fosse ao Egito e libertasse o povo judeu. Porém, por sete dias consecutivos Moshé recusou a missão, apesar da insistência de D'us. Somente quando D'us ficou furioso, no sétimo dia, Moshé aceitou. Entendendo o contexto da fala de Moshé, aparentemente o Midrash precisa de esclarecimentos. A recusa de Moshé em aceitar a missão que lhe foi ordenada deveria pesar contra ele, não lhe trazer benefícios. Por que Moshé foi recompensado, tendo o mérito de servir no Mishkan como o Cohen Gadol por sete dias, por ter se recusado a cumprir sua missão? Será que se ele tivesse recusado por duas semanas, teria sido Cohen Gadol por duas semanas? Isso faz algum sentido? O Rav Simcha Zissel Ziv Broida zt"l (Lituânia, 1824 - 1898) explica de maneira brilhante este Midrash. Por que Moshé se recusou a tirar os judeus do Egito, se ele amava o povo judeu e arriscava sua vida por eles? Foi em função de sua humildade, já que ele não se achava digno de uma tarefa tão grande, e também por causa de sua incrível sensibilidade, pois ele não queria ofender seu irmão mais velho, passando por cima dele. Durante muitos anos Aharon havia sido o líder do povo judeu no Egito. Como ele se sentiria ao saber que seu irmão mais novo agora seria o líder no lugar dele? Assim, por um lado, a recusa de Moshé em aceitar a missão designada por D'us foi resultado de seus traços de caráter positivos. Por outro lado, quando D'us nos dá uma missão, certamente Ele já levou em consideração todas as implicações. Não era momento de Moshé ser humilde, era momento de aceitar o comando de D'us e imediatamente ir lutar para acabar com o sofrimento do povo judeu. Após tanta insistência de D'us, está escrito: "E a fúria de D'us se acendeu contra Moshé, e Ele disse: 'Não é Aharon, teu irmão, o Levi? Eu sei que ele certamente falará, e eis que ele está vindo em sua direção, e quando ele te ver, ele estará alegre em seu coração'" (Shemot 4:14). D'us estava garantindo a Moshé que seu irmão Aharon era tão humilde que não se sentiria mal por ter perdido a liderança, ao contrário, ficaria feliz pelo seu irmão. Mas o que chama mais a atenção neste versículo é que está escrito que a fúria de D'us se acendeu. O que isto significa? O Talmud (Zevachim 102a) explica que toda vez que o acendimento da fúria de D'us é mencionado na Torá, isto significa que a fúria de D'us foi desencadeada, isto é, significa que houve uma consequência negativa, uma punição. Mas onde está, neste versículo, a punição de Moshé? Quando D'us perguntou a Moshé "Não é Aharon, teu irmão, o Levi?", significa que Aharon estava destinado a ser apenas Levi, e não Cohen. D'us havia decidido que o sacerdócio emanaria de Moshé e seria transmitido aos seus descendentes. Porém, por causa da recusa de Moshé em aceitar sua missão, daquele momento em diante não seria mais assim, pois Aharon seria o Cohen e Moshé seria o Levi, como está escrito: "Mas quanto a Moshé, o homem de D'us, seus filhos deveriam ser chamados na Tribo de Levi" (Crônicas I 23:14). Isto é o que Moshé quis dizer quando explicou que, por causa da sua recusa por sete dias em aceitar sua missão, ele havia se tornado um Cohen Gadol por sete dias. Moshé estava dizendo que, na realidade, ele e seus descendentes deveriam ter sido Cohanim para sempre. Entretanto, como ele se recusou por sete dias a aceitar sua importante missão, o que foi algo inapropriado, especialmente pela insistência de D'us, então ele foi penalizado e só foi autorizado a ser o Cohen Gadol por sete dias, e não mais do que isso. Pelo fato de a recusa de Moshé ter sido resultado de seus nobres traços de caráter, ele foi recompensado com o mérito de ao menos por sete dias ter sido Cohen Gadol, mas como ele recusou demais, foi castigado com a pena de não ter sido Cohen Gadol por mais de sete dias. Isso nos ensina que a Justiça de D'us é muito precisa. No mesmo ato, D'us estava recompensando e castigando Moshé. Isso nos ensina a confiarmos na Justiça Divina em todos os momentos, mesmo quando a injustiça do ser humano parece prevalecer. Tudo ocorre no seu tempo certo e da forma mais justa possível, pois somente D'us tem todas as informações e detalhes necessários para que o julgamento seja perfeito. Por exemplo, às vezes D'us leva em consideração até mesmo os atos realizados em vidas passadas e cada intenção das nossas ações, informações que seres humanos normalmente não têm acesso. Por isso, mesmo em uma época na qual parece que os honestos são tolos, em um mundo tão cheio de malandragem e desonestidade, faça sempre o que é correto, pois no momento certo a justiça perfeita de D'us ficará evidente, com os malvados sendo castigados e os Tzadikim recebendo a recompensa eterna pelo seu comportamento exemplar. Sempre vale a pena ser correto. SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima. -------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. ------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | | |
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