sexta-feira, 29 de abril de 2022

MANTENDO LIMITES SAUDÁVEIS - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ ACHAREI MÓT 5782

Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, entrar em contato através do e-mail 
efraimbirbojm@gmail.com.
 
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT


PARASHÁ ACHAREI MÓT



         São Paulo: 17h21                  Rio de Janeiro: 17h09 

Belo Horizonte: 17h14                  Jerusalém: 18h42
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MENSAGEM DA PARASHÁ ACHAREI MÓT
ASSUNTOS DA PARASHÁ ACHAREI MÓT
  • Lembrança da morte dos filhos de Aharon, Nadav e Avihu.
  • O Serviço de Yom Kipur.
  • Sacrifício de animais fora do Mishkan.
  • Proibição de comer sangue.
  • Mitzvá de cobrir o sangue derramado na Shechitá.
  • Viva pelas Mitzvót
  • Não viver como os outros povos
  • Relacionamentos proibidos: Incesto, Pais, Madrasta, Irmã, Netos, Meia Irmã, Tia por Parte de Pai, Tia por Parte de Mãe, Mulher do Tio, Nora, Cunhada.
  • Idolatria de Molech
  • Outras Relações Proibidas.
  • Santidade de Eretz Israel.
BS"D

MANTENDO LIMITES SAUDÁVEIS - PARASHÁ ACHAREI MÓT 5782 (29/Abr/22)


Yaacov começou a ter bolhas em seus pés. Com o tempo, elas começaram a crescer e a se espalhar, desde a sola dos pés até os joelhos. Apesar das diversas tentativas de tratamento, a situação só piorava. Ele mal conseguia andar e as dores tornavam-se insuportáveis. Mas a notícia que acabara de receber dos especialistas era um verdadeiro pesadelo: a única solução seria a amputação dos pés. Desesperado, ele foi ao Rav Chaim Kanievsky zt"l para pedir-lhe uma Berachá. Depois de lhe contar seu problema, o rabino, com sua característica forma concisa de responder, simplesmente disse:

- Vá falar com o Rav Ovadia Yossef zt"l.

Yaacov não entendeu e questionou novamente, mas escutou exatamente a mesma resposta: "Vá falar com o Rav Ovadia Yossef". Depois disso, o Rav Chaim não disse mais nada.

"Se o Rav Chaim me mandou ir falar com o Rav Ovadia, então é isso o que eu devo fazer", pensou Yaacov, mesmo sem entender. Sem perder tempo, foi para Jerusalém. Quando estava diante do Rav Ovadia Yossef, Yaacov contou sobre sua situação desesperadora e a estranha ordem do Rav Chaim Kanievsky.
 
- Eu quero saber uma coisa - indagou o Rav Ovadia Yossef - Quando você era criança, você fazia travessuras?

- Sim, rabino. Eu fazia travessuras, como qualquer criança - respondeu Yaacov, um pouco envergonhado.

- Você já fez a travessura de colocar pedras nos sapatos de um adulto? - perguntou o rabino

- Me lembro disso - disse Yaacov, pasmo com a pergunta do rabino - Alguns colegas me ensinaram essa travessura, mas eu só fiz uma única vez. Meu pai vendia livros da Torá de casa em casa, e às vezes me levava com ele. Uma vez, estando na casa de uma família, vi sapatos na sala e coloquei dentro deles umas pedrinhas que eu tinha no bolso. Imaginei a pessoa calçando os sapatos e ficando brava enquanto caminhava, e isso me divertiu. Eu sei que foi errado, mas eu era muito pequeno. Nem me lembro na casa de quem era, foi há muito tempo. Certamente era a casa de algum rabino. Era um cliente do meu pai que comprava muitos livros.
 
O Rav Ovadia Yossef fez uma breve pausa e disse:
 
- Eu era o dono dos sapatos nos quais você colocou as pedrinhas.
 
Yaacov ficou em estado de choque, mal conseguia respirar. Ele não sabia se chorava ou se ajoelhava diante do rabino pedindo perdão. O Rav Ovadia Yossef carinhosamente colocou a mão em seu ombro e disse:
 
- Há mais de sessenta anos eu espero por este momento. Quando calcei os sapatos com as pedras, percebi que não havia sido um acidente, e a partir daquele momento quis perdoar pessoalmente quem havia feito aquilo, mas não sabia quem era. Durante muitos anos eu pedi a D'us que me deixasse conhecer a pessoa que fez isso, para que eu pudesse dizer a ela que eu a perdoava de todo meu coração, para que ela não fosse punida por isso. O que parecia impossível se cumpriu, pois para D'us nada é impossível.

O rabino Ovadia Yossef colocou as mãos na cabeça de Yaacov e disse: "Machul Lach! Machul Lach! Machul Lach!" (Eu te perdoo, eu te perdoo, eu te perdoo). O corpo de Yaacov tremia e do seu rosto escorriam lágrimas. Imediatamente após sua visita à casa do Rav Ovadia Yossef, as bolhas em seus pés começaram a desaparecer. As dores pararam e, após alguns dias, ele estava completamente curado. Os médicos não sabiam explicar, mas Yaacov havia entendido tudo: passar os limites do respeito ao próximo pode ser extremamente perigoso.

Nesta semana lemos a Parashá Acharei Mót (literalmente "Depois da morte"), que começa recordando a morte dos dois filhos mais velhos de Aharon HaCohen, Nadav e Avihu, no dia da inauguração do Mishkan. Logo depois a Parashá fala sobre a proibição do Cohen Gadol de entrar no Kodesh Hakodashim sem autorização. Além disso, a Parashá também ensina sobre relacionamentos proibidos. Qual é a conexão entre estes assuntos?
 
O "fio" que conecta estes assuntos é a questão da intimidade. Todas as nossas características têm um lado positivo e um lado negativo. Obviamente que a intimidade tem um lado positivo, que é o envolvimento entre as pessoas, a perda da vergonha que mantinha as pessoas afastadas. Porém, há um lado extremamente negativo na intimidade, que é a quebra de regras de distanciamento que não poderiam ser quebradas.
 
Um primeiro exemplo é o cuidado que devemos ter em não nos acostumarmos com aquilo que é sagrado. O respeito aos limites é primordial para que algo continue sendo sagrado. Quando nos acostumamos, normalmente acabamos perdendo um pouco do respeito que sentíamos. É por isso que tantas pessoas acabam se comportando dentro de uma sinagoga, um lugar sagrado, como se estivessem no sofá de suas casas.
 
Outro exemplo ocorre na vida familiar. Quando o assunto é a intimidade dentro de um lar, isso não significa que não existem limites mesmo dentro da família. A Torá nos ensina que entre pais e filhos deve haver limites, o que fica evidente em alguns detalhes da Mitzvá de respeitar os pais, como respeitar o lugar onde o pai senta, não entrar no quarto dos pais sem bater na porta e falar com eles sempre de maneira extremamente respeitosa, mesmo quando estão errados. E tudo isso também está ligado ao conceito da santidade.
 
Isso explica muitos problemas familiares em nossa geração. Achamos que somos tão íntimos que podemos fazer ou dizer o que quisermos, mas isso é um grande erro, que pode causar muitos atritos dentro de casa. Uma das fontes de santidade de uma casa é justamente a harmonia. Quando não há Shalom Bait, a paz familiar, automaticamente a Presença de D'us se afasta do local e a santidade diminui.

As regras de distanciamento dentro da família não podem diminuir o carinho necessário dentro de um lar. Porém, ao mesmo tempo, deve-se manter uma distância saudável, conforme previsto pela Torá. O equilíbrio é, portanto, a chave para o Shalom Bait. Cada um deve conhecer seus limites e os limites do próximo, para que possamos respeitar e sermos respeitados. É um grande equívoco o casal achar que, após o casamento, poderá se comportar e falar como quiser um com o outro.

A intimidade equivocada foi justamente o que levou os filhos de Aharon à morte. Eles eram pessoas extremamente elevadas espiritualmente. Porém, isso causou com que eles se sentissem tão "íntimos" do Criador a ponto de decidirem sozinhos como e quando deveriam fazer seus Serviços no Mishkan. A Torá nos ensina que eles foram castigados de forma muito dura, para nos ensinar que, apesar de serem os filhos de Aharon HaCohen e estarem o tempo todo conectados com a santidade, ainda assim eles não podiam fazer o que desejassem. Mesmo que suas intenções fossem as mais puras, eles deviam respeitar as regras e limites.

É por isso que, logo após relembrar da morte dos filhos de Aharon, a Parashá ensina que o Cohen Gadol não podia entrar no Kodesh Hakodashim a qualquer momento. Apesar do seu nível espiritual acima do resto do povo, ainda assim o Cohen Gadol deveria respeitar as regras, para preservar a conexão com a santidade.

Muitas pessoas pensam que as regras de distanciamento criam um ambiente frio e sem sentimentos. Porém, a verdade é que justamente o contrário acontece. Regras coerentes preservam os sentimentos de cada um, criando um ambiente ainda mais caloroso e agradável. Muitas amizades terminam quando as pessoas ultrapassam os limites saudáveis. Amigos falam de forma ofensiva, achando que a intimidade justifica este tipo de atitude. Ser íntimo não significa que podemos dizer ou fazer ao próximo o que bem entendemos.

Nossa Parashá também traz uma lista de relacionamentos proibidos, sendo a maioria deles o relacionamento íntimo entre parentes próximos. D'us nos ordena a preservarmos a santidade através do distanciamento correto. Na Parashá Kedoshim, lida na próxima semana, isso é ensinado de maneira interessante. A Parashá também traz uma lista de relacionamentos proibidos, e um dos versículos descreve a proibição do relacionamento íntimo entre irmãos: "E um homem que tomar sua irmã... e vir a nudez dela, e ela vir a nudez dele, é um 'Chessed', e eles serão exterminados" (Vayikrá 20:17). A palavra "Chessed" é normalmente traduzida como bondade. Por que o versículo utiliza esta linguagem ao se referir a um ato abominável de intimidade proibida?
 
Explicam nossos sábios que fazer Chessed significa derrubar os limites que nos afastam das outras pessoas. Quando derrubamos os limites, enxergamos os outros como sendo parte de nós mesmos e, desta maneira, despertamos a nossa vontade de ajudar o próximo. Porém, há limites para a quebra do distanciamento entre as pessoas. Quando as regras não são respeitadas e todas as barreiras são quebradas, cria-se uma intimidade desrespeitosa, como o relacionamento íntimo entre dois irmãos. O "Chessed", neste caso, é um desequilíbrio.
 
O ensinamento que fica da nossa Parashá é que as regras existem para nos ajudarem, os afastamentos existem para nos unir de forma saudável e construtiva, os limites nos ajudam a não perder o respeito pelas pessoas e pelos lugares sagrados. Intimidade, como qualquer característica, deve ser equilibrada. Devemos nos sentir próximos dos outros, mas sem nunca diminuir o respeito que sentimos por eles.
 

SHABAT SHALOM
 

R' Efraim Birbojm

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l.
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