| | | | | VÍDEOS DA PARASHÁ KI TAVÔ |  | | | ASSUNTOS DA PARASHÁ KI TAVÔ - Primeiros Frutos (Bikurim).
- Declaração pela separação dos Dízimos.
- Relacionamento de D'us e o povo judeu.
- O novo pacto: as pedras escritas.
- Tornando-se uma Nação.
- A Brachá e a Klalá.
- A Brachá pela obediência.
- A Klalá pela desobediência.
- O Pacto.
- O discurso final de Moshé.
| | | | A ALEGRIA DE FAZER O QUE É CERTO - PARASHÁ KI TAVÔ 5781 (27 de agosto de 2021)
"Berale, um judeu muito pobre, encontrou um envelope com R$ 700,00. Na sinagoga onde ele rezava, ele viu um aviso dizendo que Chaim, um congregante muito rico, havia perdido um envelope com dinheiro e estava oferecendo R$ 100,00 de recompensa para quem devolvesse. Berale poderia ter ficado com todo o dinheiro, pois o ajudaria por muitos meses, enquanto para Chaim não faria falta. Porém, ele sabia que seria errado, pois temos a Mitzvá de devolver um objeto perdido. Apesar do grande teste, Berale estava feliz de cumprir a Mitzvá. Além disso, aquela recompensa já seria uma grande ajuda. Entregou o dinheiro para Chaim, que agradeceu muito, abriu o envelope e contou o dinheiro. Ele então virou-se para Berale, que esperava sua recompensa, e disse:
- Vejo que você já pegou sua recompensa.
Berale, assustado, não entendeu o que Chaim estava dizendo.
- É simples. Este envelope tinha R$ 800 quando eu o perdi - disse Chaim - Se tem agora apenas R$ 700,00, significa que você já pegou sua parte. Então não estou te devendo mais nada! Passe bem.
Berale ficou muito irritado. Ele havia percebido pelo tom sarcástico que Chaim havia procurado uma desculpa apenas para não pagar a recompensa prometida. Revoltado, exigiu que Chaim fosse com ele apresentar o caso diante do rabino da cidade. Chaim, que era um homem muito influente, concordou. Cada um contou a sua versão da história e Chaim, ao concluir suas palavras, disse em tom desafiador:
- Rabino, você conhece minha honestidade. Tenho certeza que você acredita em mim!
O rabino pensou por alguns instantes e entregou o envelope nas mãos de Berale, dizendo que o dinheiro era dele.
- O que você está fazendo? - gritou Chaim - você não acredita em mim?
- Claro que eu acredito em você - respondeu o rabino - Você é um homem honesto, e se você diz que o envelope que você perdeu tinha R$ 800,00, eu acredito. Por outro lado, também acredito em Berale, pois se ele fosse mentiroso e ladrão, não teria devolvido o envelope que encontrou. Se você afirma que seu envelope continha R$ 800,00, mas ele afirma que encontrou um envelope com R$ 700,00, isto significa que o envelope encontrado não é o seu, deve ser de outra pessoa. Se o dono se apresentar, receberá o dinheiro de volta. Enquanto isso, ele pertence ao homem que o encontrou. Quanto ao seu dinheiro, só temos que esperar até que alguém encontre seu envelope com os R$ 800,00 e devolva".
Quando fazemos o que é correto, somente ganhamos com isso. Não há alegria maior do que saber que estamos fazendo o que D'us quer de nós. | | | Nesta semana lemos a Parashá Ki Tavô (literalmente "Quando você vier"). Moshé, em seus discursos finais, continuou preparando o povo judeu para a iminente entrada na Terra de Israel. Em primeiro lugar ele ressaltou algumas Mitzvót que somente poderiam ser cumpridas após a conquista e a divisão de Israel entre as Tribos, como a Mitzvá de Bikurim (Primícias). A Parashá também se alonga nas Brachót (Bênçãos) e Klalót (maldições), profetizadas por Moshé, que recairiam sobre o povo judeu caso eles andassem ou se desviassem dos caminhos de D'us. Infelizmente vimos o cumprimento trágico de muitas das Klalót descritas na Parashá em diferentes épocas da história do povo judeu, justamente quando nos assimilamos e abandonamos a nossa identidade judaica. Por outro lado, também já vimos muitas das Brachót se cumprirem nas épocas em que o povo judeu se conectava com a Torá e vivia de maneira mais espiritualizada.
A Mitzvá de Bikurim nos leva a uma interessante reflexão. Depois de meses cultivando a terra, o agricultor esperava ansiosamente por uma boa colheita, para poder ter benefício dos frutos do seu esforço. O apetitoso sabor da primeira tâmara colhida, após tanto investimento de dinheiro e esforços, é inesquecível! Porém, a Torá nos ordena separar os primeiros frutos e entregá-los a D'us, através do Cohen. E, ao final do trecho que ensina esta Mitzvá, a Torá diz que devemos nos alegrar, como está escrito: "E você deve se alegrar com tudo o que Hashem, seu D'us, deu para você e para toda a sua família" (Devarim 26:11). Isto significa que devemos estar alegres de poder entregar a D'us os nossos primeiros frutos. Porém, se D'us quer nos ver alegres, Ele não deveria ter nos permitido comer aqueles primeiros frutos? A alegria não seria muito maior desta maneira?
Um paralelo desta aparente contradição de sentimentos seria uma pessoa que, após horas de trabalho, resolveu fazer uma parada para almoçar. Para ele, o horário do almoço era algo sagrado. Naquele dia ele tinha trazido algo especial para o almoço, um sanduíche de queijo importado. Acompanhado de uma bebida gelada, seria o paraíso na Terra. Sentou-se em um parque tranquilo e preparou-se para a incrível experiência gastronômica. Porém, enquanto desembrulhava seu sanduíche, percebeu que alguém observava sua refeição. Um mendigo faminto olhava para o sanduíche como se fosse um tesouro. O homem tentava desviar sua atenção do mendigo e voltar-se ao sanduíche delicioso, mas sua consciência não permitia. Desesperado, foi derrotado por seu piedoso coração e acabou dando o sanduíche ao mendigo, que em segundos o devorou, quase sem mastigar. Por um lado, o homem estava feliz por seu bom ato, por ter alimentado aquele mendigo faminto. Mas será que ele não sentiria um prazer ainda maior comendo seu almoço caprichado, ao invés de entregá-lo ao mendigo?
Além disso, a Mitzvá de Bikurim levanta outros questionamentos. A Torá nos ensina que somos obrigados a dar os primeiros frutos "ao Cohen que estiver naqueles dias" (Devarim 26:3). Parece que as palavras "que estiver naqueles dias" são supérfluas. A Torá não deveria ter dito apenas que deveríamos dar os Bikurim ao Cohen? Já não seria óbvio que isso se referiria aos Cohanim que estivessem em cada época, e não a um Cohen em especial?
Igualmente difícil é a forma como a Torá descreve o relacionamento da pessoa que traz os Bikurim com o Cohen que os recebia. Após trazer os primeiros frutos para o Cohen, o proprietário declarava: "Eu declaro hoje a Hashem, seu D'us, que vim para a terra que D'us jurou aos nossos antepassados que nos daria" (Devarim 26:3). Por que o proprietário diz "seu D'us", e não "meu D'us" ou "nosso D'us"?
Existiam 24 "Matonot Kehuná", isto é, presentes que o povo judeu tinha obrigação de dar aos Cohanim, entre eles os Bikurim. Explica o Ramban (Espanha, 1194 - Israel, 1270) que existem dois componentes envolvidos em dar presentes aos Cohanim. O primeiro obviamente é garantir que os Cohanim tenham o suficiente para se sustentar, já que não receberam terras e dedicavam a vida apenas para oferecer suporte espiritual ao povo.
No entanto, há um segundo componente, que é o benefício do próprio doador. Ter um relacionamento com o Cohen era uma experiência elevada, pois conectar-se com o Cohen, um representante de D'us, também servia para estreitar nosso relacionamento com D'us. Os presentes são, portanto, um meio através do qual criamos esse vínculo com o Cohen e, em última instância, com D'us. O versículo faz uma referência deste conceito ao registrar a declaração que o proprietário de terras fazia ao Cohen: "Eu declaro a Hashem, seu D'us", sugerindo que existe uma relação especial entre o Cohen e D'us. É a essa relação que o proprietário desejava se conectar.
Explica o Rav Yohanan Zweig que na época da entrega da Torá, o Cohen Gadol era Aharon, enquanto os Cohanim eram seus filhos Elazar e Itamar, pessoas em um nível espiritual muito elevado. Seria possível pensar que, por causa da queda das gerações, os Cohanim das futuras geração já não poderiam oferecer ao povo judeu a conexão com D'us que eles desejavam e, portanto, eles poderiam deduzir que estavam isentos de dar presentes para eles. Portanto, a Torá quis enfatizar que as futuras gerações também estariam obrigadas a dar presentes "ao Cohen que estiver naqueles dias", pois essa relação que levava a D'us ainda poderia ser alcançada.
A Torá, apesar de ter sido entregue há mais de 3.300 anos, se mostra atual e nos traz soluções para os problemas modernos. Estamos em uma geração que vive com abundância e com todos os tipos de prazer. Nas prateleiras do supermercado podemos encontrar centenas de opções de cada produto. Nas tecnologias disponíveis para facilitar nossa vida também há muita fartura. Porém, somos uma geração mais feliz e preenchida do que as gerações anteriores? Nunca a depressão e a tristeza estiveram tão presentes em nossas vidas. A Torá está nos ensinando, através da Mitzvá de Bikurim, o segredo para uma vida feliz. A sensação de agir da forma certa é a maior alegria que podemos ter. A satisfação trazida por uma ação correta nos oferece um estado de espírito inigualável. Esta também é a dica para um crescimento espiritual feliz e saudável.
O prazer de ver um mendigo satisfeito e o alívio de ter conseguido agir corretamente faz com que o homem se sinta feliz e realizado, mesmo ficando sem seu sanduíche. O prazer duradouro de devolver um objeto encontrado é certamente maior do que o proveito passageiro que poderíamos ter com aquele objeto. O prazer de dar presentes aos Cohanim, mesmo sendo coisas que gostamos e queríamos para nós, nos conecta a D'us e nos preenche muito mais do que qualquer prazer material. Este é o segredo da felicidade, pois não há na vida travesseiro melhor para dormir bem do que uma consciência limpa e tranquila.
Que sejamos inscritos e selados no Livro da Vida
SHABAT SHALOM
R' Efraim Birbojm | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima. --------------------------------------------
 Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. -------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | | | |
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