| | VÍDEO DA PARASHÁ DEVARIM | | | VÍDEO DE TISHÁ BE AV | | | ASSUNTOS DA PARASHÁ DEVARIM - Moshé começa a relembrar principais acontecimentos.
- Bronca "encoberta" de Moshé.
- Apontando juízes sobre o povo.
- Episódio dos espiões.
- Encontro com Essav (Terra de Seir).
- Encontro com Moav.
- Encontro com Amon.
- A conquista de Og.
- A herança das Tribos de Reuven, Gad e metade de Menashe.
| | | NÃO PERCA O FOCO - PARASHÁ DEVARIM E TISHÁ BE AV 5781 (16 de julho de 2021) David, um jovem frequentador da sinagoga, foi falar com o rabino. Com o semblante bastante carregado e visivelmente incomodado, ele disse que não pretendia nunca mais voltar naquela sinagoga. - Mas por que? - perguntou o rabino, assustado - O que aconteceu de tão grave? - Não aconteceu nada grave, mas cansei desse lugar - respondeu David - Há um frequentador que está sempre falando mal dos outros. Há outro frequentador que não sabe conduzir a Tefilá. Mas o pior são as pessoas que, durante a Tefilá, ficam olhando o celular. Isso apenas para citar alguns exemplos, entre tantas e tantas coisas erradas que eu vejo as pessoas fazendo nesta sinagoga. Não aguento mais ver isso toda vez! - Ok, se você quer ir embora, não vou te impedir - disse o rabino, com serenidade - Mas antes quero que você me faça um último favor. Pegue uma colher cheia de água e dê três voltas pela sinagoga, quando estiver lotada, sem derramar nenhuma gota de água no chão. Depois disso, você pode ir embora. David não entendeu o que o rabino queria. Porém, em respeito, fez o que ele pediu. David esperou pelo momento no qual a sinagoga estava cheia e deu as três voltas segurando uma colher cheia de água, concentrado para que nenhuma gota caísse. Quando terminou, o rabino perguntou: - Quando você estava dando as voltas, por acaso você viu algum judeu falando mal dos outros? Talvez você viu se a pessoa que estava conduzindo a Tefilá rezou direito? Ou você percebeu alguém olhando o celular? - Não vi nada disso - respondeu David. - Sabe por que? - concluiu o rabino - Pois você estava focado na colher, para não derramar a água. O mesmo ocorre em nossas vidas. Quando mantemos o foco em cumprir nossos objetivos espirituais, então não temos tempo para ver os erros dos outros. Se você está enxergando tantos erros nos outros, é sinal que perdeu completamente o foco. Isto significa que o problema não está nos outros, está em você mesmo. | | Nesta semana começamos o último livro da Torá, Devarim, que traz os discursos finais de Moshé Rabeinu antes do seu falecimento e da entrada do povo judeu na Terra de Israel. E na Parashá desta semana, Devarim (literalmente "Palavras"), Moshé dá uma bronca no povo por alguns erros que eles cometeram durante os 40 anos em que permaneceram no deserto. Um dos erros que Moshé chamou a atenção do povo foi o envio dos espiões, quando estavam prestes a entrar em Israel. Dos 12 espiões enviados, 10 voltaram falando mal da terra, afirmando ser impossível conquistá-la, pois as cidades eram extremamente fortificadas e eram habitadas por gigantes. A consequência foi que o povo inteiro chorou em vão, dizendo: "D'us nos tirou do Egito por ódio, para nos matar no deserto". Mesmo após tantos milagres e bondades de D'us, o povo judeu não soube reconhecer e agradecer. D'us então disse ao povo judeu: "Hoje vocês choraram sem motivo. Darei para vocês, nas futuras gerações, motivos para chorar". Este dia era Tishá Be Av. Talvez este é um dos motivos pelo qual sempre lemos a Parashá Devarim antes de Tishá Be Av, que neste ano começa logo após o término do Shabat (17 de julho). É um dia de choro e de luto, no qual nos abstemos de comer e beber, de vestir sapatos de couro, de relações maritais, de nos lavarmos por prazer e de passarmos óleo e cremes no corpo. Além de nos enlutarmos também por outras tragédias, choramos em especial pela perda dos nossos dois Templos Sagrados, que foram destruídos exatamente em Tishá Be Av, conforme D'us havia profetizado que teríamos realmente motivos para chorar neste dia. Este choro já se estende por quase dois mil anos. Por que não conseguimos ainda ter méritos para nos alegrarmos com a reconstrução do nosso Templo Sagrado? Para responder esta pergunta, precisamos entender os motivos que levaram à destruição do nosso Templo. O Talmud (Gitin 55b) descreve muitos detalhes das tragédias que ocorreram na época da destruição dos dois Templos Sagrados. Dois judeus, Kamtza e Bar Kamtza, são identificados como os responsáveis pela destruição de Jerusalém. O Talmud descreve com detalhes o incidente envolvendo estes dois judeus, que culminou com a destruição de Jerusalém e do Segundo Templo. Um indivíduo organizou uma festa e enviou seu empregado para convidar Kamtza, seu amigo. No entanto, o empregado cometeu um grande equívoco e convidou Bar Kamtza em seu lugar, alguém que era inimigo do dono da festa. Bar Kamtza foi à festa, talvez entendendo que o anfitrião queria fazer as pazes. Porém, quando o anfitrião viu Bar Kamtza sentado entre seus convidados, ele proclamou: "Por acaso este homem não é inimigo daquele homem? O que você está fazendo aqui?". Apesar de Bar Kamtza ter implorado para não ser humilhado publicamente, o anfitrião o expulsou da festa de maneira vergonhosa, diante de todos os outros convidados, que também nada fizeram. O Talmud relata que, para se vingar de sua humilhação pública, Bar Kamtza foi às autoridades romanas e caluniou os judeus, o que acabou resultando na trágica destruição de Jerusalém. Porém, este incidente desperta muitos questionamentos. Em primeiro lugar, segundo o Talmud (Yoma 9b), o Segundo Templo foi destruído como resultado do "Sinat Chinam", o "ódio gratuito e infundado". Mas o que significa um "ódio gratuito e infundado"? Normalmente, todo ódio que uma pessoa sente é tem algum motivo por trás, como uma briga ou um desentendimento. A menos que a pessoa tenha tendências psicopatas, por que alguém odiaria outra pessoa sem motivos? Então o que significa o termo "ódio gratuito e infundado"? Além disso, qual é a relação entre o incidente de Kamtza e Bar Kamtza, trazido por uma fonte do Talmud como sendo o motivo da destruição do Segundo Templo, e o ódio infundado, o motivo trazido por outra fonte do Talmud? O Talmud indica que já havia algum problema entre o anfitrião e Bar Kamtza, tanto que o convite ocorreu apenas por um equívoco do empregado. Se já existia uma briga e algum motivo de descontentamento anterior, por que este incidente está relacionado com o "ódio infundado" que destruiu o Templo? Também nos chama a atenção a reação do dono da festa. Ao se deparar com Bar Kamtza, ele disse: "Por acaso este homem não é inimigo daquele homem? O que você está fazendo aqui?". Esta reação requer uma reflexão. O entendimento mais superficial destas palavras é que o anfitrião se refere a si mesmo em terceira pessoa, identificando Bar Kamtza como sendo seu inimigo. Porém, por que o anfitrião se referiria a si mesmo na terceira pessoa, como "aquele homem", ao invés de simplesmente dizer "Este homem é meu inimigo"? Além disso, se este é um exemplo de ódio infundado, a reação do dono da festa deveria ter sido mais visceral e explosiva. Mas aparentemente o homem foi extremamente comedido e falou inclusive em um tom "filosófico" e racional. O ódio não deveria fazer a reação ter sido mais violenta? Finalmente, por que Kamtza e Bar Kamtza são apontados pelo Talmud como os responsáveis pela destruição de Jerusalém? O dono da festa não deveria ter sido responsabilizado no lugar de Kamtza? Afinal, o que Kamtza fez de errado, além de ter um nome parecido com Bar Kamtza? Explica o Rav Yochanan Zweig que realmente uma pessoa normal geralmente não nutre sentimentos de ódio por outro ser humano a menos que perceba que aquele indivíduo a prejudicou de alguma maneira. No entanto, há uma exceção a esta regra, algo que, infelizmente, já dividiu muitas comunidades judaicas em todo o mundo: a percepção de que os amigos de uma pessoa não podem se associar aos inimigos dela, pois isto seria visto como um ato de traição. A pessoa espera que seus amigos sintam o mesmo desdém que ela sente por seus inimigos, isto é, que odeiem seus inimigos simplesmente porque ela os odeia, que "comprem sua briga", mesmo que não tenham nada a ver com a história. Isso é "Sinat Chinam", um ódio sem nenhum motivo. Desta maneira podemos entender o que o Talmud está nos ensinando. A disputa original era entre Kamtza e Bar Kamtza, conforme indicado pela reação do anfitrião: "Por acaso este homem (Bar Kamtza) não é inimigo daquele homem (Kamtza)?". O anfitrião não estava se referindo a si mesmo na terceira pessoa, ao contrário, ele estava se referindo ao seu amigo Kamtza. Portanto, o anfitrião não reagiu emocionalmente e de forma explosiva, e sim com a compreensão intelectual de que, sendo Bar Kamtza inimigo de seu amigo Kamtza, ele também deveria odiar Bar Kamtza. É por esta razão que o Talmud afirma que Jerusalém foi destruída por causa de Kamtza e Bar Kamtza. Foi a disputa deles, juntamente com a insistência de Kamtza para que seus amigos "comprassem sua briga" e não se associassem ao seu inimigo Bar Kamtza, que causou o ódio no dono da festa. Um ódio gratuito e infundado, pois Bar Kamtza nunca havia feito nada de mal ao anfitrião. Se quase dois mil anos se passaram e não tivemos o mérito de reconstruir o nosso Templo Sagrado, isso é sinal de que ainda não conseguimos consertar este ódio gratuito. O ódio gratuito está em comprarmos brigas que não são nossas, em tomar partidos em discussões que não nos dizem respeito. O ódio gratuito está em perdermos o foco, pois ao invés de prestarmos atenção nos nosso próprios erros e defeitos, prestamos atenção nos erros e defeitos dos outros. Somente quando estivermos mais preocupados com os nossos objetivos e com o conserto dos nossos próprios erros é que estaremos dando a nossa verdadeira contribuição para a reconstrução do nosso Templo Sagrado. Que seja em breve. SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania, Mara bat Chana Mirel, Dina bat Celde, Celde bat Lea, Rivka Lea bat Nechuma, Mordechai Ben Sara, Simcha bat Shengle, Chaia bat Yehudit. -------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. ------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l, Shlomo ben Salha z"l, Yechiel Mendel ben David z"l, Faiga bat Mordechai HaLewy z"l, Reuven ben Alexander z"l, Mechel ben Haim z"l, Yaacov ben Israel z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | | |
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