| | VÍDEO DA PARASHAT TOLDÓT | | | POR AMOR A D'US - PARASHAT TOLDÓT 5780 (29 de novembro de 2019) Há cerca de 300 anos ocorreu uma forte seca em toda a Europa e não estavam sendo encontrados etroguim para cumprir a Mitzvá dos Arbat HaMinim de Sucót. O chag se aproximava e mensageiros foram enviados de Vilna para várias cidades da costa italiana, onde normalmente havia etroguim, mas eles retornaram de mãos vazias. Isto causou alvoroço na cidade: será que a comunidade inteira fiaria sem um único etrog? Os anciãos da cidade reuniram-se e decidiram: se esta era a vontade de D'us, assim seria. Mas o Rav Eliahu zt"l (Lituânia, 1720 - 1797), mais conhecido como Gaon MiVilna, não suportava a ideia de passar Sucót sem um etrog. Ele enviou um mensageiro especial com a missão de trazer um etrog, mesmo que isso custasse muito dinheiro. O mensageiro viajou de país em país, se esforçando no limite, mas não encontrou um único etrog. Desanimado, começou sua jornada de volta. Ele então decidiu passar a noite em uma estalagem e descobriu que o dono tinha um belo etrog, da melhor qualidade. Ele implorou ao homem que lhe vendesse o etrog, mas o homem recusou-se. O mensageiro lhe ofereceu muito dinheiro, mas o homem estava inflexível. O mensageiro então decidiu dizer que o etrog era para o Gaon MiVilna. Quando o dono da estalagem ouviu estas palavras, disse: - Se é para o Gaon MiVilna, estou disposto a dar meu etrog de graça, mas com uma condição: que o Gaon MiVilna me doe sua porção do Mundo Vindouro referente à Mitzvá dos Arbat Haminim deste ano. O mensageiro continuou tentando negociar, oferecendo-lhe uma quantia cada vez maior de dinheiro pelo etrog, mas o dono da estalagem não aceitou. Ele também queria cumprir a Mitzvá e só estava disposto a abrir mão do seu etrog caso o Gaon MiVilna também abrisse mão e concordasse que a Mitzvá do etrog daquele ano seria cumprida em seu mérito. Seria difícil para o mensageiro voltar a Vilna sem o tão esperado etrog. Após refletir muito, e sabendo da importância que o Gaon MiVilna dava para as Mitzvót, ele concordou com a condição. Quando voltou a Vilna, os líderes da comunidade o invejaram por ter conseguido encontrar um etrog. Porém, o mensageiro precisava contar ao Gaon MiVilna sobre a condição com a qual o etrog havia sido doado a ele. Ele teve medo que o rabino ficasse bravo por ele ter negociado algo que envolvia o seu Mundo Vindouro. Sem coragem de olhar nos olhos do Gaon MiVilna, o homem contou qual era o "preço" daquele etrog. O rabino cumprimentou o mensageiro pelo sucesso naquela difícil missão e, com o rosto iluminado, exclamou com alegria: - Minha vida inteira eu quis fazer uma Mitzvá completamente por amor a D'us, sem esperar nada em troca. Esta é a minha maior oportunidade. Muito obrigado. Pagarei com alegria o "preço" pedido pelo vendedor. | | Nesta semana lemos a Parashat Toldót (literalmente "Gerações"), que descreve alguns importantes acontecimentos na vida do nosso segundo patriarca, Ytzchak. Algo que nos chama a atenção são as semelhanças como a vida de seu pai, Avraham. Um dos pontos em comum foi a grande fome na Terra de Israel, que forçou Ytzchak a viver na terra dos Plishtim, exatamente como havia acontecido a Avraham. Neste momento, D'us falou para Ytzchak: "Viva nesta terra (Israel) e Eu estarei com você e te abençoarei. Darei estas terras a você e a seus filhos e manterei o juramento que Eu fiz a Avraham, seu pai. Aumentarei seus descendentes como as estrelas nos céus e darei estas terras aos seus filhos. Todas as nações do mundo serão abençoadas por meio dos seus descendentes. Pois Avraham escutou Minha voz e guardou Meus mandamentos" (Bereshit 26:3-5). Em outras palavras, D'us estava prometendo que daria a Ytzchak fartas Brachót, com a condição que Ele apenas seguisse Seu caminho, como fez Avraham. Porém, há um detalhe neste teste de Ytzchak que chama a atenção. As recompensas de D'us são baseadas no uso do nosso livre arbítrio. Certamente o livre arbítrio de Ytzchak estava bastante limitado depois de ouvir D'us pessoalmente lhe dizer que ele seria fartamente recompensado caso cumprisse as Mitzvót. Afinal, qual foi o teste de Yitzchak? A mesma pergunta surge em um dos primeiros testes de Avraham, quando D'us ordenou que ele fosse para uma terra estranha, abandonando sua casa e seu conforto. Porém, logo depois do pedido, D'us prometeu para Avraham muitas Brachót, como está escrito: "E farei de você uma grande nação e te abençoarei. E Eu engrandecerei seu nome e será uma Brachá" (Bereshit 12:2). O teste era realmente muito difícil, mas após D'us prometer tanto sucesso, isto não diminuiu os méritos de Avraham? O teste não ficou muito mais fácil? Para entender melhor a pergunta, podemos fazer um paralelo com a nossa realidade. Se alguém se aproximasse de nós e garantisse que receberíamos 100 milhões caso simplesmente cumpríssemos algo que fosse pedido pelo doador. Mesmo que se tratasse de um pedido difícil, não concordaríamos imediatamente com o acordo? Não parece uma decisão muito simples de ser tomada? Então qual foi o mérito de Avraham e de Ytzchak, de terem escutado a ordem de D'us, se ela veio junto com promessas de muita fartura? Explica o Rav Boruch Leff que a resposta é um conceito fundamental no nosso Serviço Divino. Nossos sábios ensinam: "Não sejam como escravos que servem o seu mestre para receber uma recompensa. Ao invés disso, sejam como escravos que servem o seu mestre sem procurar receber recompensa". (Pirkei Avót 1:3). Em outras palavras, o Pirkei Avót nos ensina que devemos servir a D'us "Leshem Shamaim" (por amor a D'us), isto é, idealmente não devemos nos concentrar nas recompensas que obteremos com as Mitzvót, e sim cumpri-las simplesmente porque foram comandadas por D'us. Porém, há uma aparente contradição com outra fonte da Torá, que nos afirma que receberemos recompensa pela observância das Mitzvót. Segundo o Talmud (Chulin 142a), a recompensa explícita das Mitzvót de "Kibud Av vê Em" (Honrar os pais) e "Shiloach HaKen" (Espantar a mãe pássaro antes de pegar os seus ovos), sobre as quais está escrito "para que se alonguem seus dias", não se refere à vida neste mundo, mas à vida no Mundo Vindouro. E não apenas estudamos sobre a recompensa das Mitzvót, mas também rezamos por esta recompensa todos os dias. Por exemplo, no trecho "Uvá LeTzion", pronunciada no final da Tefilá de Shacharit, nós dizemos: "Que seja a Sua vontade, Hashem, nosso D'us e o D'us dos nossos antepassados, que observemos Seus decretos neste mundo e que mereçamos viver, ver e herdar bondade e Brachá nos anos dos Tempos de Mashiach e pela vida no Mundo Vindouro". Então, como pode ser esperado de um ser humano que ele sirva a D'us sem esperar receber nada em troca? Como podemos ignorar as recompensas por servir a D'us quando estamos diariamente rezando por elas? Imagine um filho que parte em uma viagem e fica anos longe de casa. Durante este período, ele não come bem, apenas se contenta em receber restos de comida fria e sem gosto. Quando volta para casa, a mãe fica emocionada. A alegria é tanta que ela prepara para ele um banquete digno de um rei. Ao provar cada prato que ela serve, o filho sente um prazer incrível. Porém, apesar do prazer que sente, certamente o filho também gosta de saber e sentir que está dando prazer à sua mãe ao comer daquela refeição preparada com tanto amor e carinho, pois sabe que a mãe gosta de assistir e tem prazer de ver o filho apreciando a comida dela. O filho come, portanto, pretendendo não apenas apreciar a comida, mas também agradar e dar prazer à sua mãe. Este é um paralelo muito forte com a realidade da nossa existência. D'us criou o mundo para nos dar prazer. Porém, de acordo com o Rav Moshé Chaim Luzzato zt"l (Itália, 1707 - Israel, 1746), o prazer mais intenso e completo está guardado para o Mundo Vindouro. D'us deseja nos ver receber este prazer. Nosso desafio na vida é realizar as Mitzvót, as instruções de D'us, com a intenção de receber a recompensa porque D'us deseja que recebamos. Idealmente, não devemos ter em mente razões egoístas para cumprir a Torá. Não devemos nos concentrar nas recompensas por nossa causa. Devemos pensar no que isso dá a D'us. O maior prazer de D'us é dar prazer às pessoas justas e corretas. Portanto, isto não significa que não devemos esperar receber recompensa, pois a própria Torá está repleta de indicações e lembretes da nossa recompensa. Porém, temos que querer a recompensa porque D'us quer que a recebamos, não porque nós queremos recebê-la. Este teste difícil, de querer de forma "não pessoal" a bondade pessoal que receberemos, é uma tarefa que os patriarcas e matriarcas dominaram. Este foi um dos grandes desafios deles. Eles sabiam que receberiam muitas recompensas, como D'us explicitamente disse a eles. Mas qual seria a intenção deles? Eles fariam isso pelo prazer de D'us ou pelo seu próprio prazer? Este era o teste que eles precisavam vencer. A prova de que Avraham passou com sucesso neste teste é que logo após as promessas de grandeza feitas por D'us, a Torá escreve as seguintes palavras: "E Avram foi, conforme D'us ordenou" (Bereshit 12:4). O versículo reforça que, apesar das recompensas prometidas por D'us, Avraham foi porque D'us ordenou, não pelas recompensas. Este teste de equilíbrio, de realizar a vontade de D'us com a intenção de agradá-Lo e, assim, ganhar recompensa, mas desejando a recompensa pelo amor de D'us e não pelo nosso proveito, também é um teste para nós. Nos ensina David Hamelech: "O que eu posso retribuir a D'us por todas as coisas boas que Ele me proporciona?" (Tehilim 116:12). D'us é perfeito e completo, não Lhe falta nada. Porém, há algo que sim podemos dar a D'us: a satisfação de um Pai que vê Seus filhos andarem no caminho correto. Precisamos ajudar D'us a nos dar prazer, permitindo que Ele realize o que Ele realmente deseja para o mundo. Ele tem prazer de nos dar prazer. Que possamos deixá-Lo fazer isso. SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania, Mara bat Chana Mirel, Dina bat Celde, Celde bat Lea, Rivka Lea bat Nechuma. -------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. ------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l, Shlomo ben Salha z"l, Yechiel Mendel ben David z"l, Faiga bat Mordechai HaLewy z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | | |
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