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VÍDEO DA PARASHAT VAIETSÊ |
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QUEM QUER VIVER PARA SEMPRE? - PARASHAT VAIETSÊ 5780 (06 de dezembro de 2019)
Havia uma pequena cidade no Oriente Médio que era famosa por sua deliciosa carne de cervo. As pessoas viajavam de várias partes do mundo somente para poder provar aquele sabor tão delicioso e especial. O povo judeu, ao sair do Egito, acampou no deserto, em um local não muito distante desta cidade. Os judeus também escutaram sobre aquela carne gostosa e tiveram desejo de saboreá-la. Alguns judeus pensaram que talvez não haveria problema em desviar-se um pouco da rota para poder ir a esse lugar e desfrutar da famosa carne de cervo. Porém, necessitavam da aprovação de Moshé, já que o povo não fazia nada sem o seu consentimento. Mas ninguém tinha coragem de falar com Moshé, com medo que ele ficaria bravo com o pedido. Quando alguém finalmente tomou coragem, Moshé negou o pedido. Por mais que tentassem convencê-lo de que valeria a pena, não conseguiram. Até que um deles disse a Moshé: - Por favor, Moshé, nos explique por que não podemos ir. O que há de errado? É proibido ter um pouco de prazer na vida? Moshé, com enorme paciência, respondeu: - Vou explicar para vocês. Todos os dias de manhã, cai no nosso acampamento o Mán, um "alimento do céu". Mesmo que já estamos acostumados, é um milagre que se renova todos os dias. O Mán que os judeus não recolhem, conforme os raios do sol começam a brilhar, se derrete e forma um pequeno riacho, que flui para um rio. Então os cervos daquela cidade bebem a água deste rio e, consequentemente, parte do Mán derretido entra em seus corpos. É por isso que as pessoas desfrutam tanto do sabor desta carne. Porém, vocês têm o Mán original, fresco, que cai todas as manhãs. Então porque desejam tanto ir até lá, para comer resíduos?" Também nós muitas vezes buscamos a felicidade, o melhor modo de viver ou o propósito de nossas vidas em lugares distantes e em outras culturas. Inclusive até sacrificamos coisas para isso. Porém, infelizmente, não nos damos conta que dentro da Torá podemos encontrar todos os prazeres e todas as respostas que buscamos.
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O primeiro livro da Torá, Bereshit, se alonga na descrição dos detalhes da vida dos nossos patriarcas, Avraham, Ytzchak e Yaacov, pois a partir do comportamento deles podemos aprender muito sobre o que D'us espera de nós. Assim ensinam os nossos sábios: "Sobre três pilares o mundo se sustenta: sobre a Torá, sobre o Serviço Divino e sobre o Chessed (atos de bondade)" (Pirkei Avót 1:2). Os nossos três patriarcas representam estes três pilares do mundo. Avraham representa o Chessed, o que fica claro através dos incríveis atos de bondade que ele fazia constantemente, com perfeição e dedicação. Yiztchak está associado ao Serviço Divino, em especial representado pelos "Korbanót" (oferendas). Isto fica claro através do seu incrível ato de ter aceitado, com amor, ser sacrificado a D'us por seu pai (mesmo que, no final, o ato não tenha ocorrido). Já Yaacov representa a Torá. Porém, qual é a conexão entre Yaacov e a Torá? Que aspectos da sua vida demonstram esta conexão? A resposta está na Parashat desta semana, Vaietsê (literalmente "E saiu"). Yaacov havia recebido a Brachá da primogenitura de seu pai, no lugar de seu irmão Essav, já que Essav havia vendido a ele a primogenitura. Essav sentiu tanto ódio de Yaacov que queria matá-lo. Rivka aconselhou seu filho a viajar para Haran, a sua cidade natal, para esperar esfriar a fúria de Essav. Além disso, ele poderia aproveitar para procurar uma esposa. E Yaacov fez conforme sua mãe o havia instruído, saindo de Beer Sheva e viajando em direção a Haran. Porém, nossos sábios explicam que Yaacov não foi direto a Haran. Ele sabia das dificuldades que encontraria na casa de seu tio Lavan, um homem extremamente desonesto. Por isso, ele se preparou espiritualmente para os futuros desafios. Ele passou 14 anos estudando, dia e noite, no "Centro de Estudos Espirituais" comandado por Shem e Ever, descendentes de Noach, e somente depois disso continuou a viagem. No caminho, ele dormiu em um local sagrado, onde futuramente seria construído o Beit Hamikdash. Rashi explica que o versículo "e deitou-se naquele lugar" (Bereshit 28:11) ensina que naquele momento Yaacov deitou-se para dormir, mas durante os 14 anos em que permaneceu no Centro de Estudos, sua dedicação era tão intensa que ele não chegou a dormir nenhuma vez deitado em uma cama, ele simplesmente descansava algumas poucas horas apoiando a cabeça na mesa de estudos. Desta maneira, entendemos por que Yaacov representa a Torá. Porém, há outro ponto interessante que conecta Yaacov com a Torá. Quando Yaacov dormiu neste local sagrado, ele teve uma incrível visão, de uma escada que chegava até o Céu, e D'us se revelou a ele. Logo após acordar deste sonho profético, a Torá escreve uma informação aparentemente sem importância: "E (Yaacov) chamou aquele lugar de 'Beit-El' (Casa de D'us). Entretanto, o nome anterior da cidade era Luz" (Bereshit 28:19). Entendemos que o versículo está nos informando o novo nome que Yaacov deu para a cidade. Todos os atos dos nossos patriarcas são repletos de significados profundos, certamente há algo para aprender disso. Porém, o que nos importa o nome anterior da cidade? Provavelmente quem havia dado aquele nome era algum antigo governante da região. Então por que a Torá quis nos informar qual era o nome antigo da cidade? Quando uma pessoa é chamada para ler a Torá publicamente na sinagoga, ela deve fazer uma Brachá antes da leitura: "Asher Bachar Banu Mikol Haamim Venatan Lanu et Torato" (Que nos escolheu entre todos os povos e nos deu a Sua Torá). É um agradecimento por D'us ter nos escolhido para recebermos a Torá. Porém, mesmo quando a leitura é bem curta, após a leitura fazemos uma nova Brachá de agradecimento: "Asher Natan Lanu Torat Emet Vechaie Olam Natá Betocheinu" (Que nos deu a Torá da Verdade e plantou dentro de nós a Vida Eterna). Mas por que são necessárias duas Brachót de agradecimento, uma após a outra? Entendemos a necessidade da primeira Brachá de agradecimento, é um mínimo de "Derech Eretz" (bons modos) agradecer por algo que recebemos. Porém, por que poucos instantes depois fazer um segundo agradecimento? Explica o Rav Shlomo Levestein shlita que isto se compara ao comportamento de uma pessoa que recebe uma festa surpresa de aniversário. Vários amigos chegam, trazendo alegria ao aniversariante. Um dos amigos entrega uma sacola com um presente que foi comprado pelos amigos. Dentro, há um pacote embrulhado em um lindo papel de presente, mas não dá para saber o que é. O aniversariante agradece aos amigos, muito emocionado. Mas por que ele agradece, se nem sabe o que tem dentro do pacote? Por Derech Eretz, ele se sente na obrigação de agradecer. Por terem se lembrado do seu aniversário, por terem vindo e por terem gastado dinheiro para comprar um presente. Quando o aniversariante finalmente abre o pacote, alguns instantes depois, ele encontra um livro maravilhoso, um guia que ensina a como se transformar em um ser imortal. A pessoa fica ainda mais feliz com aquele presente incrível e agradece novamente. Porém, este novo agradecimento é diferente do primeiro. É um agradecimento mais profundo, agora por ter entendido o valor do presente. Um dos grandes sonhos da humanidade é ser imortal. A ciência desenvolve técnicas cada vez mais modernas para retardar o nosso envelhecimento, mas mesmo assim a morte um dia chega para todos nós. Então nos esforçamos para sermos pelo menos "parcialmente imortais". Pessoas tentam entrar para os livros de história, como aquelas que querem gravar seu nome no livro do "Guiness" de recordes. Outros fazem grandes doações, para sinagogas ou hospitais, para serem lembrados nas futuras gerações. As pessoas se casam e têm filhos, entre outros motivos, para deixar no mundo representantes, parecidos conosco, para serem lembrados por mais tempo. Porém, todos sabemos que ninguém vive para sempre de verdade. Mas havia um lugar no mundo onde as pessoas podiam ser imortais: a cidade de Luz. Era uma cidade na qual o anjo da morte não tinha permissão de entrar. As pessoas, quando atingiam a velhice extrema e já não queriam mais continuar vivos, saíam da cidade para morrer fora dela. Veio então Yaacov e nos ensinou uma incrível novidade: Quer ser imortal? Não precisamos mais da cidade de Luz. Basta construirmos uma "Beit-El", isto é, uma "Casa de D'us". Mas o que significa uma "Casa de D'us"? Não significa apenas o Beit Hamikdash, o nosso Templo Sagrado. Enquanto não temos o mérito de ver a sua reconstrução, a "Casa de D'us" é representada pelo Beit HaKnesset (Sinagoga), pelo Beit Midrash (Centro de Estudos) e pela nossa Bait, a casa onde moramos, que também deve ser uma "Casa de D'us". Através das Mitzvót podemos trazer santidade aos nossos lares. Uma casa com Shabat, com recato, com santidade, protegida das más influências externas, é uma "Casa de D'us". As Mitzvót nos conectam com D'us e, portanto, com a eternidade. Mesmo que um dia o nosso corpo finito vai morrer, as Mitzvót fazem com que a nossa alma viva por toda a eternidade. Este é o maior presente que D'us nos deu. A partir da entrega da Torá, a eternidade ficou ao nosso alcance. É por isso que, quando alguém vai ler a Torá, faz um primeiro agradecimento com ela ainda fechada. Agradecemos a D'us pela atenção, por ter se lembrado de nós, por ter nos dado um presente. Porém, depois que terminamos a leitura, sabemos o verdadeiro valor daquele presente: as instruções de como sermos imortais. Então precisamos agradecer novamente, agora pelo reconhecimento do valor do incrível presente que recebemos. E este agradecimento vem justamente junto com o reconhecendo que a Torá "planta" dentro de nós a vida eterna. Como ensinam os nossos sábios: "Esta é a Árvore da Vida, para os que se conectam a ela". Que possamos, através das Mitzvót, conquistar a nossa vida eterna.
SHABAT SHALOM
R' Efraim Birbojm
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania, Mara bat Chana Mirel, Dina bat Celde, Celde bat Lea, Rivka Lea bat Nechuma.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l, Shlomo ben Salha z"l, Yechiel Mendel ben David z"l, Faiga bat Mordechai HaLewy z"l.
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