| | ASSUNTOS DA PARASHÁ BÔ - Gafanhotos: A 8ª Praga.
- Escuridão: A 9ª Praga.
- Preparativos para a Praga Final.
- Rosh Chodesh.
- Preparação do Cordeiro.
- A Festa de Pessach.
- Korban Pessach.
- Morte dos Primogênitos: A Praga Final.
- O Êxodo.
- As Leis do Korban Pessach.
- Deixando o Egito.
- Relembrando o Êxodo.
- A Consagração do Primogênito.
| | | E QUANDO O JOGO ACABAR? - PARASHÁ BÔ 5785 (31/jan/25) "Em um certo fim de tarde, Fábio voltou para casa com um sorriso especial. Ele contou para sua esposa, Carla, muito empolgado, que havia acabado de comprar dois hotéis. Ele sentia-se muito orgulhoso de si mesmo, como se finalmente tivesse alcançado o tão desejado sucesso na vida. Carla também ficou eufórica com as boas notícias. - Na verdade - continuou Fábio - os dois hotéis estão na orla marítima. É um ponto excelente. Hoje mesmo fechei um contrato que vai render pouco mais de um milhão. Carla não podia acreditar. Ela começou a imaginar o novo estilo de vida que teria em breve. Imaginou-se sentada na varanda de um lindo apartamento com vista para o mar. Só de pensar naquela cena, uma onda de serenidade a invadiu. Aquela era a vida que ela tanto sonhava. - Veja isso - continuou Fábio, enfiando a mão no bolso do casaco - tenho aqui um milhão! Fábio tirou do bolso uma pilha de notas de dinheiro. Mas, para o desespero de Carla, era dinheiro do Banco Imobiliário! Carla, confusa, não estava entendendo o que estava acontecendo. - Querida, você está vendo? É um milhão em dinheiro vivo! - disse Fábio, com os olhos brilhando. - Você enlouqueceu? - perguntou Carla, aos berros - Sim, estou vendo, é um milhão, mas é dinheiro do Banco Imobiliário! Isso não vale nada no mundo real! Acorda, Fábio! Que brincadeira é essa? - Você precisa ver como fui esperto - continuou Fábio, como se não tivesse escutado nada do que sua esposa havia dito - Eu tinha a opção de colocar os hotéis em outras avenidas, mas meu instinto me dizia para colocar na orla marítima. E todo mundo está caindo nas minhas propriedades e me pagando. Só hoje já ganhei um milhão! Pobre Fábio! Em sua busca por dinheiro e prestígio, acabou confundindo o que era real e o que era imaginário..." Parece loucura, mas assim se comportam aqueles que passam a vida perseguindo dinheiro e bens. Eles pensam: "Este é o meu momento, minha chance de brilhar. Vou ser famoso e viajar para lugares paradisíacos". Mas, na verdade, não entendem que estamos apenas em um "jogo" passageiro, não na vida real. E que não levaremos nada disso para a vida real e infinita. Muitos perdem a razão neste "Banco Imobiliário" gigante, correndo atrás de uma moeda que não tem nenhum valor fora do "tabuleiro". Dão tudo o que podem neste jogo, mas quando o jogo acaba e o dinheiro é contado, a pessoa descobre que não pode usar nada do que ganhou. A pessoa chegará ao Céu e dirá: "Eu tinha dois hotéis na avenida principal", e então dirão a ela: "Aqui essa moeda não tem valor!". Invista certo agora, para receber o futuro magnífico que D'us nos reservou. | | Nesta semana lemos a Parashá Bô (literalmente "Venha"), que traz as últimas três pragas que D'us mandou sobre o Egito, até que o Faraó não aguentou mais e aceitou libertar o povo judeu. Era o fim de uma escravidão brutal, que durou mais de 200 anos. Esta Parashá também têm uma importância especial, pois traz a primeira Mitzvá entregue ao povo judeu como nação: a Mitzvá de Kidush Hachodesh, a santificação do novo mês, como está escrito "Hachodesh Hazé Lachem Rosh Chodashim" (Este mês será para vocês o primeiro dos meses) (Shemot 12:2). A palavra "Chodesh", que significa "mês", vem da mesma raiz de "Chadash", que significa "Nova, renovação". Rashi (França, 1040 - 1105) explica que D'us mostrou a Moshé a lua em sua renovação e disse-lhe: "Quando a lua se renovar desta maneira, você terá um novo mês". Na época do Beit-Hamikdash, o Kidush HaChodesh era feito através do testemunho de duas pessoas que viram a lua se renovando, e o Rosh Chodesh somente podia ser proclamado pelo Beit-Din. Porém, esta Mitzvá e a forma como ela foi transmitida despertam muitas questões. Por que esta foi a primeira Mitzvá entregue ao povo judeu? Por que não Mitzvót aparentemente mais importantes, como Shabat e Tefilin? Além disso, Rashi explica que D'us mostrou a lua para Moshé no início do mês de Nissan. Isso significa que esta Mitzvá foi entregue ainda no Egito, 15 dias antes da saída do povo judeu. Por que esta Mitzvá não foi entregue junto como as outras Mitzvót, no Monte Sinai? Podemos entender, por exemplo, que a Mitzvá do Korban Pessach foi transmitida também antes da saída do Egito, pois era uma Mitzvá que precisava ser cumprida ainda no Egito. Mas por que Kidush Hachodesh não poderia ter esperado a entrega da Torá no Monte Sinai? Esta Mitzvá também ensina a conexão entre o povo judeu com o calendário lunar. O Talmud (Sucá 29a) afirma que o eclipse lunar é um sinal de má-sorte aos judeus. Porém, há uma aparente contradição. 7 vezes a cada 19 anos fazemos um "ajuste", acrescentando mais um mês (Adar Beit) no nosso calendário para emparelhar o calendário lunar com o solar, e assim a festa de Pessach cair sempre na primavera. Isso quer dizer que, apesar de seguirmos o calendário lunar, estamos também conectados ao calendário solar. Por que? Em outro exemplo da importância desta Mitzvá, quando os gregos tentaram destruir o judaísmo, proibiram três coisas: Shabat, Brit Milá e Kidush HaChodesh. Podemos entender que os gregos se incomodavam com o Shabat e o Brit Milá, pois são bases do judaísmo, são Mitzvót chamadas de "pactos" entre o povo judeu e D'us. Mas por que proibir a santificação do Rosh Chodesh? O que isso incomodava os gregos? Finalmente, o Talmud (Shabat 147b) ensina que, por causa de um bom vinho e das águas termais, 10 Tribos foram expulsas 40 anos antes da destruição do Beit-Hamikdash. O Rabi Elazar ben Arach, um gigante em sua geração, foi passar férias onde haviam estes prazeres e acabou esquecendo seu estudo de Torá. Quando regressou, era Shabat da Parashá Bô e ele recebeu uma Aliá na Torá. Quando foi ler o versículo "Hachodesh Hazé Lachem", confundiu as letras e leu "Hacheresh Haia Libam" (Seu coração ficou surdo). Os sábios fizeram vários jejuns e ele acabou recordando sua Torá. Por isso ensinam nossos sábios: "Rabi Neorai diz: Se exile em um lugar de Torá" (Avót 4:14). Quem era Rabi Neorai? O Rabi Elazar Ben Arach. E por que ele escreveu esta Mishná? Foi o que ele aprendeu com suas férias. Os prazeres mundanos tapam a mente da pessoa e, mesmo quando ela lê o Sefer Torá, o faz com mais erros. Mas por que ele errou justamente nestas palavras "Hachodesh Hazé Lachem"? A lua tem algo especial, ela "nasce" e "morre". Na verdade, a lua não muda. Por que a vemos diferente de acordo com o dia do mês? Pois a lua não tem luz própria, ela reflete a luz do sol. Do que depende se a vemos com mais ou menos luz? Depende da posição e a interferência que a Terra causa entre o sol e a lua. O eclipse lunar ocorre justamente quanto a Terra se posiciona entre o sol e a lua e projeta na lua sua sombra. Este conceito astronômico esconde um importante conceito espiritual. A alma do judeu é representada pela lua. A alma não tem luz própria, ela reflete a luz que recebe do Criador, representado pelo sol. Quando a luz chega com toda a intensidade, ela influência o corpo para que tudo esteja bem. Quanto mais luz, mais prosperidade, mais paz, mais saúde. Ao contrário, se falta luz, começam a surgir problemas. Se falta saúde, é porque falta luz na alma. Se dói o dedo, é porque neste ponto não está chegando luz. Qual é o motivo de faltar luz na alma? Pois a "Terra", isto é, o materialismo, influencia e interfere na luz que chega na alma. Quanto maior a interferência, maior a escuridão. O objetivo de um judeu é iluminar sua alma. Como? Minimizando a influência do seu corpo material e do materialismo que o cerca. Quando o Rabi Elazar foi passar férias, deixou com que seu corpo interferisse, dominasse e bloqueasse a luz. Por que ele leu errado justamente as palavras "Hachodesh Hazé Lachem"? Pois este é o versículo que ensina a mensagem da influência do corpo na diminuição da luz da alma. Quando ele entendeu o que havia acontecido, ensinou "Se exile em um lugar de Torá". "Se exile" significa "abandone os prazeres da comodidade e vá para um lugar onde você possa prosperar e crescer em Torá". É uma forma de se desconectar da infância e amadurecer, de se tornar mais independente e, assim, produzir mais e melhor. Se afastar das comodidades permite que a luz de D'us chegue na alma com a máxima intensidade. A saída do Egito é a liberdade espiritual. Os judeus representam a alma, enquanto o corpo são os egípcios. "Mitzraim" vem de "Metzarim", que significa "limites". A alma pode ver tudo, pode voar, mas o corpo a limita. Nossa escolha é decidir quem vai dominar, se serão os judeus ou os egípcios, a alma ou o corpo. O Faraó, que representa nosso Yetzer Hará, quer que a alma continue escravizada, que o corpo busque prazeres materiais e não deixe a alma crescer e se desenvolver. Nosso objetivo é resgatar a alma da escravidão do corpo. Quem é o salvador? Moshé Rabeinu, que representa a Torá. A Torá tira a alma da escravidão do corpo. Por isso a Mitzvá de Rosh Chodesh foi entregue ainda no Egito, para mostrar que começa na saída do Egito um novo conceito: o calendário lunar, o processo de mover a Terra para que a luz do sol possa chegar à lua com máxima intensidade. A doença do século é a depressão, uma angústia existencial inexplicável. O normal é estar triste. Qual é o motivo? Os excessos, a busca desesperada por prazeres, o foco no materialismo. Eles bloqueiam a espiritualidade e obscurecem a luz da alma. Já as experiências espirituais, tais como o Shabat e o estudo de Torá, permitem nossa alma brilhar. A receita da alegria é "Hachodesh Hazé Lachem". Por isso, em dias que estamos angustiados, devemos procurar em que ponto nos afundamos no materialismo. Com a claridade que a essência é a alma, enquanto o corpo é secundário, apenas uma roupa, podemos aproveitar o mundo material sem se afundar nele. SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima. -------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. ------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | | |
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