sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

MUNIÇÕES ESPIRITUAIS - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ VAIECHI 5785

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PARASHÁ VAIECHI 5785



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ASSUNTOS DA PARASHÁ VAIECHI
  • Doença e os últimos dias de Yaacov.
  • Brachá para Efraim e Menashé.
  • Brachá (e bronca) aos filhos.
  • Último pedido de Yaacov.
  • Falecimento e luto por Yaacov.
  • Yossef pede permissão para enterrar Yaacov em Israel.
  • O enterro de Yaacov.
  • Yossef tranquiliza seus irmãos.
  • A morte de Yossef.
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MUNIÇÕES ESPIRITUAIS - PARASHÁ VAIECHI 5785 (10/jan/25)
 
"Dois reis estavam travando uma guerra feroz há muitos anos, com cada um alternando momentos de vantagem. Um dia, os reis decidiram pôr fim à guerra. Os dois se encontraram e concordaram em travar uma batalha única, que duraria um total de quatro dias. Quem vencesse essa batalha decisiva seria proclamado o vitorioso, e o perdedor se submeteria inteiramente à vontade do vencedor.
 
Os reis começaram a se preparar para a batalha decisiva, e seus melhores generais ensinaram aos soldados novas táticas e estratégias. Quando a guerra começou, ficou claro que ambos os exércitos eram poderosos e habilidosos, porém de força equivalente. De fato, no primeiro dia de luta um dos exércitos foi vitorioso, mas no segundo dia o outro venceu. Ao anoitecer do terceiro dia, um dos generais reuniu os comandantes e exclamou:
 
- Homens, amanhã é o dia final e decisivo desta guerra, e devemos sair vitoriosos a qualquer custo! No entanto, como os lados estão equilibrados, precisamos de um plano brilhante. Nossos espiões relataram que as munições e muitas armas do inimigo estão em um bunker específico no acampamento deles. Se enviarmos uma equipe de soldados de elite para roubar as munições e armas do acampamento inimigo, eles serão facilmente derrotados.
 
Todos concordaram e o plano foi executado. Um esquadrão de soldados de elite entrou secretamente no acampamento inimigo e roubou suas munições e armas. No dia seguinte, houve o som de uma trombeta alta e os exércitos se reuniram para o combate. Mas quando os soldados de um dos exércitos correram para se armar, ficaram chocados ao descobrir que o bunker de armas e munições estava vazio. Sem escolha, eles se renderam"
 
O ser humano está engajado em uma guerra constante contra seu maior inimigo, o Yetzer Hará, a nossa má inclinação. Há ocasiões nas quais o Yetzer Hará sai vitorioso e outras nas quais o homem triunfa. É nesse ponto que o Yetzer Hará formula uma estratégia astuta, de roubar as munições e armas do homem: a sagrada Torá, as Mitzvót, a Tefilá e a nossa espiritualidade, cujo mérito permite derrotar o Yetzer Hará. Devemos tomar cuidado para que o Yetzer Hará não roube nossa poderosa arma. Mesmo que o Yetzer Hará tenha vencido uma batalha, a pessoa não deve desesperar e nem desistir. Pelo contrário, deve se fortalecer e se disciplinar para estudar Torá, fazer Tefilá e praticar boas ações, e só então triunfará no final.
 
 

Nesta semana lemos a Parashá Vaiechi (literalmente "E viveu"), terminando o primeiro Livro da Torá, Bereshit. A Parashá fala sobre o falecimento de Yaacov, nosso último patriarca, após passar 17 anos no Egito junto com seu filho Yossef. Por 22 anos Yaacov passou por uma profunda tristeza, achando que Yossef havia morrido, mas depois de tanto sofrimento Yaacov pôde viver muitos anos de alegrias junto com seus filhos e descendentes.
 
Pouco antes de Yaacov falecer, Yossef foi avisado que ele estava muito doente e correu com seus dois filhos, Efraim e Menashé, para se encontrar com seu pai. Yaacov deu uma Brachá para Efraim e Menashé, elevando-os ao nível de "Tribos", como seus filhos. Yaacov também disse para Yossef: "E eu te dei uma porção a mais que seus irmãos, que tomei da mão dos Emorim com a minha espada e com o meu arco" (Bereshit 48:22). Rashi (França, 1040 - 1105) explica que como Yossef estava se esforçando muito para organizar o enterro de seu pai, que não queria de jeito nenhum ser enterrado no Egito, então Yaacov lhe deu um presente, uma herança, um local onde futuramente Yossef seria enterrado. Qual era esta herança? A cidade de Shechem.
 
Nossos sábios trazem explicações interessantes sobre este versículo, esclarecendo que as palavras "espada" e "arco" não devem ser entendidas literalmente, e sim se referem a armas utilizadas em uma luta espiritual. De acordo com o Midrash, as armas utilizadas são as Mitzvót e as boas ações. Já Unkelos, que traduziu a Torá para o Aramaico, as armas utilizadas são dois tipos diferentes de Tefilá, uma chamada "Tzluti" e outra "Bahuti". O ponto em comum entre estas duas explicações é que, embora o entendimento mais simples do versículo se refira a uma luta física de Yaacov contra seus inimigos, na verdade ele se refere a armas espirituais.
 
Porém, estas explicações não são simples de serem entendidas. O que levou nossos sábios a tirarem o versículo da Torá do seu entendimento mais simples? Se o versículo pode ser entendido literalmente como uma guerra, uma batalha física envolvendo armas de verdade, por que explicar que se trata de armas espirituais?
 
O Rav Yaacov Kanievsky zt"l (Ucrânia, 1899 - Israel, 1985), mais conhecido como Steipler, explica que se Yaacov estivesse utilizando as palavras "espada" e "arco" no seu entendimento mais simples e óbvio, isto é, de armas de verdade, ele deveria ter mencionado inicialmente o arco e só depois a espada. É sabido que nas guerras inicialmente há uma batalha à distância, utilizando armas de longo alcance, que são lançadas contra o inimigo, e somente depois as batalhas se tornam combates face a face, com armas de curto alcance. Pelo fato de Yaacov ter precedido a espada, que é uma arma de guerra para ataques de perto, ao arco e flecha, que é uma arma de ataque de longe, então nossos sábios entenderam que não se tratava de armas para uma guerra material, e sim armas espirituais, utilizadas na guerra contra o nosso Yetser Hará.
 
Mas ainda precisamos entender as analogias utilizadas pelos nossos sábios. Por que o Midrash entende que "arco" e "espada" se referem a "Mitzvót e bons atos", enquanto Unkelos entende que "arco e espada" se referem a dois tipos diferentes de Tefilá? Qual é a conexão entre as armas e estes conceitos espirituais?
 
Quando falamos sobre nossa principal guerra espiritual, a guerra contra o nosso Yetser Hará, precisamos saber que é uma guerra diferente de todas as outras guerras. O Yetser Hará exerce sua influência negativa sobre o ser humano desde o momento em que ele sai do ventre de sua mãe, como ensinam os nossos sábios do Talmud (Sanhedrin 91b), que trazem a conversa entre Antoninus e Rabi Yehuda Hanassi. Antoninus questionou a partir de quando a má inclinação domina uma pessoa. Ele mesmo respondeu que era desde o momento em que a pessoa sai do ventre. O Rabi Yehuda HaNassi aprovou a resposta e disse que há um versículo que apoia este ensinamento: "O pecado paira na entrada" (Bereshit 4:7), indicando que é desde o momento do nascimento, quando o recém-nascido emerge da entrada do ventre de sua mãe, que a má inclinação o domina.
 
Portanto, o início da guerra deve ser justamente com a espada, para expulsar o Yetser Hará de dentro de nós. Depois que a pessoa já se esforçou muito e recebeu apoio Celestial, conseguindo tirar de dentro de si o Yetser Hará, ela ainda não pode baixar a guarda. Ela deve ficar alerta o tempo todo e atirar à distância toda vez que perceber que o Yetser Hará se aproxima novamente, garantindo que ele nunca mais retorne. Foi a isso que Yaacov se referia quando disse "com a minha espada e com o meu arco". Ele estava dizendo: "Pelos méritos de eu ter lutado contra o meu Yetser Hará, de perto e de longe, e por ter cumprido as Mitzvót e feito bons atos".
 
Já Unkelos explica que as palavras do versículo "com a minha espada e o meu arco" se referem a dois diferentes tipos de rezas, uma chamada "Tzluti' e outra "Bahuti". Para explicar este conceito, o Rav Yitzchak Zeev Soloveitchik zt"l (Bielorússia, 1886 - Israel, 1959), mais conhecido como Brisker Rav, explica que há dois tipos de Tefilá: a primeira é a Tefilá que foi definida pelos "Anshei Knesset HaGuedolá", mais conhecida como "Amidá" ou "Shmone Essrê", enquanto a segunda é a Tefilá particular que nós fazemos, de forma individual e com as nossas próprias palavras. Mas como isso se conecta com as palavras "espada" e "arco"?
 
Existe uma diferença fundamental entre a espada e o arco. A espada é muito afiada e, por isso, ela mesma tem o poder para matar e cortar. Mas o mesmo não ocorre com as flechas disparadas através do arco, elas não têm poder de causar dano sozinhas, pois não são tão afiadas quanto uma espada. A capacidade de matar com o arco e flecha, portanto, está na força daquele que puxa a corda do arco e lança a flecha com força em direção ao alvo.
 
Uma diferença semelhante também existe entre os dois tipos de Tefilót descritas anteriormente. A Amidá é uma Tefilá sagrada por si só, independente de quem a reza. Portanto, todos têm a oportunidade de que sua Tefilá suba nos níveis espirituais mais elevados e seja atendida. Já em relação à Tefilá individual há um interessante ensinamento do Talmud (Baba Batra 116a), que qualquer pessoa que tenha uma pessoa doente em casa deve ir a um sábio e pedir a ele que reze, para despertar compaixão Celestial sobre o doente. Ou seja, em uma Tefilá particular não há nenhuma garantia que cada indivíduo terá sua Tefilá atendida e, portanto, é melhor que ela seja feita por um sábio, que tenha mais méritos e mais chances de ser atendido. Por isso a Amidá se compara a uma espada, isto é, algo que funciona por si só, independente de quem a empunha. Já a Tefilá particular se compara a um arco, isto é, algo que funciona apenas de acordo com quem o utiliza.
 
Temos muitas guerras na vida, mas nenhuma é tão difícil quanto a guerra contra o nosso Yetser Hará. Como já nascemos com ele nos influenciando para o mal, o primeiro passo é nos esforçarmos para tirar ele de dentro de nós. E nesta vida não há descanso, pois mesmo quando o vencemos uma vez, ele não desiste e nos ataca outras vezes, de outras maneiras. Sua principal tática é roubar nossa "munição", que são as nossas armas espirituais. É uma luta que travaremos a vida inteira, e não podemos nunca baixar a guarda. Não há férias contra o Yester Hará. Somente com nossas verdadeiras munições, que são o estudo de Torá, o cumprimento das Mitzvót e as Tefilót pedindo para que D'us nos ajude, conseguiremos vencer o Yetser Hará e mantê-lo longe de nós.

SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm

 

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sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

VOCÊ REALMENTE QUER ENXERGAR A VERDADE? - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ VAYIGASH 5785

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ASSUNTOS DA PARASHÁ VAYIGASH
  • Yehudá enfrenta o "vice-rei".
  • Yossef manda todos saírem da sala.
  • Yossef se revela.
  • Irmãos de Yossef voltam para casa, para buscar famílias.
  • Yossef manda presentes a Yaacov.
  • A família de Yaacov prepara-se para ir ao Egito.
  • Genealogia dos filhos de Yaacov.
  • O reencontro de Yaacov e Yossef.
  • O encontro de Yaacov e o Faraó.
  • A fome no Egito fica cada vez mais dura.
  • Yossef compra todo o Egito.
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VOCÊ REALMENTE QUER ENXERGAR A VERDADE? - PARASHÁ VAYIGASH 5785 (03/jan/25)
 
"Certa vez, um homem chamado Avraham, na faixa dos seus 35 anos, procurou o Rav Yaacov Zilberstein shlita. Avraham era um industrial, muito simpático e inteligente. Ele dirigiu-se ao rabino com a seguinte pergunta:

- Há muito tempo estou procurando minha alma gêmea, mas não consigo encontrá-la. Será que eu tenho algum defeito grave? Será que foi decretado no Céu que eu devo permanecer solteiro a vida toda?

Havia amargura na voz de Avraham e estava claro que ele já não tinha mais esperanças. O Rav Zilberstein o tranquilizou e depois deu-lhe uma Brachá para que encontrasse rapidamente sua alma gêmea. Avraham aproveitou para também pedir uma Brachá para sua mãe, que não estava muito bem. Ele contou sobre a vida sofrida dela, após ter enviuvado muito cedo. Seu pai havia falecido quando ele ainda era adolescente, e desde então ela vivia muito sozinha. Uma luz se acendeu na cabeça do Rav Zilberstein e ele perguntou ao rapaz:

- Como você explica sua mãe nunca ter se casado novamente, apesar de ter enviuvado tão jovem?

- A honra do meu falecido pai é muito importante para mim - respondeu Avraham, muito sério - Fui eu que a impedi de se casar novamente. Preocupei-me em preservar a honra do meu pai e, apesar de ela ter recebido muitas ofertas para se casar novamente, eu disse a ela que nenhum homem estranho pisaria na casa do meu falecido pai!

- Estou espantado com você - disse o Rav Zilberstein - Você aparenta ser uma pessoa muito inteligente, mas não consegue enxergar um centímetro à sua frente! Você não entende que, muito provavelmente, o motivo pelo qual você não consegue encontrar a sua metade é por você ter impedido sua mãe de se casar novamente?

Avraham ficou em choque, não conseguia falar. Ele percebeu naquele instante seu enorme erro de tantos anos e caiu no choro. Após se acalmar, garantiu que não iria mais impedir sua mãe de se casar novamente. Quando voltou para casa naquele dia, apressou-se em pedir perdão a ela pelo sofrimento que havia lhe causado por tantos anos. Após pouco tempo, Avraham voltou ao rabino, contando que havia noivado e que iria se casar em breve"
 
É incrível perceber até que ponto uma pessoa não consegue enxergar o que está diante de seus olhos. Às vezes não conseguimos perceber nem mesmo as coisas mais óbvias que estão diante de nós.

Nesta semana lemos a Parashá Vayigash (literalmente "E se aproximou"), que descreve o auge da história de Yossef. Após ter sido vendido como escravo pelos irmãos, ter passados por altos e baixos e ter se tornado vice-rei do Egito, responsável por salvar o mundo de uma severa fome, finalmente Yossef se revelou aos seus irmãos. Após um momento de perplexidade, os irmãos o abraçaram e voltaram para casa para buscar Yaacov e suas famílias e trazê-los para o Egito, já que a fome ainda continuaria por mais alguns anos.
 
Do auge da história de Yossef podemos aprender um conceito espiritual importante. Se pudéssemos agendar uma conversa pessoal com D'us, faríamos isso? Apesar de parecer uma ideia interessante, há uma condição especial: D'us seria completamente honesto conosco. Ele nos diria exatamente o que fizemos de certo e o que fizemos de errado. Todos nós fazemos coisas na vida das quais nos orgulhamos, mas também cometemos erros pelos quais nos envergonhamos e que preferiríamos esquecer. E o pior são aqueles erros que nem mesmo percebemos, dos quais é difícil se arrepender e consertar. Será que estamos avançando em direção ao nosso potencial ou estamos desperdiçando nossas vidas? D'us pode nos responder esta pergunta, mas será que teríamos a coragem de escutar? Uma parte de nós quer saber a verdade, mesmo que a verdade doa, mas outra parte de nós tem medo da dor.
 
Os irmãos de Yossef eram seres humanos, com qualidades de grandeza espiritual. Eles eram a base de formação das 12 Tribos de Israel. Porém, eles não eram anjos, eles eram seres humanos e cometiam falhas. Por vinte e dois anos eles acreditavam terem feito o que era correto ao vender Yossef como escravo. Mas, no fundo, algo os incomodava. Coisas ruins começaram a acontecer, e eles imediatamente associaram à falta de misericórdia que demonstraram com Yossef. Eles queriam descobrir a verdade e enfrentar o erro que cometeram, mas não queriam encarar a realização mais dolorosa de todas: que eles estavam completamente errados. Não queriam descobrir que, nos últimos vinte e dois anos, viveram uma mentira. A venda parecia ser a decisão correta, mas havia sido influenciada pelo ódio e pela inveja. Eles não julgaram corretamente, pois tinham interesses envolvidos.
 
Por que Yossef não se revelou aos irmãos imediatamente quando os reencontrou? Pois ele estava determinado a fazê-los enxergar o erro que cometeram. Mas Yossef queria que eles percebessem isso por si mesmos, pois aquilo que uma pessoa entende por conta própria é internalizado em um nível mais profundo do que aquilo que é dito pelos outros. Para trazer as coisas ao seu auge, Yossef mandou esconder seu cálice de prata na sacola de Biniamin e os acusou de roubo. Quando o cálice foi encontrado, os irmãos primeiro suspeitaram que Biniamin realmente o havia pegado, mas logo percebem que tudo era uma armação. Quando voltaram diante do poderoso vice-rei do Egito, Yehudá, como porta-voz dos irmãos, disse: "D'us revelou o pecado dos seus servos" (Bereshit 44:16). Rashi (França, 1040 - 1105) explica que Yehudá estava dizendo: "Sabemos que não somos culpados disso, mas D'us está nos punindo pelo pecado que cometemos contra nosso irmão". É por isso que ele concluiu: "Estamos prontos para ser escravos, tanto nós quanto aquele em cuja mão o cálice foi encontrado".
 
Então Yehuda se aproximou de Yossef e faz um discurso comovente. Ele suplicou e, segundo algumas opiniões, ameaçou destruir todo o Egito. Mas se ele acreditava que o vice-rei era um egípcio, que não entendia Lashon Hakodesh, qual era o propósito do seu discurso? Ensinam os nossos sábios que palavras que saem do coração entram no coração do outro. Yehudá, sem outra escolha, precisava fazer algo para que suas palavras alcançassem o coração daquele homem duro de alguma forma. Através do seu discurso, Yehudá atingiu o nível de Teshuvá. Colocado na mesma situação em que estava antes de vender Yossef, Yehudá decidiu desta vez arriscar a vida para defender seu irmão, mesmo que Biniamin também era um irmão especialmente favorecido, por ser filho da esposa amada de Yaakov, Rachel. Para proteger seu pai de sentir ainda mais dor, Yehudá estava disposto a lutar contra todo o poder do Egito.
 
Mas há um detalhe interessante. Apesar de todo o arrependimento, Yehudá ainda não havia conseguido reconhecer que a pessoa que estava diante dele era seu irmão Yossef. Enquanto ele fazia Teshuvá por ter vendido Yossef, percebendo que era necessário defender seu irmão Biniamin e seu pai, ele ainda se recusava a admitir que julgou mal seu irmão. Reconhecer que aquele que estava diante dele era Yossef seria admitir que os sonhos eram verdadeiros, e não produto de um indivíduo sedento por poder. Os seres humanos são complexos. Podemos ser totalmente honestos e abertos para encontrar a verdade em um aspecto e, ao mesmo tempo, bloqueá-la completamente em outro.
 
Yossef então não conseguiu mais se conter. Embora quisesse que seus irmãos percebessem a verdade sozinhos, ele foi forçado a se revelar, como está escrito: "E Yossef disse aos seus irmãos: 'Eu sou Yossef. Meu pai ainda está vivo?'. Mas seus irmãos não puderam responder, porque ficaram desconcertados diante dele" (Bereshit 45:3). Os irmãos imediatamente entenderam a mensagem. Perceberam que nos últimos vinte e dois anos haviam vivido uma ilusão, pensando que estavam certos ao ver seu irmão como uma pessoa perigosa e sedenta por poder, quando ele apenas lhes dizia o que D'us realmente havia mostrado através de sonhos proféticos. Eles estavam tão envergonhados que não conseguiram responder nada para Yossef.
 
Nossos sábios ensinam que podemos aprender deste acontecimento como será nossa "entrevista particular" com D'us após nossa partida deste mundo. Yossef era apenas um ser humano, o irmão mais novo, e ainda assim, quando ele disse "Eu sou Yossef", os irmãos não puderam responder nada de tanta vergonha que sentiram. Então, o que poderemos dizer quando nos encontrarmos com D'us e Ele disser: "Eu sou D'us", e tudo ficar claro? Quanto tempo vivemos em ilusões, nos enganando sobre o que é verdadeiro e importante?
 
O judaísmo também tem o conceito de "inferno", chamado de Gehinom. Mas, diferente do que é ensinado em outras religiões, não se trata de um fogo eterno. Gehinom é a intensa vergonha que a alma sente ao perceber quanto o corpo a fez ignorar o verdadeiro significado da vida. Os irmãos de Yossef sentiram essa vergonha, e a dor disso os purificou dos efeitos de vinte e dois anos encobrindo seu erro. Da mesma forma, o Gehinom é um processo de purificação, um passo para a experiência da conexão final com D'us no Mundo Vindouro.
 
Ainda assim, pelo fato de precisarem que a verdade fosse mostrada, eles não fizeram uma Teshuvá completa. O Rav Noach Weinberg zt"l (EUA, 1930 - Israel, 2009) explica que a expressão "não puderam responder" significa que eles não tinham o que dizer, mas gostariam de poder ter dito algo. Tiveram a vontade de dizer a Yossef: "Foi você que trouxe isso sobre si mesmo. Nós o julgamos mal, mas não somos totalmente culpados".
 
É fácil enxergar esta cegueira nos outros, mas devemos ter a claridade de que ela também nos atinge. Quando se trata de algo no qual temos interesses, também nos tornamos cegos e buscamos justificativas para encobrir nossas falhas. Não enxergamos mesmo o que é mais óbvio. Somente com reflexões e aconselhamentos com os sábios de Torá poderemos superar esta cegueira. É a única forma de consertarmos nossos erros e caminharmos no nosso objetivo de aprimoramento.

SHABAT SHALOM

 R' Efraim Birbojm

 

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