sexta-feira, 12 de julho de 2024

AS MITZVÓT DEMONSTRAM NOSSO AMOR POR D’US - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ CHUKAT 5784

BS"D
O e-mail desta semana é dedicado à Refua Shleima (pronta recuperação) de 

Avraham Yaacov ben Miriam Chava

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O e-mail desta semana é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de 
Sr. Gabriel David ben Rachel zt"l 
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Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, entrar em contato através do e-mail 
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PARASHÁ CHUKAT 5784



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ASSUNTOS DA PARASHÁ CHUKAT
  • A Vaca Vermelha.
  • A morte de Miriam e reclamação por falta de água.
  • Água da Rocha - Erro e castigo de Moshé e Aharon.
  • Encontro com Edom.
  • A morte de Aharon.
  • Confrontação com Canaan (Amalek).
  • A reclamação, as Serpentes e o Mastro de cobre.
  • Jornadas Posteriores.
  • Cântico do Poço.
  • Confrontações com Sichon e Og.
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AS MITZVÓT DEMONSTRAM NOSSO AMOR POR D'US - PARASHÁ CHUKAT 5784 (12/jul/24)
 
O Sr. Rafael tinha uma pequena loja de falafel em Jerusalém. Certo dia, um cliente entrou em sua loja e pediu:
 
- Por favor, me prepare um falafel com tudo de bom!
 
O Sr. Rafael foi perguntando ao cliente o que ele gostaria que fosse colocado na pita junto com o falafel. Para sua surpresa, a resposta era sempre "sim". "Tehina? Coloca! Picles? Coloca! Beringelas? Coloca! Apimentado? Coloca! Repolho? Coloca! Salada? Coloca! Pasta? Coloca! Fritas? Coloca!"
 
Após aquele falafel completíssimo ficar pronto, o cliente pagou e seguiu satisfeito para a sua mesa, para morder com vontade aquele delicioso falafel. No fim do dia, quando o último cliente saiu, o Sr. Rafael arrumou a loja e, em seguida, dirigiu-se à sinagoga para a Tefilá de Arvit, como sempre fazia. Porém, naquele dia, algo diferente aconteceu. Quando ele chegou na última Berachá da Amidá, "Sim Shalom", lembrou-se do cliente que havia estado em sua loja e dizia "sim" para tudo, Ele sorriu e pensou consigo mesmo:
 
- Acho que sou igual àquele cliente que queria encher sua pita com tudo de bom. Acabei de terminar a "Amida", e o que eu pedi? Fiz como aquele homem: "Paz? Coloca! Bondade? Coloca! Brachá? Coloca! Vida? Coloca! Sustento? Coloca! D'us, coloque tudo de bom em minha vida!".
 
Porém, o Sr. Rafael continuou entretido em seus pensamentos. Ele lembrou-se que, em sua loja, após receber o falafel completíssimo, o cliente pagou imediatamente em dinheiro. E ele, após pedir uma enorme lista de benefícios, como poderia pagar para D'us? E esta foi a conclusão dele: a caixa registradora de D'us recebe o "pagamento" quando dizemos à Ele: "D'us, Você manda tudo de bom e sustenta com bondade o universo inteiro. Vou cumprir Sua vontade, mesmo quando eu não entendo ou não concordo, simplesmente porque foi Você que comandou". Esse é o nosso pagamento, essa é a nossa maior demonstração de amor por D'us.

Nesta semana lemos a Parashá Chukat, contendo assuntos muito importantes que ocorreram quando o povo judeu já estava em seu último ano no deserto, tais como as mortes de Miriam e de Aharon, além do erro de Moshé ao golpear a pedra para dar água ao povo.
 
O nome da Parashá, "Chukim", significa literalmente "Estatutos". A Torá contém dois tipos de Mitzvót: os Chukim e os Mishpatim. Chukim são as Mitzvót que estão acima do nosso intelecto e, portanto, não temos condições de entendê-las, tais como a proibição de misturar lã com linho (Shatnez) e a obrigação de colocarmos os Tefilin na cabeça e no braço. Já os Mishpatim são as Mitzvót intelectualmente mais fáceis de serem entendidas, tais como a proibição de roubar, de matar e de cometer adultério.
 
O assunto inicial da nossa Parashá é a enigmática "vaca vermelha", cujas cinzas eram utilizadas para a purificação de pessoas que entraram em contato com a impureza dos mortos. A vaca vermelha é a Mitzvá que representa os Chukim, pois há enormes dificuldades de entendimento, e até mesmo contradições, muito acima do nosso limitado entendimento. Por exemplo, a vaca vermelha era utilizada para purificar as pessoas, mas aquele que preparava as cinzas ficava impuro. Como pode ser que algo feito para purificar as pessoas impurifica outras pessoas que já estavam puras? Certamente esta Mitzvá está muito acima do nosso entendimento.
 
O assunto da vaca vermelha nos remete a um interessante ensinamento do Talmud (Kidushin 31a), que  questiona: "Até onde vai a nossa obrigação de honrarmos nossos pais?". O Talmud responde contando a história de um homem não judeu de Ashkelon, chamado Dama ben Netina, e o respeito que ele tinha pelo pai. Ele era um comerciante de pedras preciosas, e foi procurado pelos sábios judeus pois tinha uma das pedras que era necessária para o "Choshen" (peitoral), uma das roupas do Cohen Gadol. A pedra valia 600 mil moedas de ouro, mas como a chave da loja estava sob o travesseiro de seu pai, que estava descansando, ele se recusou a incomodá-lo, mesmo que isso significasse a perda de um lucro tão grande. Essa é a medida até onde devemos honrar os nossos pais.
 
Porém, a história continua. No ano seguinte, D'us recompensou Dama ben Netina e, entre seus animais, nasceu uma vaca vermelha, que cumpria todos os requisitos para a Mitzvá de purificação. Os sábios judeus, que estavam precisando de uma vaca vermelha, vieram até ele. Dama ben Netina disse a eles: "Sei que se eu pedisse todo o dinheiro do mundo, vocês me dariam por esta vaca vermelha. Porém, eu vou pedir por ela apenas a quantia que perdi pela honra do meu pai".
 
Mas por que o Talmud veio nos ensinar a lição de honrar os pais justamente através do ato meritório de um não judeu? Não haviam atos meritórios de judeus que poderiam transmitir a mesma mensagem? Por exemplo, nossos sábios ensinam que certa vez a mãe do Rabi Tarfon estava caminhando em seu jardim no Shabat e a sandália dela rasgou. Ela teria que voltar para casa descalça. O Rabi Tarfon imediatamente colocou as mãos sob os pés dela, para que ela pisasse até chegar em casa. Então por que o ato lembrado foi o de Dama ben Netina? Além disso, por que a recompensa de Dama ben Netina veio justamente através de uma vaca vermelha? Por que D'us não mandou a recompensa de outra maneira, como aumentar os seus lucros nos negócios?
 
Explica o Rav Yaacov Naiman zt"l (Bielorússia, 1909 - EUA, 2009) que, na realidade, o ato de Dama ben Netina não foi algo tão louvável e completo como parece. Nos ensina Shlomo HaMelech: "Se um homem desse todos os bens de sua casa por amor, eles o desprezariam" (Shir Hashirim 8:7). Rashi explica que isso se refere ao amor do povo judeu por D'us. Quando um judeu cumpre uma Mitzvá, que é a vontade de D'us, ele despreza qualquer dinheiro, isto é, não trocaria a Mitzvá por nenhum dinheiro do mundo. No final das contas, Dama ben Netina vendeu sua preciosa Mitzvá por 600 mil moedas de ouro. Isso fez com que seu ato fosse incompleto.
 
Além disso, uma pessoa realmente virtuosa, quando cumpre uma Mitzvá, não fica atrás de receber "tapinhas nas costas" dos outros. Ele é humilde e tenta esconder seus bons atos e, se possível, cumprir as Mitzvót quando os outros não estão olhando. E até mesmo em relação a si mesmo, a pessoa deve tentar "esquecer" a Mitzvá que cumpriu, para não ficar orgulhoso. Há grandes Tzadikim do povo judeu que estavam sempre preocupados e viviam com a sensação de que ainda não haviam cumprido as Mitzvót como deveriam. Por que? Pois as coisas boas que eles faziam eles realmente se esqueciam e, por isso, sempre se sentiam incompletos, como se estivessem apenas começando.
 
O comportamento de Dama ben Netina foi bem diferente. Apesar de ser uma das pessoas mais corretas entre os não judeus, ele lembrou-se da Mitzvá que havia feito mesmo após um ano já ter se passado. Ele ainda se glorificava por ter feito um grande ato e se enaltecia, demonstrando seu orgulho. Mas por que isso é um problema?
 
Na Tefilá de Mussaf de Rosh Hashaná nós dizemos: "Você (D'us) lembra de todas as coisas esquecidas". A explicação mais simples é que, no momento do nosso julgamento, D'us se lembra de todas as nossas transgressões, mesmo aquelas que nós já esquecemos. Porém, o Rav Moshe Leib de Sassov zt"l (Ucrânia, 1745 - 1807) traz uma linda explicação. Quando uma pessoa cumpre uma Mitzvá e "esquece" que a cumpriu, então D'us se lembra da Mitzvá e dá à pessoa uma recompensa. Porém, se a pessoa se lembra da Mitzvá e se torna orgulhosa, então D'us "esquece" a Mitzvá. Da mesma forma, se uma pessoa faz uma transgressão e se esquece dela, então D'us se lembra. Porém, se a pessoa se lembra da transgressão e se arrepende, então D'us esquece.
 
Desta maneira também podemos entender porque D'us deu a recompensa a Dama ben Netina através da vaca vermelha. D'us queria testá-lo, dando-lhe a oportunidade, depois de muito tempo, de vender a Mitzvá que havia feito. Dama não passou no teste e, se vangloriando por sua boa ação, trocou-a por dinheiro.
 
O Rebe de Kotzk zt"l (Polônia, 1787 - 1859) explicou por que D'us deu a ele uma vaca vermelha. Quando Dama ben Netina cumpriu a Mitzvá de honrar seu pai, isso se tornou uma acusação contra o povo judeu. É como se tivessem anunciado dos Céus: "Vejam como este não judeu está cumprindo a Mitzvá de honrar os pais! E ele está disposto a perder muito dinheiro por ela!". D'us então mandou a Mitzvá da vaca vermelha, para mostrar que Dama ben Netina estava disposto a perder dinheiro por uma Mitzvá que ele entendia racionalmente, enquanto os sábios judeus estavam dispostos a pagar qualquer valor por uma Mitvzá que não tinha nenhum entendimento lógico. Isso acabou com a acusação espiritual contra o povo judeu.
 
Por que, em relação à Mitzvá da vaca vermelha está escrito "Esta é a lei da Torá", como se representasse todas as Mitzvót? Explica o Or HaChaim Hakadosh (Marrocos, 1696 - Israel, 1743) que quando uma pessoa cumpre uma Mitzvá completamente ilógica, é como se tivesse cumprido a Torá inteira, pois é um testemunho da confiança que a pessoa tem em D'us. Já em relação aos Mishpatim não há este testemunho, pois talvez a pessoa não cumpriu a Mitzvá por confiar em D'us, e sim pois intelectualmente concorda com a Mitzvá.
 
Nossa conexão verdadeira vem da confiança plena em D'us, sem cálculos e sem racionalizações. Devemos cumprir as Mitzvót apenas por que D'us nos comandou, como um filho que escuta as instruções de seu pai, mesmo quando não entende. Desta maneira, demonstramos o nosso amor e nos conectamos a D'us de verdade.

SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm

 

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima.
 
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l.
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Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
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