sexta-feira, 3 de novembro de 2023

TRANSFORME-SE EM UM SER HUMANO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ VAYERÁ 5784

BS"D
O e-mail desta semana é dedicado à Refua Shleima (pronta recuperação) de 

Avraham Yaacov ben Miriam Chava

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O e-mail desta semana é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de 
Sr. Gabriel David ben Rachel zt"l 
      Haviva Bina bat Moshe z"l      
Aharon Yitzhack ben David Calman z"l 


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Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, entrar em contato através do e-mail 
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PARASHÁ VAYERÁ 5784



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MENSAGEM DA PARASHÁ VAYERÁ

ASSUNTOS DA PARASHÁ VAYERÁ
  • D'us visita Avraham após o Brit-Milá, aos 99 anos.
  • Os 3 Beduínos visitantes.
  • Promessa de um filho para Sara.
  • Anjos vão para Sdom.
  • Destruição de Sdom.
  • Nascimento de Amon e Moav.
  • Sequestro de Sara porAvimelech.
  • Nascimento de Itzchak.
  • 9º teste de Avraham: Expulsão de Hagar e Ishmael.
  • O Tratado de Beer Sheva.
  • 10º teste de Avraham: Akeidat Ytzchak.
  • Nascimento de Rivka.
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TRANSFORME-SE EM UM SER HUMANO - PARASHÁ VAYERÁ 5784 (03/nov/23)
 
"O Rav Israel Salanter zt"l (Lituânia, 1810 - Prússia, 1883) foi um dos precursores do movimento de Mussar, que incentiva pessoas a investirem em estudos e reflexões que levam à melhoria dos nossos traços de caráter. Hoje não existe nenhuma Yeshivá no mundo que não tenha seu "Seder de Mussar" diário de pelo menos 30 minutos. Porém, nem sempre foi assim. O Rav Salanter encontrou muita resistência no início, pois muitos foram contra, inclusive grandes rabinos, por considerarem que este estudo "roubaria" tempo de estudo do Talmud.
 
Para mostrar que o estudo de Mussar não era algo para pessoas muito simples, sem capacidade intelectual para estudar Talmud, o Rav Salanter circulava pelas Yeshivót mais importantes e pendurava em cada uma delas uma lista de aproximadamente 25 assuntos diferentes do Talmud, para que os alunos preparassem. Dois dias depois, ele voltava e dava uma aula de 3 a 4 horas, conectando todos os assuntos de forma profunda. Assim ele convencia as pessoas de que o estudo de Mussar era importante até mesmo para os grandes sábios de Torá
 
Porém, em certa cidade, dois jovens alunos de uma Yeshivá quiseram demonstrar publicamente que o Mussar era uma perda de tempo. Eles trocaram a folha com os 25 assuntos que o Rav Salanter havia deixado e colocaram no lugar outra folha com 25 assuntos completamente diferentes. A ideia era que, quando o Rav Salanter chegasse, ele não conseguiria dar sua aula, sendo obrigado a ir embora humilhado.
 
E, realmente, dois dias depois, quando o Rav Salanter chegou àquela Yeshivá, logo percebeu que haviam trocado os assuntos. Ele ficou alguns poucos minutos em silêncio, pensando. Depois disso ele começou a aula e, por três horas seguidas, sem nenhuma interrupção e sem consultar um único livro, ele conseguiu conectar todos os assuntos que estavam na folha deixada pelos dois alunos, de forma ainda mais brilhante.
 
Porém, assim que o Rav Salanter terminou o Shiur, ele desmaiou. Todos correram para ajudá-lo. Quando ele já estava se recompondo, os dois alunos se aproximaram, muito envergonhados, e pediram perdão. Eles estavam muito arrependidos por terem causado aquele sofrimento ao rabino, um enorme desgaste físico e mental. O Rav Salanter disse, de maneira doce:
 
- Eu perdoo vocês pelo que fizeram. Mas quero que saibam que não foi por causa de vocês que eu desmaiei. Quando vi que haviam trocado as folhas, percebi que teria que preparar na minha cabeça toda a aula novamente. Para minha própria surpresa, isso não me levou mais do que poucos minutos. Eu sei que dos Céus não recebemos presentes, recebemos missões e ferramentas para que possamos cumpri-las. Hoje descobri que tenho um potencial ainda maior do que eu imaginava, e que talvez eu não o estou utilizando. Foi por isso que eu desmaiei."

Nesta semana lemos a Parashá Vayerá (literalmente "E apareceu"), que continua descrevendo as incríveis características do nosso primeiro patriarca. Avraham desenvolveu traços de caráter espantosos, como a bondade, a coragem de ir contra o sistema e a disposição de entregar a vida por um ideal. Estas são características que até hoje estão presentes no povo judeu, uma herança de Avraham. Muitas destas características Avraham foi adquirindo através dos testes que ele passou. Eles causavam difíceis lutas internas que ele aprendeu a vencer.
 
Através dos atos dos nossos patriarcas, e até mesmo dos servos deles, podemos aprender a que nível espiritual podemos chegar. Por exemplo, nossa Parashá traz o último e mais difícil teste da vida de Avraham: a Akeidat Yitzchak. D'us ordenou que Avraham pegasse seu filho, que representava a transmissão para as futuras gerações de todos os conceitos espirituais que ele havia construído durante sua vida, e o sacrificasse sobre o altar. Avraham não entendeu o pedido de D'us. Não fazia sentido matar Yitzchak. Porém, mesmo assim, sem questionamentos, Avraham madrugou no dia seguinte, carregou seu burro e foi sacrificar seu filho.
 
D'us dificultou mais ainda o teste. Ele não revelou onde o sacrifício ocorreria, apenas mandou Avraham caminhar até que Ele mostrasse o lugar. Avraham teve que andar por vários dias com a ideia na cabeça de que estava indo sacrificar seu filho. Finalmente, após três dias, Avraham viu uma montanha onde uma nuvem repousava sobre ela. Avraham logo percebeu que não era uma nuvem comum. Imediatamente ele questionou Yitzchak se ele também estava vendo aquela nuvem, e Yitzchak confirmou. Porém, ao questionar seu servo Eliezer e seu filho Ishmael, que o estavam acompanhando, se eles também viam algo diferente naquela montanha, eles disseram que não. Então Avraham disse a eles: "Fiquem aqui com o burro, e eu e o rapaz (Yitzchak) iremos para lá, e nos curvaremos (para D'us) e voltaremos para vocês" (Bereshit 22:5). O Talmud (Kidushin 68a) explica que as palavras "Fiquem aqui com o burro" significava que ambos, Eliezer e Ishmael, se assemelhavam ao burro.
 
Porém, este ensinamento desperta um enorme questionamento. Quando Avraham quis procurar uma esposa para Yitzchak, mandou seu servo Eliezer. É este tipo de pessoa que mandaríamos procurar uma esposa para o nosso filho, alguém que se assemelha a um burro? Além disso, nossos sábios dizem que Eliezer era um grande Tzadik, que subiu vivo para o Céu. Como ele podia ser Tzadik e, ao mesmo tempo, comparado a um burro?
 
Explicam os nossos sábios que quando Avraham disse para eles "fiquem aqui com o burro", estava dando uma bronca neles. Qual foi a bronca? O ser humano, como um burro, nasce com necessidades físicas. Ele pode passar uma vida inteira conectado apenas com suas necessidades materiais, como o burro, ou pode almejar um caminho de crescimento espiritual, como um ser humano. É o que nos ensina Yov: "Mas o homem vazio adquirirá entendimento, e o homem nasce como o filhote de burro" (Yov 11:12). Rashi explica que, se quiser, a pessoa examinará seus atos e ganhará compreensão para se conectar ao seu Criador. Porém, se não fizer nada, permanecerá um homem que se assemelha a um burro, acostumado ao deserto, vivendo sem sentido. A palavra "burro" é "Chamor", as mesmas letras de "Chomer", que significa "materialismo". A pessoa que se assemelha a um burro é aquela que vive presa ao mundo material.
 
Quando Eliezer escutou as palavras de Avraham, foi como uma facada em seu coração. Os habitantes da Terra de Knaan eram pessoas amaldiçoadas. Eliezer trabalhou tanto em seu crescimento espiritual que se transformou de "amaldiçoado" em "abençoado". Quando ele foi até a casa de Betuel em busca de uma esposa para Yitzchak, três anos depois, Lavan lhe disse: "Venha, você que é abençoado por D'us" (Bereshit 24:31).
 
Mas como fazemos para conseguir crescer desta maneira? A resposta está em um interessante ensinamento do Talmud (Chulin 105a): O sábio Shmuel dizia: "Eu, comparado ao meu pai, sou como o vinagre comparado ao vinho. Meu pai inspecionava seus campos duas vezes por dia, enquanto eu os inspeciono apenas uma vez". Shmuel ensinava que quem inspecionasse sua propriedade todos os dias encontraria uma moeda de prata. Rashi (França, 1040 - 1105) 
explica que inspecionar a propriedade preserva seu valor, pois a pessoa encontra o que precisa ser consertado, e isso é comparado a achar uma moeda de prata. O Talmud relata que outro sábio, Abaie, inspecionava a sua propriedade todos os dias. Um dia ele descobriu seu arrendatário carregando uma pilha de madeiras, com a intenção de roubá-las. Abaie, ao seguir o ensinamento de inspecionar diariamente sua propriedade, conseguiu se salvar de uma enorme perda. Mas por que o Talmud ensina a importância de inspecionar propriedades? E, além disso, por que Shmuel achou que isso era uma razão para dizer que ele era como "vinagre comparado ao vinho" quando comparado ao seu pai?
 
De acordo com o Chafetz Chaim zt"l (Bielorússia, 1838 - Polônia, 1933),
 o Talmud não está se referindo literalmente aos nossos bens materiais. É, na realidade, uma analogia às nossas posses espirituais, nossa única propriedade verdadeira e eterna. Uma pessoa deve inspecionar esses "bens" diariamente. Aquele que inspeciona suas posses espirituais descobrirá quando lhe falta algo, como temor a D'us, quando tendemos a ficar mais preocupados em perder dinheiro do que perder Mitzvót. Com esta verificação diária, podemos perceber quando não estamos utilizando adequadamente nosso tempo para estudar Torá e cumprir Mitzvót. Devido à maneira como o Yetzer Hará confunde uma pessoa, ela pode chegar a se esquece do verdadeiro propósito para o qual foi criada caso não verifique constantemente seus atos.
 
É isso que Shmuel estava nos ensinando ao afirmar que quem inspeciona sua propriedade todos os dias encontrará uma moeda de prata. Quando alguém examina suas ações certamente encontrará coisas que precisam ser melhoradas e fará o que for necessário para conseguir essas melhorias. A única maneira de superar as táticas do Yetzer Hará é reservar um tempo, de preferência todos os dias, ou ao menos todas as semanas, para sentar-se sozinho e deixar de lado todas as preocupações mundanas, a fim de inspecionar nossas vidas e pensar nas maneiras através das quais podemos melhorar a nós mesmos. É preciso examinar minuciosamente nossas ações, como Abaie, que percebeu que o Yetser Hará estava querendo roubar suas posses espirituais.
 
Este é o significado da afirmação de Shmuel de que, comparado ao seu pai, ele era como o vinagre comparado ao vinho. O pai de Shmuel era um grande Tzadik, que examinava sua alma e suas realizações espirituais todos os dias. Ele refletia uma vez no meio do dia, para determinar se havia ou não cumprido adequadamente as Mitzvót da manhã, e refletia uma segunda vez à noite, antes de se deitar. Já Shmuel fazia essa inspeção apenas uma vez por dia. Esta verificação pode mudar tudo, do vinagre para o vinho, de um burro para um ser humano. Este é o nosso trabalho neste mundo: o crescimento constante, o conserto dos nossos atos, o aprimoramento dos nossos traços de caráter. Antes de nascermos, os anjos nos fazem jurar que seremos Tzadikim e não perversos. Que possamos nos esforçar e, com muito estudo e reflexão, cumprir o nosso juramento. 

SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm

 

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima.
 
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l.
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Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
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