BS"D
O VALOR DE CADA UM - PARASHÁ BÔ 5774 (03 de janeiro de 2014)
"O Rav Shlomo Heimann (Bielorússia, 1892 – EUA, 1945) era um dos professores da Yeshivá Torá Vadaat, nos Estados Unidos, e dava diariamente aula para um grupo enorme de alunos, com mais de cem estudantes. Ele era muito conhecido pela sua energia e entusiasmo, conseguindo prender a atenção de todos os alunos, mesmo com a sala de aula completamente lotada.
Certo dia, uma pesada nevasca caiu na cidade, bloqueando as ruas e impossibilitando as pessoas de se locomoverem. Somente quatro alunos conseguiram vencer a neve e chegar à Yeshivá. Apesar disso, o Rav Heimann deu sua aula com a mesma energia e entusiasmo de sempre, como se a sala estivesse com uma centena de alunos escutando. Um dos seus alunos, ao final da aula, perguntou:
- Rav, se você estava dando aula para apenas quatro alunos, por que precisou gastar tantas energias, gritando e gesticulando como se estivesse diante de centenas de alunos?
- Não estava dando aula para apenas quatro alunos – respondeu o Rav Heimann – Mas para vocês, seus filhos, netos, e todos os futuros descendentes e alunos que sairão de vocês. Por isso, a sala não estava vazia, ao contrário, ela estava bem cheia..."
O valor de uma pessoa não é medido apenas por ela mesma, mas também por todos os descendentes que virão futuramente. Portanto, cada um faz muita diferença, como ensinam nossos sábios: "Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro"
Na Parashá desta semana, Bô, D'us mandou as últimas três pragas, devastando completamente o Egito e acabando de vez com a resistência do Faraó, que finalmente concordou em libertar o povo judeu. As pragas atingiram somente os egípcios e seus bens, mas os judeus, que viviam na cidade de Goshen, não foram atingidos, como está escrito: "Havia uma escuridão espessa em toda a terra do Egito por três dias... E para os Filhos de Israel havia luz em suas moradias". (Shemot 10:22,23).
Porém, nossos sábios ensinam que a praga da escuridão sim afetou de certa maneira o povo judeu. Rashi (França, 1040 - 1105), citando um Midrash (parte da Torá Oral), afirma que apenas um quinto do povo judeu saiu do Egito, conforme está escrito no versículo "Os filhos de Israel estavam armados quando saíram do Egito" (Shemot 13:18). A palavra "armados", que em hebraico é "chamushim", também significa "um quinto". O que aconteceu com os outros quatro quintos do povo? Morreram e foram enterrados durante a praga da escuridão, para que os egípcios não percebessem e não achassem que os judeus também estavam sendo atingidos pelas pragas.
Mas este Midrash citado pelo Rashi desperta muitos questionamentos. Em primeiro lugar, a Torá diz que havia 600 mil homens no Monte Sinai no momento da entrega da Torá. Considerando também as mulheres e as crianças, chegamos à conclusão de que mais de 3 milhões de judeus saíram do Egito. Segundo o Midrash, isto representava apenas 20% do povo e, portanto, havia mais de 15 milhões de judeus no Egito. A escravidão, que durou 210 anos, começou logo depois da morte dos filhos de Yaacov. Se Yaacov havia ido ao Egito com apenas 70 pessoas, como pode ser que em tão pouco tempo já havia 15 milhões de judeus no Egito? Além disso, se morreram 12 milhões de judeus durante a praga da escuridão, este evento teve consequências muito mais terríveis para o povo judeu do que todos os castigos que os egípcios receberam nas 10 pragas. Afinal, quem estava sendo castigado, o povo judeu ou os egípcios? E finalmente, se os judeus morreram durante a praga da escuridão justamente para que os egípcios não percebessem, será que adiantou? Os egípcios não notaram o sumiço repentino de 12 milhões de judeus, se sobraram apenas 3 milhões?
Responde o Rav Shimon Shwab que o Midrash não deve ser entendido de forma literal. Na verdade, durante a praga da escuridão, apenas um número pequeno de judeus morreu. Provavelmente eram judeus muito Reshaim (malvados), que não tinham o mérito para serem salvos do Egito e se tornarem parte do povo judeu, somente uma minoria. Mas então por que o Midrash diz que um número tão grande de judeus morreu? Pois o Midrash não está levando em conta apenas os poucos judeus que efetivamente morreram no Egito, mas também todos os seus descendentes, milhões de pessoas que sairiam deles nas futuras gerações.
Porém, se estes poucos que morreram eram pessoas tão ruins, que não mereciam nem mesmo fazer parte do povo judeu por estarem completamente afastados de D'us, então por que o Midrash dá tanta ênfase aos seus futuros descendentes? Para nos ensinar que a perda de cada judeu é causa de uma dor ilimitada para D'us, não importa o quanto este judeu esteja afastado dos caminhos corretos. Mais do que a dor pela perda da própria pessoa é a dor pela perda dos futuros Tzadikim (Justos) que estariam entre os descendentes desta pessoa, e que se perderam para sempre.
Este conceito também pode ser visto no primeiro assassinato da história. Após Cain ter matado seu irmão Hevel (Abel), D'us falou para ele: "O que você fez? As vozes dos sangues do seu irmão estão gritando por Mim a partir da terra" (Bereshit 4:10). Por que está escrito "as vozes dos sangues", ao invés de "a voz do sangue"? O Talmud (Sanhedrin 37a) responde que não apenas o sangue derramado de Hevel gritava por D'us, mas também o sangue de todos os seus potenciais descendentes, que nunca chegariam a viver. Isto quer dizer que o crime hediondo de Cain não foi apenas assassinar uma única pessoa, mas destruir o potencial dos milhões de descendentes que sairiam dele.
Moshé também conhecia bem este conceito. Quando ele viu um egípcio covardemente golpeando um judeu, com intenção de matá-lo, Moshé se levantou para protegeu a vida de seu irmão judeu. Ele então matou o egípcio, como está escrito: "Ele olhou para um lado e para o outro lado e não viu nenhum homem, e então ele golpeou o egípcio e o enterrou na areia" (Shemot 2:12). Rashi explica que as palavras "olhou para um lado e para o outro e não viu nenhum homem" significa que Moshé viu, através de seu elevado nível profético, que daquele egípcio não sairia nenhum descendente Tzadik. Isto quer dizer que se houvesse apenas um descendente Tzadik que sairia daquele egípcio, talvez Moshé teria poupado a vida dele.
É por isso que o Holocausto foi uma tragédia tão grande para o povo judeu, pois os nazistas não mataram apenas seis milhões de judeus, eles assassinaram incontáveis milhões de vidas inocentes, isto é, todos os potenciais descendentes dos judeus assassinados que nunca viverão.
O Rav Yonathan Guefen faz uma pergunta interessante: se o Midrash demonstra a dor que devemos sentir pela morte de alguns Reshaim, em especial pela destruição de suas futuras descendências, como devemos nos sentir com a situação atual do povo judeu, quando nosso inimigo não é mais um holocausto físico, mas um holocausto espiritual silencioso, chamado "assimilação"? Diferente do Egito, hoje praticamente não existem mais pessoas no nível de serem chamados de Reshaim, mas há milhões de judeus que, educados em casas completamente laicas, cresceram desconectados dos valores da Torá e acabaram perdendo a sua conexão com o judaísmo através de casamentos mistos. Não é apenas o próprio judaísmo da pessoa que se perde com a assimilação, mas também o judaísmo de todos os milhões de futuros descendentes que provavelmente não terão a oportunidade de se conectar com a Torá.
Muito dizem que não é necessário se preocupar com a assimilação, pois apesar das altíssimas taxas de casamentos mistos, que em alguns lugares chega a alarmantes 80%, está profetizado que o povo judeu sempre vai existir, em todas as épocas, até a chegada do Mashiach. Mas este é um pensamento completamente equivocado, pois apesar das profecias garantirem que o povo judeu será eterno, devemos chorar e nos enlutar por cada judeu que se perde, tanto por ele quanto por todos os seus potenciais descendentes que se perderão.
Da mesma forma que nem todo o povo judeu participou da redenção do Egito, infelizmente nem todos terão o mérito de participar da Redenção Final, nos dias do Mashiach. É por isso que cada alma importa muito, e não devemos medir esforços para ajudar a trazer de volta as pessoas mais afastadas do nosso povo. Qualquer esforço vale, nem que seja para trazer de volta apenas um único judeu.
SHABAT SHALOM
Rav Efraim Birbojm
Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Frade (Fanny) bat Chava, Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Avraham ben Chana, Bentzion ben Chana, Aviva (Jackelin) bat Mirta, Ester bat Rivka, Aron Natan ben Avraham, Clarice Chaia bat Nasha Blima, Rena bat Salk, Duvid ben Rachel, Chaia Lib bat Michle, Michle bat Enque, Miriam Tzura bat Ite, Fanny bat Vich, Zeev Shalom ben Sara Dvorah, Pece bat Geni, Baruch ben Yaacov, Salomão ben Sara, Tamara bat Shoshana, Sara Myriam bat Dina, Yolanda bat Sophie, Chai Shlomo ben Sara, Chaim ben Messodi, Eliezer ben Esther, Lea bat Sara, Debora Chaia bat Gueula.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) do meu querido e saudoso avô, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L, que lutou toda sua vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possa ter um merecido descanso eterno.
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Avraham ben Ytzchak, Joyce bat Ivonne, Feiga bat Guedalia, Chana bat Dov, Kalo (Korin) bat Sinyoru (Eugeni), Leica bat Rivka, Guershon Yossef ben Pinchas; Dovid ben Eliezer, Reizel bat Beile Zelde, Yossef ben Levi, Eliezer ben Mendel, Menachem Mendel ben Myriam, Ytzhak ben Avraham, Mordechai ben Schmuel, Feigue bat Ida, Sara bat Rachel, Perla bat Chana, Moshé (Maurício) ben Leon, Reizel bat Chaya Sarah Breindl; Hylel ben Shmuel; David ben Bentzion Dov, Yacov ben Dvora; Moussa HaCohen ben Gamilla, Naum ben Tube (Tereza); Naum ben Usher Zelig; Laia bat Morkdka Nuchym; Rachel bat Lulu; Yaacov ben Zequie; Moshe Chaim ben Linda; Mordechai ben Avraham; Chaim ben Rachel; Beila bat Yacov; Itzchak ben Abe; Eliezer ben Arieh; Yaacov ben Sara, Mazal bat Dvóra, Pinchas Ben Chaia, Messoda (Mercedes) bat Orovida, Avraham ben Simchá, Bela bat Moshe, Moshe Leib ben Isser, Miriam bat Tzvi, Moises ben Victoria, Adela bat Estrella, Avraham Alberto ben Adela, Judith bat Miriam, Sara bat Efraim, Shirley bat Adolpho, Hunne ben Chaim, Zacharia ben Ytzchak, Aharon bem Chaim, Taube bat Avraham, Yaacok Yehuda ben Schepsl, Dvoire bat Moshé, Shalom ben Messod, Yossef Chaim ben Avraham, Tzvi ben Baruch, Gitl bat Abraham, Akiva ben Mordechai, Refael Mordechai ben Leon (Yehudá), Moshe ben Arie, Chaike bat Itzhak, Viki bat Moshe, Dvora bat Moshé, Chaya Perl bat Ethel, Beila Masha bat Moshe Ela, Sheitl bas Iudl, Boruch Zindel ben Herchel Tzvi, Moshe Ela ben Avraham, Chaia Sara bat Avraham, Ester bat Baruch, Baruch ben Tzvi, Renée bat Pauline, Menia bat Toube, Avraham ben Yossef, Zelda bat Mechel, Pinchas Elyahu ben Yaakov, Shoshana bat Chaskiel David, Ricardo ben Diana, Chasse bat Eliyahu Nissim, Reizel bat Eliyahu Nissim, Yossef Shalom ben Chaia Musha, Amelia bat Yacov, Chana bat Cheina, Shaul ben Yoshua, Milton ben Sami, Maria bat Srul, Yehoshua Reuven ben Moshe Eliezer, Chaia Michele bat Eni, Arie Leib ben Itschak, Chaia Ruchel bat Tsine, Malka bat Sara, Penina bat Moshe, Schmuel ben Beniamin, Chaim ben Moshe Leib, Avraham ben Meir, Shimshon ben Baruch, Yafa bat Salha, Baruch ben Yaacov, Sarah bat Miriam.
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Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
- Não estava dando aula para apenas quatro alunos – respondeu o Rav Heimann – Mas para vocês, seus filhos, netos, e todos os futuros descendentes e alunos que sairão de vocês. Por isso, a sala não estava vazia, ao contrário, ela estava bem cheia..."
O valor de uma pessoa não é medido apenas por ela mesma, mas também por todos os descendentes que virão futuramente. Portanto, cada um faz muita diferença, como ensinam nossos sábios: "Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro"
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Na Parashá desta semana, Bô, D'us mandou as últimas três pragas, devastando completamente o Egito e acabando de vez com a resistência do Faraó, que finalmente concordou em libertar o povo judeu. As pragas atingiram somente os egípcios e seus bens, mas os judeus, que viviam na cidade de Goshen, não foram atingidos, como está escrito: "Havia uma escuridão espessa em toda a terra do Egito por três dias... E para os Filhos de Israel havia luz em suas moradias". (Shemot 10:22,23).
Porém, nossos sábios ensinam que a praga da escuridão sim afetou de certa maneira o povo judeu. Rashi (França, 1040 - 1105), citando um Midrash (parte da Torá Oral), afirma que apenas um quinto do povo judeu saiu do Egito, conforme está escrito no versículo "Os filhos de Israel estavam armados quando saíram do Egito" (Shemot 13:18). A palavra "armados", que em hebraico é "chamushim", também significa "um quinto". O que aconteceu com os outros quatro quintos do povo? Morreram e foram enterrados durante a praga da escuridão, para que os egípcios não percebessem e não achassem que os judeus também estavam sendo atingidos pelas pragas.
Mas este Midrash citado pelo Rashi desperta muitos questionamentos. Em primeiro lugar, a Torá diz que havia 600 mil homens no Monte Sinai no momento da entrega da Torá. Considerando também as mulheres e as crianças, chegamos à conclusão de que mais de 3 milhões de judeus saíram do Egito. Segundo o Midrash, isto representava apenas 20% do povo e, portanto, havia mais de 15 milhões de judeus no Egito. A escravidão, que durou 210 anos, começou logo depois da morte dos filhos de Yaacov. Se Yaacov havia ido ao Egito com apenas 70 pessoas, como pode ser que em tão pouco tempo já havia 15 milhões de judeus no Egito? Além disso, se morreram 12 milhões de judeus durante a praga da escuridão, este evento teve consequências muito mais terríveis para o povo judeu do que todos os castigos que os egípcios receberam nas 10 pragas. Afinal, quem estava sendo castigado, o povo judeu ou os egípcios? E finalmente, se os judeus morreram durante a praga da escuridão justamente para que os egípcios não percebessem, será que adiantou? Os egípcios não notaram o sumiço repentino de 12 milhões de judeus, se sobraram apenas 3 milhões?
Responde o Rav Shimon Shwab que o Midrash não deve ser entendido de forma literal. Na verdade, durante a praga da escuridão, apenas um número pequeno de judeus morreu. Provavelmente eram judeus muito Reshaim (malvados), que não tinham o mérito para serem salvos do Egito e se tornarem parte do povo judeu, somente uma minoria. Mas então por que o Midrash diz que um número tão grande de judeus morreu? Pois o Midrash não está levando em conta apenas os poucos judeus que efetivamente morreram no Egito, mas também todos os seus descendentes, milhões de pessoas que sairiam deles nas futuras gerações.
Porém, se estes poucos que morreram eram pessoas tão ruins, que não mereciam nem mesmo fazer parte do povo judeu por estarem completamente afastados de D'us, então por que o Midrash dá tanta ênfase aos seus futuros descendentes? Para nos ensinar que a perda de cada judeu é causa de uma dor ilimitada para D'us, não importa o quanto este judeu esteja afastado dos caminhos corretos. Mais do que a dor pela perda da própria pessoa é a dor pela perda dos futuros Tzadikim (Justos) que estariam entre os descendentes desta pessoa, e que se perderam para sempre.
Este conceito também pode ser visto no primeiro assassinato da história. Após Cain ter matado seu irmão Hevel (Abel), D'us falou para ele: "O que você fez? As vozes dos sangues do seu irmão estão gritando por Mim a partir da terra" (Bereshit 4:10). Por que está escrito "as vozes dos sangues", ao invés de "a voz do sangue"? O Talmud (Sanhedrin 37a) responde que não apenas o sangue derramado de Hevel gritava por D'us, mas também o sangue de todos os seus potenciais descendentes, que nunca chegariam a viver. Isto quer dizer que o crime hediondo de Cain não foi apenas assassinar uma única pessoa, mas destruir o potencial dos milhões de descendentes que sairiam dele.
Moshé também conhecia bem este conceito. Quando ele viu um egípcio covardemente golpeando um judeu, com intenção de matá-lo, Moshé se levantou para protegeu a vida de seu irmão judeu. Ele então matou o egípcio, como está escrito: "Ele olhou para um lado e para o outro lado e não viu nenhum homem, e então ele golpeou o egípcio e o enterrou na areia" (Shemot 2:12). Rashi explica que as palavras "olhou para um lado e para o outro e não viu nenhum homem" significa que Moshé viu, através de seu elevado nível profético, que daquele egípcio não sairia nenhum descendente Tzadik. Isto quer dizer que se houvesse apenas um descendente Tzadik que sairia daquele egípcio, talvez Moshé teria poupado a vida dele.
É por isso que o Holocausto foi uma tragédia tão grande para o povo judeu, pois os nazistas não mataram apenas seis milhões de judeus, eles assassinaram incontáveis milhões de vidas inocentes, isto é, todos os potenciais descendentes dos judeus assassinados que nunca viverão.
O Rav Yonathan Guefen faz uma pergunta interessante: se o Midrash demonstra a dor que devemos sentir pela morte de alguns Reshaim, em especial pela destruição de suas futuras descendências, como devemos nos sentir com a situação atual do povo judeu, quando nosso inimigo não é mais um holocausto físico, mas um holocausto espiritual silencioso, chamado "assimilação"? Diferente do Egito, hoje praticamente não existem mais pessoas no nível de serem chamados de Reshaim, mas há milhões de judeus que, educados em casas completamente laicas, cresceram desconectados dos valores da Torá e acabaram perdendo a sua conexão com o judaísmo através de casamentos mistos. Não é apenas o próprio judaísmo da pessoa que se perde com a assimilação, mas também o judaísmo de todos os milhões de futuros descendentes que provavelmente não terão a oportunidade de se conectar com a Torá.
Muito dizem que não é necessário se preocupar com a assimilação, pois apesar das altíssimas taxas de casamentos mistos, que em alguns lugares chega a alarmantes 80%, está profetizado que o povo judeu sempre vai existir, em todas as épocas, até a chegada do Mashiach. Mas este é um pensamento completamente equivocado, pois apesar das profecias garantirem que o povo judeu será eterno, devemos chorar e nos enlutar por cada judeu que se perde, tanto por ele quanto por todos os seus potenciais descendentes que se perderão.
Da mesma forma que nem todo o povo judeu participou da redenção do Egito, infelizmente nem todos terão o mérito de participar da Redenção Final, nos dias do Mashiach. É por isso que cada alma importa muito, e não devemos medir esforços para ajudar a trazer de volta as pessoas mais afastadas do nosso povo. Qualquer esforço vale, nem que seja para trazer de volta apenas um único judeu.
SHABAT SHALOM
Rav Efraim Birbojm
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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT:
São Paulo: 19h38 Rio de Janeiro: 19h23 Belo Horizonte: 19h19 Jerusalém: 16h12
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
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