| | Vídeo da Parashat Reê | | | INSPIRANDO-SE NOS ATOS DE D'US - PARASHAT REÊ 5778 (10 de agosto de 2018) Carla estava passando por uma situação financeira difícil na vida. Havia perdido o emprego e suas últimas economias estavam terminando. O pior é que sua filha precisava urgentemente de uma roupa para festas e ela não tinha dinheiro para comprar. Certo dia, passando por uma loja, ela viu um vestido lindo na vitrine. O tamanho era perfeito para sua filha, seria um sonho poder dar um vestido daqueles de presente para ela, mas quando viu o preço ela desanimou, pois não tinha condições de pagar. Mesmo assim ela entrou na loja e perguntou para a vendedora se ela daria algum desconto ou parcelaria o pagamento, mas a vendedora respondeu que infelizmente a roupa já estava com desconto e, por isso, não havia como diminuir o preço e o pagamento precisaria ser feito à vista. Carla, ainda com uma ponta de esperança, perguntou à vendedora se ela poderia ao menos reservar aquela roupa por algum tempo, até ela conseguir o dinheiro, mas a vendedora pediu desculpas e explicou que aquela era a última peça e que não poderia reservar, pois outras pessoas também tinham mostrado interesse. Carla agradeceu e, com uma enorme tristeza no coração, virou-se para ir embora. Na loja havia outra senhora que estava provando roupas. Enquanto Carla conversava com a vendedora da loja, ela estava longe, mas ficou escutando toda a conversa e prestando bastante atenção. Quando elas terminaram de conversar, a senhora não pôde deixar de perceber a tristeza no olhar de Carla. Tomando coragem, ela se aproximou de Carla e, com um sorriso, disse: - Por favor, desculpe me intrometer, mas posso comprar o vestido para você? Gostaria muito que você pudesse dar este presente para sua filha. - Agradeço muito seu gesto - disse Carla - Mas não posso aceitar um presente destes. O vestido é caro, não quero que ninguém gaste tudo isto por minha causa. Minha filha está precisando muito de um vestido, mas se D'us quiser vou conseguir dinheiro para comprar um para ela. A senhora insistiu mais uma vez, mas Carla não queria aceitar de maneira nenhuma. Então a senhora falou: - Escute, vou explicar porque estou insistindo tanto. Eu já tive uma vida bem confortável, morava em um belo apartamento e vestia roupas finas. Porém, em certo momento, os ventos da vida mudaram e acabei perdendo tudo. Passei três anos morando na rua, me alimentando do que as pessoas me traziam e me vestindo com as roupas que me doavam. Se não fosse a bondade de desconhecidos, eu não teria conseguido sobreviver. Graças a D'us eu consegui me reerguer. Com a ajuda de desconhecidos eu saí da rua, consegui um emprego e refiz a minha vida. Porém, prometi a mim mesma que retribuiria a bondade que tantos desconhecidos fizeram comigo. Por favor, eu insisto, me deixe comprar este vestido para a sua filha. É uma forma de pagar por todo o bem que eu recebi. Após escutar o comovente relato daquela senhora, Carla decidiu aceitar o presente. E a única forma que ela encontrou de pagar por aquele ato de bondade foi dando um abraço sincero de agradecimento. | | Nesta semana lemos a Parashat Reê (literalmente "Veja"), que começa nos descrevendo os dois caminhos que temos diante de nós na vida. Um é mais trabalhoso e exige mais investimentos, mas leva a uma vida de equilíbrio e harmonia. O outro é um caminho mais fácil, de mais prazeres imediatos, mas que normalmente leva a futuras dificuldades e tristezas. O caminho mais trabalhoso é uma vida com Torá e Mitzvót, uma vida mais regrada, mas que possibilita uma construção espiritual e alcançar prazeres verdadeiros em longo prazo. O caminho mais fácil é uma vida na qual somos guiados pelas vontades e prazeres, que podem saciar em um primeiro momento, mas que normalmente levam a problemas futuros. A linguagem "Veja", ressaltada pela Torá antes de anunciar os dois caminhos, demonstra que este conceito não é algo apenas teórico. Se observarmos a sociedade onde vivemos, completamente voltada ao preenchimento imediato dos desejos, perceberemos os altos índices de divórcio, traição, roubo e desonestidade. Isto demonstra na prática que o caminho mais curto, de prazeres imediatos, somente leva a sofrimento e dor em longo prazo. Outro assunto trazido na Parashat é a obrigação de ajudarmos os pobres e necessitados. A Torá ensina o quanto devemos ser generosos com todos aqueles que são destituídos e ressalta a gravidade de sermos mesquinhos e ignorarmos as necessidades dos que estão em uma situação financeira difícil. Porém, em relação a este assunto, há um versículo difícil de ser entendido: "Pois as pessoas destituídas nunca deixarão de existir na terra" (Devarim 15:11). O que significam estas palavras? De acordo com o Rav Avraham ben Meir zt"l (Espanha, 1092 - 1167), mais conhecido como Ibn Ezra, a Torá está nos ensinando que a pobreza sempre vai estar presente no povo judeu, pois nunca vamos conseguir nos livrar completamente das transgressões, o que é comprovado pelas palavras do mais sábio de todos os homens, Shlomo HaMelech: "Não há Tzadik (Justo) na terra que faz o bem e não comete transgressões" (Mishlei - Provérbios 7:20). Como sempre cometemos transgressões, sempre seremos castigado com a pobreza. Porém, quando D'us criou o ser humano, Ele também criou o Yetser Hará (má inclinação), uma força temível com a qual temos que lutar o tempo todo. D'us já sabia que o Yetser Hará algumas vezes conseguiria nos vencer e nos levar a cometer transgressões. Se a pobreza está associada às nossas transgressões e D'us sabia que o ser humano sempre cometeria erros, isto significa que, por algum motivo, D'us quer que a pobreza exista no mundo e seja parte da nossa realidade. Mas por que D'us criou um sistema no qual não podemos nos livrar definitivamente da pobreza? Explica o Rav Yohanan Zweig que realizar atos de Chessed (bondade) pode nos ajudar a alcançarmos dois objetivos bem diferentes. Há uma noção, universalmente aceita, de que devemos fazer atos de bondade e altruísmo, e isto pode ser encontrado em qualquer sociedade. Esta vontade de fazer o bem emana da nossa responsabilidade social, de querermos garantir que as necessidades básicas de todos os indivíduos da nossa sociedade sejam atendidas. O nosso senso de conexão com cada pessoa desperta em nós a compaixão e transforma as necessidades e angústias dos outros como se fossem nossas. Porém, há outra dimensão em relação à realização dos atos de bondade, que está acima das obrigações sociais. O próprio fato de um D'us Onipotente, que não tem nenhuma deficiência ou necessidade, ter criado um mundo no qual o ser humano pode viver, nos ensina que a criação do mundo é um ato absoluto de bondade. D'us criou o mundo com o único propósito de tornar os seres humanos os beneficiários de Sua bondade ilimitada. Este é o significado do versículo "Olam Chessed Ibanê" (O mundo foi criado através da bondade) (Tehilim - Salmos 89:3). A bondade é a maneira através da qual D'us se revelou, e continua se revelando, para Suas criaturas. Quando queremos nos conectar a alguém, a melhor maneira é nos assemelhando a ela. Isto é muito observado, apesar de não nos darmos conta disto, na maneira como os adultos conversam com as crianças. Um adulto que quer cativar a atenção de uma criança normalmente se agacha para ficar na mesma altura da criança e utiliza um tom de voz infantil. Fazemos isto de maneira natural, mas se trata, na realidade, do uso da imitação como forma de conexão entre duas pessoas. Isto é amplamente explorado pela "Indústria do Marketing", cuja premissa é criar uma imagem com a qual as pessoas terão vontade de se conectar e imitar. É por isso que as propagandas utilizam normalmente personalidades famosas, do mundo da televisão, do cinema ou dos esportes, para anunciar roupas, perfumes, joias ou equipamentos digitais. Quando uma pessoa passa o mesmo perfume que a famosa atriz de novelas ou usa o mesmo celular que aquele famoso jogador de futebol, ela sente que está se conectando com aquela personalidade. É como a famosa frase utilizada em uma antiga propaganda de cigarros: "pelo menos alguma coisa a gente tem em comum". Isto significa que copiar os atos de alguém automaticamente nos conecta a esta pessoa. Este mesmo conceito pode ser utilizado em nossa realidade espiritual. Uma das formas de nos conectarmos a D'us é "copiando" Seu comportamento. Uma das características que melhor definem a essência de D'us é justamente a Sua bondade e misericórdia. Assim, todo momento em que estamos realizando atos de bondade, estamos nos comportando como D'us e, automaticamente, nos conectando a Ele. Portanto, além da responsabilidade social que devemos desenvolver, de nos importarmos com os problemas de cada pessoa como se fossem os nossos próprios problemas, também temos que praticar constantemente atos de bondade para nos conectarmos e nos identificarmos com D'us. Justamente por este potencial de conexão espiritual que as bondades nos possibilitam foi que D'us garantiu que sempre haverá pobres dentro do povo judeu. Isto significa que D'us está nos dando a oportunidade de fazermos o bem aos necessitados. Mais do que o pobre ganha quando o ajudamos, somos nós que estamos ganhando, pois estamos crescendo espiritualmente e nos tornando pessoas mais sagradas. Sem pessoas com quem pudéssemos realizar atos de bondade, nunca poderíamos expressar a Divindade que temos dentro de cada um de nós. Portanto, ao ajudar um necessitado, não espere pelo agradecimento dele. Ao contrário, se adiante e agradeça a ele, por tudo o que ele está fazendo de bom por sua alma. Shabat Shalom R' Efraim Birbojm | | | *********************************************** HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHAT REÊ 5778: São Paulo: 17h28 Rio de Janeiro: 17h16 Belo Horizonte: 17h22 Jerusalém: 18h52 ***************************************** | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Chana Mirel bat Feigue, eliezer ben Shoshana. -------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. ------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | |
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