quinta-feira, 6 de novembro de 2025

CONEXÃO COM O ESPIRITUAL - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAIERÁ 5786

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R' Moishe Eliezer ben David Mordechai zt"l 
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PARASHÁ VAIERÁ 5786



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ASSUNTOS DA PARASHAT VAIERÁ
  • D'us visita Avraham após o Brit-Milá, aos 99 anos.
  • Os 3 "beduínos" visitantes.
  • Promessa de um filho para Sara.
  • 2 Anjos vão para Sdom.
  • Lot recebe os anjos.
  • Destruição de Sdom e fuga de Lot.
  • Nascimento de Amon e Moav.
  • Sequestro de Sara porAvimelech.
  • Nascimento de Itzchak.
  • 9º teste de Avraham: Expulsão de Hagar e Ishmael.
  • Hagar, Ishmael e o anjo.
  • O Tratado de Beer Sheva.
  • 10º teste de Avraham: Akeidat Ytzchak.
  • Nascimento de Rivka.
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CONEXÃO COM O ESPIRITUAL - PARASHAT VAIERÁ 5786 (31/out/25) 

"Em 1937, um jovem rabino vindo da Lituânia desembarcava nos Estados Unidos. Chamava-se Rav Yaacov Kamenetzky zt"l (Lituânia, 1891 - EUA, 1986), um Talmid Chacham que estudou nas Yeshivót de Slobodka e Mir, em uma época em que a Europa respirava Torá. Mas o mundo onde ele estava chegando era bem diferente. A América dos imigrantes judeus estava tomada pela luta pela sobrevivência e manutenção da espiritualidade. Muitos judeus se viam obrigados a trabalhar no Shabat, e a Torá lentamente se tornava uma lembrança distante.
 
O Rav Yaacov assumiu uma pequena comunidade na Pensilvânia. Era uma vila simples, com poucos judeus e recursos limitados. O salário era modesto, as condições muito difíceis e o futuro parecia incerto. Mesmo assim, ele recusava qualquer proposta de emprego que pudesse interferir no seu estudo de Torá ou no cumprimento do Shabat. Aos olhos do mundo, ele vivia com pouco. Mas, aos olhos da eternidade, ele possuía tudo.
 
Certa vez, já idoso e reconhecido como um dos grandes líderes da geração, alguém lhe perguntou se não se arrependia de ter vivido tantos anos com simplicidade, sem buscar conforto ou riqueza. O Rav Yaacov sorriu com tranquilidade e respondeu:
 
- Arrepender-me? De forma alguma. Eu ganhei algo que ninguém pode tirar: a serenidade de viver com Torá.
 
Ele explicava que conheceu muitos homens que passaram a vida inteira acumulando dinheiro e status, mas que, por dentro, eram inquietos e insatisfeitos. "Eles têm tudo e, ainda assim, nada os preenche. Eu tive pouco, mas vivi com propósito todos os dias".
 
Essa era a sua verdadeira riqueza: a paz interior que nasce quando a vida é guiada pela Torá. Para o Rav Yaacov, o valor das coisas não se media pelo que se possuía, mas pelo quanto se permanecia conectado ao que é eterno.
 
Mesmo já sendo um dos maiores líderes de Torá, continuava vivendo da mesma forma simples. Nunca teve carro próprio, vestia roupas modestas e não acumulava bens. Costumava repetir o versículo "O ganho da Torá é melhor do que o da prata, e a sua renda é melhor do que o ouro fino" (Mishlei 3:14) e explicava: "O lucro do ouro termina quando o homem morre. Mas o lucro da Torá começa justamente quando ele parte deste mundo".
 
Essa frase expressava o lema de sua vida: viver em coerência com o que é verdadeiro, mesmo quando o mundo inteiro segue outro caminho. "Verdade" não é apenas não mentir, é viver alinhado com o propósito Divino. A verdadeira riqueza não se mede pelo que temos, e sim pelo que somos diante da Torá. O homem que vive com Emuná e Torá carrega um tesouro que ninguém pode roubar: a serenidade e a claridade."
 
O exemplo do Rav Yaacov Kamenetsky nos ensina que felicidade não é a ausência de dificuldades, mas a presença de sentido. Quem vive com Torá pode enfrentar a pobreza e ainda se sentir rico, pode ter pouco e ainda viver com fartura. Pois o ganho não está no acúmulo, e sim na tranquilidade de viver com a verdade.

Nesta semana lemos a Parashat Vaierá (literalmente "E apareceu"), que continua descrevendo os difíceis dez testes pelos quais Avraham passou em sua vida. A cada teste ele ia se elevando, se espiritualizando, descobrindo que seus limites iam além do que ele imaginava. Até que ele chegou ao seu último e mais difícil teste: a "Akeidat Ytzchak", quando se viu comandado por D'us a sacrificar seu próprio filho.
 
O teste não envolvia apenas conseguir dominar a misericórdia de um pai pelo seu filho para cumprir a vontade de D'us. Era também um teste com um forte componente social, pois a vida inteira Avraham lutou contra a idolatria de Molech, cujo serviço consistia em passar o próprio filho em uma fogueira. Além disso, Avraham teve que lutar contra seu lado intelectual, pois o comando de D'us não parecia fazer sentido. Por que sacrificar aquele que seria o responsável por dar continuidade a todo o legado espiritual desenvolvido por ele, através de anos de reflexão? Mesmo assim, Avraham venceu todos os questionamentos e levou seu filho para ser sacrificado.
 
O teste foi ainda mais difícil por Avraham ter que caminhar por três dias, acompanhado de Ytzchak, Ishmael (seu filho com Hagar) e Eliezer (seu escravo). Quando chegaram ao local do sacrifício, somente Avraham e Ytzchak subiram na montanha apontada por D'us. E, no último instante, quando Avraham já havia levantado a faca para sacrificar seu filho, um anjo o interrompeu e não permitiu que ele terminasse o ato, como está escrito: "E ele disse: 'Não estenda a sua mão contra o rapaz, nem lhe faça mal algum, pois agora eu sei que você teme a D'us, visto que você não negou seu filho, seu único'" (Bereshit 22:12).
 
Depois disso, a Torá descreve a volta de Avraham para casa: "E Avraham retornou aos seus jovens" (Bereshit 22:19). "Jovens" se refere a Ishmael e Eliezer. Porém, onde estava Ytzchak? O Midrash explica que Avraham o enviou à casa de Shem, para estudar Torá. Mas por que justamente neste momento? Naturalmente, seria esperado que, após uma experiência tão intensa, Avraham retornasse imediatamente para casa com Ytzchak. Em primeiro lugar, para que Ytzchak pudesse se recuperar daquela experiência avassaladora. Além disso, para que Sara, que não sabia para onde o filho tinha sido levado, soubesse o que aconteceu e pudesse rever seu filho.
 
O Midrash responde que o motivo pelo qual Avraham mandou Ytzchak estudar Torá justamente naquele momento, ao invés de antes levá-lo para casa, pode ser comparado a uma mulher que enriqueceu por meio de sua máquina de fiar. Ela disse: "Já que foi com essa máquina que eu enriqueci, nunca mais quero me afastar dela". Assim também disse Avraham: "Tudo o que alcancei na vida foi apenas graças ao meu envolvimento com a Torá e as Mitzvót. Portanto, não quero que isso jamais se afaste de meus descendentes".
 
À primeira vista, a analogia parece estranha. Por acaso seguir a Torá trouxe para Avraham riquezas e conforto? Pelo contrário, foram as provações e sofrimentos que o acompanharam justamente por causa de seu compromisso com a Torá e as Mitzvót! Seria mais natural que o Midrash destacasse a dor e a entrega, e não a riqueza. Então o que o Midrash nos transmite com esta analogia?
 
O Rav Meir Rubman zt"l (Lituânia, 1895 - Israel, 1967) aprende das palavras do Midrash um ensinamento profundo sobre o sentimento dos nossos patriarcas em sua Avodat Hashem. Para compreender melhor este tema, é preciso observar outro trecho do Midrash, que expressa o sublime equilíbrio que havia em Avraham, entre o desejo ardente de cumprir a vontade de D'us e a compaixão natural que um pai sente pelo filho. Diz o Midrash que quando Avraham estendeu a mão para pegar a faca, seus olhos se encheram de lágrimas de compaixão. Mas, apesar disso, o coração de Avraham estava alegre por estar cumprindo a vontade de seu Criador.
 
O Midrash acrescenta algo ainda mais surpreendente. Está escrito no versículo "E o anjo disse: não estenda sua mão contra o rapaz". Porém, por que o versículo não disse "Não estenda a faca"? Pois três lágrimas caíram dos anjos e a faca se desmanchou. Avraham então disse: "Eu quero cumprir a vontade de D'us. Como não tenho mais a faca, então me deixe estrangulá-lo!". Foi por isso que o anjo respondeu: "Não estenda sua mão". E mesmo assim Avraham não desistiu e pediu: "Me deixe ao menos tirar uma gota de sangue do meu filho, para que eu possa cumprir a vontade de D'us!", ao que o anjo respondeu "Não lhe faça mal algum".
 
Avraham era um servo leal, que não buscava flexibilizações, leniências ou motivos de isenção. Avraham se entristeceu mais com as palavras "Não estenda sua mão" do que com a ordem "Eleve-o como uma oferenda" (Bereshit 22:2). A prova é que, diante do comando de sacrificá-lo, ele não protestou, como está escrito "e foram ambos juntos" (Bereshit 22:8), isto é, com o coração pleno. Mas quando o anjo o chamou dizendo "Não estenda sua mão contra o rapaz", Avraham ficou surpreso e confuso. Diante dessa confusão, Avraham não via em "não estenda tua mão" um ponto final. Pediu ao menos para cumprir de outra forma a Mitzvá, ou parte dela. Daqui vemos que o comportamento dos patriarcas estava muito acima do comportamento esperado das pessoas normais.
 
Também voltar com Ytzchak para casa após o evento da Akeidá seria o comportamento de quem age segundo o curso natural das coisas. Mas os patriarcas viviam acima da natureza. Por isso, logo após o evento, Avraham enviou Ytzchak para estudar Torá com Shem, pois queria que a Torá fizesse parte integral da vida de seu filho, da mesma forma que fazia parte integral de sua vida e de suas decisões.
 
Agora podemos entender também a analogia do Midrash, comparando Avraham a uma mulher que enriqueceu com sua máquina de fiar. Isso nos ensina algo admirável sobre a grandeza dos patriarcas. Como eles viviam com Emuná e profunda conexão com D'us, sabiam que todo sofrimento neste mundo é insignificante diante da doçura das Mitzvót e da grandeza de sua recompensa, como ensinam nossos Sábios: "Mais preciosa é uma hora de deleite no Mundo Vindouro do que toda a vida deste mundo" (Pirkei Avót 4:17). Por isso, a percepção deles era o oposto das pessoas comuns. Para eles, cumprir a vontade Divina com sacrifício e entrega era, de fato, uma verdadeira riqueza espiritual, pois eles sabiam que "de acordo com a dificuldade, assim é a recompensa" (Pirkei Avót 5:26).
 
Estamos muito longe do nível dos patriarcas. Porém, isso não impede de nos esforçarmos e, em pequenas atitudes, viver com a mesma claridade e foco que eles. Devemos nos questionar todos os dias: "Quando meus atos se igualarão aos atos dos meus patriarcas?". E que possamos sentir a riqueza espiritual que recebemos por meio de nosso envolvimento com a Torá, sem jamais nos afastar dela, pois ela é a nossa vida.

SHABAT SHALOM 

R' Efraim Birbojm

 

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quinta-feira, 30 de outubro de 2025

IMPACTANDO AS FUTURAS GERAÇÕES - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT LECH LECHÁ 5786

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ASSUNTOS DA PARASHAT LECH LECHÁ
  • 3º teste de Avraham: Abandonar tudo e ir para uma terra estranha (Lech Lechá).
  • 4º teste de Avraham: Fome em Eretz Knaan.
  • Avraham vai para o Egito.
  • 5º teste de Avraham: Sara é sequestrada pelo Faraó.
  • Avraham e Lot voltam com grandes riquezas.
  • Separação de Avraham e Lot.
  • A Guerra dos 5 reis contra os 4 reis.
  • Lot é sequestrado e Avraham é avisado.
  • 6º teste de Avraham: Luta contra os 4 reis.
  • O "Pacto entre as partes".
  • A promessa da Terra de Israel.
  • 7º teste de Avraham: D'us anuncia a Avraham o exílio dos seus descendentes.
  • Casamento com Hagar.
  • O nascimento de Ishmael.
  • 8º teste de Avraham: Brit-Milá.
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IMPACTANDO AS FUTURAS GERAÇÕES - PARASHAT LECH LECHÁ 5786 (31/out/25)

"Durante sua vida, o Rav Aryeh Levin zt"l (Império Russo, 1885 - Israel, 1969), conhecido como o "Tzadik de Jerusalém", dedicou-se a cuidar de cada judeu com atenção, compaixão e discrição. Ele não buscava fama nem reconhecimento, seu objetivo era simplesmente cumprir a vontade de D'us, ajudando o próximo com todo o coração e com toda a sua força.
 
Um dos exemplos mais conhecidos de sua vida era seu cuidado com prisioneiros judeus. Em tempos em que muitos eram detidos por pequenos delitos ou até por atos de resistência contra o domínio inglês, o Rav Levin ia às prisões e visitava cada prisioneiro pessoalmente, oferecendo palavras de esperança e consolo. Ele nunca julgava, apenas lembrava a cada um: "Há uma faísca de santidade em você, não permita que ela se apague".
 
Mas o Rav Aryeh Levin não parava por aí. Durante os conflitos que antecederam a criação do Estado de Israel e nas guerras seguintes, ele visitava as famílias dos soldados, confortando mães e pais aflitos. E, discretamente, ajudava os pobres, às vezes colocando moedas nos bolsos ou entregando dinheiro pessoalmente, sem que ninguém soubesse de quem vinha a ajuda. Cada gesto era simples, mas feito com total amor ao próximo.
 
O impacto de suas atitudes foi profundo e duradouro. Muitos prisioneiros que ele incentivou retornaram à vida de Torá e Mitzvót, tornando-se pais de família e mães exemplares. Filhos e netos dessas famílias cresceram com Emuná e dedicação à Torá, seguindo o exemplo do Rav Levin. As famílias que receberam ajuda material ou emocional preservaram o legado de Chessed e Tzedaká, passando esses valores adiante por gerações. De forma silenciosa, ele criou linhagens espirituais inteiras, moldadas por atos cotidianos de bondade."
 
O Midrash ensina: "Se você vir pessoas em necessidade, não feche os olhos. Cada ato de misericórdia reverbera através das gerações". O Rav Aryeh Levin ensinou na prática a veracidade deste ensinamento. Ele não fazia milagres, não precisava de grandes discursos ou feitos grandiosos. Cada visita, palavra de consolo ou moeda entregue tinha o poder de transformar vidas. E, de fato, transformou. Não apenas a vida de pessoas, mas o destino espiritual de famílias inteiras. Nenhum ato de bondade é pequeno. Cada gesto feito com o coração, mesmo que seja simples, tem o poder de influenciar por gerações.

Nesta semana lemos a Parashat Lech Lechá (literalmente "Vá por você"), que começa a se aprofundar nos detalhes da vida do nosso primeiro patriarca, Avraham, e em especial os grandes testes que ele passou na vida. Avraham era extremamente íntegro e reto, seguia a vontade de D'us sem questionamentos, mesmo quando os comandos Divinos iam completamente contra a lógica humana. E foi justamente por isso que ele deixou uma marca tão profunda na humanidade. Na realidade, Avraham foi um divisor de águas, pois foi aquele que conseguiu se elevar novamente, após a drástica queda espiritual que ocorreu a partir da transgressão de Adam Harishon e que continuou nas gerações posteriores.
 
O primeiro teste de Avraham trazido na nossa Parashá é o de "Lech Lechá". D'us ordenou que Avraham abandonasse o comodismo, o conforto do lar e a proximidade da família e fosse atrás do preenchimento do seu potencial espiritual, que somente chegaria na sua plenitude dentro da Terra de Israel, uma terra sagrada, apropriada para o crescimento. O teste era ainda mais difícil por Avraham não ser mais um jovem com espírito aventureiro, que se empolgaria com a ideia de colocar uma mochila nas costas e desafiar o desconhecido. Ele já tinha uma idade avançada, como está escrito sobre a sua saída: "E Avraham tinha setenta e cinco anos quando deixou Charan" (Bereshit 12:4).
 
Pouco depois de ter chegado em Eretz Israel, Avraham foi testado novamente e forçado pela fome a descer para o Egito. Em seguida, a Torá registra a disputa entre os pastores de Avraham e os pastores de Lot, seu sobrinho, o que os levou a se separarem. Depois da separação, a Torá relata a guerra dos quatro reis, que vieram principalmente das terras a leste do Rio Jordão, contra os cinco reis, que vieram das terras a oeste do Rio Jordão. Os quatro reis venceram, capturaram os cinco reis e seus territórios, incluindo Lot e toda a sua fortuna. Avraham então foi avisado sobre o sequestro de Lot e o salvou, derrotando os quatro reis. Finalmente, a Torá relata o "Brit Bein Habetarim" (Pacto entre as Partes), firmado entre D'us e Avraham.
 
Porém, há algo estranho na ordem destes eventos descritos na Parashá, pois não parecem seguir a cronologia. De acordo com o livro Seder Olam, que reflete o consenso da maioria dos comentaristas, Avraham tinha setenta anos no Brit Bein Habetarim. Já segundo os Baalei HaTossafot (Brachot 7b), a guerra dos reis ocorreu quando Avraham tinha setenta e três anos. Portanto, a Parashá começa com Avraham indo para Eretz Israel aos setenta e cinco anos e, quase imediatamente, descendo para o Egito. Depois, a Parashá relata a guerra dos reis, que ocorreu quando Avraham tinha setenta e três anos e, finalmente, o Brit Bein Habetarim, quando ele tinha setenta anos. Embora exista uma regra clara de que "a Torá não segue necessariamente uma ordem cronológica", a forma mais lógica de relatar eventos seria descrevê-los na ordem cronológica. Portanto, sempre que a Torá se desvia dessa ordem, é necessária uma explicação para esta mudança. Neste caso, o que levou a Torá a quebrar a cronologia?
 
Um dos conceitos importantes do Sefer Bereshit é "Maasse Avot Siman Labanim", isto é, as ações dos patriarcas são um sinal e um modelo para os seus descendentes. O Sefer Bereshit é como um esboço do que aconteceria com o povo judeu ao longo da história. Em um nível, isso significa que o refinamento de caráter que nossos antepassados alcançaram ficou gravado e foi "geneticamente" transmitido aos seus descendentes. As experiências dos patriarcas nos dão força para perseverar. Da mesma forma que Avraham passou por testes e venceu, ele nos deixou de herança a força para vencermos nossos testes do cotidiano.
 
Aprofundando essa ideia, o Ramban (Espanha, 1194 - Israel, 1270) acrescenta um segundo entendimento do conceito de "Maasse Avot Siman Labanim". Ele explica que eventos que ocorreram na vida de Avraham foram símbolos proféticos que garantiram Brachót futuras a seus descendentes. Isso significa que quando D'us criou o mundo, Ele utilizou a Torá como a planta de construção. Segundo o Talmud (Shabat 88b), o mundo foi criado com um plano mestre e um propósito, sendo o objetivo final do ser humano revelar a honra de D'us. Quais nações e indivíduos desempenhariam um papel fundamental para atingir essa finalidade seria determinado pelas escolhas que fariam. Embora os patriarcas fossem "carruagens" dignas para carregar a honra de D'us neste mundo, isso não asseguraria, necessariamente, que seus descendentes fossem incluídos no plano mestre. Mesmo profecias que garantem a criação e continuidade dos descendentes podem ser anuladas pelas transgressões destes, como declara o Talmud (Brachot 4a): "Talvez a transgressão venha a interferir". Porém, uma profecia acompanhada pelas ações dos patriarcas, que representariam os acontecimentos futuros, garantiria que a história se desenrolasse da maneira profetizada.
 
Explica o Rav Yssocher Frand shlita que os patriarcas tinham, portanto, a capacidade de orquestrar o curso da história judaica. Desta forma, os eventos da vida de Avraham devem ser vistos em dois planos: aqueles que o afetaram individualmente e aqueles nos quais ele atuou como "cabeça" da entidade coletiva do povo judeu. A Torá reflete a sequência dos eventos na medida em que afetam o povo judeu, e não necessariamente na ordem em que ocorreram na vida particular de Avraham. A descida de Avraham ao Egito devido à fome antecipa a descida dos filhos de Yaacov ao Egito também por causa de uma fome. O Faraó tentou tomar Sara de Avraham, da mesma forma que os egípcios tentaram matar todos os meninos judeus para poderem tomar as meninas para si. Avraham deixou o Egito com uma grande riqueza, garantindo que seus descendentes fariam o mesmo na saída do Egito. Quando Avraham entrou em Eretz Israel, surgiu uma disputa com Lot. De modo semelhante, ao tentar entrar em Eretz Israel, o povo judeu foi confrontado pelos povos de Amon e Moav, descendentes de Lot. O povo judeu conquistou o lado leste do Rio Jordão (parte de fora) e, nos dias de Yehoshua, o lado oeste (parte de dentro), o que foi predefinido quando Avraham derrotou os quatro reis.
 
Rashi oferece uma descrição detalhada de como o Brit Bein Habetarim tornou irrevogáveis tanto o mérito de Eretz Israel para o povo judeu quanto a garantia de sua sobrevivência, desde os tempos da dinastia de David Hamelech, passando pelos quatro impérios que dominariam o povo judeu no exílio e culminando com a vinda do Mashiach. A Parashat Lech Lechá, portanto, reflete todos os aspectos da história judaica. É essa cronologia que a Parashá segue, com Avraham atuando como o patriarca que influencia seus descendentes, em vez de relatar os eventos segundo a ordem em que aconteceram em sua vida particular.
 
Não temos o nível dos patriarcas, de influenciar de forma tão decisiva o futuro dos nossos descendentes. Porém, ao mesmo tempo, nós sim temos o poder de influenciar, não apenas indivíduos, mas gerações inteiras, com pequenas boa atitudes cotidianas. Fazer o bem, sentir a dor do próximo e ser honesto até mesmo nos pequenos detalhes são atitudes que todos nós podemos fazer. Mesmo sendo pessoas simples, podemos ser excepcionais.
 
Que possamos nos inspirar no Rav Aryeh Levin e em seu legado de bondade silenciosa, e que cada ato de Chessed que fazemos seja uma semente que florescerá nas futuras gerações. Devemos sempre perguntar a nós mesmos: como posso hoje mudar a vida de alguém com uma atitude simples, mas cheia de boas intenções?

SHABAT SHALOM 

R' Efraim Birbojm

 

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