sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

CONFIAR DÁ MENOS TRABALHO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT MIKETZ 5786

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PARASHAT MIKETZ 5786



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ASSUNTOS DA PARASHAT MIKETZ
  • Os dois sonhos do Faraó.
  • Yossef é chamado para interpretar os sonhos.
  • Yossef se torna o vice rei.
  • Yossef se casa com Osnat.
  • A estratégia de Yossef é implantada no Egito.
  • Yossef tem dois filhos: Efraim e Menashé.
  • Começam os anos de fome no Egito.
  • Yaacov manda seus filhos aos Egito.
  • Yossef reconhece seus irmãos, mas eles não o reconhecem.
  • Yossef acusa os irmãos de serem espiões.
  • Os irmãos de Yossef se arrependem.
  • Yossef prende Shimon e exige a vinda de Biniamin.
  • Yaacov se recusa a enviar Biniamin.
  • A fome continua e Yaacov é obrigado a enviar Biniamin.
  • Yossef testa seus irmãos e esconde cálice de prata na sacola de Biniamin.
  • Biniamin é acusado de roubo e condenado a virar escravo.
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CONFIAR DÁ MENOS TRABALHO - PARASHAT MIKETZ E CHANUKA 5786 (19/dez/25)

O Rav Yossef Yuzel Horowitz zt"l (Bielorrússia, 1847 - Ucrânia, 1919), mais conhecido como "Saba MiNovardok", era famoso por seu nível extraordinário de "Bitachon" (confiança em D'us). Durante toda a sua vida, ele não investiu muito tempo nem grandes esforços para resolver problemas que surgiam, confiando sempre na bondade de D'us de que tudo correria bem. Costumava assinar, antes do seu nome, as letras "Beit Beit", iniciais de "Baal Bitachon" (homem dono da confiança).
 
Como prova do seu Bitachon, o Rav Yossef Yuzel guardou por décadas um resto de vela, despertando curiosidade nas pessoas. Então ele contava que quando vivia na cidade de Zushen, certa noite terminaram todas as suas velas e ele ficou no escuro, não tendo mais como continuar seu estudo de Torá. Porém, ele não se desesperou. Apesar da hora tardia, saiu na rua em busca de luz. Subitamente, viu um homem vindo em sua direção. Ele trazia uma vela na mão e prontamente entregou-a, como se estivesse trazendo uma encomenda. Esse episódio serviu ao Rav Yossef Yuzel como um sinal de até onde deve chegar a confiança de uma pessoa.
 
Desde muito cedo, começou a exercitar-se na característica de "Bitachon". Quando estava em Kovno, uniu-se a um grupo de estudiosos de Mussar que trabalhavam essa virtude e decidiram não dar nenhum passo na vida sem o consenso do grupo de que aquele esforço era realmente necessário. Mas um dos membros do grupo não quis aceitar esse compromisso, alegando que tinha filhas em idade de casamento e que precisava se preocupar com o futuro delas. Qual foi o final da história? Todos os membros do grupo conseguiram se estabelecer na vida e casar seus filhos com sucesso, exceto aquele homem.

Na Parashá desta semana, Miketz (literalmente "Ao fim de"), a Torá continua contando sobre a saga de Yossef, em seus altos e baixos. No fim da Parashá da semana passada, após dez anos na cadeia, preso injustamente por uma falsa acusação de assédio, Yossef teve uma oportunidade para ser libertado ao interpretar corretamente os sonhos do copeiro-chefe. Ao interpretar que o copeiro-chefe seria restituído ao seu cargo e voltaria a servir bebidas ao Faraó, Yossef pediu que fosse mencionado ao Faraó que ele havia sido preso injustamente. A Parashá então terminou dizendo que no aniversário do Faraó, o copeiro-chefe foi julgado e inocentado, voltando ao seu cargo original, exatamente como Yossef havia interpretado. Porém, o copeiro-chefe se esqueceu de Yossef.
 
A nossa Parashá começa exatamente dois anos depois destes eventos, como está escrito: "E aconteceu que, ao fim de dois anos completos, o Faraó teve um sonho" (Bereshit 41:1). Desse sonho do Faraó veio finalmente a salvação de Yossef, que foi chamado para interpretá-lo e depois elevado a vice-rei do Egito. Mas por que a Torá conectou os dois assuntos? Para nos ensinar que tudo ocorre de acordo com a vontade de D'us. Yossef recebeu um castigo Divino de passar 10 anos na cadeia por ter falado ao pai Lashon Hará sobre os seus 10 irmãos, apesar de ter feito isso com boas intenções. O evento com o copeiro-chefe ocorreu justamente ao fim dos 10 anos. Isso significa que o sonho do Faraó deveria ter acontecido imediatamente e Yossef deveria ter sido tirado naquele momento da prisão. Então por que a nossa Parashá começa nos ensinando que se passaram mais dois anos até que Yossef fosse libertado, se espiritualmente o castigo havia terminado?
 
A resposta está no entendimento mais profundo das palavras de David Hamelech: "Bem-aventurado é o homem que coloca em D'us a sua confiança e não se volta para os arrogantes" (Tehilim 40:5). De acordo com o Midrash, "o homem que coloca em D'us a sua confiança" se refere a Yossef, que tinha uma confiança em D'us inabalável. A maioria das pessoas teria desabado com os testes de Yossef, mas ele se manteve firme justamente porque confiava plenamente em D'us e via a Mão Dele em tudo o que ocorria, até mesmo nas dificuldades. Porém, de acordo com o Midrash a continuação do versículo "e não se volta para os arrogantes" se refere a Yossef ter pedido ajuda ao copeiro-chefe e falado "Mas lembre-se de mim quando as coisas correrem bem para você, e por favor, faça-me um favor e mencione meu nome ao Faraó, e você me tirará desta casa" (Bereshit 40:14). Por ter se apoiado em um humano e não em D'us, e utilizado duas expressões, foram-lhe acrescentados dois anos na prisão.
 
Porém, há aqui uma aparente contradição. Inicialmente o Midrash descreve Yossef como o exemplo de alguém sobre quem se aplica o versículo "Bem-aventurado é o homem que coloca em D'us a sua confiança", mas logo em seguida afirma que ele foi punido por falta de confiança em D'us! Afinal, ele confiava em D'us ou não? Além disso, por que Yossef foi punido por ter pedido ajuda ao copeiro-chefe? Afinal, a Hishtadlut (esforço humano) é permitida, e até desejável. Que falha ele cometeu ao dizer "lembre-se de mim... mencione meu nome", a ponto de ser punido com um ano de prisão por cada expressão?
 
Explica o Rav Yossef Dov Soloveitchik zt"l (Bielorrússia, 1820 - 1892), mais conhecido como Beit HaLevi, que de fato a Torá permite ao ser humano empenhar-se em suas necessidades materiais, como está escrito: "para que o Eterno, teu D'us, te abençoe em toda a obra das tuas mãos" (Devarim 24:19), isto é, a Brachá vem através do esforço. Também está escrito: "E recolherá o teu trigo, o teu vinho e o teu azeite" (Devarim 11:14). Sobre isso, diz o Talmud (Brachot 35b) em nome do Rabi Ishmael: "Se comporte de acordo com o costume do mundo", isto é, faça o esforço necessário. Mas e o Bitachon? Não devemos confiar que tudo vem de D'us?
 
A resposta é que o ideal seria somente confiar em D'us, a ponto de não necessitar fazer nenhum tipo de esforço. Porém, nem todos conseguem alcançar este nível de confiança plena em D'us. A Hishtadlut serve, neste caso, como um auxílio para que a pessoa chegue ao nível de confiança verdadeira. E esse não é um conceito que se aplica apenas à Emuná. Encontramos em toda a Torá que, às vezes, certas condutas são permitidas como meio para ajudar o ser humano a alcançar um nível maior desejado. Assim ensinam os nossos sábios: "Sempre a pessoa deve se ocupar com a Torá e com as Mitzvót, mesmo sem as intenções mais puras ('Sheló Lishmá'), pois do 'Sheló Lishmá' se chega ao 'Lishmá' (intenções mais puras)".
 
Conclui-se, portanto, que a medida do esforço permitido não é igual para todos, cada pessoa é avaliada segundo o seu nível. Se uma pessoa é capaz de confiar em D'us através de poucos esforços, todo acréscimo além do necessário será considerado uma falha no seu Bitachon. Por outro lado, quem ainda possui uma confiança limitada pode se dedicar mais ao esforço material, até conseguir tranquilizar o coração e confiar plenamente em D'us, e para ele o esforço adicional não será considerado uma falha.
 
O que acontece quando a pessoa excede e faz um esforço além do que lhe é necessário de acordo como o seu nível? A punição vinda do Céu é que aumentam as circunstâncias que o obrigam a depender desse esforço, e seu sustento só chegará através de um enorme esforço, exatamente pelo caminho que a pessoa escolheu para si. Portanto, a pessoa que se apoiou no mundo material agora dependerá mais do seu esforço no mundo material.
 
Com estes entendimentos podemos agora analisar a situação de Yossef. O esforço dele ao dizer ao copeiro-chefe "Lembre-se de mim" parece, à primeira vista, algo mínimo, pois trata-se apenas de algumas poucas palavras. Além disso, Yossef viu claramente que do Céu lhe foi concedida essa oportunidade, pois a prisão do copeiro-chefe e seu sonho pareciam ter ocorrido unicamente para possibilitar sua salvação. Mais ainda, as palavras de Yossef ao copeiro-chefe não parecem ser propriamente um pedido. Primeiro Yossef disse: "Dentro de três dias o Faraó levantará a tua cabeça e te restituirá ao teu cargo" (Bereshit 40:13), e depois acrescentou "Mas lembre-se de mim quando as coisas correrem bem para você, e por favor, faça-me um favor e mencione meu nome ao Faraó, e você me tirará desta casa". O Beit HaLevi explica que tudo fazia parte de uma previsão. Yossef estava revelando ao copeiro-chefe que o fato de seu destino ter se transformado, de morte para vida, era unicamente para que ele pudesse tirá-lo da prisão. Em seguida, explicou que assim aconteceria: o copeiro-chefe o mencionaria e o faria sair daquele lugar. Portanto, a Hishtadlut de Yossef foi algo ínfimo. Então por que ele foi castigado?
 
Se mesmo por um esforço tão pequeno ainda assim Yossef foi punido, isso prova que o seu nível de confiança em D`us era extremamente elevado, pois somente para alguém em um grau tão alto de confiança esta Hishtadlut tão pequena seria considerada uma falha. É isso que o Midrash está nos ensinando: "Bem-aventurado é o homem que coloca em D'us a sua confiança" se refere a Yossef, que estava em um grau muito alto de confiança em  D'us. "E não se volta para os arrogantes", ou seja, ele realmente confiava em D'us e não se voltava sequer com uma leve inclinação do coração às pessoas. Neste nível tão elevado de confiança em D'us, até duas curtas expressões, que apenas soam como Hishtadlut, foram passíveis de punição. Pela severidade da punição, aprendemos a grandeza do Bitachon de Yossef. Por isso foi dito: "Bem-aventurado é o homem".
 
Foi isso também que aconteceu na história do Saba MiNovardok. Os membros do seu grupo estavam em um nível no qual não necessitavam de esforço excessivo para alcançar tranquilidade. Também aquele que se afastou deles estava, aparentemente, em um nível o qual se poderia exigir dele a "tranquilidade daquele que confia". Como ele não aceitou confiar e se voltou ao esforço humano, foi punido com a necessidade de muito esforço. Já seus companheiros, que confiaram, foram bem-sucedidos sem grandes esforços.
 
Ser um Baal Bitachon como o Saba MiNovardok não cai do Céu, é necessário se esforçar, principalmente através do estudo e da reflexão, procurando enxergar a Mão de D'us em tudo o que acontece em nossas vidas. Quanto mais esforço fizemos para ter mais Bitachón, menos esforços precisaremos fazer no mundo material.

SHABAT SHALOM E CHANUKA SAMEACH

R' Efraim Birbojm

 

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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

DESPERTANDO NOSSOS IRMÃOS - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAIESHEV E CHANUKA 5786

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ASSUNTOS DA PARASHAT VAIESHEV
  • Yaacov se assentou em Eretz Knaan.
  • Yossef fala mal dos irmãos.
  • 2 sonhos de Yossef: trigos e estrelas.
  • Yossef sai para procurar seus irmãos, a pedido de Yaacov, e encontra homem no caminho.
  • Irmãos de Yossef querem matá-lo.
  • Por sugestão de Reuven, Yossef é jogado no poço.
  • Reuven se ausenta.
  • Por sugestão de Yehudá, Yossef é vendido como escravo e levado ao Egito em caravana de especiarias.
  • Yehudá e Tamar.
  • Yossef é vendido ao Potifar.
  • A esposa do Potifar e a tentação de Yossef.
  • Yossef é enviado para a prisão.
  • Yossef interpreta os sonhos dos dois prisioneiros.
  • A interpretação de Yossef se cumpre.
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DESPERTANDO NOSSOS IRMÃOS - PARASHAT VAIESHEV E CHANUKA 5786 (12/dez/25)

O Rav Yitzchak Fanger shlita, famoso palestrante israelense, nasceu em uma família muito afastada da Torá. Ao acabar o serviço militar em Israel, decidiu estudar Reiki, uma técnica japonesa de cura. Viajou para a Índia, teve muito sucesso, ganhou muito dinheiro, mas um vazio existencial o fez voltar a Israel. Começou a estudar Torá até fazer Teshuvá completa, mas ficou desorientado quando descobriu que sua especialidade estava associada à idolatria. Foi se aconselhar com o Rav Yitzchak Zilberstein shlita, que lhe contou uma história triste, sobre um sobrevivente do Holocausto que o visitava todo ano em um dia específico, para chorar a perda de seus parentes. Quando perguntado sobre o motivo pelo qual ele sempre escolhia aquele dia específico, o homem contou:
 
- Perdi minha família no começo da guerra e só havia me restado meu irmão mais velho. Eu e ele fazíamos trabalhos forçados diariamente em um Campo de Concentração. Certa noite, tivemos que trabalhar até às 4h00. Estávamos exaustos, mas sabíamos que precisávamos estar de pé às 5h00 para a chamada ou seria o nosso fim. Achei muito arriscado ir dormir, mas meu irmão já não tinha mais forças e pediu que eu o acordasse em 45 minutos. Pouco depois, um nazista me forçou a fazer um trabalho. Fiquei tão concentrado que esqueci de acordar o meu irmão. Depois da chamada, fui para o barracão onde dormíamos e descobri que ele havia sido assassinado. Gritei angustiado: "Por que não acordei meu irmão?". Todo ano, no Yortzeit dele, essa lembrança me assombra.
 
- D'us te despertou e salvou sua vida - concluiu o Rav Zilberstein, olhando nos olhos do Rav Fanger - mas ainda há muitos irmãos adormecidos, que não sabem nada sobre o judaísmo. Você tem talento e carisma. Você quer que, depois de 120 anos, seus irmãos lhe perguntem por que você não os despertou? Você deve dedicar sua vida para disseminar a Torá e acordar seus irmãos adormecidos.
 
O Rav Fanger aceitou o conselho e, há anos, dedica-se a ensinar Torá pelo mundo. Dezenas de milhares de pessoas escutam suas aulas. Este foi o segundo despertar do Rav Fanger.

 
Nesta semana lemos a Parashat Vaieshev (literalmente "E se estabeleceu"), que começa a descrever com detalhes a descendência de Yaacov, em especial a história de seu filho preferido, Yossef. Justamente por ser o filho preferido, Yossef despertou a inveja de seus irmãos, que começaram a odiá-lo. Certa vez Yaacov pediu para que Yossef procurasse seus irmãos, que estavam pastoreando. Ao ver Yossef vindo, os irmãos tramaram matá-lo, por enxergá-lo como uma ameaça à estabilidade da família. Por sugestão de Reuven, eles mudaram de ideia e decidiram jogá-lo em um poço. Finalmente, o venderam como escravo para uma caravana que se dirigia ao Egito.

Na continuação, o versículo diz algo surpreendente: "E Reuven voltou ao poço, e eis que Yossef não estava no poço! Então ele rasgou suas roupas" (Bereshit 37:29). Mas se durante todo o episódio Reuven estava junto com seus irmãos, e inclusive foi dele a ideia de jogar Yossef no poço, com intenção de salvá-lo mais tarde, como ele não sabia que Yossef não estava mais no poço? Onde ele estava quando Yossef foi vendido aos comerciantes?
 
Rashi explica que realmente Reuven não estava presente naquele momento, e traz dois motivos. O primeiro é que os irmãos se revezavam para cuidar do pai. Naquele dia era a vez de Reuven e, por isso, ele havia voltado para casa. Já de acordo com a segunda explicação, Reuven não estava presente pois estava isolado dos irmãos, vestindo roupas de saco e jejuando, em arrependimento pelo episódio de ter mudado a cama de seu pai de tenda, que foi descrito na Parashá Vaishlach (Bereshit 35:22). A cama de Yaacov ficava fixa na tenda de Rachel. Quando Rachel faleceu, Reuven tinha certeza que Yaacov moveria sua cama para a tenda de sua mãe, Lea. Porém, Yaacov tinha outros planos e mudou sua cama para a tenda de Bilá, a serva de Rachel. Reuven considerou aquela atitude do pai humilhante demais para sua mãe suportar. Em um momento de zelo e ímpeto, ele moveu por conta própria a cama do pai para a tenda de Lea, algo grave, uma interferência nos assuntos íntimos dele.
 
Entretanto, se fizermos as contas, descobriremos que o erro de Reuven havia acontecido há muitos anos, pouco depois da morte de Rachel. Ela faleceu quando Yossef tinha aproximadamente oito anos. Se Yossef agora tinha dezessete anos, o erro de Reuven havia acontecido há quase dez anos! Por que Reuven decidiu que precisava fazer Teshuvá naquele momento, tanto tempo depois? O que o motivou?
 
Explica o Rav Yssocher Frand shlita que todos nós estamos sujeitos aos interesses pessoais, chamados "Neguiót". Não enxergamos as situações de forma reta e objetiva, pois estamos sempre influenciados pelos desejos e vontades. Os irmãos odiavam Yossef pensando que tinham motivos justificáveis, mas na prática o odiavam pois sentiam inveja. A inveja distorce a perspectiva de uma pessoa, como ensinam os nossos sábios "Rabi Elazar HaKapar dizia: a inveja, o desejo e a honra tiram a pessoa do mundo" (Avót 4:22). A pessoa deixa de enxergar a realidade, pois está tão obcecada com seu ciúme que perde a capacidade de ver os fatos claramente.
 
Porém, diferente dos seus irmãos, Reuven ficou com "um pé atrás" em relação à trama de matar Yossef. Justamente por ser o primogênito, ele pensou: "Se algo acontecer a Yossef, meu pai me responsabilizará". Esse medo acabou despertando-o e freando sua inveja. Assim, ele foi capaz de enxergar os fatos como realmente eram. Ele reconheceu que Yossef não era um perverso que estava tramando roubar a primogenitura. Yossef era um Tzadik, uma pessoa pura. Reuven percebeu como as Neguiót de seus irmãos, por causa da inveja, distorceram completamente a visão deles, impedindo-os de enxergar a verdade.
 
De repente, Reuven teve uma claridade súbita e pensou: "Assim como a inveja afeta a perspectiva deles e não os deixa ver a situação da forma correta, também quando eu protestei contra meu pai, aquilo veio de um sentimento de ciúme pela minha mãe. Agora percebo que meu ciúme e minha preocupação com a honra da minha mãe distorceram minha perspectiva e me levaram a agir de forma imprópria e a fazer algo que não era correto". Naquele momento, Reuven compreendeu profundamente o quanto a inveja e as emoções associadas afetam a visão que a pessoa tem da realidade. Assim como seus irmãos estavam completamente errados em relação à Yossef, ele entendeu que também estava completamente errado em relação à atitude do pai. Essa percepção levou Reuven à Teshuvá completa naquele momento, pois foi quando ele realmente percebeu que havia errado.
 
Esse despertar, que nos permite enxergar nossos erros e corrigi-los, se conecta com a nossa próxima parada no Calendário judaico: a Festa de Chanuka, que começaremos a reviver na noite do próximo domingo (14/dez/25). Em Chanuka revivemos dois grandes milagres que aconteceram aos nossos antepassados. Um milagre foi a improvável vitória militar contra os gregos, o maior império da época. O outro milagre foi o único pote de azeite puro encontrado no Beit Hamikdash, suficiente para manter a Menorá acesa por apenas um único dia, ter durado milagrosamente oito dias.
 
Porém, se havia azeite para um dia, e ele durou oito dias, significa que foram apenas sete dias de milagre. Então por que comemoramos oito dias? Explicam os nossos sábios que após tantos anos de dominação dos gregos e decretos cada vez mais pesados, proibindo o estudo de Torá e a prática das Mitzvót, foi um grande milagre os judeus não terem desistido. Este é o milagre que comemoramos no primeiro dia de Chanuka.
 
O que os fez os judeus despertarem e se rebelarem contra os gregos, não aceitando mais suas imposições e decretos? Tudo começou em Modiin, a cidade onde vivia Matityahu, o Cohen Gadol. O rei dos gregos, Antiochos, decretou que todas as cidades judaicas deveriam montar altares gregos para que os judeus sacrificassem porcos. Um oficial do rei percorria cidade por cidade, exigindo o cumprimento da lei. Quando chegou a Modiin, Matityahu, o líder espiritual da cidade, foi intimado, por ser um homem respeitado. Foi prometido a ele ouro, uma posição de autoridade e o título de "amigo do rei" caso obedecesse. Matityahu respondeu com firmeza: "Eu e meus filhos jamais abandonaremos a Torá nem ofereceremos sacrifícios aos seus ídolos!".
 
Na cidade havia um judeu helenista, rico, influente e ambicioso, que queria ganhar o favor dos gregos. Ele correu para o altar montado pelos gregos e, diante de toda a cidade, agarrou o porco para oferecê-lo como sacrifício. Ele disse: "Se Matityahu não quer cumprir a ordem do rei, eu o farei". Para os que estavam presentes foi um grande choque ver um judeu subir ao altar com um porco. Matityahu foi tomado por um zelo ardente. Ele gritou: "Assim, não!  Não em nossa cidade!". Ele correu para o altar e ali mesmo matou o judeu helenista e o oficial grego. Além disso, ele também destruiu o altar idólatra. Matityahu então se voltou para o povo e proclamou: "Quem for zeloso por D'us e quer proteger a sagrada Torá, venho comigo!". Foi um chamado que ecoou por toda a Terra de Israel. Ele fugiu imediatamente para as montanhas, levando consigo seus cinco filhos: Yehuda, Shimon, Yonatan, Elazar e Yochanan. Eles formaram o primeiro grupo de guerrilha, que iniciaria a revolta dos Macabim.
 
Por que tudo começou? Não foi o decreto dos gregos, nem a proibição das Mitzvót e nem o ataque ao Templo Sagrado. Foi o momento em que um judeu se dispôs a sacrificar um porco para agradar os inimigos. Foi a sensação de responsabilidade, a obrigação de despertar seus irmãos, que os fez levantar e lutar.
 
Aquela batalha contra os gregos foi vencida, mas a guerra contra o comodismo, a assimilação e o abandono da Torá continua. Devemos fazer como Reuven, isto é, despertar através da reflexão, para que D'us não tenha que nos despertar através dos sofrimentos, como aconteceu através da dominação grega. Que Chanuka possa nos ajudar a despertar, primeiro a nós mesmos, e nos inspire a despertarmos também os nossos irmãos. 

SHABAT SHALOM E CHANUKA SAMEACH

R' Efraim Birbojm

 

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