sexta-feira, 15 de novembro de 2024

O QUE D’US PENSA DE NÓS? - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ VAYERÁ 5785

BS"D
O e-mail desta semana é dedicado à Refua Shleima (pronta recuperação) de 

R' Moishe Eliezer ben Dvora Chana

Avraham Yaacov ben Miriam Chava


--------------------------------------------------------

O e-mail desta semana é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de
Camille bat Renée z"l    
Sr. Gabriel David ben Rachel zt"l 
Sr. Avraham ben Rivka Goldberg z"l  
  

--------------------------------------------------------

Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, entrar em contato através do e-mail 
efraimbirbojm@gmail.com.
NEWSLETTER R' EFRAIM BIRBOJM
NEWSLETTER EM PDF
NEWSLETTER EM PDF
 
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT


PARASHÁ VAYERÁ 5785



         São Paulo: 18h11                  Rio de Janeiro: 17h56 

Belo Horizonte: 17h53                  Jerusalém: 16h04
Facebook
Facebook
Instagram
Instagram
YouTube
YouTube
Twitter
Twitter
Spotify
Spotify
Ayn Tová
Ayn Tová

MENSAGEM DA PARASHÁ VAYERÁ

ASSUNTOS DA PARASHÁ VAYERÁ
  • D'us visita Avraham após o Brit-Milá, aos 99 anos.
  • Os 3 Beduínos visitantes.
  • Promessa de um filho para Sara.
  • Anjos vão para Sdom.
  • Destruição de Sdom.
  • Nascimento de Amon e Moav.
  • Sequestro de Sara porAvimelech.
  • Nascimento de Itzchak.
  • 9º teste de Avraham: Expulsão de Hagar e Ishmael.
  • O Tratado de Beer Sheva.
  • 10º teste de Avraham: Akeidat Ytzchak.
  • Nascimento de Rivka.
ARQUIVO EM PDF
ARQUIVO EM PDF
BLOG
BLOG
INSCREVA-SE
INSCREVA-SE
BS"D
O QUE D'US PENSA DE NÓS? - PARASHÁ VAYERÁ 5785 (15/nov/24)
 
O telefone tocou no escritório do Rav Abouhab, experiente Mohel de Tel Aviv. Uma mulher, que se apresentou como Sra. Golan, perguntou se ele estava disponível para fazer um Brit Milá no dia seguinte, na cidade de Holon, às 7h30. Ele aceitou imediatamente. Anotou o endereço, o horário e o nome da família. No dia seguinte, o Mohel partiu imediatamente após o Shacharit para chegar pontualmente ao seu destino. Para sua surpresa, não era um salão de festas nem uma sinagoga, e sim uma residência em um bairro nobre. Na porta da casa estava escrito "Família Golan". Ele bateu de leve, e logo um homem abriu a porta. Era o Sr. Golan que, com uma maleta na mão, apenas disse: "Desculpe, estou atrasado. Tenho que ir", e saiu. Veio então a Sra. Golan, se apresentou e disse: "Também preciso sair, mas não se preocupe, o Yuval está no berço e a babá logo chegará para cuidar dele". Como o Mohel estranhou que o bebê já tinha nome antes do Brit Milá, a mãe explicou:
 
- A verdade é que nem eu e nem o meu marido queríamos fazer o Brit, pois não somos ligados de forma alguma aos costumes judaicos. Mas decidimos fazer, para que Yuval não sinta vergonha dos amigos quando crescer.
 
Dizendo isso, a mãe se despediu e foi embora. O Mohel estava confuso. Como fazer um Brit Milá assim? Quem seria o Sandak? Onde estava o pai do bebê? E o Minian? Ele entrou no quarto do bebê, preparou os instrumentos necessários em cima do trocador e olhou para o bebê adormecido. Lágrimas correram dos seus olhos. Ele não podia acreditar que era daquela maneira que um menino judeu entraria no Brit de Avraham Avinu! Ele acordou Yuval delicadamente e acomodou-o no seu colo, enquanto servia como Sandak, Mohel e pai. Disse as Brachót do Mohel e do pai. Ainda confirmou o nome "Yuval", que acabava de iniciar sua participação no povo judeu. Deu-lhe uma Brachá para que crescesse com saúde e alegria. Foi assim que aconteceu o Brit Milá daquele bebê.
 
O Mohel sentou-se com Yuval em seus braços e começou a chorar feito um bebê. Chorou pelo bebê, pela dor do exílio, pelo fato de existirem, até mesmo em Israel, judeus tão distantes de suas raízes. Chorou pelo futuro daquele menino. Que tipo de educação judaica receberia? Chorou por entender quão distantes estavam seus irmãos judeus.
 
Alguns minutos depois, a babá apareceu. Ofegante, se desculpou pelo atraso enquanto corria ao encontro de Yuval. Se surpreendeu ao ver aquele senhor religioso sentado, escondendo as lágrimas que insistiam em cair. O Mohel se levantou, entregou o bebê, deixou algumas orientações e foi embora. Naquele dia, o Mohel contou à sua família sobre aquele estranho Brit Milá. Depois de algum tempo, já havia se esquecido daquele episódio.
 
Passados treze anos, certa manhã uma mulher e seu filho entraram no escritório do Mohel. Era a Sra. Golan, de Holon. Ela perguntou se ele se lembrava dela. Em instantes, ele se lembrou de toda a história. Como um Brit Milá daqueles poderia ser esquecido? Yuval já era um menino alto e bonito. A Sra Golan disse que ele estava insistindo que queria conhecer seu Mohel. Yuval pediu para falar com o Mohel a sós. Quando a mãe saiu da sala, ele começou a chorar e disse: "Eu quero colocar Tefilin, quero cumprir Shabat e, acima de tudo, quero estudar Torá, mas tenho medo que meus pais não me permitirão". O Mohel deu um forte abraço nele e o encorajou. Ao conversar com a mãe, para a sua surpresa, ela concordou que ele ensinasse Torá a Yuval. Haviam consultado muitos psicólogos e profissionais, e todos disseram que eles deviam fazer o que era bom para a criança.
 
Naquele dia novamente o Mohel chorou como um bebê. Mas desta vez era um choro de alegria. De repente, ele entendeu que naquele Brit Milá especial ele não havia chorado sozinho. Certamente Eliahu Hanavi também estava chorando junto com ele, e seus pedidos alcançaram o Céu.

A Parashá desta semana, Vayerá (literalmente "E apareceu") começa com as seguintes palavras: "E D'us apareceu para ele (Avraham) nas planícies de Mamre, enquanto ele estava sentado na entrada da tenda, no calor do dia" (Bereshit 18:1). Rashi (França, 1040 - 1105) explica que era o terceiro dia após o Brit Milá de Avraham, aos 99 anos, e D'us veio visitá-lo para saber sobre o seu bem-estar.
 
A Parashá da semana passada, Lech Lechá, terminou justamente com a Mitzvá de Brit Milá de Avraham. A Parashá descreveu diversos testes pelos quais Avraham passou na vida, e venceu todos com sucesso. De acordo com Rashi, o oitavo teste de Avraham foi justamente o Brit-Milá. Mas por que o Brit Milá foi considerado um teste? A ideia de teste implica em algum nível de dificuldade. Avraham havia saído de sua casa, passado por uma época de fome e pelo sequestro de sua esposa, entre outras adversidades. Avraham cumpria a vontade de D'us sem questionar, e certamente a dor ou o risco de vida de um Brit Milá aos 99 anos não eram motivos para impedi-lo de cumprir a ordem de D'us. Então qual era a dificuldade deste teste?
 
Além disso, há um interessante comentário de Rashi sobre este primeiro versículo da nossa Parashá. Por que a Torá precisou explicitar o local onde D'us apareceu para Avraham após o Brit Milá? Pois Avraham tinha três amigos: Aner, Eshkol e Mamre. Segundo Rashi, quando D'us apareceu para Avraham no território de Mamre, era para dar a Mamre uma homenagem eterna, por ele ter incentivado e apoiado o Brit Milá de Avraham.
 
Porém, se apenas Mamre foi homenageado, significa que os outros amigos de Avraham aconselharam-no contra fazer o Brit Milá naquela idade avançada. Mas, afinal, por que Avraham precisou se aconselhar com seus amigos? Ele estava em dúvida se deveria ou não ouvir a ordem Divina? Avraham estava buscando uma "segunda opinião" sobre o que D'us lhe havia ordenado? E se Mamre também não tivesse concordado, o que teria acontecido?
 
O Rav Yehuda Loew zt"l (Polônia, 1525 - República Checa, 1609), mais conhecido como Maharal de Praga, traz duas respostas. Em primeiro lugar, ele diz que Avraham fez isso para evitar críticas das pessoas de sua geração. Não havia dúvida que ele faria o Brit Milá, independentemente do que seus amigos aconselhassem. No entanto, ele queria evitar a percepção equivocada da sociedade de que ele havia se precipitado em uma ação imprudente. Avraham publicamente procurou pessoas de prestígio com quem se aconselhar, para que ninguém pudesse acusá-lo de tomar essa ação significativa sem passar por um processo racional e ponderado. O Maharal diz que essa é a mesma razão pela qual levou três dias para Avraham chegar ao Har Hamoriá no episódio do sacrifício de Ytzchak. Se ele tivesse respondido ao comando de D'us de sacrificar seu filho imediatamente, fazendo isso no quintal de casa, as pessoas teriam dito: "Ele tomou uma decisão precipitada, em um estado mental perturbado, sem pensar nas implicações e consequências de longo prazo". Como Avraham empreendeu uma jornada de três dias antes de cumprir o comando Divino, ficou claro que ele havia se envolvido em um processo racional.
 
Em segundo lugar, o Maharal diz que Aner, Eshkol e Mamre não eram apenas amigos de Avraham. Eles são chamados de "Baalei Brit", significando que tinham uma aliança com Avraham, e é inapropriado para qualquer membro de uma aliança iniciar uma ação ou atividade importante de forma independente, sem antes consultar os outros membros. Isso não significa que Avraham considerou fazer algo diferente do que D'us havia lhe ordenado. Ele estava apenas cumprindo um protocolo apropriado para uma pessoa que está dentro de uma aliança. Ele entendeu que era correto informar os outros antes de iniciar um ato de grande importância.
 
Já o Rav Yaakov Kamenetsky zt"l (Lituânia, 1891 - EUA, 1986) oferece uma explicação diferente. Quando Avraham estava a caminho de sacrificar seu filho, o Satan apareceu e tentou dissuadi-lo. O Satan sabia que seria inútil dizer a Avraham "Não faça isso". Ao invés disso, o Satan disse: "Avraham, você perdeu o juízo? Aquele que promove o monoteísmo e o Chessed no mundo vai matar seu próprio filho? Você perderá seus seguidores! Todos pensarão: 'Este homem é cruel'". Mas o Talmud (Sanhedrin 89b) diz que Avraham respondeu ao Satan: "Eu andarei em minha inocência" (Tehilim 26:11), isto é, Avraham lhe disse: "Você tem uma boa pergunta, mas estou obedecendo o Criador do Universo. Quando D'us me diz algo, eu não faço perguntas". O mesmo questionamento surgiu no Brit Milá. Avraham não tinha dúvida de que faria o Brit Milá. Sua dúvida, no entanto, era: "Que tipo de impressão isso causará nas pessoas? Pode parecer que D'us é cruel ao pedir a um homem de 99 anos para fazer Brit Milá". Portanto, a questão que Avraham colocou perante seus amigos era: devo fazer este ato publicamente ou em particular? Avraham queria ouvir a opinião deles sobre qual seria a reação esperada da sociedade. Mamre lhe disse: "Se D'us lhe disse para fazer isso, certamente é bom para você. As pessoas sabem como D'us ama você. Elas vão entender. Faça isso publicamente!". Avraham seguiu o conselho de Mamre. Não sobre o Brit Mila em si, pois sobre isso ele não tinha dúvidas, mas sobre fazer isso publicamente.
 
O Rav Yssocher Frand acrescenta ainda outra explicação. Por que Avraham quis ir ao mundo "não-judaico" para solicitar conselhos? Para deixar registrado o fato de que mesmo os não-judeus acreditam que Brit Milá é uma boa ideia. Infelizmente muito judeus afastados procuram a opinião dos não-judeus sobre todos os assuntos, e respeitam as suas opiniões mais do que as opiniões dos rabinos. Se preocupam com "o que as pessoas dirão?", e isso é uma excelente desculpa para o não cumprimento de muitas Mitzvót. No entanto, o Brit Milá é amplamente cumprido, mesmo entre os judeus mais afastados. Por que isso acontece? Talvez Avraham alcançou este impacto duradouro consultando Mamre. Até os não-judeus acreditam que o Brit Milá é uma boa ideia! Como resultado, o argumento "o que dirão os outros povos?" nunca se aplicou a esta Mitzvá.
 
Devemos sempre ser honestos nos nossos relacionamentos para fazer Kidush Hashem. Devemos levar em consideração o que os outros pensam. Porém, não podemos cair na enganação do Satan. O que D'us nos comanda certamente é o melhor para nós. Por isso, o mais importante é sempre pensar: o que D'us pensa de nós?

SHABAT SHALOM 

 R' Efraim Birbojm

 

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima.
 
--------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
-------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l.
--------------------------------------------

Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
Copyright © 2016 All rights reserved.


E-mail para contato:

efraimbirbojm@gmail.com







This email was sent to efraimbirbojm.birbojm@blogger.com
why did I get this?    unsubscribe from this list    update subscription preferences
Shabat Shalom M@il · Rua Dr. Veiga Filho, 404 · Sao Paulo, MA 01229090 · Brazil

Email Marketing Powered by Mailchimp

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

ATOS VALIOSOS - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ LECH LECHÁ 5785

BS"D
O e-mail desta semana é dedicado à Refua Shleima (pronta recuperação) de 

R' Moishe Eliezer ben Dvora Chana

Avraham Yaacov ben Miriam Chava


--------------------------------------------------------

O e-mail desta semana é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de
Camille bat Renée z"l    
Sr. Gabriel David ben Rachel zt"l 
Sr. Avraham ben Rivka Goldberg z"l  
  

--------------------------------------------------------

Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, entrar em contato através do e-mail 
efraimbirbojm@gmail.com.
NEWSLETTER R' EFRAIM BIRBOJM
NEWSLETTER EM PDF
NEWSLETTER EM PDF
 
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT


PARASHÁ LECH LECHÁ 5785



         São Paulo: 18h06                  Rio de Janeiro: 17h52 

Belo Horizonte: 17h49                  Jerusalém: 16h08
Facebook
Facebook
Instagram
Instagram
YouTube
YouTube
Twitter
Twitter
Spotify
Spotify
Ayn Tová
Ayn Tová

MENSAGEM DA PARASHÁ LECH LECHÁ

Parashá Lech Lechá 5785 - R' Efraim Birbojm (AULA VIA ZOOM)
ASSUNTOS DA PARASHÁ LECH LECHÁ
  • 3º teste de Avraham: Abandonar tudo e ir para uma terra estranha (Lech Lechá).
  • 4º teste de Avraham: Fome em Eretz Knaan.
  • Avraham vai para o Egito.
  • 5º teste de Avraham: Sara é sequestrada pelo Faraó.
  • Avraham e Lot voltam com grandes riquezas.
  • Separação de Avraham e Lot.
  • A Guerra dos 5 reis contra os 4 reis.
  • Lot é sequestrado e Avraham é avisado.
  • 6º teste de Avraham: Luta contra os 4 reis.
  • O "Pacto entre as partes".
  • A promessa da Terra de Israel.
  • 7º teste de Avraham: D'us anuncia a Avraham o exílio dos seus descendentes.
  • Casamento com Hagar.
  • O nascimento de Ishmael.
  • 8º teste de Avraham: Brit-Milá.
 
ARQUIVO EM PDF
ARQUIVO EM PDF
BLOG
BLOG
INSCREVA-SE
INSCREVA-SE
BS"D
ATOS VALIOSOS - PARASHÁ LECH LECHÁ 5785 (08/nov/24)
 
"Quando Rabi Yossi ben Kisma ficou doente, Rabi Chanina ben Taradion foi visitá-lo. Rabi Yossi deu uma bronca no Rabi Chanina: "Você perdeu o juízo? Ensinar Torá publicamente vai contra o decreto romano e é passível de pena de morte!". Rabi Chanina não se abalou e disse: "Do Céu terão Misericórdia". O Rabi Yossi respondeu furioso: "Eu estou trazendo fatos e um argumento razoável, e você diz 'Do Céu terão Misericórdia'? Não ficarei surpreso se os romanos queimarem você e seu Sefer Torá no fogo!".
 
Infelizmente foi exatamente isso que aconteceu. O Talmud continua contando a famosa história de como os romanos queimaram o Rabi Chanina, enrolando-o com um Sefer Torá e envolvendo-o em tufos de lã molhada para retardar sua morte, aumentando a dor e prolongando sua angústia.
 
No entanto, antes de descrever o final trágico do Rabi Chanina, o Talmud continua o diálogo entre eles. Rabi Chanina perguntou ao Rabi Yossi: "Qual será meu destino no Mundo Vindouro?". Rabi Yossi então lhe perguntou: "Você já fez algo digno em sua vida?". Rabi Chanina respondeu que, de fato, havia um incidente do qual ele podia se orgulhar: "Uma vez, coletei dinheiro em Purim para distribuir aos pobres. No entanto, coloquei esse dinheiro no bolso errado e ele se misturou com o meu dinheiro particular. Como eu não sabia quanto daquele dinheiro era meu e quanto era dos pobres, dei tudo aos necessitados". Rabi Yossi ficou muito impressionado com aquela atitude nobre e disse: "Se for esse o caso, então certamente você está destinado a entrar no Mundo Vindouro. Não apenas isso, mas que seja a Vontade de D'us que minha porção no Gan Eden seja equivalente à sua porção lá". (História descrita pelo Talmud Avodá Zará 18a)"
 
Há algo difícil de entender nesta história. Por que Rabi Chanina ben Taradion, morrendo "Al Kidush Hashem", se questiona se merece entrar no Mundo Vindouro? Além disso, o incidente que ele mencionou, seu "bilhete para o Gan Eden", parece insignificante em comparação ao seu martírio! O que o Talmud está nos ensinando?
 
Há pessoas que amam o prazer intelectual de estudar Torá. Para eles, o maior prazer na vida não é comer ou beber, e sim adquirir conhecimento e sabedoria. Rabi Chanina ben Taradion tinha medo que talvez seu estudo de Torá era pelo prazer, não por D'us ter ordenado. Foi por isso que ele procurou outra fonte de mérito. A pergunta era: "Será que já tive que quebrar minha natureza para fazer algo bom?". Rabi Chanina encontrou algo. As pessoas naturalmente não gostam de se separar do seu dinheiro. Rabi Chanina conseguiu ir contra sua inclinação e deu seu dinheiro para a Tzedaká, um sinal de que seu Serviço a D'us era realmente pelo amor aos Céus e, portanto, merecedor de entrar no Mundo Vindouro.

Nesta semana lemos a Parashá Lech Lechá, que começa a descrever os difíceis testes com os quais Avraham teve que lidar durante sua vida, e que foram moldando seu caráter. Avraham passou por todos os seus testes com sucesso, e nos deixou de herança a força para superarmos as dificuldades que enfrentamos no nosso cotidiano.
 
Entre outros assuntos, a Parashá nos conta sobre a primeira grande guerra da humanidade, a guerra entre os cinco reis contra os quatro reis, que terminou com a derrota de Sdom, o lugar onde Lót, sobrinho de Avraham, havia decidido ir morar. Lót, que tinha muitas riquezas, foi sequestrado e seus bens foram levados como despojos de guerra. Porém, o curso dos eventos teve uma mudança drástica quando Avraham foi avisado sobre o que havia ocorrido com Lót, como está escrito: "E eles tomaram Lót, filho do irmão de Avram, e seus bens, e partiram, e ele estava morando em Sdom. E o refugiado veio e contou a Avram HaIvri" (Bereshit 14:13).
 
O Midrash explica que "refugiado" se refere ao gigante Og. Quando os quatro reis começaram a avançar em sua ofensiva triunfal, Og conseguiu se salvar da morte. Ele escapou do campo de batalha e foi até Avraham para contar o que havia acontecido. Porém, apesar de parecer um ato meritório, o Midrash afirma que ele não fez isto com boas intenções, ao contrário, seu plano era causar com que Avraham fosse morto para que ele pudesse se casar com Sara. Og conhecia a índole de Avraham e sabia que ele arriscaria a vida para salvar seu sobrinho, não se importando com os perigos envolvidos, o que seria uma missão suicida. E, realmente, se não fossem grandes milagres de D'us, Avraham nunca sobreviveria a uma guerra tão desequilibrada, pois seu exército contava apenas com 318 soldados.
 
O Midrash descreve, portanto, que as intenções de Og eram mesquinhas e egoístas. Porém, há uma aparente contradição com um ensinamento do Talmud (Nidá 61a), que afirma que este ato de Og foi considerado um grande mérito, graças ao qual ele viveu por mais de quatrocentos anos, além de ter se tornado um poderoso rei. Futuramente, Moshé e seiscentos mil homens do povo judeu temeram lutar contra Og no deserto, justamente por causa deste mérito. Como este ensinamento do Talmud se encaixa com as palavras do Midrash? Afinal, se ele teve intenções tão ruins, como pode ser que mereceu recompensas tão grandes?
 
Além disso, de onde o Midrash afirma, de forma tão contundente, que as verdadeiras intenções de Og eram cometer assassinato e adultério? É permitido suspeitar de uma pessoa, que está se ocupando de uma Mitzvá, de estar tramando coisas tão baixas?
 
Responde o Rav Yehuda Leib Chassman zt"l (Lituânia,1869 - Israel, 1935) que se refletirmos sobre esta aparente contradição, encontraremos uma resposta simples. Vimos na Parashá Bereshit que o ser humano foi criado do pó da terra, ou seja, com uma força material grosseira e obscura, que o arrasta para todos os tipos de desejos e perversões. Esta força foi internalizada no ser humano desde o seu nascimento, como está escrito: "O homem nasce como um burro selvagem" (Yov 11:12). À medida que uma pessoa cresce, esta força se enraíza nela e não há nada que ela pense, fale ou aja sem que esta força esteja envolvida. É isso que nós chamamos de "interesses".
 
Toda pessoa tem muito amor próprio, isto é, sempre busca atividades que deem prazer a ela, e quando encontra, imediatamente desejos surgem nela para alcançar este prazer. Se a pessoa não se esforça no sentido contrário, o natural é ela se afundar no materialismo e na busca de preenchimento dos seus desejos. Somente aquele que se esforça para chegar à raiz dos seus maus hábitos conseguirá fazer com que sua alma domine o materialismo do seu corpo. Somente a pessoa sábia, temente e que se afasta do mal é capaz de se elevar acima dos seus interesses.
 
Devemos saber que a palavra "Torá" vem de "Horaá", que significa "ensinamento". A Torá ensina o homem a direcionar seus caminhos. Entre outras coisas, a Torá nos ensina a como descobrir dentro de nós os traços de caráter negativos e os desejos, para que possamos arrancá-los. Aqui também, no ato de Og, nossos sábios ensinam a não nos enganarmos pensando que somos completamente puros. A pessoa deve aprender daqui que mesmo que na prática pense que não é um assassino nem um ladrão, ainda assim isso não é prova de retidão e integridade. A razão pela qual não cometemos más ações está, na maioria das vezes, no medo do castigo que um juiz ou que a sociedade podem aplicar. E a prova disso é o fato de que na mente e no coração de uma pessoa, que estão ocultos aos olhos do mundo, aparecem todos os tipos de pensamentos estranhos e ruins.
 
Pode parecer uma ideia extrema, mas vamos pegar um exemplo para entender o quanto isso é real. Imagine uma pessoa que tem um parente rico, que deixará de herança uma grande fortuna para seus herdeiros após a sua morte. Exteriormente, a pessoa certamente respeita seu parente e busca sua segurança e seu bem-estar. Porém, em seu coração, às vezes ela é assombrada por pensamentos sobre o que futuramente herdará. Em sua imaginação, às vezes ela se vê voltando do funeral do parente rico com uma enorme riqueza nas mãos. Se examinarmos cuidadosamente, parece que há algo de assassinato e roubo neste pensamento. Afinal, todo assassino e ladrão não age exceto para o seu próprio prazer e benefício. De certa maneira, esta pessoa está interessada na morte de seu parente para alcançar seus desejos. Ninguém revelaria este tipo de pensamento, pelo medo do julgamento da sociedade. Porém, ela não tira isso do coração, onde ninguém pode ver. Por isso, o ser humano está muito mais próximo das transgressões do que imagina. E foi isso o que o Midrash percebeu na atitude de Og.
 
O único remédio para esta deficiência é o uso da sabedoria e da moralidade. Devemos chegar ao nível de termos o controle, não apenas sobre os nossos atos, mas também sobre o nosso pensamento, as nossas vontades e os desejos do nosso coração. Somente o temor de D'us leva a pessoa a dominar seus instintos, como ensina Shlomo Hamelech: "O sábio teme e se afasta do mal, mas o tolo passa com confiança e escorrega" (Mishlei 14:16).
 
Aprendemos, portanto, dois ensinamentos importantes nesta Parashá. Em primeiro lugar, é assustador perceber até onde chega a força da corrupção moral do ser humano. E, se formos mais a fundo na reflexão, perceberemos que mesmo ações que parecem superficialmente boas e puras, às vezes estão enraizadas no mal e na corrupção moral. Portanto, se não nos livrarmos dos maus hábitos e dos maus pensamentos, eles atuarão em nós.
 
Mas podemos aprender também algo bom, no que diz respeito à magnitude da força dos nossos bons atos. Apesar de toda a intenção de Og ser apenas ruim, para que Avraham morresse e ele pudesse ficar com Sara, como no final acabaram saindo apenas coisas boas para Avraham, Og recebeu uma enorme recompensa por isso. E se isso vale para atos com más intenções, quão maravilhosa será a recompensa guardada para aqueles cujos atos e intenções são boas e puras? Portanto, vale a pena se esforçar, não apenas que nossos atos sejam bons, mas também para que as intenções sejam sempre as mais puras possíveis. 

SHABAT SHALOM 

 R' Efraim Birbojm

 

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima.
 
--------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
-------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l.
--------------------------------------------

Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
Copyright © 2016 All rights reserved.


E-mail para contato:

efraimbirbojm@gmail.com







This email was sent to efraimbirbojm.birbojm@blogger.com
why did I get this?    unsubscribe from this list    update subscription preferences
Shabat Shalom M@il · Rua Dr. Veiga Filho, 404 · Sao Paulo, MA 01229090 · Brazil

Email Marketing Powered by Mailchimp