sexta-feira, 1 de julho de 2022

TUDO NA MEDIDA CERTA - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ KORACH 5782

Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, entrar em contato através do e-mail 
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PARASHÁ KORACH



         São Paulo: 17h12                  Rio de Janeiro: 17h01 

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MENSAGEM DA PARASHÁ KORACH

ASSUNTOS DA PARASHÁ KORACH
  • A Rebelião de Korach, Datan, Aviram e On ben Pelet.
  • Moshé intercede por Israel.
  • Os Incensários e a morte dos 250 seguidores.
  • A Punição de Korach, Datan e Aviram.
  • Temor e Queixa.
  • Epidemia mortal.
  • Aharon salva o povo com incenso.
  • O Teste dos cajados.
  • O cajado de Aharon.
  • Temor do Santuário.
  • Deveres dos Cohanim e Leviim.
  • Presentes dos Cohanim.
  • Pidion Haben.
  • Presentes dos Leviim.
BS"D

TUDO NA MEDIDA CERTA - PARASHÁ KORACH 5782 (01/julho/22)

Shaul era um bom menino, sempre ajudava seus colegas e era respeitoso com os professores. O único problema de Shaul era seu temperamento. Quando alguém fazia algo que o incomodava, ele perdia a cabeça. Logo ele se arrependia, mas era tarde demais, pois já havia ofendido outras pessoas.

Certa vez Shaul estava almoçando com seus pais em um restaurante. Seu pai queria um café e Shaul foi, de forma muito prestativa, buscar para ele a xícara no balcão. Quando ele estava voltando para a mesa, trazendo a xícara de café, uma criança que estava correndo no restaurante trombou com ele e fez a xícara cair no chão, espalhando café por todo lado e fazendo com que todos do restaurante olhassem para ele. Shaul ficou vermelho de raiva, estava pronto para explodir. Percebendo sua reação, o pai foi até ele e perguntou calmamente:

- Shaul, por que você derramou o café?

- Você não viu, pai? Eu derramei o café pois aquele menino esbarrou em mim! Não foi minha culpa! - disse Shaul, bastante alterado.

- Infelizmente esta é a resposta errada - disse calmamente o pai - Por que você derramou o café?
 
Shaul ficou olhando para o pai, sem entender o que ele queria.
 
- A resposta certa é que você derramou café pois havia café na xícara - disse o pai - Se houvesse chá, você teria derramado chá.

Shaul não entendeu o que o pai queria ensinar. Então, carinhosamente, o pai disse:

- Quero te ensinar uma preciosa lição de vida. O que você tiver dentro da sua xícara é o que você vai derramar quando alguém trombar em você. Da mesma forma, quando a vida nos sacode, o que derramamos? O que temos dentro de nós. A pessoa pode andar pela vida fingindo que sua xícara é cheia de virtudes. Mas, quando a vida nos empurra, derramamos o que de verdade temos dentro de nós. Então, devemos sempre perguntar a nós mesmos: o que há na minha xícara? Quando a vida apresenta dificuldades, o que eu derramo? Alegria, agradecimento, paz, bondade e humildade, ou raiva, amargura e palavras duras? A escolha é sua. Trabalhe para encher a sua xícara com gratidão, perdão, alegria, palavras positivas, generosidade e amor pelos outros. Você é o responsável pelo que vai estar na sua xícara. Esteja preparado, pois a vida sacode. E, às vezes, sacode forte...

Nesta semana lemos a Parashá Korach, que descreve um dos acontecimentos mais tristes da história do povo judeu no deserto. Korach, um homem da Tribo de Levi, iniciou uma rebelião contra seu primo Moshé. Junto com outros líderes, ele conseguiu 250 seguidores, além de influenciar o coração de uma grande quantidade de pessoas, que começaram a questionar a veracidade da escolha Divina de Moshé e de sua profecia.

Apesar de ter sido insultado publicamente, com deboches, Moshé demonstrou sua enorme humildade ao se manter tranquilo e tentar buscar a paz. Ele tentou adiar a rebelião, na esperança que uma noite de sono tranquilizaria um pouco os rebeldes. Também tentou conversar com Datan e Aviram, outros dois líderes da rebelião, mas foi em vão, pois eles continuavam amaldiçoando-o publicamente.

Porém, o que chama a atenção foi a mudança de atitude de Moshé. Após as diversas tentativas de paz, ele fez um pedido para D'us, diante de todo o povo: "Com isso vocês saberão que D'us me enviou... Se esses homens morrerem como todos os homens morrem... então D'us não me enviou. Mas se D'us fizer uma criação, e a terra abrir a boca e os engolir, e tudo o que é deles, e eles descerem vivos à sepultura, vocês saberão que esses homens provocaram D'us". (Bamidbar 16:28-30). Em outras palavras, Moshé pediu para que D'us matasse os líderes da rebelião com uma morte não natural. E logo depois de Moshé ter pronunciado estas palavras, abriu-se uma boca na terra, que engoliu Korach, Datan e Aviram, junto com suas famílias e pertences.

À primeira vista, esta atitude de Moshé parece ser um tanto cruel. Moshé sempre foi extremamente misericordioso com o povo, sempre que necessário implorava para que os judeus fossem salvos de duros decretos Divinos, colocando até mesmo a sua própria vida em jogo. Além disso, a autoridade de Moshé já havia sido desafiada antes e ele nunca tinha tomado uma atitude tão drástica. Por que em relação a Korach e seus seguidores Moshé agiu de maneira tão dura?
 
Nossos sábios explicam que a palavra "traço de caráter" em hebraico é "Midá", que também significa "medida". Mas qual é a conexão entre traço de caráter e medida? Nossos traços de caráter são como o sal. Colocamos sal na comida para ressaltar o seu sabor. Porém, o sal precisa estar na medida certa. Se a pessoa coloca sal demais, estraga o gosto da comida. Se a pessoa coloca pouco sal, a comida fica sem gosto. Os nossos traços de caráter são como o sal. D'us nos criou com muitas forças e aptidões, algumas predominantemente boas, outras predominantemente ruins. Todos os nossos traços de caráter podem ser utilizados no nosso Serviço espiritual. Porém, da mesma forma que o sal deve ser utilizado na medida certa para que realce o sabor da comida, os traços de caráter também precisam ser sob medida.
 
Isso significa que até mesmo os melhores traços de caráter, como a bondade, o altruísmo e a humildade, apesar de serem predominantemente bons, também devem ser usados com sabedoria. Tudo deve ser feito com equilíbrio, para que mesmo bons traços de caráter não resultem em efeitos negativos. Por exemplo, ser bondoso com pessoas que são perversas, como diz o ditado: "Quem poupa o lobo condena as ovelhas à morte", ou ser humilde em um momento em que precisamos defender nossas ideias diante de pessoas que estão pregando mentiras, como ocorreu no episódio dos espiões, quando a humildade de Yehoshua quase o fez ser mal influenciado pelos perversos espiões que falaram mal da Terra de Israel.
 
Este conceito espiritual também pode ser enxergado nos nossos patriarcas. Avraham representa o Chessed, a bondade com o próximo. Porém, ele foi ao extremo em sua característica de bondade, além do limite ideal, e por isso teve um filho Tzadik (Ytzchak) e um filho perverso (Ishmael). Já Ytzchak representa o temor. Mas ele também foi ao extremo e, por isso, teve um filho Tzadik (Yaacov) e um filho perverso (Essav). Yaacov representa a Torá, o "manual de instruções" que nos ensina as medidas corretas, o equilíbrio necessário em todos os nossos traços de caráter. Por isso ele teve 12 filhos Tzadikim.
 
Moshé sempre foi uma pessoa extremamente piedosa e humilde, sempre baixando a cabeça e buscando a paz. Porém, na rebelião de Korach, Moshé percebeu que não era o momento de ser misericordioso e de baixar a cabeça. Para explicar a reação de Moshé, o Rav Moshe Alshich zt"l (
Império Otomano, 1508 - Israel, 1593) faz uma analogia com um médico que, ao examinar seu paciente, percebe que uma infecção no pé está se espalhando e logo tomará conta de todo corpo todo do paciente, levando-o à morte. O médico tenta de tudo para controla a infecção, mas quando percebe que não teve sucesso, então decide amputar o pé de do paciente, para que a doença não se espalhe. Olhando de fora, a amputação do pé parece algo cruel, desumano. Porém, na realidade, é um ato de bondade, pois através disso a vida da pessoa foi salva. Perde-se o pé, mas salva-se a vida da pessoa.

Similarmente, Moshé viu que a rebelião de Korach, uma "doença espiritual", estava se espalhando, e que ele já tinha 250 seguidores. O povo começou a ter dúvidas e alguns chegaram a apoiar as ideias de Korach. Por isso, para salvar o resto do povo, Moshé, com sua enorme compaixão pelo povo, teve que utilizar medidas mais duras. Se mesmo aqueles que haviam visto os milagres da saída do Egito, a Revelação de D'us no Monte Sinai e todos os outros milagres e maravilhas que aconteciam no deserto, começaram a ter dúvida da escolha Divina de Moshé, todos os ensinamentos de Torá que ele havia transmitido perderiam seu valor aos olhos do povo. Mesmo que Korach morresse, sempre se levantaria alguém para desafiar Moshé e colocar em dúvida a Divindade da Torá. Moshé podia baixar a cabeça diante de ataques pessoais. Porém, colocar em risco a veracidade da Torá era algo que ele não podia tolerar. Moshé se viu obrigado a pedir uma intervenção Divina para calar definitivamente os céticos. Seu pedido era tão correto que D'us imediatamente o atendeu, e os líderes, junto com suas famílias, foram engolidos por uma boca que a terra abriu, algo completamente fora da natureza, uma prova incontestável da intervenção Divina. Somente assim foi possível reestabelecer a ordem.
 
Isto nos ensina algo incrível em relação aos traços de caráter do ser humano. Poderíamos pensar que o único trabalho espiritual necessário é desenvolver os nossos traços de caráter positivos e anular os nossos traços de caráter negativos. Desta Parashá aprendemos que o trabalho deve ser ainda mais cuidadoso, pois mesmo os traços de caráter positivos devem ser utilizados com sabedoria e equilíbrio. E a única maneira de alcançar este equilíbrio é através do estudo de Torá e o aconselhamento com os nossos sábios. Somente assim nossos atos serão como o sal, isto é, se forem feitos na medida certa, darão um sabor especial à nossa vida.


SHABAT SHALOM 

 R' Efraim Birbojm

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Um comentário:

  1. Shalom, estava lendo ótimo comentário sobre a parashat, vou sempre volta para ler, e muito difícil acha um blog sobre judaísmo atualizado, também escrevo um blog sobre judaísmo.

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