quinta-feira, 21 de julho de 2022

COMENDO OS FRUTOS DOS BONS ATOS - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ PINCHÁS 5782

BS"D
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MENSAGENS DA PARASHÁ PINCHÁS

ASSUNTOS DA PARASHÁ PINCHÁS
  • A Recompensa de Pinchás.
  • Ordens para Atacar Midian.
  • O Novo Censo.
  • Dividindo a Terra de Israel.
  • Contagem dos Leviim.
  • As Filhas de Tselafchad.
  • Leis de Herança.
  • D'us mostra para Moshé a Terra de Israel e manda ele se preparar para a morte.
  • Moshé pede um sucessor.
  • Yehoshua é escolhido para substituir Moshé.
  • O Sacrificio Diário (Korban Tamid).
  • A Oferenda Adicional de Shabat (Mussaf).
  • A Oferenda de Rosh Chodesh e Chaguim.
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COMENDO OS FRUTOS DOS BONS ATOS - PARASHÁ PINCHÁS 5782 (22/Jul/22)

"Era tarde da noite quando Paulo, um taxista, recebeu um chamado. Dirigiu-se para a rua e o número indicados. Tratava-se de um prédio simples, com uma única luz acesa no térreo. Porém, não havia ninguém esperando. Paulo começou a ficar irritado. Pensou em buzinar e, se ninguém chegasse logo, iria embora. Mas logo pensou que, se alguém havia chamado um táxi tão tarde, poderia estar com alguma dificuldade. Por isso, saiu do carro, foi até a porta do prédio e tocou a campainha. Ele ouviu uma voz fraca dizer: "Estou indo. Um momento, por favor". Uma senhora idosa, pequena, franzina, abriu a porta do prédio. Equilibrava-se em uma bengala e, na outra mão, trazia uma pequena mala.

- Pode me ajudar com a mala? - perguntou a senhora.

Paulo apanhou a mala e ajudou a passageira a entrar no táxi. Ela forneceu o endereço e pediu se poderiam ir pelo centro da cidade. Paulo informou que o caminho sugerido era muito mais longo.

- Não tem importância - afirmou a senhora - Não tenho pressa. Desejo olhar a cidade, pela última vez. Estou indo para um asilo, porque não tenho mais família e estou muito doente.

Paulo, ao escutar aquelas palavras, sutilmente desligou o taxímetro. Ele a levou até a área central da cidade. Ela mostrou o edifício onde trabalhava quando ainda era mocinha. Depois, passaram pela casa onde ela morou, recém-casada, com seu falecido marido. De vez em quando ela pedia para que ele parasse em frente a algum edifício. Suspirava e olhava. Assim, as horas passaram e ela manifestou cansaço.

- Por favor, agora estou pronta. Podemos ir para o asilo - pediu a senhora.

O asilo era uma bela casa, cercada de árvores. Apesar do horário, ela foi recebida de forma cordial por dois atendentes. Logo mais, já sentada em uma cadeira de rodas, ela se despediu do taxista.

- Quanto lhe devo? - perguntou a senhora.

- Nada - disse Paulo - É uma cortesia.

- Você precisa ganhar a vida, meu rapaz! - disse a senhora, preocupada com o taxista.

- Há outros passageiros - respondeu Paulo - não se preocupe.

Sensibilizada, ela se levantou e deu nele um abraço afetuoso. Com um sorriso, disse palavras de gratidão:

- Você deu a esta velhinha um grande presente. D'us o abençoe.

Naquela madrugada, Paulo resolveu não trabalhar mais. Ficou refletindo: e se ele apenas tivesse buzinado e ido embora? E se tivesse recusado a corrida por ser muito tarde? Ele então entendeu a riqueza que é ser gentil, dedicar-se a alguém. Dois dias depois, retornou ao asilo para saber como estava a senhora. Ela havia falecido na noite anterior."

Existem coisas pequenas que representam muito na vida. Precisamos estar atentos, para não perdermos essas ricas oportunidades de dar alegria a alguém. Um simples passeio, uma volta pelo jardim, um bate-papo. Esteja atento para os gestos quase insignificantes. Eles podem representar, para alguém, toda a felicidade.

Nesta semana lemos a Parashá Pinchás, que está conectada com o final da Parashá da semana passada, quando Bilaam, o grande profeta das nações, após três fracassos em amaldiçoar o povo judeu, sugeriu a Balak, rei de Moav, que preparasse uma armadilha, fazendo o povo judeu cair nas duas transgressões que D'us mais odeia: imoralidade e idolatria. Com o apoio do povo de Midian, Balak colocou em prática o plano de Bilaam. O resultado foi trágico para o povo judeu: a morte de 24 mil pessoas em uma epidemia.

Um clima de rebeldia tomou conta do povo judeu, a ponto de Zimri, o líder da Tribo de Shimon, fazer publicamente um ato de imoralidade com a princesa Kosbi, de Midian, diante dos olhos de Moshé e de todo o povo. Até que se levantou Pinchás e, com um espírito de zelo pela honra de D'us, pegou uma lança e matou Zimri e Kosbi, fazendo com que a epidemia parasse.
 
E assim começa a nossa Parashá, com D'us trazendo louvores para Pinchás, por ter arriscado a vida para salvar o povo judeu, como está escrito: "Pinchás, filho de Elazar, filho de Aharon HaCohen, desviou a Minha fúria que estava sobre os Filhos de Israel... E então Eu não destruí os Filhos de Israel em Minha vingança... Eu dou a ele Meu pacto de paz... um pacto eterno de sacerdócio" (Bamidbar 25:11-13). A recompensa pelo ato heroico de Pinchás foi que ele ser tornou Cohen.
 
Mas se Pinchás era neto de Aharon HaCohen, ele já não era Cohen? Não, pois quando Aharon e seus quatro filhos foram consagrados como Cohanim, somente a partir daquele momento os filhos que nascessem deles seriam Cohanim. Pinchás, filho de Elazar, já havia nascido. Portanto, ele seria apenas Levi, não Cohen. Como recompensa por seu ato heroico, ele e seus futuros filhos ganharam o mérito do sacerdócio.

Porém, dos versículos mencionados anteriormente surge uma enorme dúvida. O ato de Zimri, uma imoralidade abominável feita em público, sem que ninguém protestasse, havia sido um terrível ato de profanação do Nome de D'us. Portanto, mesmo que o ato de Pinchás não tivesse salvado o povo judeu, de qualquer maneira foi um gigantesco ato de Kidush Hashem. Apesar disso, o versículo ressalta que a recompensa de Pinchás veio apenas pela salvação do povo. Não há recompensa pelo Kidush Hashem?

Explica o Rav Yaacov Kanievsky zt"l (Ucrânia, 1899 - Israel, 1985), mais conhecido como Staipler, que a resposta está em um interessante ensinamento do Talmud (Pea 1:1): "Estas são as coisas que a pessoa já come os frutos neste mundo e o "fundo" fica guardado para o Mundo Vindouro. E estas são elas: Honrar o pai e a mãe, Fazer atos de Chessed, Promover a paz entre a pessoa e seu companheiro, e o Estudo de Torá, que é equivalente a todos eles". Outra fonte do Talmud (Kidushin 40a) questiona: por que justamente estas Mitzvót estão listadas como aquelas que quem as cumpre já recebe frutos neste mundo? Como resposta, para cada uma delas o Talmud traz um versículo que comprova que estas Mitzvót trazem vida para quem as cumpre, isto é, frutos já neste mundo, como está escrito em relação a honrar os pais: "Honra seu pai e sua mãe, como te ordenou Hashem, teu D'us, para que se prolonguem os seus dias" (Devarim 5:16).
 
Porém, se este é o motivo, por que a Mitzvá de "Shiloach HaKen" (espantar a mãe do passarinho para pegar os filhotes) não está listada, já que sobre ela também está escrito: "Mandarás embora a mãe, e então poderá pegar para você o filhote, para que te faça bem, e prolongará os teus dias" (Devarim 22:7)? O Talmud, para responder, traz um versículo: "Louve o Tzadik que é bom, pois eles comerão do fruto das suas realizações" (Yeshayahu 3:10). Mas o que significa "Tzadik bom"? Não é todo Tzadik que é bom? O Talmud explica que "Tzadik bom" é aquele que faz o bem para D'us e para as criaturas. Isso significa que as Mitzvót que a pessoa já recebe frutos neste mundo são as realizadas pelo "Tzadik bom", isto é, aquelas que trazem também benefícios aos outros. A Mitzvá de "Shiloach HaKen" não se encaixa nesta categoria, pois diferente das Mitzvót listadas pelo Talmud, esta Mitzvá é feita apenas para D'us, mas as outras pessoas não recebem nenhum benefício dela. Não há frutos neste mundo a não ser para as Mitzvót que trazem proveito também para as outras pessoas. Isso inclui o estudo da Torá, já que os céus e a terra são sustentados pelo estudo da Torá e, portanto, não há benefício maior para o mundo inteiro do que aquele que se dedica ao estudo da Torá.
 
Desta maneira podemos entender a ênfase dada pelo versículo para o fato de Pinchás ter salvado o povo judeu. O ato de Pinchás poderia parecer algo bom apenas para D'us, uma santificação do Seu Nome, através de Pinchás ter arriscado a própria vida pela honra de D'us. Pensaríamos que, por outro lado, não foi algo bom para as criaturas, pois ele precisou até mesmo matar o líder de uma das Tribos para santificar o Nome de D'us. Desta maneira, ele não mereceria ter se tornado Cohen, pois isso é um fruto da Mitzvá já neste mundo. É por isso que o versículo enfatiza que Pinchás, com sua atitude, salvou o povo judeu do extermínio. Ele fez um ato de "Tzadik bom", fez o bem para D'us e para as criaturas, e teve o mérito de ser consagrado Cohen. É importante lembrar que Pinchás apenas "comeu os frutos" neste mundo, mas o principal, o "fundo", ainda ficou guardado para o Mundo Vindouro.
 
Essa é uma das principais lições da nossa Parashá: quando fazemos bons atos, somos recompensados. Sabemos que as recompensas verdadeiras estão guardadas para o Mundo Vindouro, mas quando também nos importamos com as pessoas e fazemos o bem para elas, D'us já nos dá frutos neste mundo. Isso mostra o quanto é querido, aos olhos de D'us, quando ajudamos o próximo. Faça as Mitzvót, lembre-se de D'us, mas sem nunca se esquecer das pessoas.

SHABAT SHALOM 

R' Efraim Birbojm

 
Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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