sexta-feira, 21 de setembro de 2018

A CABANA DA HUMILDADE - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT HAAZINU E SUCÓT 5779 

BS"D
Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
ARQUIVO EM PDF
ARQUIVO EM PDF
BLOG
BLOG
INSCREVA-SE
INSCREVA-SE
VÍDEO DA PARASHAT HAAZINU E SUCÓT

A CABANA DA HUMILDADE - PARASHAT HAAZINU E SUCÓT 5779 (21 de setembro de 2018)

Certo rei quis fazer uma prova de habilidade extremamente difícil para seus súditos, com o intuito de encontrar bons arqueiros que pudessem fazer parte da guarda real. O rei mandou fazer um belíssimo anel, de ouro puro e pedras preciosas, e ordenou que a joia fosse colocada no alto de um enorme poste, no centro da praça principal. Ele então convocou toda a população e anunciou:
 
- Aquele que conseguir atirar uma flecha que atinja exatamente o centro do anel receberá como recompensa, fora o anel, mais cem moedas de ouro. Além disso, será imediatamente admitido na guarda pessoal do rei.
 
Inúmeros foram os súditos que tentaram atirar suas flechas, mas todos erraram. Mesmo os mais exímios arqueiros do reino tentaram, mas também falharam.
 
Perto dali, um jovem chamado David brincava com seu arco e flecha. Ele não era um bom atirador, mas gostava de passar as tardes tentando acertar os alvos que pintava nas árvores. De repente, uma das flechas que ele havia atirado foi desviada por um forte vento, aproximou-se do poste e atingiu em cheio o centro do anel.
 
O povo inteiro veio abraçar David. Ele foi carregado como se fosse um herói. O rei, como havia prometido, premiou o rapaz e acompanhou-o em direção à saída do palácio, com todas as honras. Porém, se assustou com a cena que viu. Assim que saíram, David imediatamente quebrou seu arco e suas flechas.
 
- Por que está fazendo isso? - perguntou o rei, perplexo - Você é um excelente arqueiro!

David sorriu ao escutar as palavras do rei e disse:

- Um homem deve entender que, às vezes, a sorte lhe bate à porta, mas jamais deve deixar que ela o engane e termine convencendo-o de que ele realmente tem talento.

Nesta semana lemos a Parashat Haazinu, que traz um "Cântico" de louvor a D'us entoado por Moshé Rabeinu, que descreve de forma poética a história do povo judeu, com suas subidas e descidas, mas que termina de uma maneira muito feliz. Isto se conecta com o próximo Chag (Festa) do calendário judaico, Sucót, a "Festa das cabanas", que começaremos a reviver no próximo domingo de noite (23 de setembro). Mas por que D'us fez com que Sucót fosse tão próximo de Rosh Hashaná e Yom Kipur, se elas têm essências tão diferentes? Além disso, Sucót também é conhecido como "Zman Simchateinu" (A época da nossa alegria). Mas se todos os Chaguim são momentos de alegria, por que apenas Sucót recebeu este "rótulo"?

De acordo com o Midrash (parte da Torá Oral), como D'us escreve nosso julgamento em Rosh Hashaná e sela nosso decreto em Yom Kipur, pode ser que o povo judeu tenha recebido um decreto de exílio. Então em Sucót o povo judeu "se exila" de suas casas e vai, por uma semana, habitar em cabanas. D'us considera como se tivéssemos sido exilados e cumprido o decreto espiritual.
 
Porém, este enigmático Midrash levanta alguns questionamentos. Em primeiro lugar, de todos os "maus decretos" que D'us pode nos mandar e os castigos que podem vir pelos nossos mais atos, por que o exílio é o único com o qual nos preocupamos? Por que não nos importamos com um possível decreto de fome, doenças ou perseguições? Além disso, mesmo que o exílio tenha sido de fato decretado por D'us, como o ato de habitar em cabanas já é suficiente para cumprir este decreto? Por mais incômodo que possa ser habitar em cabanas, sabemos das dificuldades encontradas pelo povo judeu nas épocas do exílio na Babilônia e em Roma, épocas de sofrimentos muito duros. Então como o "exílio" das cabanas pode substituir um exílio decretado por D'us?

Explicam os nossos sábios que há razões para nos preocuparmos em especial com um possível decreto de exílio que o povo judeu possa ter recebido. Quando D'us decreta exílio ao povo judeu, há basicamente dois motivos para isto ocorrer. O primeiro motivo é por causa da santidade da Terra de Israel. É um lugar tão sagrado que não "suporta" transgressões e "expulsa" aqueles que não se comportam de maneira adequada e não cumprem a vontade de D'us, como está escrito: "Portanto vocês devem guardar os Meus estatutos e os Meus juízos, e não devem cometer nenhuma destas abominações; porque os homens da terra que viviam antes de vocês fizeram todas estas abominações e a terra ficou contaminada. A terra não deve vomitar você também, quando você contaminá-la, como vomitou as nações que estavam antes de você" (Vaikrá 18: 26-28).

Porém, de acordo com o Rav Chaim Friedlander zt"l (Polônia, 1923 - Israel, 1986), há um segundo motivo ainda mais significativo para D'us castigar o povo judeu com o exílio. D'us castiga um povo que se comporta com arrogância, para colocar em seu coração um forte sentimento de humildade. Assim está escrito na Parashat Haazinu: "Yeshurun (um dos nomes do povo judeu) ​​engordou e deu coice. Você se tornou gordo, grosso e bruto. Ele (o povo judeu) O abandonou e desprezou a Rocha da sua salvação" (Devarim 32:15-17). É justamente por causa da arrogância que o povo judeu age com tanta indiferença em relação à D'us. Quando o povo judeu pensa que não precisa de D'us, representado pela analogia de alguém que comeu e engordou, então ele não escuta mais D'us e dá um "coice". São momentos nos quais o povo judeu procura divindades pagãs, para ajudá-lo a se livrar do "peso" da Torá e suas Mitzvót. As transgressões vão se acumulando até que, no momento em que elas não podem mais ser toleradas, os judeus sofrem o destino do exílio.
 
Porém, a pergunta ainda continua. Em Rosh Hashaná e Yom Kipur nós passamos incontáveis ​​horas em um trabalho de introspecção, junto com um esforço para chegar à completa consciência de que D'us é o nosso Rei e Juiz. A arrogância, neste momento, não parece ser algo presente nos nossos pensamentos. Então por que o orgulho, e um consequente exílio, está associado a esta época do ano?

A resposta é que, após a seriedade dos dias de Rosh Hashaná e Yom Kipur, nossos pensamentos rapidamente vão em direção à Festa de Sucót, que também é chamada de "Chag HaAssif" (Festa do recolhimento da colheita). Nesta época do ano os agricultores guardavam dentro dos armazéns toda a produção agrícola que havia sido colhida na época de Shavuót, mas que permanecia no campo para secar. Ver os armazéns se enchendo com a produção causava um grande sentimento de alegria. Depois de tanto esforço no plantio, nos cuidados durante o crescimento e no momento da colheita, agora os agricultores podiam celebrar os frutos do seu esforço. Neste momento a pessoa tem a tendência de desenvolver sentimentos de arrogância e autoconfiança demasiada, como está escrito: "E você vai dizer em seu coração: 'Meu poder e a força das minhas mãos me adquiriram essa riqueza'" (Devarim 8:17). Esta forte sensação de realização que vem junto com o sucesso da colheita é capaz de despertar o nosso orgulho, o que é, de acordo com a Torá, uma causa do enfraquecimento em nosso senso de dependência e submissão a D'us.
 
Como D'us conhece as más inclinações de suas criaturas, então Ele nos comandou, justamente nesta época do ano, a abandonarmos nosso ambiente confortável e seguro e entrar na Sucá. Lá nós permanecemos por sete dias, vivendo diretamente sob a proteção de D'us. Enquanto a pessoa permanece em seu domínio natural, é difícil para ela sentir humildade e submissão. Estes sentimentos vêm muito mais facilmente quando a pessoa é forçada a abandonar sua casa, como explica o Rambam zt"l (Espanha, 1135 - Egito, 1204): "O exílio expia, pois ele causa com que o ser humano se torne mais humilde e submisso" (Hilchot Teshuva 2:4).

Segundo o Sefer Hachinuch (Mitzvá 324), D'us nos ordenou que fizéssemos uma Festa neste momento de alegria por causa das nossas colheitas para dar ao povo judeu o mérito de direcionar a Ele a alegria principal. Ao invés de canalizar a alegria da colheita para dentro de nós mesmos, o que resultaria em um orgulho excessivo por nossas realizações, nós somos "encaminhados" a focar em D'us, que é Quem realmente nos dá tudo o que temos, como está escrito: "E você se lembrará de Hashem, teu D'us, porque é Ele quem te dá poder para obter riqueza" (Devarim 8:18). Este tipo de lembrança não apenas nos ajuda a manter a humildade, mas também nos permite alcançar os mais altos níveis de alegria.

Atualmente não vivemos mais da agricultura e, por isso, não temos mais este sentimento de alegria de ver nossos armazéns abarrotados. Porém, a lição fica também para os nossos dias: precisamos tomar cuidado com a nossa arrogância, de acharmos que somos nós que conseguimos alcançar o sucesso. Somente quando focamos nossa alegria em D'us, o verdadeiro Provedor de todas os nossos bens, podemos alcançar a alegria verdadeira. Este é o segredo de Sucót, o "Zman Simchateinu".

SHABAT SHALOM E CHAG SAMEACH

R' Efraim Birbojm

***********************************************
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHAT HAAZINU 5779:

São Paulo: 17h42  Rio de Janeiro: 17h29  Belo Horizonte: 17h31  Jerusalém: 18h01
*****************************************
Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Chana Mirel bat Feigue, eliezer ben Shoshana.
--------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
-------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l.
--------------------------------------------
Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
Copyright © 2016 All rights reserved.


E-mail para contato:

efraimbirbojm@gmail.com







This email was sent to efraimbirbojm.birbojm@blogger.com
why did I get this?    unsubscribe from this list    update subscription preferences
Shabat Shalom M@il · Rua Dr. Veiga Filho, 404 · Sao Paulo, MA 01229090 · Brazil

Email Marketing Powered by MailChimp