sexta-feira, 18 de março de 2011

SHABAT SHALOM M@IL - PURIM 5771

BS"D
 
QUEM PROCURA, ACHA - PURIM 5771 (18 de março de 2011)
 
"A Sra. Kogan (nome fictício) e sua filha voltavam para São Paulo de avião, após passarem um mês de férias na Bahia. A viagem estava tranqüila, o vôo havia saído no horário, tudo transcorria bem. Até que o avião chegou a São Paulo e, por causa do mau tempo, não conseguiu pousar. As nuvens eram tão espessas que tiravam praticamente toda a visibilidade do piloto. Nestas condições, fazer uma aterrissagem utilizando apenas instrumentos era algo extremamente perigoso, um risco que o piloto preferia não correr. Por isso ele ficou dando voltas em torno do aeroporto, esperando que as condições meteorológicas melhorassem.
 
Após um longo tempo voando em círculos, o piloto ligou o rádio de comunicação com os passageiros e, inexplicavelmente, deu uma informação que de nada servia aos passageiros a não ser criar no avião uma grande histeria. O piloto informou, em alto e bom tom, que o combustível estava acabando e que o avião tinha autonomia para, no máximo, mais 30 minutos. Os passageiros imediatamente foram tomados pelo pânico. Várias pessoas começaram a chorar e a passar mal. A Sra. Kogan e sua filha também ficaram assustadas e imediatamente começaram a rezar.
 
Cerca de 5 minutos depois, que para os passageiros pareceram horas, o piloto novamente ligou o rádio de comunicação e informou que as condições meteorológicas haviam melhorado. Havia se formado, de repente, um "buraco" nas nuvens sobre o aeroporto, possibilitando o pouso. Poucos minutos depois o avião estava aterrissado e todos os passageiros estavam sãos e salvos" (História Real)
 
Temos duas maneiras de olhar esta história. Podemos olhar como se tudo não passou de um grande acaso. As condições meteorológicas desfavoráveis, a infeliz e inconseqüente idéia do piloto de avisar aos passageiros que o combustível estava acabando, o pânico das pessoas (que levou muitas a rezar) e a repentina melhora no tempo, formando um "buraco" sobre o aeroporto.
 
Porém, há outra maneira de ver a história. Podemos ver que D'us, desde o princípio, estava controlando toda a situação. Foi Ele quem colocou a idéia na cabeça do piloto de fazer um comunicado tão inconseqüente. Para que? Para que as pessoas rezassem e aumentassem seus méritos, possibilitando assim a salvação do avião. É a mesma história, os mesmos acontecimentos, mas com uma ótica completamente diferente. E, certamente, muito mais realista.
 
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Neste Motsei Shabat (sábado de noite, 19 de março) comemoramos a festa de Purim, na qual revivemos a milagrosa salvação do povo judeu nos dias de Mordechai e Ester, quando uma ameaça de extermínio que pairava sobre nós se transformou, em poucos instantes, em Brachót (bênçãos) e alegrias. Haman e muitos dos odiadores do povo judeu foram mortos e os judeus ganharam respeito e tranqüilidade na babilônia, onde estavam exilados.
 
A Meguilat Ester é um dos livros do Tanach (Torá, Profetas e Escrituras). O Talmud discute de onde devemos começar a leitura da Meguilat Ester em Purim para cumprirmos a Mitzvá, e existem diferentes opiniões. No que é baseada esta discussão? O propósito da leitura da Meguilá é relembrar e divulgar o grande milagre que aconteceu aos nossos antepassados na babilônia. A discussão dos nossos sábios é para saber em qual ponto da Meguilá o milagre da salvação começou, pois a leitura deve começar apenas neste ponto. Uma das opiniões, e justamente a opinião que a Halachá (lei judaica) segue, é a de que toda a Meguilá deve ser lida em Purim.
 
Mas é difícil entender esta opinião do Talmud, pois ao observarmos os primeiros versículos da Meguilá, não enxergamos nenhum milagre! Assim começa a Meguilá: "E foi nos dias de Achashverosh – ele foi Achashverosh que reinou desde Hodu até Kush, sobre 127 províncias. Naqueles dias, quando o rei estava sentado no trono do seu reinado, na capital Shushan" (Meguilá 1:1,2). Onde está a mão de D'us nestes primeiros versículos? E mais do que isto, há informações que parecem completamente desnecessárias ou equivocadas. Para que a Meguilá precisou falar que Achashverosh sentou-se em seu trono, não é óbvio que o rei senta-se em seu trono para governar? Além disso, como a Meguilá diz que a capital do Império Babilônico era Shushan, uma pequena cidade, e não a grande cidade de Bavel? Quando ocorreu esta mudança e por quê?
 
Explica o Gaon MiVilna que D'us já estava preparando a salvação do povo judeu muito antes do problema de Haman começar. Quem D'us colocou no poder? O Rei Achashverosh, um grande tolo que não tinha sangue real e havia comprado a posição de rei com uma grande fortuna. Justamente por não vir de uma família real ele tinha problemas de auto-estima e sentia-se inferior, achava que as pessoas não aceitariam seu governo. Por isso, todos os atos de Achashverosh eram em busca de prestígio e honra, tentando engrandecer seu nome aos olhos do povo, como o banquete de 180 dias de duração que ofereceu a todos os seus súditos.
 
Em sua busca de glória, o rei Achashverosh desejou ter um trono igual ao de Shlomo Hamelech (Rei Salomão), o maior e mais sábio de todos os reis, para sentar-se na capital Bavel. Onde moravam os melhores carpinteiros do reinado? Na pequena cidade de Shushan. Mas ao invés de trazer os carpinteiros para Bavel, o rei ordenou que eles construíssem o trono em Shushan. Quando o trono ficou pronto, ele era tão monumental que não havia meios de transportá-lo até a capital Bavel. Então o rei Achashverosh tomou uma atitude completamente estúpida, guiada pelo seu desejo de honra: mudou a capital do império para a pequena cidade de Shushan, apenas para pode se sentar no trono que era idêntico ao trono de Shlomo Hamelech.
 
Mas a pergunta continua nos incomodando: como isto ajudou na posterior salvação do povo judeu? A resposta está apenas no segundo capítulo: "Havia certo judeu na capital Shushan, cujo nome era Mordechai..." (Meguilá 2:5). Agora o quadro ficou completo. Todos os acontecimentos do início da Meguilá descrevem o que ocorreu para que a capital do reinado mudasse para Shushan, uma pequena cidade onde vivia Mordechai. Pelo fato da capital mudar para Shushan, Mordechai pôde estar perto do palácio e escutar dois guardas reais tramando a morte do rei. Mordechai contou à Ester o plano dos guardas, ela contou ao rei e os guardas foram mortos. O fato de Mordechai ter descoberto o plano foi recompensado pelo rei muito tempo depois, justamente no momento em que os judeus precisavam reverter o decreto de extermínio.
 
Portanto, vemos que mesmo os pequenos detalhes aparentemente sem importância do início da Meguilá são parte da salvação do povo judeu quando vistos sob um olhar mais atento. Assim também acontece em nossas vidas, vários acontecimentos "casuais", ao serem vistos sob um olhar mais cuidadoso, revelam a participação Divina em cada pequeno detalhe do nosso cotidiano. A palavra "מקרה" (Mikrê, que em hebraico significa "acaso"), contém as mesmas letras que formam "רק מה'" (Rak Me Hashem, que em hebraico significa "tudo é de D'us"). É um jogo de letras que reflete uma realidade mais profunda: nada neste mundo é um acaso, tudo está sob a Supervisão Divina. Em que nível? Os nossos sábios ensinam que para cada folha de grama há um anjo designado para ficar dando tapinhas e dizendo "cresça". O Rav Eliahu Dessler explica que cada gota de chuva cai do céu já com seu propósito bem definido, se irá irrigar a terra, causar uma inundação ou correr para um bueiro.
 
A palavra "mundo", em hebraico, é "Olam", e vem da mesma raiz da palavra "Elem", que significa "ocultamento". D'us criou o mundo material e colocou nossas almas dentro de corpos materiais justamente para nos dar livre-arbítrio e, consequentemente, méritos por cada escolha correta. Ele deixou no mundo a possibilidade de vermos cada coisa que nos ocorre como se fossem acasos isolados. O nosso trabalho de conexão com D'us começa com a reflexão, tentando juntar as informações, encontrar sentido em cada coisa que ocorre no nosso dia-a-dia. Isto também vemos na Meguilá, pois quando a rainha Ester soube do decreto contra o povo judeu, ela mandou perguntar a Mordechai "O que está acontecendo e qual o motivo disto estar acontecendo". Ester tinha muito claro que nada acontece por acaso, ela sabia que tudo tem um fundo espiritual. Por isso ela não quis apenas saber o que havia acontecido, pois o principal, para reverter a situação, era saber o motivo pelo qual aquilo tinha acontecido.
 
Esta é a essência da festa de Purim e a lição que deve nos acompanhar para todo o ano: saber olhar o que está nas entrelinhas da história de nossas vidas. Não apenas em grandes acontecimentos, mas também nas pequenas coisas que ocorrem no nosso cotidiano. Assim poderemos enxergar a mão de D'us em tudo o que ocorre e fugir da tolice de achar que tudo acontece por acaso.
 
SHABAT SHALOM
 
Rav Efraim Birbojm
 
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