sexta-feira, 29 de abril de 2011

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ KEDOSHIM 5771

BS"D

 
PARTES DE UM MESMO CORPO - PARASHÁ KEDOSHIM 5771 (29 de abril de 2011)

 

"Arnaldo era entregador de uma grande empresa e ganhava por entregas realizadas. Certa vez ele precisou fazer um entrega em outra cidade. Para piorar a situação, tudo o que ele tinha era apenas o nome da pessoa, não sabia nem mesmo o endereço. Pegou sua moto e foi fazer o trabalho.

 

Chegando à cidade, olhou o papel da entrega e viu que a pessoa que deveria receber o pacote se chamava Rubens. Perguntou para um dos moradores da cidade onde ele poderia encontrar aquela pessoa. O morador não sabia responder, mas sugeriu ao entregador que fosse até o centro da cidade e perguntasse pela pessoa procurada.

 

Chegando lá, Arnaldo viu uma imensa multidão e ficou desesperado. Será que encontraria a pessoa? Caso não encontrasse, teria apenas perdido seu tempo e não receberia o dinheiro da entrega. Resolveu perguntar um por um. Parou a primeira pessoa que viu e perguntou "Por acaso você é o Rubens?". Quando a pessoa respondeu negativamente, Arnaldo fez um grande escândalo com ela. Parou outra pessoa e novamente perguntou "Por acaso você é o Rubens?", e novamente ficou extremamente irritado ao escutar uma resposta negativa. E assim foi com diversas pessoas, a cada resposta negativa ele ficava mais irritado. Até que um senhor, não agüentando assistir aquele espetáculo, chamou a atenção de Arnaldo:

 

- Ei, rapaz, não seja um tonto. Assim você nunca vai encontrar a pessoa que está buscando. Ao invés de perder tempo se irritando e dando broncas em quem não tem nada a ver com seu problema, por que você não investe seu tempo procurando a pessoa certa?"

 

Arnaldo parece um tolo? Explica o Chafetz Chaim que muitas vezes também nos comportamos assim. Quando alguém faz algo que nos prejudica, ao invés de ficarmos irritados com a pessoa, devemos ter a consciência de que D'us está por trás de tudo o que ocorre. Ao gastarmos nosso tempo e nossa energia reclamando e brigando com as pessoas, estamos perdendo a oportunidade de cumprir o nosso trabalho espiritual neste mundo.

 

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Nesta semana lemos a Parashá Kedoshim, que começa com o seguinte versículo "Sejam santos, pois Eu, Hashem, Teu D'us, sou Santo" (Vayikrá 19:2). O que esperaríamos encontrar na Parashá? Fórmulas de como chegar a elevados níveis de santidade, como longos jejuns, retiros espirituais e votos de abstinência. Mas ao olharmos a continuação da Parashá, percebemos que ela está repleta de Mitsvót Bein Adam Lehaveiró (entre o homem e seu companheiro). O que isto nos ensina? Que o nível espiritual não é medido apenas pela maneira como a pessoa se comporta em relação à D'us, mas também pela maneira como se comporta com os outros. Para atingir elevados níveis de santidade, um dos caminhos principais é se comportando de maneira adequada com as outras pessoas.

 

Entre todas as Mitsvót listadas na Parashá, há algumas, contidas em um mesmo versículo, que nos chamam a atenção: "Não se vingarás e não guardarás rancor dos membros do seu povo; ame ao seu próximo como a si mesmo, Eu sou D'us" (Vayikrá 19:18). Este versículo apresenta algumas dificuldades. Em primeiro lugar, será que é possível controlar os sentimentos a ponto de não sentir rancor de alguém que nos fez mal? Além disso, qual a conexão entre não guardar rancor e amar ao próximo como a si mesmo? E finalmente, por que o versículo termina com "Eu sou D'us"?

 

Imagine esta cena: uma pessoa destra está cortando um tomate e, por descuido, acaba ferindo sua mão esquerda com a faca. A mão esquerda desta pessoa começa a sentir um grande rancor da mão direita. Num ataque de fúria, a mão esquerda pega a faca e se vinga da mão direita, causando-lhe um ferimento. O que você faria com esta pessoa? Certamente a encaminharia ao hospício, para um profundo tratamento psicológico. Por quê? Pois as duas mãos são parte de um mesmo corpo. Não faz sentido uma vingança ou guardar rancor contra partes de si mesmo, pois no final das contas a pessoa estaria sofrendo duas vezes!

 

Fomos educados desde pequenos a achar que cada pessoa é uma entidade por si só, completamente independentes das outras pessoas. Mas isto é, na verdade, uma forma completamente equivocada de enxergar a realidade espiritual. Explica o livro "Tomer Dvora", do Rav Moshe Cordovero, que não somos seres independentes, pois dentro da alma de cada pessoa há um pouquinho da alma do outro. Por isso, toda vez que a pessoa se vinga e faz mal ao outro, parte deste mal também o atinge, por causa da parte de sua alma que está contida no outro. O mesmo ocorre ao contrário, pois quando fazemos bem ao outro, parte desta bondade volta para nós mesmos. É por este motivo que D'us nos ordenou a Mitzvá de "Ame ao seu próximo como a si mesmo" junto com a Mitzvá de "Não se vingarás e não guardarás rancor", para nos ensinar que o outro é parte de nós mesmos e, da mesma forma que ninguém machuca a si mesmo, também temos que fazer de tudo para nunca prejudicar ao próximo.

 

Mas a Torá nos revela que, fora o motivo lógico de não causar um mal para nós mesmos, há uma razão ainda maior para não nos irritarmos nem guardarmos rancor do próximo: "Eu sou D'us". O que isto significa? Que tudo o que acontece tem Hashgachá Pratid (Supervisão Particular) de D'us. Nada acontece no mundo sem o Seu consentimento. Ninguém tira um fio de cabelo de outra pessoa se isto não estiver decretado nos mundos espirituais. Se algo "ruim" aconteceu, a pessoa que nos fez este mal foi apenas um "utensílio", apenas cumpriu o que D'us havia decretado nos mundos espirituais. Se o mal não viesse através desta pessoa, viria através de outra pessoa, pois assim ensinam nossos sábios: "Muitos são os emissários de D'us". Ele tem o mundo inteiro ao Seu controle para cumprir a Sua vontade.

 

Uma dica prática para evitar o rancor e a vingança é viver como se estivéssemos participando de um grande teatro. O que isto significa? Imagine que você foi convidado para participar de uma peça. De repente outro ator, lendo seu script, se aproxima de você e diz: "seu tolo". Você ficaria bravo com ele? Obviamente que não, pois ele está apenas lendo o script. Se quisermos entender porque o script dele era nos ofender, devemos perguntar ao diretor do teatro, que escreveu todos os textos. Assim também acontece em nossas vidas. Se alguém nos ofendeu, ao invés de guardarmos rancor desta pessoa, o correto é saber que ele está apenas lendo seu "script". O ideal é refletir para entender quais foram os motivos pelos quais D'us decretou que fossemos ofendidos.

 

O rancor e a vingança são sinais de fraqueza espiritual. Nos ensina o Pirkei Avót (Ética dos Patriarcas): "Quem é o valente? Aquele que conquista sua má inclinação". No nosso conceito, valente é aquele que não leva desaforo para casa, que revida imediatamente, de preferência com violência, a qualquer tipo de provocação. Mas a Torá ensina justamente o contrário. Quando um cachorro é ameaçado, ele avança e morde. Não porque ele é valente, mas porque é um animal, seu instinto o faz atacar o agressor, ele não tem controle. Da mesma maneira, quando um ser humano se vinga ou guarda rancor no coração, não é um sinal de valentia, é um sinal de pouca espiritualidade, de falta de autocontrole.

 

Mas, se de acordo com a Torá não devemos revidar, a pessoa que nos fez mal sairá impune? Com certeza não. Por exemplo, quando uma pessoa recebe um decreto espiritual de perder duzentos reais, o que D'us faz? Utiliza os "serviços" de um ladrão, que decidiu assaltar alguém por seu próprio livre arbítrio, e junta os dois na mesma rua. O homem não perdeu seus duzentos reais porque o ladrão decidiu roubá-lo, e sim porque havia um decreto espiritual. Mas o ladrão, que roubou por sua livre escolha, apesar de ter cumprido o decreto de D'us, prestará suas contas por ter utilizado de forma equivocada seu livre arbítrio. A pessoa que foi roubada tem todo o direito de utilizar a força policial para tentar reaver seu dinheiro. Apenas deve entender que não há sentido em guardar rancor do ladrão, pois ele cumpriu apenas o que já estava decretado espiritualmente. Se não fosse através deste ladrão, a perda monetária ocorreria de outra maneira.

 

Portanto, todas as vezes em que ficamos irritados com outra pessoa, estamos apenas perdendo o nosso tempo e gastando nossas energias de maneira equivocada. Quando algo "ruim" acontece, o correto é refletir sobre o que ocorreu. Em geral D'us se comporta conosco "Midá Kenegued Midá (medida por medida), isto é, o que nos ocorreu é um reflexo de nossos próprios atos. Se fomos ofendidos, é porque provavelmente ofendemos outra pessoa e não pedimos perdão. Se fomos roubados, é porque provavelmente este dinheiro também chegou ilicitamente em nossas mãos. E assim é com tudo o que ocorre em nossas vidas.

 

Se chegarmos a viver com esta claridade, poderemos investir nosso tempo em cumprir o nosso trabalho espiritual neste mundo, corrigindo nossos próprios erros, ao invés de ficar espetando, com a nossa mão direita, a nossa própria mão esquerda.

 

SHABAT SHALOM

 

Rav Efraim Birbojm

 

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