quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ BÔ 5772

BS"D

DESPERTADOR ESPIRITUAL - PARASHÁ BÔ 5772 (27 de janeiro de 2012)

Em uma época em que o anti-semitismo havia voltado à tona com toda sua força, um judeu teve uma discussão sobre questões financeiras com um vizinho não-judeu e, como não entravam em um acordo, o caso terminou nos tribunais, para ser julgado por um juiz não-judeu.

Alguns dias antes do julgamento, o judeu mandou ao juiz um presente caro. O juiz mandou imediatamente chamá-lo e deu-lhe uma enorme bronca:

- Escute aqui, meu senhor. Não está escrito na sua Torá que é proibido subornar um juiz? É um mandamento que tem lógica, pois o coração do juiz penderá para o lado daquele que lhe deu o suborno e, portanto, o julgamento não será honesto. Como você ousa tentar me subornar?

O judeu, sem perder a calma, respondeu:

- Vou explicar ao senhor a lógica deste mandamento da Torá. Se o senhor fosse judeu e diante de você estivessem o Reuven e o Shimon, dois judeus, aos seus olhos os dois estariam equilibrados. Seu coração não penderia naturalmente para nenhum deles e o julgamento seria completamente justo. Neste caso, se o Reuven te mandasse um presente, assim ele estaria desviando o julgamento para o lado dele, aumentando suas chances de vencer a disputa e, portanto, sendo desonesto.

- Mas neste caso – continuou o judeu – em um país tão anti-semita como o nosso, quando chega diante de um juiz não-judeu dois litigantes, sendo um deles judeu e o outro não-judeu, o julgamento já não começa equilibrado, pois o juiz já pende, desde o início, contra o judeu. E foi justamente para equilibrar a balança e merecer um julgamento honesto e justo que eu mandei um presente para você...

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Na Parashá desta semana, Bô, D'us mandou as três últimas pragas sobre o Egito: Gafanhotos, Escuridão e Morte dos primogênitos. Os egípcios foram duramente atingidos pelas dez pragas, como castigo por todos os sofrimentos que haviam causado aos judeus durantes os duros anos de escravidão. O Faraó, em especial, sofreu muito por causa de sua obstinação de não deixar os judeus saírem.

Mas, ao observarmos os versículos que descrevem o comportamento do Faraó diante dos sofrimentos causados pelas pragas, vemos que até a sexta praga, bolhas, ele realmente não se curvou e não permitiu, por livre e espontânea vontade, a saída do povo judeu, merecendo todos os castigos que recebeu. Mas a partir da sexta praga está escrito "D'us endureceu o coração do Faraó" (Shemot 9:12), isto é, aparentemente o Faraó não teve mais livre arbítrio a partir deste momento. Então por que ele foi castigo? Onde está a justiça?

Explica o Rav Yossef Dov Soloveitchik, mas conhecido como Beit Halevi, que a vontade verdadeira do Faraó era não deixar o povo judeu sair. Mas a partir do momento em que os sofrimentos causados pelas pragas tornaram-se insuportáveis, ele quis agir contra a sua vontade verdadeira ao permitir a saída do povo judeu. Se o povo judeu saísse naquele momento, o Faraó não teria nenhum mérito, pois estava "fora de si", sob intensa dor, não nas condições normais. Portanto o termo "endureceu o coração" não significa que D'us tirou o livre arbítrio do Faraó, ao contrário, significa que Ele deu ao Faraó novamente a possibilidade da escolha, como se fosse uma anestesia para tirar dele o medo e a dor dos castigos. Como no caso do juiz e o judeu, o endurecimento do coração era para reequilibrar suas escolhas, permitindo ao Faraó mostrar quem era ele de verdade, sem estar pendendo para nenhum lado.

Mas a pergunta continua. Explica o Rabeinu Iona, em seu livro Shaarei Teshuvá (Os portões do arrependimento) que D'us, em Sua infinita misericórdia, aceita a Teshuvá (retorno aos caminhos corretos) de uma pessoa mesmo se for motivada pelos sofrimentos pelos quais ela está passando na vida. Portanto, de acordo com este conceito, por que D'us não permitiu que o Faraó deixasse o povo judeu sair quando ele estava imerso em sofrimentos? Por que não foi considerado que ele se arrependeu dos seus erros por causa de toda a dor que estava sentindo quando ele quis libertar o povo judeu?

Para responder esta pergunta, antes precisamos entender por que D'us, que é tão bondoso, nos manda sofrimentos. Como um pai que ama seu filho acima de tudo, D'us nos manda sofrimentos quando transgredimos. Não por raiva, mas por amor, como uma forma de nos despertar e nos fazer voltar aos caminhos corretos. O ideal seria um mundo sem sofrimentos, isto é, a pessoa estar sempre atenta aos seus erros para corrigi-los automaticamente, sem a necessidade de um "despertador" externo. Mas como não fazemos isto, ao contrário, vivemos "anestesiados", sem refletir e questionar nossos atos, D'us precisa nos despertar. É por isso que Ele aceita a Teshuvá de uma pessoa que despertou apenas por causa dos sofrimentos que passou, pois este é justamente o propósito dos sofrimentos que Ele enviou para a pessoa.

Mas explica o Beit Halevi que a Teshuvá motivada pelos sofrimentos, apesar de realmente funcionar, é condicional. Ela somente é aceita por D'us se os sofrimentos fazem a pessoa despertar da anestesia. O que significa despertar? Entender que estava errando, se arrepender sinceramente e decidir não voltar a cometer o mesmo erro. Mas se a pessoa apenas mudou por estar cansada dos sofrimentos, porém internamente não se arrependeu, a Teshuvá não é aceita. Qual é a prova que a pessoa realmente fez uma Teshuvá sincera? O seu comportamento depois que os sofrimentos terminam. Se a pessoa fez uma Teshuvá sincera, seu comportamento deve continuar adequado mesmo depois do fim dos sofrimentos. Mas se foi apenas algo externo, sem um arrependimento verdadeiro, assim que os sofrimentos desaparecem a pessoa volta aos maus caminhos.

A Teshuvá do Faraó por causa dos sofrimentos, em um primeiro momento, pareceu sincera. Mas o que ocorreu imediatamente após D'us retirar os sofrimentos? Ele voltou a pecar, demonstrando que esta era a sua verdadeira vontade. Não apenas uma vez, mas várias vezes ele mostrou-se arrependido, mas voltou a pecar assim que os sofrimentos sumiram, demonstrando que nunca havia se arrependido sinceramente.

Os sofrimentos se assemelham a uma prensa onde é produzido azeite. Nesta prensa são colocadas azeitonas e, após o processo, sai o azeite pronto. A prensa não acrescenta azeite às azeitonas, ela apenas tira o azeite que já existia dentro delas. Assim também é a Teshuvá verdadeira e sincera, os sofrimentos somente ajudam a retirar de dentro da pessoa a vontade de fazer o que é correto que já existia.

Infelizmente reclamamos muito das dificuldades e sofrimentos. Realmente eles são difíceis e amargos, mas nos ajudam a "ajustar as velas" para andarmos sempre nos caminhos corretos.  Portanto, quando passamos por sofrimentos, o comportamento correto é, ao invés de reclamar de D'us, verificar os nossos próprios atos e procurar onde estamos errando. Somente assim poderemos um dia chegar à perfeição.

SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm
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