sexta-feira, 1 de setembro de 2017

REFLETINDO PARA APRENDER - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ KI TETSE 5777

BS"D
O E-mail desta semana foi carinhosamente oferecido pela Família Lerner em Leilui Nishmat de: 
Miriam Iocheved bat Mordechai Tzvi z"l


Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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REFLETINDO PARA APRENDER - PARASHÁ KI TETSE 5777 (01 de setembro de 2017)

"Moshé tinha muito orgulho de seus dois filhos, Natan e Eliezer. Natan, aos 12 anos de idade, já era um aluno "fora de série", conhecido em toda a vizinhança por sua sabedoria de Torá e sua cabeça extremamente afiada, algo incomum para um garoto daquela idade. Já Eliezer, aos 10 anos, apesar de ser um ótimo menino, era apenas um garoto normal, longe da genialidade de seu irmão.
 
Após tanto escutar elogios, o sucesso subiu à cabeça de Natan e ele se tornou um rapaz arrogante. Se considerava melhor que seus amigos e começou a desprezá-los. O desprezo se transformou em provocações constantes e as provocações se tornaram brigas que, às vezes, terminavam até mesmo com socos e pontapés. Este comportamento de Natan começou a incomodar profundamente seu pai, que constantemente ressaltava a importância da humildade, mas Natan não escutava e continuava se desviando do caminho correto.
 
Certo dia, Moshé presenciou seu filho humilhando um de seus amigos em público. Muito irritado, ele deu uma surra em seu filho diante de todos os amigos, para que Natan e os amigos soubessem o quanto ele desaprovava aquele tipo de comportamento arrogante.
 
Algum tempo se passou e o filho mais novo, Eliezer, apesar de ser apenas um garoto comum, infelizmente começou a andar nos mesmos caminhos ruins de seu irmão mais velho. Ele também começou a se comportar de uma maneira arrogante, sentindo-se melhor que seus amigos. Seu desprezo inicial logo se transformou em provocações e, da mesma maneira que havia ocorrido com seu irmão, as provocações terminaram em brigas feias e até mesmo agressões físicas. Moshé, ao presenciar Eliezer brigando com um de seus colegas na rua, chamou-o e disse:
 
- Escute, meu filho. Você não viu a surra em público que eu dei em seu irmão por ele ter se comportado com arrogância? Ele ainda tinha motivos para ser arrogante, pois ele é realmente um aluno "fora de série", conhecido por todos por seu incrível potencial de estudo, mas mesmo assim não tive dó dele. Por seus atos indecentes ele apanhou na frente de todos os amigos. Já você, que não tem nem mesmo motivos para ser arrogante e poderia ter aprendido com o erro e o castigo do seu irmão, consegue calcular como será a sua surra?".
 
O Rav Israel Meir HaCohen (Bielorússia, 1838 - Polônia, 1933), mais conhecido como Chafetz Chaim, utilizava esta história para ensinar que devemos ser cuidadosos com as transgressões, principalmente com aquelas que tivemos a oportunidade de ver outras pessoas tropeçando e pagando preços altos por elas.  

Nesta semana lemos a Parashá Ki Tetse (literalmente "Quando você sair"), que traz muitos assuntos importantes em relação ao nosso comportamento com o próximo. Certamente um dos principais ensinamentos é o cuidado que devemos ter com a nossa fala, como está escrito: "Se recorde do que Hashem, teu D'us, fez com Miriam, no caminho, quando vocês saíram do Egito" (Devarim 24:9). De acordo com o Ramban (Nachmânides) (Espanha, 1194 - Israel, 1270), se cumprirmos esta Mitzvá de recordar o que aconteceu com Miriam, conseguiremos nos afastar da terrível transgressão de Lashon Hará (maledicência, denegrir o próximo).
 
Porém, quantas vezes na vida já lemos este versículo? Pelo menos uma vez por ano nos deparamos com estas palavras, mas será que elas nos ajudam a evitarmos o Lashon Hará? O fato é que, mesmo depois de mencionarmos as palavras "Se recorde", continuamos falando Lashon Hará. Se estamos seguindo o conselho da Torá, por que não estamos conseguindo evitar esta grave transgressão?
 
O Chafet Chaim responde esta pergunta citando um interessante versículo da Torá: "Pois não é uma coisa vazia para vocês, pois é a sua vida" (Devarim 32:47). O versículo está se referindo à própria Torá. "Não é uma coisa vazia" significa que cada instrução das Torá certamente funciona. Mas e quando parece que não funciona? É "para vocês", isto é, é por nossa causa, por não cumprirmos a Torá como ela deve ser cumprida. Portanto, se o conselho da Torá não está funcionando, então a falha não está na Torá, está na nossa forma de cumpri-la. Onde está o nosso erro?
 
Explica o Chafetz Chaim que para termos o benefício verdadeiro deste conselho da Torá, precisamos prestar atenção nas palavras deste versículo e, através de muita reflexão, colocá-las em nosso coração. A Torá não utiliza nenhuma palavra sem necessidade, então por que este versículo se alongou tanto? Pois há quatro assuntos contidos na Mitzvá da recordação do castigo de Miriam: "Se recorde do que Hashem, teu D'us, fez", isto é, o que foi feito; "para Miriam", isto é, para quem foi feito; "no caminho", isto é, onde isto aconteceu; e "quando vocês saíram do Egito", isto é, quando isto aconteceu. Estes quatro detalhes são essenciais para obtermos o benefício verdadeiro desta Mitzvá de recordar o castigo de Miriam para evitarmos o Lashon Hará.
 
Em primeiro lugar, precisamos refletir sobre o tamanho do castigo aplicado por D'us. A doença "Tzaraat", que foi aplicada por D'us em Miriam, é tão pesada que a cura não é possível através de nenhum remédio ou terapia, apenas através da misericórdia de D'us. Ele precisa se comportar com a pessoa de maneira acima das leis da natureza para curá-la. Também a impureza espiritual da Tzaráat é mais rigorosa do que outras formas de impureza espiritual. A pessoa com Tzaráat era mandada para fora dos 3 acampamentos do povo judeu (o acampamento mais sagrado, onde ficava o Mishkan (Templo Móvel); o acampamento onde ficavam os Leviim; e o acampamento onde ficava o resto do povo judeu), o que não ocorria com nenhuma outra forma de impureza espiritual. Além disso, a pessoa com Tzaráat impurificava outras pessoas sem precisar encostar nelas, apenas estando sob o mesmo teto, o que somente acontecia com a impureza de uma pessoa morta. A Tzaráat deixava manchas brancas na pele, como se fosse uma lepra, que fazia com que a pessoa se assemelhasse a um morto.
 
O segundo detalhe ressalta o fato de que estamos falando de Miriam, uma mulher muito Tzadeket (justa) que estava no nível espiritual de profetiza. A água do poço que acompanhou o povo judeu e saciou a sede de 3 milhões de pessoas durante os 40 anos em que permaneceram no deserto foi pelo mérito de Miriam. Ela também falou sobre seu irmão Moshé com boas intenções, pois o amava como a si mesma, havia arriscado a vida para salvá-lo do Nilo e queria o melhor para ele. Também o que ela falou não era algo que denegria Moshé, ela simplesmente o igualou, de forma equivocada, aos outros profetas. Certamente ela havia pensado em cada palavra antes de pronunciá-las para não tropeçar em Lashon Hará. Seu erro foi uma falha de entendimento do verdadeiro nível de Moshé. Além disso, ela não falou na frente de Moshé de forma que o envergonhasse, e muito menos na frente de um grande público, apenas foi uma conversa entre ela e seu irmão Aharon. Moshé não se importou nem ficou triste, tamanha era a sua humildade. Mas todos estes atenuantes e os enormes méritos de Miriam não serviram para evitar que ela fosse castigada com tanta severidade.
 
O terceiro detalhe nos ensina que o castigo aconteceu no meio do caminho, quando o povo judeu estava viajando, e não em um momento em que o povo estava acampado. O que teria mudado caso eles estivessem acampados? O castigo de Miriam teria sido muito menos perceptível para o povo. Entretanto, pelo fato de Miriam ter sido castigada no caminho, enquanto o povo estava viajando, todos perceberam. Durante os sete dias em que Miriam teve que permanecer fora do acampamento, D'us mandou o povo esperá-la. Portanto, foi revelado a todos a grande humilhação que ela estava passando. A grande retidão de Miriam e seus inúmeros méritos não foram suficientes para adiar seu castigo até que o povo judeu acampasse em algum lugar, o que teria diminuído sua humilhação pública.
 
O último detalhe nos ensina que o castigo aconteceu na época da saída do Egito. Segundo nossos sábios, o erro de Miriam foi no início do segundo ano após a saída do Egito. E por que este detalhe é importante de ser lembrado? Para nos ensinar que ainda não era sabido para todos a rigorosidade do castigo que merecia a pessoa que transgredia falando Lashon Hará. A transgressão dos espiões, e o consequente castigo duro que eles receberam, aconteceu somente mais tarde. Apesar de Miriam ainda não ter a noção exata do tamanho do castigo da Lashon Hará, isso não a isentou da dura punição.
 
Se fizermos uma reflexão sincera para nossas vidas, chegaremos a uma conclusão assustadora. Mesmo com tantos atenuantes, Miriam não foi poupada. Então o que será de nós, que falamos Lashon Hará deliberadamente? Não somos nada comparados ao incrível nível espiritual de Miriam e todos os seus méritos. Atualmente já sabemos da gravidade do castigo daqueles que falam Lashon Hará, não faltam livros e ensinamentos sobre este assunto. Os espiões, quando falaram mal da Terra de Israel, foram castigados de forma mais dura justamente por terem visto o que aconteceu com Miriam e não terem aprendido nada. Se Miriam foi castigada sem ter falado algo que denegria a honra de Moshé e mesmo tendo as melhores intenções, qual será o tamanho do castigo daquele que intencionalmente denigre seu companheiro e causa dor e sofrimento através de suas palavras?
 
Portanto, a maneira correta de cumprirmos a Mitzvá de "Recorde-se o que D'us fez para Miriam" é através da reflexão e entendimento das consequências do Lashon Hará, para os outros e para nós mesmos. O Lashon Hará pode destruir vidas, mas a principal vida que é destruída é daquele que fala Lashon Hará. De Miriam aprendemos que nem mesmo os maiores Tzadikim são poupados das terríveis consequências do Lashon Hará. Por isso, devemos ser cuidadosos com o que falamos. Devemos julgar as pessoas para o bem e falar apenas coisas positivas sobre os outros, pois esta é a maneira de criarmos um mundo com mais harmonia.

Shabat Shalom

R' Efraim Birbojm

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHÁ REÊ 5777:

                   São Paulo: 17h31  Rio de Janeiro: 17h19                    Belo Horizonte: 17h24  Jerusalém: 18h44
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l.
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Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
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