quarta-feira, 15 de outubro de 2014

SHABAT SHALOM M@IL - SHEMINI ATSÉRET, SIMCHÁ TORÁ, PARASHÁ VEZÓT HABRACHÁ E PARASHÁ BERESHIT 5775

BS"D
AMOR RECÍPROCO - SHEMINI ATSÉRET, SIMCHÁ TORÁ, PARASHÁ VEZÓT HABRACHÁ E PARASHÁ BERESHIT 5775 (15 de outubro de 2014)

"Durante a época da 2ª Guerra Mundial, um grupo de estudantes da Yeshivá de Novardok foi enviado para o gueto, e lá eles passaram por um terrível sofrimento. Não era um sofrimento por causa da fome nem por causa das condições miseráveis nas quais eles viviam. O sofrimento era por eles não terem conseguido levar para lá nenhum dos Tratados do Talmud nem outros livros de Torá com os quais pudessem estudar.

Certo dia, um dos estudantes teve uma ideia genial. Era sabido que os alemães permitiam que fosse trazido queijo de fora para o gueto. Então eles conseguiram com que pessoas que estavam fora embrulhassem diariamente os queijos que eram enviados ao gueto com folhas do Talmud. Uma por uma, as folhas foram sendo recolhidas até que vários Tratados inteiros puderam ser remontados dentro do gueto, trazendo a vida de volta àqueles estudantes de Torá.

Porém, uma dúvida Haláchica (da lei judaica) surgiu entre os estudantes, tirando um pouco da alegria que eles sentiam com o estudo da Torá: será que eles haviam feito uma transgressão ao tratar as folhas de Talmud com desprezo? A pergunta chegou a um dos maiores rabinos da geração, que respondeu que não havia nenhum problema no que eles haviam feito, por dois motivos. Em primeiro lugar, pois aquele ato não estava representando um desprezo pela Torá, ao contrário, mostrava o amor que eles sentiam pelo seu estudo. Além disso, o amor que eles sentiam pela Torá era tão grande que causava um sofrimento maior do que a fome e a sede. Caso eles não conseguissem livros para estudar, a tristeza poderia colocar as vidas daqueles estudantes em risco. Como era um caso de "Pikuach Nefesh" (risco de vida), então era permitido fazer o que eles fizeram" (História Real, retirada do livro "Impact!", de autoria do Rav Dovid Kaplan)

Vemos que o amor do povo judeu por D'us e por Sua Torá não termina nem mesmo sob as piores condições. E se os judeus souberam apreciar a Torá mesmo sob condições tão difíceis, isto quer dizer que no tempo de tranquilidade no qual vivemos agora, nossa responsabilidade é certamente muito maior.

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Nesta 4ª feira de noite (15 de outubro) começa a festa de Shemini Atséret, literalmente "o Oitavo dia, o dia da parada". Apesar da proximidade com Sucót, esta é uma festa independente, que demonstra o amor especial de D'us pelo povo judeu. Por que este nome "O Oitavo dia, o dia da parada"? Pois durante os 7 dias de Sucót eram oferecidos 70 Korbanót (sacrifícios) no Templo Sagrado, para que cada um dos 70 povos do mundo pudesse se conectar a D'us. Sucót era, portanto, uma festa universal, de toda a humanidade. Por isso D'us nos deu a festa de Shemini Atséret, como se estivesse pedindo ao povo judeu para que, ao final de Sucót, ficássemos mais um dia, somente nós e Ele.

Neste dia os nossos sábios também instituíram a festa de Simchá Torá (fora de Israel, como há dois dias de Yom Tov, Simchá Torá é comemorado apenas no segundo dia). Neste dia dançamos alegremente com o Sefer Torá e terminamos o ciclo anual de leitura da Torá com a Parashá Vezót HaBrachá, na qual Moshé Rabeinu, em seus últimos momentos de vida, abençoou todas as tribos do povo judeu. Depois de terminar a Torá em público, imediatamente recomeçamos a sua leitura, com a Parashá Bereshit, a primeira Parashá da Torá, para demonstrar nosso imenso amor pela Torá.

No começo da Parashá Vezót HaBrachá há um versículo que nos ajuda a entender este relacionamento de amor entre D'us e o povo judeu: "D'us veio do Sinai, e Ele brilhou para eles em Seir, e apareceu desde o Monte Paran" (Devarim 33:2). Mas o que significa que D'us veio do Monte Sinai? E o que representam estes dois lugares, Seir e Paran?

Rashi (França, 1040 - 1105), comentarista da Torá, responde que a expressão "D'us veio do Sinai" representa o carinho de D'us com o povo judeu. Da mesma forma que o noivo, que já está na Chupá, desce para receber a noiva quando ela chega, assim também D'us saiu da nossa "Chupá", o Monte Sinai, onde fizemos um pacto eterno com Ele através do recebimento da Torá, e veio nos receber no deserto. Além disso, Rashi explica que "Seir" é o local onde moravam os descendentes de Essav, e "Paran" é o local onde moravam os descendentes de Ishmael. Um famoso Midrash (parte da Torá Oral) explica que antes de oferecer a Torá ao povo judeu, ela foi oferecida a todos os povos do mundo. Mas quando D'us ofereceu a eles a Torá, todos os povos questionaram o que estava escrito nela. Para os descendentes de Essav D'us respondeu "Está escrito 'Não matarás' ". Para os descendentes de Ishmael D'us respondeu "Está escrito 'Não roubarás' ". Os 70 povos do mundo, após questionarem o que estava contido na Torá e escutarem a resposta, se recusaram a recebê-la.

Estamos acostumados a pensar que o grande erro dos 70 povos do mundo foi terem recusado a Torá. Mas explica o Rav Yaacov Weinberg (Israel, 1923 – EUA, 1999) que na verdade isto foi apenas parte do erro. O problema mais grave ocorreu quando os povos perguntaram para D'us "o que está escrito?". O que poderia parecer algo inocente, uma pergunta sem maldade, apenas para saber se eles conseguiriam ou não cumprir a Torá, na verdade foi algo pior do que rejeitar a Torá. Esta pergunta foi uma forma de rejeitar D'us. Pois se D'us estava oferecendo a todos os povos do mundo um conjunto de leis e ensinamentos, eles deveriam ter entendido que a Torá é algo perfeito, pois caso contrário D'us não a estaria oferecendo. Esta falta de confiança demonstra que os 70 povos do mundo não haviam entendido a natureza de bondade e perfeição de D'us. Por isso, mesmo que eles não tivessem rejeitado a Torá no final, a falta de confiança em D'us fez com que eles já não tivessem mais a capacidade e o mérito de recebê-la.

O povo judeu, ao contrário, não fez nenhum tipo de questionamento. Quando D'us ofereceu a Torá aos judeus, eles responderam "Naassê VeNishmá" (Cumpriremos e Entenderemos), isto é, aceitaram cumprir a Torá incondicionalmente, e somente depois tentar entendê-la. O povo judeu havia compreendido o caráter perfeito da Torá e de todas as leis contidas nela. Havia entendido a bondade ilimitada de D'us, e por isso não houve nenhum tipo de questionamento sobre o conteúdo da Torá. O povo judeu assinou um cheque em branco para D'us, pois confiaram de olhos fechados Nele, cientes da Sua perfeição. Se era Ele quem estava nos entregando a Torá, certamente era algo bom. Isto demonstrou o amor que sentíamos por D'us, e o nosso reconhecimento de que tudo o que Ele nos faz, mesmo as coisas que não conseguimos entender por causa das nossas limitações, é apenas por bondade ilimitada.

É este sentimento de amor recíproco que os nossos sábios quiseram demonstrar ao fixar Simchá Torá junto com Shmini Atseret. D'us demonstrou o Seu amor por nós pedindo para que permaneçamos mais um dia com Ele, e nós demonstramos o nosso amor a Ele fechando o ciclo de leitura anual da Torá e imediatamente recomeçando sua leitura, expressando o quanto Suas leis e ensinamentos são queridos por nós. Não como um livro que, apesar de ser interessante, é deixado de lado após terminarmos de lê-lo, mas como uma joia rara e preciosa, que não cansamos de observar e de nos aprofundar para perceber, a cada nova oportunidade, o quanto ela é perfeita.

Quando alguém cria um aparelho, após anos de estudo, pesquisas e testes, ele sabe todos os detalhes do seu funcionamento. Dificilmente as pessoas que utilizarão este aparelho entenderão seu funcionamento de forma tão profunda quanto seu criador. É por isso o criador do aparelho desenvolve um manual de instruções, para ensinar aos usuários como utilizar o aparelho de forma a obter dele o máximo benefício. Da mesma forma, foi D'us quem nos criou, e apenas Ele sabe, com Sua sabedoria ilimitada, o que é bom de verdade para nós. Por isso Ele nos entregou Sua Torá, um "manual de instruções" de como viver a vida. Da mesma forma que uma pessoa seria tola de pensar que conhece mais do que o fabricante de um equipamento, assim também nos comportamos como tolos quando pensamos que sabemos mais do que D'us. E da mesma maneira que uma pessoa que não se importa com as informações contidas no manual de instruções pode danificar o aparelho e até mesmo colocar sua vida em risco, o mesmo acontece quando ignoramos as leis e ensinamentos da Torá, pois colocamos em risco nossa vida material e nossa vida espiritual eterna.

Este é um dos ensinamentos que aprendemos logo no começo da Torá, na própria Parashá Bereshit. Adam Harishon (Adão) recebeu o comando de D'us de não comer o fruto do conhecimento do bem e do mal. Mas ele achou que entendia do mundo melhor do que D'us, calculando que poderia descumprir a ordem Dele e mesmo assim ainda sair ganhando. Como aquele que ignora o manual de instruções e inverte os fios elétricos de um aparelho, causando choques e risco de incêndio, o resultado da atitude de Adam foi um "curto circuito espiritual", que fez com que ele despencasse do seu elevado nível espiritual.

Portanto, esta é a alegria de Simchá Torá e de Shemini Atséret. A alegria de entender o valor da Torá que D'us nos entregou. A felicidade de perceber o amor que D'us sente por nós, e por isso nos entregou Suas leis, para nos ensinar o caminho correto, nos ajudando a já ter frutos no mundo material, enquanto nossa porção no Mundo Vindouro vai aumentando cada vez mais a cada Mitzvá realizada. Por isso abraçamos a Torá e dançamos com ela, pelo reconhecimento de que ela é o nosso único passaporte para a alegria verdadeira e duradoura.

CHAG SAMEACH E SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

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