quinta-feira, 7 de março de 2019

SE D’US QUISER - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT PEKUDEI 5779

BS"D
Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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SE D'US QUISER - PARASHAT PEKUDEI 5779 (08 de março de 2019)


"Chaim Waldenstein (nome fictício) era um jovem estudante da Yeshivá do Rav Shraga Feivel Mendlowitz zt"l (Império Austro-Húngaro, 1886 - EUA, 1948). Ele era um ótimo rapaz, mas o que mais atrapalhava seu crescimento espiritual era a preguiça. Ele tinha dificuldade de fazer Mitzvót que envolviam um pouco mais de esforço e não conseguia acordar na hora. Todos os dias Chaim chegava alguns minutos atrasados ao primeiro Shiur, justamente do Rav Shraga Feivel, que começava pontualmente às 9 da manhã.

Certo dia, quando o atraso foi um pouco maior, Chaim foi avisado após o Shiur que o Rav Shraga Feivel o aguardava em sua sala. Chaim entrou em pânico e começou a tremer, pois sabia que uma grande bronca o aguardava. E realmente seus medos se confirmaram, pois assim que entrou na sala e se sentou, o Rav Shraga Feivel olhou fixamente nos seus olhos e perguntou, com uma voz muito firme:

- Chaim, eu vejo que todos os dias você se atrasa para o primeiro Shiur. Além disso, não tenho visto você nas rezas de Shacharit pela manhã. Você já está há um bom tempo na Yeshivá, já deveria ser um exemplo aos outros alunos. Você pretende começar a chegar na hora?

Sentindo-se completamente incomodado em sua cadeira, Chaim não sabia o que responder ao rabino. As únicas palavras que conseguiram sair de sua boca foram: "Se D'us quiser".

Ao escutar a resposta do aluno, o Rav Shraga Feivel balançou negativamente a cabeça e disse:

- Não, Chaim, não é isto. Eu tenho certeza que D'us quer. Mas será que o Chaim também quer?"

Muitas vezes nos acomodamos na vida, esperando que D'us garanta que tudo ocorrerá da maneira mais agradável possível. Porém, este é um grande erro, pois na maioria das vezes D'us está esperando nossas atitudes para fazer as coisas acontecerem.

Nesta semana lemos a Parashat Pekudei (literalmente "Contas"). A Parashat novamente repete os detalhes das roupas do Cohen Gadol (Sumo Sacerdote). Porém, diferente do que ocorreu na Parashat Tetzavê, nesta Parashat a descrição das roupas não é apenas um comando de D'us, e sim a execução na prática.

A Parashat também descreve que, após a incrível doação do povo judeu e os esforços incansáveis de Moshé, Betzalel e todos os que voluntariamente doaram seu trabalho, o Mishkan finalmente ficou pronto, conforme está escrito: "Todo o trabalho do Mishkan da Tenda do Encontro foi completado... E trouxeram o Mishkan para Moshé, a Tenda e todos os seus utensílios" (Shemot 39:32,33). Mas por que o Mishkan foi trazido para Moshé após todas as suas partes serem construídas? Se D'us havia dado tanta sabedoria aos construtores, por que também não deu a eles a sabedoria de como levantar o Mishkan?

Explica Rashi (França, 1040 - 1105) que Moshé, apesar de ter participado ativamente na supervisão de todos os detalhes da construção do Mishkan, não havia "colocado a mão na massa" e, por isso, estava muito triste. D'us então o consolou, dizendo que nenhum dos construtores conseguiria levantar o Mishkan por causa do seu enorme peso. A estrutura do Mishkan era tão pesada que Moshé também não conseguiu levantá-lo sozinho. D'us então pediu a Moshé que pelo menos fizesse o esforço. Um milagre aconteceu e o Mishkan se levantou sozinho, mas dando a impressão a quem estava olhando de que foi Moshé que o levantou.

Este ensinamento de Rashi levanta um enorme questionamento. A Torá descreve que Moshé recebeu méritos por ter levantado o Mishkan, como está escrito "E foi no dia em que Moshé terminou de construir o Mishkan" (Bamidbar 7:1). A Torá escreve como se Moshé tivesse méritos por ter construído o Mishkan sozinho. Entendemos que os construtores foram recompensados pelo esforço, mas por que Moshé também foi recompensado se, na verdade, ele não fez nada além do esforço aparente, já que o Mishkan se montou sozinho?

Responde o Rav Yehonasan Guefen que, na realidade, tudo o que fazemos, inclusive as Mitzvót, ocorrem somente porque D'us nos permite. D'us está constantemente sustentando o mundo inteiro e cada uma das criaturas que existe nele. Sem a "ajuda Divina" não conseguiríamos fazer absolutamente nada. A única diferença é que, no caso de levantar o Mishkan, ocorreu um milagre aberto, enquanto nas outras Mitzvót que fazemos ocorrem milagres ocultos. Portanto, a recompensa que recebemos por nossos bons atos não é por causa do resultado, e sim por causa da nossa decisão de fazer o ato e o nosso esforço. Como Moshé fez o esforço para levantar o Mishkan, então ele foi recompensado como se efetivamente o tivesse levantado.

Explica o Rav Chaim Friedlander zt"l (Alemanha, 1923 - Israel, 1986) que não temos habilidade de alcançar nada no mundo do material sem a ajuda de D'us. Então por que nos esforçamos tanto? Todo o esforço para ganharmos nosso sustento e nas outras atividades mundanas são resultado do "Decreto da Ishtadlut (esforço)". Depois da transgressão de Adam Harishon, D'us decretou que o homem deveria fazer um esforço físico para conseguir seu sustento. Entretanto, não podemos nunca esquecer que nossos esforços não alcançam absolutamente nada, todas as nossas ações são apenas para fazermos o esforço necessário para cumprirmos as palavras do versículo "Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão" (Bereshit 3:19). Devemos nos esforçar, mas sem nunca perder o foco de que, em última instância, é D'us que faz tudo acontecer.

Nem todos sabem, mas isto também é válido nas áreas espirituais. Nós temos o livre arbítrio, que é a habilidade de decidir se vamos fazer o bem ou o mal. Entretanto, o resultado final dos nossos atos não está em nossas mãos. Por exemplo, a pessoa pode fazer tremendos esforços para comprar um belo Etrog para Sucót, mas quando ele vai fazer a Brachá no primeiro dia de Yom Tov, deixa o Etrog cair e este fica inválido para a Mitzvá. Podemos tomar a decisão de fazer uma Mitzvá e podemos até mesmo nos esforçar muito por ela, mas é somente D'us que pode nos permitir cumpri-la de forma completa.

Porém, apesar de termos semelhanças entre o esforço necessário para fazer atos mundanos e atos espirituais, é importante ressaltar uma enorme diferença entre eles. Em relação ao mundo material, é mais importante o Bitachon (confiança em D'us) do que o esforço, e quanto mais Bitachon tivermos, mais receberemos, independente do esforço despendido. O mesmo não se aplica à realidade espiritual, onde o principal também é o esforço. Qual é a diferença? Em relação ao mundo material, o esforço exigido é um castigo, uma "multa" que a pessoa precisa pagar. Certamente não faz sentido acrescentar mais pagamento à multa original e, por isso, a pessoa deve minimizar a quantidade de esforço. Porém, no aspecto espiritual ocorre o contrário. Quanto mais esforço, maior o mérito. Por isso, a pessoa deve se esforçar nos objetivos espirituais com toda a sua energia.

Este equívoco pode resultar em uma grave consequência: a pessoa pode deixar de cumprir suas obrigações espirituais e de se esforçar no nível que deveria ao assumir que pode confiar em D'us e deixar que Ele faça o trabalho em seu lugar. Isto é uma falha grave, pois nas aquisições espirituais não há limites de quanto esforço a pessoa precisa fazer. Há muitas situações nas quais a pessoa não pode se acomodar e assumir que D'us garantirá que tudo correrá bem, pois D'us espera que ela se levante e tome a iniciativa.

Em relação ao papel espiritual do povo judeu, o mesmo erro pode ocorrer. Muitos pensam que, apesar da situação estar muito difícil, com uma porcentagem cada vez maior de assimilação e afastamento espiritual, não precisamos nos preocupar nem tomar nenhuma atitude, pois D'us não permitirá que a situação continue piorando e, a partir de certo momento, as coisas começarão a melhorar sozinhas. Isto é um enorme equívoco, com consequência trágicas. Enquanto as pessoas não tomarem nenhuma atitude, o problema vai persistir. Em relação à nossa espiritualidade, D'us exige que façamos esforços para que a situação possa melhorar.

Esta ideia é reforçada por um ensinamento dos nossos sábios: "No lugar onde não há pessoas, se esforce para ser uma pessoa" (Pirkei Avót 2:6). Segundo nossos sábios, quando faltam pessoas suprindo as necessidades espirituais do povo judeu, então cada um está obrigado a se levantar e se esforçar para preencher este lugar. Se prestarmos atenção, perceberemos que a linguagem usada foi "se esforce para ser uma pessoa", e não "seja uma pessoa". Isto significa que, em prol da comunidade e do povo judeu como um todo, não é suficiente apenas "tentar ajudar", é necessário se esforçar no limite. Como certa vez ensinou o Alter MiNovardok zt"l (Lituânia, 1847 - Ucrânia, 1919): "Se a pessoa se esforçasse pelo benefício do público com o mesmo esforço que trabalha para o seu próprio benefício ou por algum membro de sua família, ela poderia fundar centenas de Yeshivót".

Durante toda a vida, Moshé sempre esteve disposto a fazer "Messirut Nefesh" (se entregar totalmente) para cumprir a vontade de D'us. Como consequência, D'us deu a ele a possibilidade de participar de um milagre aberto, quando a estrutura do Mishkan se levantou sozinha. Moshé fez a sua parte, o seu esforço máximo, e a partir daí D'us apenas completou. Não podemos esquecer, tanto no aspecto material quanto no espiritual, que é apenas de D'us que depende o resultado. Porém, em especial nas conquistas espirituais, Ele espera que façamos a nossa parte. D'us pode completar o trabalho, mas isto não nos isenta da nossa obrigação de participar dele.


SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHAT PEKUDEI 5779:

São Paulo: 18h08  Rio de Janeiro: 17h55  Belo Horizonte: 17h56  Jerusalém: 17h06
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Chana Mirel bat Feigue, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania.
 
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l, Shlomo ben Salha z"l, Yechiel Mendel ben David z"l, Faiga bat Mordechai HaLewy z"l.
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