sexta-feira, 28 de setembro de 2018

CONSTRUINDO NOSSO AMOR PELA TORÁ - SHABAT SHALOM M@IL - SHMINI ATSERET E SIMCHAT TORÁ 5779

BS"D
Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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CONSTRUINDO NOSSO AMOR PELA TORÁ - SHMINI ATSERET E SIMCHAT TORÁ 5779 (28/setembro/ 2018)

"Reuven foi visitar um sábio conselheiro e disse-lhe que, depois de muitos anos de casamento, já não amava mais sua esposa e pensava em separar-se. O sábio escutou, olhou-o por alguns instantes e disse-lhe apenas uma palavra: "Ame-a".
 
- Mas eu acabei de lhe explicar que já não sinto mais nada por ela! - disse Reuven, sem entender a resposta do sábio.

Após alguns instantes de silêncio, o sábio continuo olhando nos olhos de Reuven e disse novamente: "Ame-a". Diante do desconcerto de Reuven, o sábio explicou:

- Meu querido, amar é uma decisão, não um sentimento. Amar é dedicação e entrega. Amar é um verbo e o fruto desta ação é o amor. O amor é como um exercício de jardinagem: arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja preparado, porque haverá pragas, secas ou excessos de chuvas, mas nem por isso abandone o seu jardim. Ame sua esposa, ou seja, aceite, valorize, respeite, admire, dê afeto e compreenda. Isto é tudo. Ame!!! 

A inteligência sem amor te faz perverso. A justiça sem amor te faz implacável. A diplomacia sem amor te faz hipócrita. O êxito sem amor te faz arrogante. A riqueza sem amor te faz avaro. A autoridade sem amor te faz tirano. O trabalho sem amor te faz escravo. A vida sem amor não tem sentido"

Assim é o relacionamento do povo judeu com a Torá. Um relacionamento de amor criado e mantido, de geração em geração, com muita dedicação e entrega.

Neste Shabat continuamos comemorando a Festa de Sucót e, portanto, ao invés da Parashat Hashavua, lemos um trecho especial da Torá que está relacionado com Sucót. E no domingo de noite (30/setembro/2018) começamos a reviver uma nova Festa, chamada Shmini Atseret, cuja tradução literal é "O oitavo, o dia da parada". Depois de sete dias da Festa de Sucót, é como se D'us pedisse para que ficássemos com Ele mais um dia, pois é duro o momento da separação.

Junto com a Festa de Shmini Atseret, nossos sábios também fixaram outra Festa: Simchá Torá. Em Israel as duas festas são comemoradas em um único dia, enquanto fora de Israel a Festa de Simchá Torá é comemorada apenas no segundo dia de Shemini Atseret. Em Simchat Torá nós terminamos o ciclo anual de leitura da Torá e dançamos alegremente com todos os rolos da Torá da sinagoga, demonstrando nosso amor pelos seus ensinamentos. E neste mesmo dia recomeçamos a leitura da Torá, demonstrando que, apesar de termos lido toda a Torá, nós nunca nos cansamos do seu conteúdo encantador.

Porém, por que os nossos sábios acharam importante marcar uma Festa especial para comemorar Simchá Torá? Além disso, se é para comemorar, não seria mais apropriado fazer isto em Shavuót, o dia em que a Torá foi entregue ao povo judeu no Monte Sinai?

Há também outra pergunta interessante. O Talmud (Sucá 42a) instrui um pai a ensinar Torá ao seu filho tão logo ele aprenda a falar. Como o pai deve começar a ensinar Torá ao seu filho? Ensinando-o a repetir o versículo que aparece no início da última Parashat da Torá, Vezót Habrachá: "Torá Tzivá Lanu Moshé Morashá Kehilat Yaacov" (A Torá que Moshé nos comandou é uma herança da Congregação de Yaacov) (Devarim 33:4). Mas por que justamente este versículo, se há versículos anteriores que transmitem a mesma ideia, como o versículo "E esta é a Torá que Moshé colocou diante de todos os Filhos de Israel" (Devarim 4:44)?

Finalmente, as quatro últimas Parashiót da Torá (Nitzavim, Vayelech, Haazinu e Vezot HaBrachá), descrevem acontecimentos do último dia da vida de Moshé Rabeinu. Um dos acontecimentos mais importantes está descrito na Parashat Nitzavim, quando Moshé selou um novo pacto entre o povo judeu e D'us. De acordo com Rashi, deste novo pacto surgiu o conceito espiritual de "Kol Israel Areivim Zé baZé" (todo judeu é fiador de outro judeu) em relação às Mitzvót e Aveirót (transgressões) que os outros cometem. De acordo com o Talmud (Baba Batra 173b), um "Arev" (fiador) é aquele que aceita sobre si a responsabilidade de pagar uma dívida ao credor caso aquele que pegou o dinheiro emprestado não tenha condições de pagar quando termina o prazo do empréstimo. O conceito de fiador não é uma "dívida moral". O fiador tem, de acordo com a Torá, uma dívida real, mesmo que não foi ele quem pegou o dinheiro emprestado.

Porém, tecnicamente, para que uma pessoa esteja obrigada a prestar algum serviço, ela deve receber uma compensação em troca, como, por exemplo, dinheiro. O fiador aparentemente não recebe nada por seu ato. Então o que o obriga a honrar o seu compromisso? A resposta é que, apesar de não receber dinheiro como recompensa, ele recebe a satisfação de que o credor confia nele e isto é suficiente para o empréstimo acontecer. Esta satisfação é o benefício que serve como instrumento para oficializar a responsabilidade do fiador de pagar a dívida no lugar daquele que pegou o dinheiro emprestado.

Isto se aplica a fiadores de dívidas monetárias. Porém, em relação ao povo judeu, de onde vem a obrigação de cumprirmos o "Kol Israel Areivim Zé Bazé" e por que este conceito surgiu apenas após o novo pacto que o povo judeu fez com D'us, na véspera da morte de Moshé Rabeinu? Qual benefício o povo judeu ainda não tinha e recebeu apenas neste novo pacto com D'us, que o obrigava a cumprir o compromisso de serem "fiadores" uns dos outros?

Ensina o Rav Yohanan Zweig que a resposta está em uma afirmação que Moshé fez no dia da sua morte. Ele afirmou "(A Torá) não está no Céu" (Devarim 30:12). Isto significava que enquanto Moshé estava vivo, ele se aconselhava diretamente com D'us em relação a todas as leis difíceis da Torá. Pelo fato de D'us ser, enquanto Moshé estava vivo, a Autoridade final nas leis, então a Torá é considerada como se ainda estivesse no Céu. Entretanto, no dia da morte de Moshé, no novo pacto com D'us, o povo judeu recebeu a autoridade sobre as leis da Torá. Foi isto que Moshé quis dizer ao anunciar que "A Torá não está no Céu". Um exemplo disto está descrito no Talmud (Baba Metzia 59a), em uma discussão dos sábios de Torá com o Rabi Eliezer. Nesta discussão sobre as leis de pureza e impureza espiritual em utensílios houve uma intervenção Divina, através de uma "Bat Kol" (voz Celestial) que defendeu a opinião de Rabi Eliezer. Os sábios então refutaram esta intervenção Divina, afirmando que "A voz Celestial não é prova, pois a Torá não está mais no Céu". Esta nova "força" entregue ao povo judeu foi justamente o que serviu de recompensa para que estivessem obrigados a cumprir seu compromisso de serem fiadores uns dos outros.

No Monte Sinai o povo judeu recebeu a Torá. Nossos sábios descrevem o novo relacionamento formado como a união de um noivo e uma noiva, sendo D'us o noivo e o povo judeu a noiva. No dia em que Moshé faleceu, um novo relacionamento se formou: o povo judeu era o noivo e a Torá era a noiva. De acordo com o Talmud (Sanhedrin 59a), há uma alusão disto no versículo "Torá Tzivá Lanu Moshé Morashá Kehilat Yaacov". A palavra "Morashá", que significa "herança", também pode ser lida como "Meorassá", que significa "que ficou noiva", isto é, a Torá que Moshé comandou ao povo judeu está comprometida conosco, como o relacionamento de compromisso entre um noivo e uma noiva. 

Os dois conceitos, de que a Torá não está no Céu e de que a Torá se tornou a "noiva" do povo judeu são, na realidade, uma coisa só, é a materialização de um novo relacionamento entre o povo judeu e a Torá. O Talmud instrui o pai a começar ensinando Torá ao seu filho com o versículo "Torá Tzivá Lanu Moshé Morashá Kehilat Yaacov" pois é este versículo que reflete o novo relacionamento.

Portanto, esta é a diferença entre Shavuot e Simchat Torá. Em Shavuot nós celebramos que o povo judeu se tornou a noiva de D'us, enquanto em Simchat Torá nós celebramos que o povo judeu se tornou noivo da Torá. Isto se reflete em alguns dos costumes do dia de Simchat Torá. Em muitas comunidades alguém importante é escolhido para ser o "Chatan Torá" (Noivo da Torá), isto é, aquele que terá a honra de ser chamado para terminar a leitura da última Parashat da Torá. Além disso, nós dançamos alegremente com a Torá, da mesma forma que o noivo dança e se alegra com a sua noiva.
 
Em Shavuót nós recebemos a Torá, mas foi no novo pacto com D'us que começamos a criar com a Torá um sentimento verdadeiro de amor. Um sentimento que é alimentado pela nossa entrega e dedicação. Um amor movido pela nossa alegria no estudo e no cumprimento das Mitzvót. Um amor que celebramos em Simchat Torá, mas que nos esforçamos para levar para o nosso ano inteiro.

SHABAT SHALOM E CHAG SAMEACH

R' Efraim Birbojm

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São Paulo: 17h44  Rio de Janeiro: 17h31  Belo Horizonte: 17h32  Jerusalém: 17h52
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Chana Mirel bat Feigue, eliezer ben Shoshana.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l.
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