quinta-feira, 21 de maio de 2020

FILHOS ESPIRITUAIS - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT BAMIDBAR 5780

Este E-mail é dedicado à elevação da alma do meu querido e saudoso avô, Meir ben Eliezer Baruch z"l.


Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, entrar em contato através do e-mail 

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PARASHAT BAMIDBAR 5780:

São Paulo: 17h10                   Rio de Janeiro: 16h58
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ASSUNTOS DA PARASHAT
- O comando do censo do povo judeu (20 a 60 anos)
- Escolha dos líderes de cada Tribo.
- Início do censo por Tribos.
- Os Leviim.
- O acampamento: Yehudá a Leste, Reuven para o Sul.
- O Mishkan durante as viagens.
- Efraim a Oeste, Dan ao Norte.
- Total.
- Genealogia de Moshé e Aharon.
- Status dos Leviim.
- Censo dos Leviim: Guershon, Kehat e Merari.
- Censo dos Primogênitos.
- Substituindo os Primogênitos pelos Leviim (Redenção dos Primogênitos).
- Funções para Kehat: carregar utensílios do Mishkan.
- Precauções para os Kehatim.
FILHOS ESPIRITUAIS - PARASHAT BAMIDBAR 5780 (22 de maio de 2020)

Elisha vivia em Israel e trabalhava com jovens imigrantes afastados da Torá, em um programa para aproximá-los do judaísmo. Certa vez, voltando de uma viagem, começou a refletir. Seu trabalho era pesado, horas de dedicação diária, mas poucos realmente conseguiam mudar de vida. Será que valia a pena todo aquele esforço?

Na metade do caminho, subiu no ônibus um senhor distinto, de barba branca, chapéu preto e casaco preto longo. Parecia ser alguém importante. Ele sentou-se ao lado de Elisha e começaram a conversar. No meio da conversa, perguntou a Elisha com o que ele trabalhava. Elisha contou sobre o trabalho com os jovens e as dificuldades que vinha encontrando. O senhor ficou em silêncio por um momento e, depois de uma pausa, disse com um sorriso:

- No próximo mês eu vou me aposentar do meu cargo de Dayan (Juiz do Tribunal Rabínico). Eu trabalho com isso há 25 anos. Mas não pense que eu sempre fui assim. Eu não cresci em um lar religioso. Meus pais eram sobreviventes do Holocausto e não tinham a capacidade emocional de me dar a atenção que eu precisava. Eu praticamente cresci na rua e estava prestes a me tornar um marginal, pois andava com más influências. Perto da minha casa havia uma sinagoga e, ao lado dela, havia um campo de futebol, onde eu passava bastante tempo com os meus amigos. Certa vez estávamos jogando em pleno Shabat, quando eu tinha 14 anos. Eu chutei a bola com tanta força que ela não apenas caiu no pátio da sinagoga, mas atingiu em cheio o rabino, que estava saindo. Com o forte impacto, o rabino caiu no chão e seu chapéu voou. Meus amigos e eu demos gargalhada daquela cena.

- O rabino pegou o chapéu do chão e caminhou na minha direção - continuou o senhor - Eu estava esperando uma enorme bronca e, por isso, antes que ele pudesse abrir a boca, eu disse de maneira desrespeitosa: "Shabat Shalom, rabino. O senhor veio fazer Kidush para nós ou juntar-se ao nosso jogo?". Mas, ao contrário do que eu imaginava, o rabino não ficou nervoso. Ele olhou para mim e perguntou: "Onde estão seus pais?". Eu respondi ironicamente "Eles estão mortos". O rabino então me convidou para ir à sua casa. Não sei por que, mas aceitei. Talvez porque estava pensando nas piadas que contaria aos meus amigos quando voltasse. Chegamos à casa dele, ele fez Kidush e me perguntou se eu estava com fome. Quando respondi que sim, o rabino fez um sinal para sua esposa e mais um prato foi colocado à mesa. Me trouxeram comida e comi como se não visse comida há dias. O rabino comeu pouco e disse algumas palavras de Torá. Anos mais tarde, entendi que tinha comido a porção dele.

- Quando terminei de comer, o rabino me perguntou se eu estava cansado - o senhor contava, emocionado - Respondi que estava exausto. O rabino me ofereceu uma cama e eu imediatamente adormeci. Quando acordei, já era Motzei Shabat. O rabino me perguntou o que eu iria fazer. Respondi que adoraria ir ao cinema, mas que não tinha dinheiro para o ingresso. O rabino perguntou quanto custava, foi ao seu quarto e voltou com aquela quantia. Ele se despediu de mim, mas disse: "Volte amanhã". Voltei no dia seguinte, e no próximo, e também no próximo. Comi e ganhei dinheiro para o cinema dia após dia. Acabei descobrindo que haviam outras 12 crianças que, como eu, foram tiradas da rua e recebiam comida. Comecei a me apegar muito a ele. Ele começou a me ensinar sobre judaísmo e, como eu não queria ser ingrato, ouvia com atenção. Ele me comprou um par de Tefilin e sentou-se para estudar comigo. Graças a ele, finalmente fui a uma Yeshivá. Anos mais tarde recebi a ordenação rabínica e, como você pode ver, tornei-me Dayan. Ele fez o meu casamento, dos meus filhos e foi o Sandak do meu neto.

Quando o ônibus estava chegando, o senhor terminou sua história e concluiu: "Não desista do seu trabalho. Veja onde eu comecei e o que eu me tornei. Você precisa apenas amar seus alunos. Ame-os como se fossem seus próprios filhos, e então você terá sucesso". As pessoas começaram a se preparar para descer do ônibus e Elisha conseguiu fazer uma última pergunta antes de se despedir: "Espere, qual era o nome do rabino que o recebeu em casa?". O senhor respondeu, com um enorme sorriso: "O nome dele é Rav Ovadia Yosef zt"l".
Nesta semana começamos o quarto livro da Torá, Bamidbar, que descreve muitos acontecimentos importantes que ocorreram durante os 40 anos em que o povo judeu permaneceu no deserto. E a Parashat desta semana, Bamidbar (literalmente "No deserto"), começa com uma contagem do povo, feita por Tribos. A Tribo de Levi foi contada separadamente, por ser a "legião especial de D'us".

A Parashat também descreve a família de Aharon, o Cohen Gadol, como está escrito: "Estes são os descendentes de Aharon e Moshé, no dia em que D'us falou com Moshé no Monte Sinai. E estes são os nomes dos filhos de Aharon: Nadav, o primogênito, Avihu, Elazar e Itamar" (Bamidbar 3:1,2). Se prestarmos atenção, o versículo começa falando sobre os descendentes de Aharon e Moshé, mas termina falando só sobre os filhos de Aharon. Se a intenção do versículo era apenas listar os filhos de Aharon, por que o nome de Moshé também foi incluído?

Explica Rashi (França, 1040 - 1105) que este versículo vem nos ensinar que aquele que ensina Torá ao filho do seu companheiro é considerado como se o tivesse dado à luz. Como foi Moshé quem ensinou Torá aos filhos de Aharon, o versículo considera como se eles também fossem filhos de Moshé. Porém, qual é a relação entre ensinar Torá a uma pessoa e dar à luz uma criança?

Há um ensinamento interessante que nos ajuda a responder esta pergunta. O Talmud, em especial no Tratado de Baba Metsia, nos ensina sobre a incrível Mitzvá da Torá de devolver ao dono um objeto perdido que nós encontramos, indo contra o famoso ditado popular "achado não é roubado". Isto representa uma enorme demonstração de preocupação com o próximo. Devolvemos o objeto encontrado pois ele não é nosso, e também porque sentimos a dor daquele que perdeu. O Talmud (Baba Metsia 33a) então levanta um questionamento: se uma pessoa encontra dois objetos perdidos, um que pertence ao seu pai e outro que pertence ao rabino que o ensina Torá, para qual dos dois a pessoa tem a prioridade de devolver? Certamente o mais lógico seria pensar que a prioridade é devolver o objeto ao pai, pois há uma Mitvzá na Torá de honrarmos nossos pais. Porém, para a nossa surpresa, a resposta do Talmud é que a prioridade é devolver o objeto ao rabino que nos ensina Torá.

Mas como entender este ensinamento do Talmud? Por que é mais importante devolver primeiro o objeto ao rabino e não ao pai, aquele que nos deu a vida? A resposta é que obviamente devemos honrar e cuidar dos nossos pais, em um ato de profundo Akarat HaTov (reconhecimento) por todas as coisas boas que eles nos deram, em especial pelo dom da vida. Porém, sabemos que esta vida não é a vida verdadeira, é apenas uma preparação para a vida real, a vida eterna no Olam Habá, conforme ensinam os nossos sábios: "Este mundo é um corredor diante do Mundo Vindouro. Prepare-se no corredor antes de entrar no palácio" (Pirkei Avót 4:21). E qual é a "chave" para entrar no Mundo Vindouro? O estudo e o cumprimento da Torá. Portanto, apesar de todo o reconhecimento que devemos ter pelos nossos pais, que nos trouxeram para este mundo, devemos ter um sentimento de Akarat HaTov ainda mais profundo por aqueles que contribuem para que possamos chegar ao Olam Habá.

De acordo com o Rav Israel Meir HaCohen zt"l (Bielorússia, 1838 - Polônia, 1933), mais conhecido Chafetz Chaim, este princípio ensinado por Rashi nos ensina o quão gigantesca é a Mitzvá de ensinar Torá aos outros, em especial para pessoas que estão afastadas e não estudariam de outra maneira. Isto é considerado um dos maiores atos de Chessed, pois dar a uma pessoa a possibilidade de adquirir seu Mundo Vindouro é maior do que que qualquer coisa que possamos dar para alguém neste mundo. O Chafetz Chaim citava um Midrash que diz: "Se você encontrar uma pessoa que não estudou Torá, traga-a para sua casa, ensine-a a recitar o Shemá e a Amidá. Ensine a ela um versículo ou uma Halachá todos os dias e encoraje-a a cumprir as Mitzvót, pois não há ninguém mais desnudo do que aquele que não tem conhecimentos de Torá e o mérito de cumprir Mitzvót".

O Chafetz Chaim ressalta que o Midrash utiliza a linguagem "desnudo" para se referir àquele que não tem méritos espirituais. Da mesma forma que somos obrigados a fornecer roupas para aquele que está fisicamente necessitando de algo que cubra seu corpo, muito maior é a nossa obrigação de ajudar a fornecer "roupas espirituais" para aqueles que estão desnudos de méritos de Torá.

Na época dos Tanaim, os sábios que escreveram as Mishnaiót, havia uma grande discussão se todos deveriam ser aceitos no Beit Midrash (Centro de estudos de Torá). Um dos rabinos sustentava que apenas aqueles realmente comprometidos com a Torá deveriam entrar para estudar. Porém, os outros rabinos discordavam dele e opinavam que o Beit Midrash deveria estar aberto a todos aqueles que tivessem vontade de vir estudar Torá, conforme ensinam nossos sábios "Tenha muitos alunos de Torá" (Pirkei Avót 1:1), isto é, ensine Torá para todos a quem puder. E assim ensina o Midrash: "Beit Hilel dizia: 'A pessoa deve ensinar Torá a todos. Pois houveram muitos transgressores a quem foi ensinado Torá e cujos descendentes foram Tzadikim'". Isto quer dizer que a Torá não apenas mudou a vida das pessoas que cometiam maus atos, mas também a vida de seus futuros descendentes.

Nem todos podem ser professores de Torá. Porém, não estamos isentos de nos preocuparmos com a espiritualidade dos outros. Pequenos atos podem mudar a vida de outras pessoas. Por exemplo, convidar uma pessoa afastada para um Shabat em nossas casas ou para assistir conosco um Shiur de Torá, ou até mesmo repassar aos outros mensagens de Torá que recebemos. Estas atitudes são grandes Mitzvót que não exigem nenhum tipo de conhecimento, exigem apenas o sentimento de preocupação com o próximo. Ensinando Torá ao próximo, estamos dando a ele vida eterna. Aquele que aproxima quem está afastado de D'us demonstra seu verdadeiro amor pela Torá e pelas Mitzvót. Já aquele que se preocupa apenas com a sua própria espiritualidade demonstra que, infelizmente, não entendeu o propósito da vida.
 
SHABAT SHALOM
 
R' Efraim Birbojm

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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.

Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.

Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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