quarta-feira, 18 de setembro de 2013

SHABAT SHALOM M@IL - SUCÓT 5774

BS"D

O SABOR DO GAN ÉDEN - SUCÓT 5774 (20 de setembro de 2013)


"Em uma noite terrivelmente fria, Yossef partiu em uma longa viagem para visitar seu rabino. O vento cortante e gelado castigava até mesmo os seus ossos. Quando sentia que já não suportaria mais o frio por muito tempo, Yossef viu uma carroça chegando e se sentiu aliviado. Fez um sinal e, para sua alegria, o cocheiro atendeu, parando o veículo e oferecendo gentilmente uma carona a Yossef.

O condutor era um mercador de bebidas, e Yossef se acomodou entre os vários barris que enchiam a carroça. Mas mesmo após algum tempo de viagem, continuava sentindo muito frio. Yossef imaginou que a única maneira de realmente se aquecer seria bebendo alguma bebida bem forte. O mercador concordou que ele se servisse de um copo de vodca, e logo após beber Yossef já se sentia muito melhor e aquecido. Quando Yossef finalmente chegou à casa de seu rabino e contou o que havia acontecido, o rabino abriu um grande sorriso e falou:

- Querido Yossef, D'us nos manda incríveis lições o tempo inteiro, mesmo nas coisas mais cotidianas que acontecem. Todos sabem que as bebidas fortes ajudam a nos aquecer. Mas você percebeu que, apesar de estar sentado ao lado de centenas de litros de vodca, seu corpo não esquentou nada? Apenas quando de fato você tomou um pouco da bebida foi que ela o aqueceu.

- Assim também ocorre com a nossa espiritualidade - concluiu o rabino. Podemos estar ao lado de muita espiritualidade e mesmo assim não absorver absolutamente nada. Apenas quando aprendermos a vivenciar as experiências espirituais é que vamos sentir o efeito verdadeiro delas dentro de nós"

Sucót é uma festa com um enorme potencial de espiritualidade. Mas para podermos sentir todo este potencial, precisamos aprender a vivenciá-la. Através das Mitzvót da Sucá e dos Arba Minim (4 espécies) podemos sentir um pouco do maior prazer que existe: a conexão verdadeira com D'us.

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Acabamos de passar pelas rezas de Rosh Hashaná, nas quais fizemos de D'us o nosso Rei, e pelo dia de Yom Kipur, no qual nos arrependemos de todos os erros que cometemos durante o ano e imploramos pelo perdão de D'us. Logo depois disso vem a festa de Sucót, que começa nesta 4a feira de noite (18 de setembro). Ela é representada principalmente pelas Mitzvót dos Arba Minim (4 espécies) e da Sucá, a moradia temporária na qual habitamos durante os 7 dias da festa. Mas a festa de Sucót não parece uma festa com muita espiritualidade. Depois deste ápice de santidade que atingimos após Rosh Hashaná e Yom Kipur, não deveríamos esperar uma festa um pouco mais espiritual? O que Sucót tem de tão especial para ser comemorada nesta época tão sagrada?

Em relação à Mitzvá dos Arba Minim, há uma explicação muito interessante sobre sua importância. Diz o Midrash (parte da Torá Oral) que parte importante da Mitzvá dos Arba Minim é segurá-los juntos, no momento de fazer a Brachá e também durante os "Naanuim", quando balançamos os Arba Minim em todas as direções. Por que precisamos juntar os Arba Minim? Para mostrar nosso desejo de que o povo judeu seja um só, independente do nível de comprometimento de cada um com o judaísmo. O Etróg, um fruto cítrico, tem cheiro e gosto, representando os judeus que têm conhecimento de Torá e praticam bons atos. O Lulav, a folha de uma palmeira, não tem cheiro mas tem gosto, representando os judeu que, apesar de terem conhecimento de Torá, não praticam bons atos. O Hadás, ramos de murta, tem cheiro mas não tem gosto, representando os judeus que, apesar de praticarem bons atos, não tem conhecimento de Torá. E finalmente a Aravá, ramos de salgueiro, que não tem cheiro nem gosto, representa os judeus que não têm estudo de Torá e nem se envolvem em boas ações.

Porém, se nos aprofundamos nas Mitzvót dos Arba Minim e da Sucá, percebemos que elas despertam muitas dúvidas. Por exemplo, o Midrash ensina que o Lulav tem gosto mas não tem cheiro. Porém, o que usamos para cumprir a Mitzvá são as folhas, que não tem nenhum gosto. O que tem gosto são as tâmaras produzidas pela palmeira, não a folha. Então por que o Lulav representa os judeus que tem conhecimento de Torá, se ele também não tem gosto?

Além disso, de acordo com a Halachá (Lei judaica), devemos iniciar a construção da nossa Sucá imediatamente após o final de Yom Kipur, para sair do cumprimento de uma Mitzvá e imediatamente começar o cumprimento de outra Mitzvá. Mas por que a Halachá fala especificamente da construção da Sucá, e não nos ordena cumprir imediatamente outras Mitzvót, como Tzedaká ou estudo da Torá?

E finalmente, quando o Talmud (Sucá 11b) se aprofunda em alguns dos detalhes da Sucá, aprende parte das leis do seguinte versículo: "E um vapor subia da terra e regava toda a face da terra" (Bereshit 2:6). Mas este versículo não fala nada sobre a Sucá, na verdade está descrevendo o Gan Éden (Jardim do Éden). Qual a relação entre a Sucá e o Gan Éden?

Responde o Rav Yochanan Zweig que quando Adam Harishon (Adão) foi criado, ele estava em um nível espiritual muito elevado, completamente conectado com D'us. Porém, após o seu erro de comer o fruto proibido, ele caiu espiritualmente e foi expulso do Gan Éden. Todos os seus descendentes já nasceram em um nível espiritual muito mais baixo. Mais de dois mil anos depois, quando o povo judeu recebeu a Torá no Monte Sinai, em Shavuót, eles alcançaram o mesmo nível que Adam tinha antes do seu pecado no Gan Éden, transcendendo até mesmo a morte. Porém, após cometerem o erro do Bezerro de Ouro, 40 dias depois, eles novamente caíram espiritualmente, voltando ao nível de Adam após a expulsão do Gan Éden. Em Yom Kipur, quando os judeus receberam o perdão pelo erro do Bezerro de Ouro, eles deveriam ter ido diretamente para a Terra de Israel, para construir o Beit Hamikdash (Templo Sagrado), pois assim novamente atingiriam um elevado nível espiritual, se conectando a D'us de uma maneira muito mais intensa. Porém, ao invés de irem para a Israel, eles cometeram o erro dos espiões e choraram por falta de Emuná (fé), o que resultou na morte de toda aquela geração e a perda daquela oportunidade única.

De acordo com o judaísmo, o que ocorre na história volta, de maneira cíclica, ano após ano. Portanto, Sucót representa uma grande oportunidade espiritual. Depois de sermos perdoados por D'us em Yom Kipur, podemos entrar imediatamente no Gan Éden, isto é, na nossa Sucá. Esta é uma das razões pela qual nós enfeitamos a Sucá de forma que se pareça com um jardim. Os Arba Minim também são espécies agrícolas para que sejam um lembrete constante do potencial de conexão que temos com D'us, no mesmo nível que Adam tinha quando estava no Gan Éden.

É por isso que a Halachá nos ensina a imediatamente depois de Yom Kipur já começarmos a nos ocupar especificamente com a Mitzvá de construir a Sucá e não outras Mitzvót, pois assim demonstramos para D'us o nosso desejo de atingir este elevado nível de proximidade com Ele, isto é, a vontade de estar junto com Ele no Gan Éden.

E finalmente, por que dizemos que o Lulav tem gosto, se a folha não tem gosto? A resposta está em um dos versículos da Torá que descreve o Gan Éden: "E disse D'us: 'Produza a terra relva – erva que dá semente, árvore de fruto que dá fruto de sua espécie, cuja semente esteja nele sobre a terra" (Bereshit 1:11). Explica Rashi, comentarista da Torá, que da linguagem "árvore de fruta" aprendemos que no Gan Éden a casca das árvores frutíferas deveriam ter o mesmo gosto do próprio fruto. Por isso, quando pegamos a folha da palmeira para representar o gosto das tâmaras, estamos revivendo a realidade do Gan Éden, demonstrando que durante Sucót nós queremos recriar a nossa máxima conexão com D'us.

Sucót pode parecer uma festa simples, sem muita importância, mas na verdade é uma festa com muita espiritualidade. Se focarmos apenas nas dificuldades e no desconforto de sair de casa e habitar na Sucá, então Sucót torna-se um grande peso. Mas se focarmos na espiritualidade destes dias, Sucót revela-se como uma oportunidade única. A Mitzvá da Sucá é uma das poucas Mitzvót que podemos cumprir com todo nosso corpo. Entrar na Sucá é como entrar em um novo mundo. E a Mitzvá dos Arba Minim nos lembra da importância da união do povo judeu. Somente quando estivermos todos juntos, um se preocupando com o outro, um tentando ajudar o outro, poderemos meritar a Redenção Final, a vinda do Mashiach e a volta dos dias de espiritualidade do Gan Éden. Portanto, Sucót é a oportunidade que temos de, mesmo neste mundo, sentir um pouquinho do gosto do Gan Éden.

CHAG SAMEACH e SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

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