sexta-feira, 19 de abril de 2013

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHIÓT ACHAREI MÓT E KEDOSHIM 5773


BS"D

MANCHAS NA ALMA - PARASHIÓT ACHAREI MÓT E KEDOSHIM 5773 (19 de abril de 2013)

"A família Blinder (nome fictício) morava em São Paulo, mas há muito tempo sonhava em viver na Terra de Israel. Porém, o medo da mudança empurrava sempre os planos para depois. Certa vez o Sr. Blinder chegou em casa decidido a tomar alguma atitude. Conversou com a esposa e, juntos, decidiram passar um mês em Israel, para sentir de perto como era a vida lá. Desta forma poderiam tomar a decisão com mais embasamento, evitando futuros arrependimentos. E assim fizeram.

Certa tarde, a família Blinder estava sentada em um banco de uma praça da tranquila Bnei Brak, uma cidade onde a grande maioria dos habitantes cumpre a Torá. Na esquina da praça ficava a agência de um famoso Banco israelense, e do lado de fora havia um caixa eletrônico. O Sr. Blinder conversava tranquilamente com sua esposa quando escutaram gritos vindos do banco. Acostumados com a violência de São Paulo, imediatamente acharam que era um assalto. Mas o que viram os deixou sem palavras.

Um homem havia ido ao caixa eletrônico sacar dinheiro. Ele estava tão apressado que foi embora, esquecendo na máquina uma enorme quantia. Mas um homem muito pobre, de roupas esfarrapadas, percebeu que ele havia esquecido o dinheiro no caixa eletrônico. O que o pobre fez? Pegou aquela enorme quantia e saiu correndo em direção ao dono do dinheiro, gritando com toda a força para que ele voltasse e pegasse suas notas. Os Blinder ficaram encantados com aquela cena. Era algo que, infelizmente, não estavam acostumados a ver no Brasil.

Duas semanas depois eles estavam de volta ao Brasil. Na semana em que chegaram, enquanto ainda decidiam o que fazer, a Sra. Blinder foi passear com seu bebê pelo bairro. Quando passava na frente da agência de um Banco, ela escutou muitos gritos. Mas, diferente de Israel, não era nenhum pobre fazendo atos de bondade, e sim um assalto à agência bancária. Pessoas gritavam, desesperadas, enquanto bandidos trocavam tiros com os seguranças do banco, colocando a vida de todos em risco. A Sra. Blinder conseguiu sair dali rapidamente, e graças a D'us sem nenhum ferimento.

Para a família Blinder, a comparação entre os dois eventos era inevitável, e assim ficou mais fácil decidir o que fazer. Em poucos meses eles estavam morando em Israel, na pacata cidade de Bnei Brak, onde decidiram viver para poder criar seus filhos em um ambiente tranquilo e harmônico" (História Real)

Qual é o segredo de cidades como Bnei Brak, onde quase não há violência e as pessoas se esforçam para serem honestas? E por que na maioria dos lugares do mundo vemos justamente o contrário?

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Nesta semana lemos duas Parashiót juntas, Acharei Mót e Kedoshim. A Parashá Acharei Mót fala principalmente dos serviços feitos durante o dia mais sagrado do ano, Yom Kipur. Já a Parashá Kedoshim fala sobre a importância de o povo judeu manter sua santidade, e traz diversas Mitzvót "Bein Adam LaMakom" (entre o homem e D'us) e "Bein Adam Lehaveiró" (entre o homem e seu semelhante), que nos ajudam a nos elevar espiritualmente. Um dos pontos em comum entre as duas Parashiót é que elas ensinam sobre a grave transgressão de se envolver em relações ilícitas, entre elas as relações que envolvem certos graus de parentesco.

Mas se prestarmos atenção, perceberemos que há uma grande diferença na forma como cada Parashá fala sobre as relações proibidas. Na Parashá Acharei Mót, a Torá apenas adverte sobre a proibição do povo judeu se envolver neste tipo de relacionamento. Já a Parashá Kedoshim traz explicitamente as diversas punições para quem comete este tipo de transgressão. Mas será que esta aparente repetição era realmente necessária? Por que a Parashá Acharei Mót precisou trazer a advertência de que são proibidos estes tipos de relações, se através dos duros castigos ensinados na Parashá Kedoshim aprenderíamos automaticamente que estes atos são proibidos e muito graves?

Ensinam nossos sábios que um dos motivos desta aparente repetição é para nos ensinar uma regra em relação à aplicação de castigos pela Torá. Para que uma pessoa possa receber um castigo através do Beit Din (Tribunal rabínico), ela deve estar completamente ciente das consequências do seu ato. Por isso, ela precisa ser advertida antes de cometer a transgressão, como afirma o Talmud (Makót 17b): "Não é permitido aplicar um castigo sem que haja antes uma advertência". Caso ninguém a advirta, o Beit Din não pode aplicar nenhuma das punições previstas pela Torá. A Torá repete o assunto das relações ilícitas para ensinar a forma correta de cumprir a lei, primeiro trazendo a advertência e somente depois o castigo.

Mas explica o Rav Yohanan Zweig que há uma explicação mais profunda para esta aparente repetição. Em nossa sociedade, o sistema de justiça é baseado em uma legislação rígida, com punições aplicadas àqueles que desobedecem à lei. Quanto mais grave o erro, mais dura é a punição. Por exemplo, uma pessoa que comete assassinato pode ser julgado e punido com muitos anos de detenção, perdendo sua liberdade e vivendo muitos anos em péssimas condições. Este sistema é baseado no medo do castigo, e deveria funcionar para coibir o descumprimento das regras. Mas vemos, através dos jornais e noticiários, que infelizmente o sistema não funciona como deveria. Sequestros relâmpagos, desvios de milhões de reais, escândalos. A sensação é de que a violência só aumenta e a impunidade parece prevalecer sobre a justiça. Por que isto acontece?

Quando a única restrição à transgressão é a possível punição aplicada pela justiça, nem sempre isto funciona para "frear" o transgressor. Por exemplo, quando uma pessoa tem uma forte tentação de cometer um crime, ou as chances dela ser punida são pequenas, ela prefere correr o risco e transgredir, pois aposta na possibilidade de ficar impune. Quanto mais ineficiente a polícia ou o sistema judiciário, maior a ousadia daqueles que querem transgredir as leis, pois menor é a chance do castigo realmente vir. É por isso que aumenta tanto o número de crimes em situações extremas, como em apagões ou após grandes acidentes naturais, como terremotos, onde saques às lojas e supermercados se tornam comuns. Como ensinam os nossos sábios: "Se não fosse o medo das autoridades, cada um engoliria o seu companheiro vivo" (Pirkei Avót 3:2).

Mas nem tudo está perdido. Em locais onde as pessoas vivem de acordo com a Torá, a violência é muito rara, e até mesmo casos de roubo são exceção. Em cidades como Bnei Brak, em Israel, os feirantes deixam seus produtos na rua, sem ninguém cuidando, e os compradores escolhem o que querem levar e deixam o dinheiro em uma caixinha. Em várias sinagogas de Jerusalém os vendedores deixam dezenas de livros à venda, sem ninguém tomando conta, e os compradores escolhem o que querem e deixam o dinheiro em uma caixinha. Qual é o método da Torá para coibir as transgressões, cujo sucesso é tão evidente?

Apesar de não enxergarmos o mundo espiritual, suas regras são tão rígidas quanto as leis do mundo material. Da mesma maneira que uma pessoa que joga sujeira em sua roupa mancha o tecido, assim também acontece com nossa alma toda vez que cometemos uma transgressão. Pelo fato da transgressão ser algo inerentemente errado, ela imediatamente prejudica o transgressor, independentemente de qualquer outra futura consequência.

É este o ensinamento que a Torá está transmitindo ao separar o conceito da advertência e do castigo aplicado pelo Beit Din. A Torá está nos ensinando que podemos enganar a polícia ou os tribunais, podemos até ser bem sucedidos em fazer uma transgressão sem que ninguém veja, mas nunca saímos ilesos de uma transgressão. A advertência ensina que o ato é intrinsecamente errado e causa imediatamente consequências espirituais negativas. Independentemente das futuras consequências do erro, mesmo que não ocorra nenhuma punição no Beit Din, nossa alma já sai manchada, necessitando passar por difíceis processos de "limpeza" espiritual. Certamente o preço desta "limpeza" será muito maior do que o benefício obtido com a transgressão, como ensinam os nossos sábios: "Leve em consideração o que você ganha com uma transgressão e o que você perde" (Pirkei Avót 2:1).

Este é o grande segredo da Torá. As pessoas sabem que cada ato tem consequências. Podemos enganar os outros, podemos até mesmo enganar a nós mesmos, mas não podemos enganar a D'us. Isto faz com que uma sociedade com pessoas que vivem de acordo com a Torá sejam muito mais harmônica, propícias para que as pessoas melhorem cada vez mais seus atos e possam crescer espiritualmente. Pois mesmo que os olhos não veem as consequências diretas dos nossos atos, a nossa alma sente.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

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