quinta-feira, 18 de abril de 2019

O NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO - SHABAT SHALOM M@IL - PESSACH 5779

BS"D
O E-mail desta semana é dedicado à elevação da alma de:


HAVA BAT RACHMIL Z"L

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O NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO - PESSACH 5779 (19 de abril de 2019)


"Contam que David Ben Gurion, Primeiro Ministro do Estado de Israel, visitou os Estados Unidos em 1954, para se reunir com o Presidente Eisenhower. Em um dos encontros com o Secretário de Estado, John Fuster Dulles, este o questionou com um alto grau de arrogância:

- Diga-me, Sr. Primeiro Ministro, quem você realmente representa? Será os judeus da Polônia, Iêmen, Romênia, Marrocos, Iraque, União Soviética ou Brasil? Eles são a mesma coisa? Depois de 2.000 anos de diáspora, é possível falar de um só povo judeu, de uma única cultura, tradição ou costume judaico?

- Olhe, Sr. Secretário - Respondeu Ben Gurion - Há 300 anos, saiu de Inglaterra o navio Mayflower, que transportava os primeiros colonos que instalaram-se no que hoje é a grande potência democrática dos Estados Unidos da América. Peço-lhe que saia na rua e pergunte a dez crianças americanas o seguinte: Qual era o nome do capitão do navio? Quanto tempo durou a travessia? O que comeram os tripulantes durante a viagem? Como se comportou o mar durante o percurso? Garanto que o senhor não receberá respostas satisfatórias.

- Agora veja - concluiu Ben Gurion - Há mais de 3.000 anos os judeus saíram do Egito. Peço-lhe que, em alguma de suas viagens, tente encontrar-se com dez crianças judias de diferentes países. Pergunte a elas como se chamava o capitão desta saída, quanto tempo durou a travessia, o que comeram durante o percurso e como se comportou o mar. Você vai se surpreender ao descobrir que as crianças judias de qualquer lugar do mundo te darão as mesmas respostas. Neste momento, você mesmo poderá responder a pergunta que acaba de me fazer".
 
Desde o início, o nascimento do povo judeu foi algo único, diferente da criação de todas as nações do mundo. Esta é a essência de Pessach: lembrarmos quem somos, de onde viemos e para onde estamos indo.

Este Shabat coincide com a Festa de Pessach, também conhecida como "Zman Cheruteinu" (Tempo da nossa liberdade). Em Pessach nós revivemos a milagrosa libertação da escravidão do Egito e dedicamos esta Festa, em especial a noite do Seder, para expressar nossa infinita gratidão a D'us por Sua salvação.

Entretanto, há neste agradecimento um grande questionamento. É verdade que foi D'us que nos tirou do Egito. Porém, não foi Ele que nos colocou lá? D'us manejou os acontecimentos da história para que Yaacov e seus filhos fossem ao Egito, o que culminaria na escravidão. Na verdade, D'us já havia profetizado para Avraham que seus descendentes seriam escravos. Então, se foi D'us que nos colocou na escravidão, por que agradecemos, de forma tão entusiasmada, por Ele ter nos tirado de lá?

A resposta é que todo início influencia o futuro desenvolvimento de qualquer coisa. Isto se aplica tanto ao mundo material quanto ao mundo espiritual. Por exemplo, no microscópico DNA inicial de um óvulo fecundado estão contidas todas as informações genéticas do que vai se desenvolver até se transformar em um ser humano. Portanto, o mesmo se aplica ao evento da Saída do Egito, que representa o nascimento do povo judeu. O processo de sermos tirados do Egito foi a criação do DNA espiritual do povo judeu. Portanto, se D'us nos colocou na escravidão, significa que ela também foi necessária para preparar e permitir este processo.

Explica o Rav Yehonasan Gefen que a Saída do Egito foi o nascimento de uma nação, o começo do processo que se devolveu e nos levou ao recebimento da Torá no Monte Sinai e à entrada do povo judeu na Terra de Israel. Portanto, a maneira como o povo judeu foi formado teve um imenso impacto em seu desenvolvimento subsequente. Ela determinou que as leis espirituais que governam o povo judeu seriam diferentes das leis que governam as outras nações do mundo. Historicamente, a maioria das nações do mundo se formou quando um grande grupo de pessoas se estabeleceu em um território ou derrotou outro grupo e tomou controle de sua terra, se tornando a moradia desta nação recém nascida. Já o nascimento do povo judeu foi diferente em muitos aspectos. Em primeiro lugar, a saída do Egito foi algo completamente passivo por parte do povo judeu. As 10 pragas, que destruíram o Egito e fizeram com que os egípcios nos libertassem, foram atos puramente Divinos, praticamente sem a nossa participação. Em segundo lugar, enquanto a maioria das nações nasce em sua própria terra, o povo judeu nasceu em um país estrangeiro, um evento histórico único.

Porém, a diferença mais importante está na forma como a nossa criação ocorreu. Enquanto outras nações foram formadas dentro das leis normais da natureza, o povo judeu foi formado de uma maneira completamente milagrosa. As 10 pragas e a Abertura do Mar Vermelho foram eventos totalmente acima das leis da natureza. Isto teve um significado imenso, pois definiu a forma como as leis da natureza afetariam o povo judeu durante todas as gerações. As nações do mundo, cujos nascimentos e desenvolvimentos seguiram apenas as leis da natureza, vivem de acordo com estas mesmas leis. Em contraste, a história do povo judeu se desenvolveu de acordo com um conjunto de leis diferente, acima da natureza. Isto só foi possível pelo fato do povo judeu ter sido "moldado" durante a escravidão e a Saída do Egito.

Este é o nosso agradecimento de Pessach, não apenas pela salvação do Egito, mas também pela escravidão. Foi somente por estarmos fracos e desamparados que a nossa formação como um povo pôde ter sido completamente entregue nas mãos de D'us. Nossa condição frágil naquele momento torna impossível atribuir qualquer aspecto da Saída do Egito à nossa própria força. Se fôssemos homens livres que viviam no Egito, e não escravos, e tivéssemos sido tirados do Egito e levados para a Terra de Israel, poderíamos com facilidade atribuir o nosso sucesso aos esforços das nossas mãos, tropeçando na egolatria, a idolatria de si mesmo, conforme nos adverte a Torá: "E você dirá para si mesmo: 'Meu poder e a força das minhas mãos me possibilitaram alcançar esta riqueza" (Devarim 8:17). A escravidão foi o que permitiu a claridade de que os eventos completamente milagrosos, que caracterizaram a saída do Egito, vieram apenas das Mãos de D'us, sem envolvimento do povo judeu.

Isto explica o motivo pelo qual o nome de Moshé, o líder do povo judeu na Saída do Egito, não aparece nenhuma vez na Hagadá. Se o nome dele estivesse mencionado, cairíamos no erro de associar a Saída do Egito ao nosso próprio sucesso. Moshé foi um grande líder, mas até mesmo ele não teve nenhuma participação real, tudo veio através das mãos de D'us. Isto também explica uma interessante Halachá, de que o texto da Hagadá deve seguir o seguinte padrão: deve começar com um "Gnai" (demérito) do povo judeu e deve terminar com um "Shevach" (louvor). Começamos a parte central do Seder de Pessach, o Maguid, com as palavras "Há Lachmá Aniá" (Este é o pão da pobreza, que comeram os nossos antepassados na Terra do Egito), e logo depois dizemos "Avadim Hainu" (Fomos escravos do Faraó no Egito). Isto nos ensina que o "Gnai" era parte intrínseca no curso dos eventos que levaram à formação do povo judeu de uma maneira milagrosa. Sem isto, o "Shevach", a parte dos milagres que se tornaram um modelo da nossa existência, não poderia ter acontecido.

Como se manifestaram as leis acima da natureza durante a nossa história? Existem vários fatores únicos que diferenciam a história do povo judeu da história das outras nações. Por exemplo, a improvável sobrevivência profetizada do povo judeu, apesar de seus vários exílios, a dispersão pelo mundo todo e o persistente e violento antissemitismo. Uma nação que é forçada a deixar a sua própria terra enquanto enfrenta uma tremenda perseguição estaria, segundo as leis da natureza, destinada a ser destruída ou assimilada em outras nações. O fato do povo judeu não ter enfrentado esse destino é claramente uma indicação de um padrão único na história.

Este conceito, do povo judeu viver acima das leis da natureza, também se reflete na forma como os judeus que cumprem as Mitzvót conduzem suas vidas. Muitas vezes não agimos de acordo com o "senso comum". Por exemplo, muitas empresas seriam muito mais lucrativas se trabalhassem também aos sábados. Portanto, a lógica determinaria que a pessoa trabalhasse mesmo no Shabat para poder ganhar seu sustento. No entanto, os judeus sabem que as leis da Torá prevalecem sobre o "senso comum". Percebemos que nosso bem-estar financeiro não é determinado por quanto trabalhamos. Por isso, trabalhar no Shabat não nos traria benefício.

Existem muitas áreas nas quais esta lição se torna um grande desafio. A vida deve se concentrar principalmente no sucesso material como fonte de felicidade ou as considerações espirituais se sobrepõem a isso? De maneira puramente lógica, seria muito mais sensato trabalhar mais horas no dia do que passar algumas horas estudando Torá. No entanto, de acordo com uma perspectiva que transcende as leis normais da natureza, pode-se perceber que estudar Torá é muito mais importante do que ganhar um dinheiro extra, que não é necessário para a nossa sobrevivência. Esta é parte da grande reflexão que cada judeu precisa fazer em Pessach: eu vivo minha vida de acordo com as leis normais da natureza, como os outros povos do mundo, ou percebo que as ambições de um judeu são completamente diferentes, definidas por uma compreensão da natureza única do povo judeu?

Esta é uma das principais lições que devemos aprender em Pessach. A Hagadá nos diz que devemos nos enxergar como se tivéssemos pessoalmente saído do Egito. Isto não significa apenas reviver a sensação da Saída do Egito. Embora isto seja louvável, não é o objetivo final. O principal é que devemos nos ver como parte da nação que deixou o Egito de forma milagrosa, uma nação que foi formada para ser "Mensageiros de D'us". Isto é uma responsabilidade, pois devemos viver de acordo com leis diferentes. Nossas metas de vida devem ser guiadas principalmente por considerações espirituais. Quando vivemos com esta atitude, então D'us reflete isso na forma como Ele nos guia, acima dos limites naturais. Quando fazemos Sua vontade, Ele nos permite cumprir os nossos objetivos espirituais mesmo quando isto transcende as leis da natureza.

SHABAT SHALOM  E PESSACH KASHER VESAMEACH

R' Efraim Birbojm

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT E PESSACH 5779:

São Paulo: 17h28  Rio de Janeiro: 17h16  Belo Horizonte: 17h20  Jerusalém: 18h35
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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