quarta-feira, 21 de março de 2018

AMOR PELO DINHEIRO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT TZAV / SHABAT HAGADOL 5778

BS"D
O E-mail desta semana foi carinhosamente oferecido pela Família Lerner em Leilui Nishmat de: 
Miriam Iocheved bat Mordechai Tzvi z"l


Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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VÍDEO DA PARASHÁ TZAV - R' EFRAIM BIRBOJM

AMOR PELO DINHEIRO - PARASHAT TZAV / SHABAT HAGADOL 5778 (23 de março de 2018)

"Em uma enorme floresta, próximo de um riacho, vivia um pobre lenhador, que trabalhava duro para sustentar a família. Todos os dias empreendia uma árdua caminhada floresta adentro, levando ao ombro o seu afiado machado. Partia sempre assobiando, contente, pois sabia que enquanto tivesse saúde e seu machado, conseguiria ganhar o suficiente para comprar o pão que a família precisava.
 
Certo dia, ele estava cortando uma enorme árvore perto do riacho. As lascas voavam longe e o barulho do machado ecoava pela floresta. Passado algum tempo, resolveu descansar um pouco. Encostou o machado na árvore e virou-se para se sentar, mas tropeçou e esbarrou no machado. Antes que pudesse agarrá-lo, ele desceu pela ribanceira e foi parar dentro do riacho. O pobre lenhador vasculhou as águas, tentando encontrar o machado, mas aquele trecho era fundo demais. O riacho continuava a correr com a mesma tranquilidade de sempre, ocultando o machado, tão valioso para o lenhador. Ele ficou desesperado com a perda, pois como sustentaria sua família sem seu machado?
 
D'us teve misericórdia daquele pobre homem e, algum tempo depois, enviou um anjo, disfarçado de nobre, para ajudá-lo. O nobre aproximou-se do lenhador e perguntou o que tanto lhe afligia. O lenhador contou o que acontecera com o seu machado. O nobre sorriu e disse que seus empregados haviam encontrado alguns machados na foz do riacho, talvez algum poderia ser o dele. Tirou então da sacola um machado e perguntou ao lenhador se aquele era o que ele havia perdido. Os olhos do lenhador quase saltaram, pois o machado era feito de prata. Em um primeiro momento, o lenhador teve vontade de dizer que o machado era seu. Ele pensou em todas as coisas lindas que poderia comprar para os seus filhos com toda aquela prata. Seria o fim de suas dificuldades. Porém, antes que as palavras pudessem sair de sua boca, ele pensou melhor. Sabia que aquele machado não era seu, seria errado pegá-lo. Abanou a cabeça e disse que, infelizmente, aquele não era o seu machado.
 
O nobre então tirou de sua sacola outro machado, mostrou ao lenhador e perguntou se talvez aquele seria o machado dele. O lenhador quase desmaiou ao ver que era um machado de ouro maciço. Aquele machado sim seria a salvação de todos os seus problemas, seria a chave para uma vida de conforto e tranquilidade para sua família. Aquele homem nunca saberia se era realmente dele ou não. Porém, quando se preparou para estender a mão para pegá-lo, novamente se conteve. Não era o verdadeiro dono do machado, não seria correto pegar algo que não lhe pertencia, seria roubo. Então, disse ao nobre com convicção que aquele também não era o seu machado.
 
Finalmente, o nobre colocou a mão na sacola e retirou um terceiro machado. Os olhos do lenhador brilharam, aquele era certamente o seu machado. Agradeceu muito ao nobre, pois assim poderia honestamente voltar a trabalhar para trazer sustento para a sua família. O nobre então entregou-lhe a sacola com os outros dois machados e disse:
 
- Eles são seus, aproveite. São um presente por sua incrível honestidade".

Honestidade é mais do que não mentir. É contar a verdade, dizer a verdade, viver a verdade e amar a verdade.

No início da Parashat desta semana, Tzav (literalmente "Comande"), há um versículo interessante. A Parashat continua o assunto da semana passada, descrevendo alguns detalhes em relação à oferenda de Korbanót (sacrifícios), serviço que era realizado pelos Cohanim (sacerdotes). E assim começa a Parashat: "E D'us disse para Moshé: "Comande a Aharon e seus filhos e diga: 'Esta é a lei do Korban Olá (Sacrifício de elevação)'". (Vayikrá 6:1,2). Porém, a linguagem que D'us utilizou nos chama a atenção. Normalmente a Torá teria dito: "Diga a Aharon e seus filhos". Então por que, em relação ao Korban Olá, a Torá utilizou uma linguagem mais dura, "comande"?
 
Explica o Midrash (parte da Torá Oral) que a linguagem "Comande" implica em um senso extra de agilidade. O Midrash explica que, como o Korban Olá envolve uma perda financeira maior do que os outros Korbanót, havia a necessidade especial de uma linguagem mais dura em relação à sua oferenda. Mas o que significa esta "perda financeira" do Korban Olá? Qual era a diferença em relação aos outros Korbanót?
 
Pelo fato de os Cohanim se dedicarem integralmente aos serviços Divinos, eles não tinham outras formas de conseguir seu sustento. D'us então decretou que houvessem diversos tipos de "Matanót Kehuná", isto é, presentes que o resto do povo dava aos Cohanim para que eles pudessem se manter. Parte dos "Matanót Kehuná" eram as partes específicas dos Korbanót que podiam ser consumidas pelos Cohanim e suas famílias. Porém, diferente dos outros Korbanót, o Korban Olá era completamente queimado no Mizbeach (altar), sendo que nenhuma parte podia ser consumida pelo Cohen. Portanto, ao oferecer um Korban Olá, havia uma sensação de perda financeira para o Cohen, pois ele preferia estar oferecendo naquele momento outros tipos de Korbanót, dos quais poderia ter proveito. Esta é a "perda financeira" mencionada pelo Midrash, que poderia causar uma falta de agilidade em relação ao "Korban Olá". Por isso, a Torá precisou utilizar uma linguagem mais "dura", para que os Cohanim tivessem a mesma agilidade com o "Korban Olá" do que com os outros Korbanót.
 
Porém, este ensinamento da Torá desperta um grande questionamento. O Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) era normalmente a pessoa mais correta e espiritualmente elevada do povo. O Talmud (Yomá 18a) acrescenta ainda que um dos pré-requisitos para ser um Cohen Gadol era a pessoa ser rica. Baseado na retidão e na tranquilidade financeira do Cohen Gadol, parece completamente desnecessário a Torá se preocupar com uma possível falta de agilidade por causa de uma perda financeira indireta e relativamente tão pequena. Então por que D'us precisou comandar ao Cohen Gadol, e não apenas pedir, para que ele oferecesse o Korban Olá?
 
Responde o Rav Yechezkel Levenstein zt"l (Polônia, 1895 - Israel, 1974) que deste ensinamento da Torá aprendemos uma lição incrível para nossas vidas. Até mesmo o mais elevado de todos os homens, o Cohen Gadol, aquele que entrava no Kodesh Hakodashim em Yom Kipur, não estava a salvo do Yetser Hará (má inclinação) do desejo pelo dinheiro. Isto é ressaltado pelo Talmud (Baba Batra 165a), ao nos ensinar que, enquanto apenas uma minoria das pessoas tropeça na transgressão de relações ilícitas, a maioria tropeça em roubo. Rashi (França, 1040 - 1105) explica que a Torá não se refere a se envolver em roubos descarados, e sim a procurar racionalizações para deixar de pagar o que os outros deveriam receber. O Talmud está enfatizando que todos correm o risco de serem seduzidos pelo Yetser Hara do roubo, por causa do nosso amor pelo dinheiro, que nos leva a buscar justificativas para os nossos comportamentos desonestos.
 
E esta afirmação do Talmud não se aplica apenas a pessoas espiritualmente pequenas e de má índole. Até mesmo gigantes espirituais, como o Rav Israel Salanter z"l (Lituânia, 1810 - Prússia, 1883), não estão livres deste Yetser Hará. Certa vez o Rav Salanter estava visitando um homem muito rico e, ao entrar no escritório dele, viu uma quantidade enorme de dinheiro espalhado na mesa, aguardando para ser contado. O dono da casa então precisou se ausentar por alguns instantes. Quando voltou, percebeu que o Rav Salanter havia desaparecido. Ele procurou por toda a casa, em todos os aposentos, mas não o encontrava. Finalmente encontrou o Rav Salanter de pé do lado de fora da casa. O Rav Salanter explicou que, quando viu que havia uma enorme quantidade de dinheiro não contado no escritório, não quis ficar sozinho com o dinheiro. Diante do olhar espantado do dono da casa, ele explicou, mencionando o ensinamento do Talmud que diz que, enquanto apenas uma minoria tropeça em relações ilícitas, a maioria tropeça em roubo. O Rav Salanter então concluiu que, se existe uma proibição de "Yichud", isto é, de um homem e uma mulher, que não são casados nem parentes, ficarem trancados sozinhos em um ambiente, por causa da possibilidade deles não serem capazes de superar sua tentação por imoralidade, mesmo que em imoralidade poucos tropeçam, então certamente deve haver uma proibição de "Ychud" com o dinheiro dos outros, pela possibilidade da pessoa não ser capaz de superar sua tentação pelo roubo, uma área na qual a maioria tropeça. Foi por isso que ele saiu e não quis ficar sozinho no escritório com tanto dinheiro não contado sobre a mesa. Se até mesmo alguém tão elevado como o Rav Israel Salanter sentiu a necessidade de colocar limites extras para se proteger do desejo pelo dinheiro, então certamente nós devemos estar muito alertas a este poderoso Yetser Hará.
 
Explica o Rav Yehonasan Gefen que da Parashá aprendemos o quanto devemos ser cuidadosos para que uma possível perda de dinheiro não afete a forma como cumprimos as Mitzvót. Como há Mitzvót que envolvem gastos significativos, devemos nos esforçar para manter a nossa agilidade nestas Mitzvót. Além disso, devemos ser consistentes com o que gastamos com as Mitzvót e o que gastamos com o nosso conforto material. Não é correto querer sempre o celular de último tipo, mas pechinchar na hora de compra a Mezuzá. Não é uma demonstração de amor a D'us procurar o carro com o máximo de tecnologias, mas comprar os "Arba Minim" mais baratos quando chega a festa de Sucót. Se caprichamos na escolha das férias e dos móveis da nossa casa, então devemos demonstrar um desejo semelhante de investir nosso dinheiro nas Mitzvót e, em especial, nos atos de Tzedaká (caridade).
 
O amor pelo dinheiro também é uma forma de escravidão. Uma pessoa com um amor incontrolável pelo dinheiro terá dificuldades no cumprimento das Mitzvót, pois não conseguirá se desconectar do dinheiro nem mesmo quando a Torá exigir. Além disso, há áreas nas quais uma potencial perda monetária pode levar a pessoa a querer "burlar" as leis da Torá. É por isso que frequentemente as pessoas tiram suas dúvidas com os rabinos sobre as leis de Shabat ou de Kashrut, mas são raras as pessoas que fazem perguntas em relação aos assuntos monetários. Às vezes preferimos não escutar a verdade, preferimos nos enganar e achar que estamos fazendo o que é correto, mesmo que estamos sendo desonestos. Portanto, antes da pessoa ser honesta com os outros, ela precisa ser honesta consigo mesma. Como diz a famosa letra de música: "Fiz questão de esquecer que mentir para si mesmo é sempre a pior mentira".
 
D'us manda tudo o que precisamos. Algumas vezes Ele nos coloca em situações difíceis simplesmente para nos testar, para ver se vamos conseguir ser honestos. Se tivermos a força necessária para nos desprendermos do nosso desejo por dinheiro, somente então teremos nos tornado pessoas livres de verdade.

Shabat Shalom

R' Efraim Birbojm

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHAT TZAV 5778:

                   São Paulo: 17h54  Rio de Janeiro: 17h41                    Belo Horizonte: 17h43  Jerusalém: 18h17
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l.
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(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
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