quinta-feira, 6 de junho de 2019

DIFICULDADES SÃO PÉROLAS - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT BAMIDBAR E SHAVUÓT 5779

BS"D
Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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DIFICULDADES SÃO PÉROLAS - PARASHAT BAMIDBAR E SHAVUÓT 5779 (07 de junho de 2019)

 
As pérolas, gemas orgânicas que se formam dentro de ostras, são itens apreciados pelos joalheiros e objetos de desejo das mulheres. Jóias adornadas com estas pequenas gemas redondas e brilhantes podem valer muito dinheiro. O que poucas pessoas sabem é que as pérolas são produtos do desconforto das ostras. Uma pérola é, na realidade, resultado da entrada de uma substância estranha e indesejável no interior de uma ostra, como um parasita ou um grão de areia. Na parte interna da ostra há uma substância lustrosa chamada nácar. Quando um corpo estranho entra na ostra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas, para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado, uma linda pérola vai se formando. Portanto, uma ostra que não foi ferida não produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.
 
O mesmo pode acontecer conosco. Você já passou por dificuldades? Já foi ferido pelas palavras rudes de alguém? Suas idéias já foram rejeitadas ou mal interpretadas? Então, produza uma pérola! Cubra suas mágoas com várias camadas de compreensão. Utilize as dificuldades como oportunidades na vida.
 
A maioria aprende apenas a cultivar ressentimentos e mágoas, deixando feridas abertas. Eles as alimentam com vários tipos de sentimentos negativos, não permitindo que elas cicatrizem. Muitos desistem diante das dificuldades e se entregam. Assim, na prática, o que vemos são muitas "ostras vazias". Não porque não tenham sido feridas, mas porque não souberam perdoar, compreender, superar e transformar a dor em oportunidade.

Nesta semana lemos a Parashat Bamidbar (literalmente "No deserto"), que começa descrevendo a contagem do povo judeu, uma demonstração do imenso amor de D'us pelo Seu povo. Esta Parashat sempre coincide com a Festa de Shavuót, também conhecida como "Chag Matan Torá" (Festa da Entrega da Torá), que comemoramos a partir do próximo sábado de noite (08 de junho). Não apenas relembramos algo que ocorreu no passado, mas revivemos este momento especial, no qual D'us nos entregou Seu presente mais valioso: a Torá.
 
Na Festa de Shavuót temos alguns costumes interessantes, como passar a noite inteira estudando Torá, comer refeições de leite e enfeitar a sinagoga com flores e plantas. Porém, um dos mais importantes costumes é a leitura da Meguilat Ruth, que descreve a história de uma mulher do povo de Moav, chamada Ruth, que se converteu ao judaísmo e posteriormente se casou com um Tzadik chamado Boaz. O bisneto de Ruth foi David Hamelech, um dos maiores símbolos do amor do povo judeu pelo estudo da Torá. Além disso, há outro motivo para lermos a Meguilat Ruth. Se analisarmos alguns aspectos da sua história, poderemos entender de uma maneira mais profunda a importância em nossas vidas da Festa de Shavuót.
 
Certamente uma das características mais marcantes da Meguilat Ruth é o auto sacrifício que Ruth demonstrou na sua decisão de se unir ao povo judeu. O Talmud (Brachot 5a) nos ensina que D'us deu ao povo judeu 3 bons presentes, mas todos eles só podem ser adquiridos através de muitas dificuldades e esforços. Os três presentes são: a Torá, a Terra de Israel e o Olam Habá (Mundo Vindouro). A Meguilat Ruth vem justamente nos ensinar as dificuldades e desafios enfrentados por Ruth para conquistar a Terra de Israel e o Olam Habá.
 
A Meguilat Ruth começa com a ida de um judeu chamado Elimelech, sua esposa Naomi e seus dois filhos para a terra de Moav. O processo de saída de Israel é descrito em um único e simples versículo: "Um homem e sua família saíram de Beit Lechem para viver nos campos de Moav" (Ruth 1:1). Em contraste, quando Naomi decidiu retornar com suas duas noras, Ruth e Orpá, para a Terra de Israel, este processo é descrito de uma maneira muito mais extensa e dramática: "Ela e suas noras se levantaram e voltaram dos campos de Moav... e ela saiu do lugar onde estava, e suas duas noras estavam com ela, e elas foram ao caminho para voltar à terra de Yehudá" (Ruth 1:6,7). É interessante perceber quantos verbos diferentes foram utilizados para descrever o processo de volta para a Terra de Israel. O forte contraste entre um único versículo descrevendo a saída de Israel com o extenso e dramático relato da volta nos ensina que é muito mais fácil abandonar a Terra de Israel do que voltar para ela. Além disso, depois da volta de Naomi e Ruth para Israel, a Meguilat descreve a enorme dificuldade que elas tiveram para conseguir sustento. Desta maneira, a Meguilat Ruth se torna um exemplo impressionante de como a Terra de Israel é adquirida somente com muitas dificuldades.
 
A característica principal de Ruth é sua força de vontade e disposição de se submeter a um grande desconforto para se unir ao povo judeu e, consequentemente, ter méritos para receber uma porção maior no Olam Habá, proporcional ao aumento de Mitzvót que ela escolheu para sua vida. Ruth e Orpá eram filhas de Eglon, rei de Moav. Portanto, elas teriam uma vida de luxos e status social. Seriam mulheres ricas e cobiçadas. Ao se juntar ao povo judeu, Ruth teve que se defrontar com uma vida de pobreza e a possibilidade de ser socialmente rejeitada. Existe na Torá uma proibição de um Moabita entrar na "Congregação de D'us". Isto significa que uma pessoa de Moav pode se converter ao judaísmo, mas não pode se casar com um judeu. Apesar disto se aplicar apenas aos homens de Moav, na época de Ruth havia uma grande discussão entre os sábios se também se aplicava às mulheres. Foi por isso que Ruth sofreu uma repulsa social. A própria Meguilat Ruth descreve que um parente de Elimelech se recusou a casar-se com Ruth por ela ser de origem moabita.
 
Além de todos os obstáculos "externos", Ruth também precisou vencer um difícil obstáculo "interno" e superar uma das maiores dificuldades de um convertido: receber sobre si as numerosas obrigações que envolvem uma vida de Torá. Naomi fez questão de deixar isto bem claro para Ruth e Orpá, ao mencionar muitas Mitzvót que restringem a nossa forma de viver. Este tipo de argumento, de que uma vida de Torá é cercada de regras, foi suficiente para convencer Orpá a voltar para sua casa, para seus luxos e sua vida "sem limites". Mas Ruth afirmou para Naomi que estava disposta a passar pelas dificuldades e privações envolvidas na conversão. Por sua disposição em se submeter a estas dificuldades, Ruth conquistou um lugar especial no Olam Habá.
 
O mesmo aprendemos do fato desta Parashat, Bamidbar, ser lida sempre na época de Shavuót. A Parashat é o início de muitas narrativas durante os 40 anos em que os judeus permaneceram no deserto, antes de entrarem na Terra de Israel. O deserto é um local inóspito. Não há comida, água e nem mesmo sombra. Para sobreviver no deserto é preciso lutar. D'us nos entregou a Torá no deserto, para nos ensinar que o mais importante em nossa vida não são os luxos, o conforto e o comodismo, mas as conquistas verdadeiras, que só acontecem com a superação das dificuldades. Ninguém conquista os conhecimentos de Torá deitado no sofá e assistindo televisão. É preciso esforço e constância para adquirir este presente.
 
Os "bons presentes" de D'us, que são a Torá, a Terra de Israel e o Olam Habá, só podem ser adquiridos com dificuldades. De acordo com o Rav Noach Weinberg zt"l (EUA, 1930 - Israel, 2009), normalmente queremos fugir dos esforços e das dificuldades. Porém, prazeres realmente significativos somente podem ser adquiridos através de desafios. Por exemplo, se olharmos para trás e procurarmos quais foram os momentos mais satisfatórios de nossas vidas, perceberemos que foram justamente as conquistas que envolveram grandes esforços, como se formar na faculdade, ou ocasiões muito alegres, como o dia do casamento e o nascimento dos filhos. Porém, qualquer um que já passou por estas alegrias sabe o quanto o casamento e a criação dos filhos envolve uma enorme quantidade de dificuldades e desafios. Apesar disso, eles se tornaram causas de grandes alegrias para aqueles que se esforçaram e conseguiram vencer as dificuldades.
 
A Torá, a Terra de Israel e o Olam Habá são as coisas mais significativas que a pessoa pode adquirir. E, justamente pelo seu gigantesco valor, eles só podem ser adquiridos com dificuldades. Ruth reconheceu este fato e fez a incrível decisão de renunciar os prazeres que a vida tem a oferecer, em troca de viver uma experiência muito mais profunda e significativa, de se unir ao povo judeu na Terra de Israel.
 
Este ensinamento é extremamente importante para aproveitarmos bem a Festa de Shavuót. D'us ofereceu a Torá para todos os povos do mundo, porém eles recusaram quando viram as dificuldades que teriam para cumprir suas leis. Já o povo judeu entendeu que, apesar das responsabilidades que recairiam sobre eles ao aceitar a Torá, este seria o maior dos presentes. Esta decisão do povo judeu, de escolher o caminho que é mais significativo, apesar de ser mais trabalhoso, é a escolha que todos nós devemos almejar em Shavuót. É o momento de entendermos que cumprir as Mitzvót da Torá é a única forma de alcançar o verdadeiro preenchimento na vida.
 
SHABAT SHALOM E CHAG SAMEACH

R' Efraim Birbojm       

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHAT BAMIDBAR 5779:

São Paulo: 17h07  Rio de Janeiro: 16h56  Belo Horizonte: 17h04  Jerusalém: 19h07
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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