sexta-feira, 3 de julho de 2020

A ETERNIDADE DE UM POVO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHIÓT CHUKAT E BALAK 5780

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PARASHIÓT CHUKAT E BALAK 5780:

São Paulo: 17h13                   Rio de Janeiro: 17h01
Belo Horizonte: 18h00                  Jerusalém: 19h13
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ASSUNTOS DA PARASHAT
                CHUKAT

- A Vaca Vermelha
- A morte de Miriam e reclamação por falta de água.
- Água da Rocha - Erro e castigo de Moshé e Aharon.
- Encontro com Edom.
- A morte de Aharon.
- Confrontação com Canaan (Amalek).
- A reclamação, as Serpentes e o Mastro de cobre.
- Jornadas Posteriores.
- Cântico do Poço.
- Confrontações com Sichon e Og.
                   BALAK

- Balak, rei de Moav, contrata Bilaam.
- Bilaam pede permissão a D'us.
- Mula de Bilaam e o anjo no caminho.
- 3 tentativas de amaldiçoar o povo judeu convertidas em 3 Brachót.
- A transgressão do povo judeu com as mulheres de Midian.
- A transgressão pública de Zimri (Shimon) e Kosbi (Midian)
- O zelo de Pinchás (Levi).
A ETERNIDADE DE UM POVO - PARASHIÓT CHUKAT E BALAK 5780 (29 de junho de 2020)

"Certa vez, pai e filho foram a um parque, participar de um "Festival de pipas". O filho ficou eufórico ao ver o céu cheio de pipas coloridas. Ele pediu ao pai que lhe comprasse uma pipa, para que ele também pudesse empinar. Então o pai foi a uma das barraquinhas e comprou uma pipa e o fio para o filho empiná-la.

O menino começou a empinar sua pipa. Como estava ventando bastante, logo sua pipa estava voando alto no céu. Depois de um tempo, o filho disse:

- Pai, parece que o fio está segurando a pipa e a está impedindo de voar mais alto. Se cortarmos o fio, ela estará livre e voará ainda mais alto. Podemos cortá-lo?

O pai, ao escutar o pedido do filho, concordou e permitiu que ele cortasse o fio. No início, a pipa realmente começou a subir ainda mais alto. Isso deixou o menino muito feliz com sua ideia. Porém, logo a pipa começou a cair. Sem controle, sem nada que a equilibrasse e novamente desse um impulso para subir, ela desabou e caiu em um prédio desconhecido, perdendo-se para sempre. O menino ficou surpreso e triste. Ele havia soltado a pipa do fio para que ela pudesse voar ainda mais alto, mas ela caiu. Ele então perguntou ao pai:

- Pai, não entendo. Pensei que, ao cortar o fio, a pipa poderia voar livre e chegar mais alto. Por que ela caiu?

O pai carinhosamente explicou:

- Filho, eu sabia que isto aconteceria, mas concordei que você cortasse o fio para te ensinar uma preciosa lição. O fio não impedia que a pipa subisse mais alto, e sim a ajudava a ter controle, a descer suavemente quando o vento diminuía e a voltar a subir quando o vento aumentava. Quando cortamos a linha, cortamos também o suporte que fornecemos à pipa. Foi por isso que ela caiu e se perdeu para sempre.

- Esta é a lição - concluiu o pai - Na vida, muitas vezes pensamos que algumas coisas estão nos prendendo e nos impedindo de ir além. Nos anos de juventude, quando estamos cheios de energia, não queremos estar presos às regras. Queremos voar mais alto, passar por novas experiências. Porém, não percebemos que é nossa identidade que nos mantém vivos. É o que nos apoia e nos incentiva a alcançarmos alturas cada vez maiores na vida."

Fazer parte do povo judeu, através da Torá e das Mitzvót, não é algo que nos limita, mas sim que nos apoia e nos dá a força para subirmos. Não se solte nunca da linha que nos conecta aos ensinamentos milenares da Torá.
Nesta semana lemos duas Parashiót juntas, Chukat (literalmente "Lei") e Balak. A Parashat Chukat traz diversos assuntos importantes, tais como o falecimento de Miriam e Aharon, além do terrível incidente da reclamação do povo por água, que culminou com o erro de Moshé de golpear a pedra e o decreto de D'us que ele não entraria na Terra de Israel. Já a Parashat Balak descreve os planos de Balak, rei do povo de Moav, de contratar o profeta Bilaam para amaldiçoar os judeus e assim conseguir derrotá-los.

A Parashat Chukat começa com um assunto extremamente enigmático: as cinzas da Pará Adumá. Uma vaca completamente vermelha, que nunca tinha feito nenhum tipo de trabalho, era sacrificada e queimada. Suas cinzas, misturadas com alguns outros elementos, tinham o poder de purificar pessoas que haviam entrado em contato com a impureza de morte. O que chama a atenção dos nossos sábios é que a pessoa que fazia a preparação das cinzas da Pará Adumá tornava-se impura durante o processo. Qual é a lógica das mesmas cinzas que purificavam as pessoas impuras também impurificarem as pessoas que estavam puras? É por isto que esta Mitzvá é considerada um "Chok", uma Mitzvá cujo entendimento nosso intelecto não consegue alcançar.

Porém, existem muitos outros detalhes desta Mitzvá que a tornam ainda mais enigmática. Em primeiro lugar, a Pará Adumá é chamada de "Chatat", a expiação de uma transgressão. Rashi (França, 1040 - 1105) explica que a Pará Adumá é considerada um "Korban Chatat" (oferenda de expiação) que veio trazer expiação pela transgressão do Bezerro de Ouro. Mas qual é a conexão entre a Pará Adumá e o Bezerro de Ouro?

Além disso, os Korbanót foram ensinados no Sefer Vayikrá, que é dedicado justamente aos assuntos de pureza e impureza. Por que o assunto da Pará Adumá não foi trazido junto com os outros Korbanót? Por que D'us escolheu o Sefer Bamidbar, que conta sobre os acontecimentos do povo judeu no deserto, para trazer esta Mitzvá?

Outro ponto enigmático são as diversas associações entre a Pará Adumá e o estudo da Torá. Por exemplo, logo após apresentar as leis sobre a Pará Adumá, a Torá começa a ensinar as leis sobre a impureza de morte, conforme está escrito "Esta é a lei: uma pessoa quando morrer na tenda, qualquer um que entrar na tenda e qualquer coisa que estiver na tenda estará impuro por sete dias" (Bamidbar 19:14). O Talmud (Brachót 63b) explica que estas palavras relacionam-se ao estudo da Torá, pois a palavra "tenda" refere-se ao Centro de estudos de Torá, enquanto a expressão "morrer na tenda" refere-se a um esforço muito grande no estudo. O versículo está nos ensinando que a única maneira do nosso estudo da Torá se manter para sempre é através de muito esforço. Outro exemplo é um impressionante Midrash que nos ensina que quando Moshé subiu no Monte Sinai para receber a Torá, ele encontrou D'us revisando as leis da Pará Adumá. Estes exemplos nos ensinam que a Mitzvá da Pará Adumá está diretamente relacionada ao nosso estudo de Torá. Porém, qual é a conexão entre as duas coisas?

Um último questionamento nos faz voltar ao momento da criação do primeiro ser humano, Adam Harishon. De acordo com os nossos sábios, Adam foi criado em um estado de imortalidade. Entretanto, após a sua transgressão de comer o fruto que D'us havia proibido, Adam trouxe a morte ao mundo e a existência do ser humano neste mundo passou a ser temporária. Pelo fato de a Torá ser um veículo através do qual podemos nos conectar a D'us, e D'us é eterno, quando os judeus receberam a Torá no Monte Sinai, eles se elevaram e voltaram ao nível de Adam Harishon antes da sua transgressão. Como consequência da conexão do povo judeu com a Torá, a morte foi removida do mundo. Porém, infelizmente, quando eles fizeram a transgressão do Bezerro de Ouro, os judeus rejeitaram este relacionamento com D'us, perdendo o nível espiritual elevado que haviam adquirido. A transgressão foi tão grave que D'us fez um decreto de destruição, não apenas de alguns indivíduos transgressores, mas do povo judeu como um todo. Moshé imediatamente intercedeu em favor do povo e conseguiu salvá-lo da desgraça iminente. A Mitzvá da Pará Adumá veio como um conserto do episódio do Bezerro de Ouro. Entretanto, mesmo depois da Pará Adumá, a morte ainda continuou no mundo. Portanto, se não salvou os judeus da morte, por que Rashi explica que a Pará Adumá trouxe expiação pela transgressão do Bezerro de Ouro?

Explica o Rav Yohanan Zweig que realmente a Pará Adumá não restituiu aos judeus, em um nível particular, seu caráter imortal. Porém, embora a morte ainda se aplicava aos indivíduos, o povo judeu como entidade garantiu sua existência eterna. Este conceito pode ser ilustrado através de uma interessante Halachá: um indivíduo que precisa oferecer um "Korban Chatat" por alguma transgressão que cometeu e já separa o animal para este propósito, se ele falece antes de conseguir oferecer seu Korban, este animal não pode mais ser utilizado para este propósito. Porém, o Talmud (Oraiot 6a) esclarece que no caso de a comunidade estar obrigada a oferecer um "Korban Chatat" por um erro coletivo, mesmo que alguns membros da comunidade faleçam, o animal que foi separado ainda pode ser oferecido, demonstrando que, em um nível comunitário, não há morte para o povo judeu. Além disso, a maneira como a Pará Adumá restituiu a eternidade do povo judeu foi nos conectando novamente à "Árvore da Vida", isto é, à Torá. É por isso que as passagens da Torá referentes à Pará Adumá estão associadas à importância do estudo da Torá.

Desta maneira também entendemos porque o local da Torá em que D'us escolheu nos ensinar sobre a Pará Adumá é diferente do lugar onde a Torá ensina os outros Korbanót. O Sefer Vayikrá foca principalmente nas obrigações do indivíduo, enquanto o Sefer Bamidbar foca nas obrigações comunitárias do povo. Por exemplo, o Sefer Bamidbar faz a contagem do povo, fala sobre o desenvolvimento de um exército e descreve a maneira como o povo acampava no deserto, entre outros exemplos da existência comunitária do povo judeu. Portanto, os Korbanót foram ensinados no livro que fala das obrigações individuais, mas a Pará Adumá, que trouxe de volta a eternidade ao povo de maneira comunitária, ficou guardada para o Sefer Bamidbar. Outra exceção é o "Korban Tamid", uma oferenda comunitária ensinada na Parashat da semana que vem, Pinchás, que também ficou guardada para ser ensinado no Sefer Bamidbar, justamente por estar associada ao caráter comunitário do povo, não ao indivíduo.

Da mesma forma que o corpo está constantemente trocando suas células, mas a existência da pessoa continua, assim também acontece com cada geração do povo judeu. Sempre uma nova geração substitui a geração anterior, mas a identidade e a essência do povo se mantêm constantes. Por isso, apesar de não termos mais individualmente a existência eterna neste mundo, podemos ao menos manter a eternidade do nosso povo. Todo momento em que estamos conectados com a nossa identidade coletiva, que se reflete através do estudo da Torá, do cumprimento das Mitzvót e dos atos de Chessed (bondade), estamos nos conectando com a eternidade, conforme ensina Shlomo HaMelech: "Esta é a árvore da vida, para todos aqueles que estão conectados a ela" (Mishlei 3:18). Seguir regras e manter nossa identidade judaica não nos limita, na realidade é o que nos faz voar de verdade.
 
SHABAT SHALOM
 
R' Efraim Birbojm

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