sexta-feira, 9 de novembro de 2018

VALORIZANDO A ESPIRITUALIDADE - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT TOLDOT 5779

BS"D
A PARASHAT DESTA SEMANA FOI DEDICADA EM LEILUI NISHMAT (ELEVAÇÃO DA ALMA) DE:

Shlomo ben Salha z"l

Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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VALORIZANDO A ESPIRITUALIDADE - PARASHAT TOLDOT 5779 (09 de novembro de 2018)

"Chaim, o aluno de uma conhecida Yeshivá, foi chamado ao escritório do Mashguiach (diretor espiritual). O Mashguiach o aguardava para uma conversa dura. Quando Chaim entrou, o Mashguiach disse:
 
- Chaim, estou profundamente decepcionado com você. Esta não é apenas uma conversa, é uma advertência...
 
- Rabino, por que? O que eu fiz?
 
- Chaim, recebemos relatos, devidamente checados, de que você fica jogando cartas durante o horário de estudo de Torá, inclusive apostando dinheiro, e está perdendo todos os dias a reza da manhã, pois de noite está bebendo com os amigos até se embriagar. Você precisa mudar suas atitudes urgentemente!!!
 
- Rabino, eu não entendo o motivo da sua advertência. Há discussão se jogar cartas apostando dinheiro e a pessoa se embriagar envolvem proibições da Torá ou apenas proibições rabínicas. Mas você sabe tão bem quanto eu que alguns alunos desta Yeshivá falam Lashon Hará de vez em quando, e esta grave transgressão é certamente uma proibição da Torá. Então por que apenas eu estou escutando esta advertência? Por que você não chama outros alunos também?
 
Chaim estava muito orgulhoso de si mesmo, achando que tinha deixado o Mashguiach sem resposta. Porém, após alguns instantes de silêncio, o Mashguiach olhou-o nos olhos e disse:
 
- Chaim, você está certo, alguns alunos desta Yeshivá falam Lashon Hará de vez em quando. Porém, em primeiro lugar, você também fala Lashon Hará. Além disso, eu não estou te advertindo por ter falado Lashon Hará. O motivo pelo qual eu estou te advertindo é pelo seu desprezo pela Torá e pelas Mitzvót. Enquanto a pessoa se importa com o seu crescimento espiritual e está conectada com a Torá, ela pode até escorregar, mas há sempre a esperança de que vai consertar seus erros. Porém, meu medo é que, a partir do momento em que você começa a desprezar a espiritualidade, então não há mais o que fazer para te ajudar. Por isso, é com profunda preocupação que eu digo: ou você muda, ou não vejo diante de você um futuro promissor"
 
Não há nada pior do que alguém que despreza o crescimento espiritual e troca os momentos mais sagrados do dia por atividades que não acrescentam valor. Os portões do arrependimento estão sempre abertos, mas aqueles que desprezam a espiritualidade impedem, com suas próprias mãos, o seu retorno aos caminhos corretos.

Nesta semana lemos a Parashat Toldot (literalmente "Gerações"), que descreve o nascimento dos dois irmãos gêmeos, Yaacov e Essav. Apesar de terem sido criados na mesma casa, eles tomaram rumos completamente diferentes na vida. Enquanto Yaacov se dedicou ao crescimento espiritual, chegando ao nível de se tornar um dos patriarcas do povo judeu, Essav se dedicou a preencher seus desejos materiais e, com isso, se degradou e chegou aos níveis mais baixos que um ser humano pode atingir. Talvez o acontecimento que mais representa a degradação de Essav foi a venda da sua primogenitura, um grande mérito espiritual que ele trocou por um prato de lentilhas, como está escrito: "Ele fez o juramento e vendeu a primogenitura a Yaacov" (Bereshit 25:33).
 
Todo este episódio da venda da primogenitura começa com a descrição de Yaacov cozinhando uma sopa de lentilhas. Mas por que a Torá se preocupou em descrever o que Yaacov estava cozinhando? De acordo com o Talmud (Baba Batra 16b), Avraham, seu avô, havia falecido naquele dia e Yaacov estava preparando uma refeição para consolar seu pai, Ytzchak, que estava enlutado. Um dos costumes de um enlutado é comer lentilhas, pois as lentilhas representam que a vida dá voltas e é composta por ciclos. Rashi (França, 1040 - 1105) explica que Avraham deveria ter vivido 180 anos, mas viveu apenas 175 anos, para que não precisasse testemunhar o comportamento repugnante de seu neto Essav.
 
Porém, ao fazermos um cálculo simples, chegamos à conclusão de que algo aparentemente não se encaixa nesta afirmação de Rashi. Ytzchak nasceu quando Avraham tinha 100 anos. Essav nasceu quando Ytzchak tinha 60 anos. Portanto, se Avraham faleceu aos 175 anos, então Essav tinha 15 anos na época do falecimento de Avraham. Isto é contraditório com outro comentário de Rashi, no versículo "Os jovens cresceram e Essav se tornou alguém que sabia caçar, um homem do campo, e Yaacov era um homem completo, que habitava nas tendas" (Bereshit 25:27). De acordo com Rashi, apesar de Yaacov e Essav serem muito diferentes em suas naturezas, enquanto eles eram crianças não havia diferenças notáveis entre eles. Somente quando eles chegaram à idade de 13 anos é que as diferenças marcantes se tornaram aparentes: enquanto Yaacov frequentava a casa de estudos de Torá, Essav frequentava as casas de idolatria. Se Avraham faleceu "antes da hora" para não ver seu neto se desviando dos caminhos de D'us, então por que ele não faleceu aos 173 anos, na época em que Essav começou a se envolver com idolatrias, uma imensa vergonha para o seu avô?
 
Além disso, o Talmud (Baba Batra 16b) nos ensina que no dia em que Avraham faleceu, Essav cometeu cinco crimes hediondos: teve relações ilícitas, cometeu assassinato, negou a existência de D'us, negou o conceito da ressurreição dos mortos e rejeitou a primogenitura. É muito claro que atos como assassinar, ter relações ilícitas, negar a existência de D'us e negar a ressurreição dos mortos, um dos 13 princípios de Emuná (fé) listados pelo Rambam (Maimônides), são crimes graves. Porém, qual é o erro de vender a primogenitura? E por que este erro é listado junto com crimes tão graves, como assassinato, adultério e negar D'us?
 
Finalmente, o Talmud questiona de onde aprendemos que Essav cometeu estas cinco graves transgressões. O Talmud então responde que as quatro primeiras transgressões cometidas por Essav são ensinadas de uma maneira indireta, através de "dicas" inseridas na Torá. Porém, o desprezo pela primogenitura é a única transgressão que está explícita na Torá, como está escrito "E Essav desprezou a primogenitura" (Bereshit 25:34). Por que aparentemente a Torá deu mais atenção a esta transgressão, que parece a mais sem importância, do que às outras graves transgressões listadas?
 
Explica o Rav Yohanan Zweig zt"l que a resposta está nas palavras que vêm logo após a venda da primogenitura: "E ele comeu e bebeu, e se levantou e saiu. E Essav desprezou a primogenitura" (Bereshit 25:34). Por que a Torá não diz que Essav desprezou a primogenitura logo depois de tê-la vendido? Pois isto se compara com alguém que vendeu uma joia caríssima por um preço muito baixo por estar precisando urgentemente de dinheiro em uma situação de emergência. Quando a situação se normaliza, a primeira coisa que a pessoa faz é se lamentar por ter vendido sua joia, e mais ainda por ter aceitado um valor tão baixo. Esta era a atitude esperada de Essav. Se ele tivesse vendido a primogenitura apenas pelo desespero de precisar urgentemente de comida, então logo que ele tivesse saciado sua fome ele deveria ter se arrependido. Porém, a Torá ressalta que ele comeu e bebeu, e mesmo assim não se arrependeu pela venda. Isto demonstra claramente que ele desprezou a primogenitura.
 
Rashi explica que o erro de Essav é muito maior do que aparenta. Essav rejeitou e mostrou desprezo não apenas pela Brachá de primogenitura, mas por todo o Serviço Divino. Originalmente, os primogênitos estavam destinados a fazer os Serviços do Templo Sagrado. Portanto, o Talmud não está condenando Essav pela venda do seu direito de receber a Brachá destinada ao filho primogênito. A verdadeira transgressão, a única escrita explicitamente, é o desprezo e falta de respeito com o Serviço de D'us para o qual ele estava destinado.
 
Muitas vezes as pessoas cometem transgressões por estarem submetidas a certas forças que as "arrastam". Embora estas forças não justifiquem o mau comportamento em si, elas podem até certo ponto ser um fator atenuante da gravidade do ato. Por exemplo, quando uma pessoa faz transgressões motivada por desejo, inveja ou sentimento de autopreservação, por mais hediondo que seja o crime, o caminho para se reconectar a D'us ainda está aberto e acessível. Porém, se a pessoa age com desprezo pela Torá, ela chega a um ponto sem retorno. Este comportamento de desprezo com a espiritualidade não pode ser atenuado ou desculpado.
 
A Torá destaca o desprezo de Essav acima de todas as suas outras transgressões, pois é especificamente este comportamento que caracteriza a razão pela qual Essav é um descendente indigno do legado de seu avô, Avraham Avinu. Mesmo depois de começar a se conectar com as idolatrias, aos treze anos, ainda seria possível resgatar espiritualmente Essav. Apenas depois que ele chegou ao nível de desprezar tudo o que era sagrado, aos 15 anos, foi que D'us quis proteger Avraham de testemunhar a morte espiritual de seu neto.
 
Este é um ensinamento muito importante para as nossas vidas. Precisamos tomar cuidado com qualquer tipo de desprezo com o nosso Serviço espiritual. Quanto mais estudarmos a Torá, mais valor daremos para os seus ensinamentos. Quanto mais nos dedicarmos a cumprir as Mitzvót, com fervor e com todos os seus detalhes, mais nos conectaremos à espiritualidade. Mesmo que possamos tropeçar de vez em quando, valorizar a Torá e as Mitzvót é o que nos permite levantar mais fortes e seguir firmes no nosso caminho de crescimento.

SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHAT TOLDOT 5779:

São Paulo: 19h05  Rio de Janeiro: 18h51  Belo Horizonte: 18h48  Jerusalém: 16h08
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Chana Mirel bat Feigue, Eliezer ben Shoshana.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l, Shlomo ben Salha z"l.
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