sexta-feira, 31 de agosto de 2018

COSTUMES OU OBRIGAÇÕES - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT KI TAVÔ 5778

BS"D
Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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COSTUMES OU OBRIGAÇÕES - PARASHAT KI TAVÔ 5778 (31 de agosto de 2018)

"Em todas as noites de Shabat, quando voltamos da sinagoga, temos o costume de, antes mesmo de iniciarmos o jantar, cantarmos duas músicas: "Shalom Aleichem", para dar boas-vindas e pedir Brachót aos anjos que nos acompanharam da sinagoga até em casa, e "Eshet Chail", um louvor às mulheres, cujo esforço permite que tenhamos uma casa preparada para honrar a vinda do Shabat. Porém, o grande rabino Israel Meir HaCohen (Bielorrússia, 1838 - Polônia, 1933), mais conhecido com Chafetz Chaim, tinha um belo costume em sua casa. Ele primeiro fazia o Kidush, seguido da Brachá do pão, deixava que os convidados comessem um pouco e somente depois disso cantava as duas músicas. Por que ele fazia desta maneira? Em respeito aos convidados, que provavelmente estavam com muita fome. Por ser uma incrível demonstração de sensibilidade e respeito ao próximo, este costume acabou se espalhando e foi adotado por muitas pessoas.
 
Muitos anos haviam se passado desde que o Chafet Chaim havia instituído aquele costume. Também em uma noite de Shabat, Yaacov, um aluno muito pobre da Yeshivá, foi convidado pela primeira vez na casa de Moishe, um dos homens mais ricos da cidade. Yaacov estava faminto, pois durante toda a sexta-feira não havia comido nada. Estava sonhando com o jantar de Shabat e as iguarias que iria provar na casa daquele homem rico. Quando finalmente a reza de Arvit terminou na sinagoga, ele mal podia esperar por um prato quente de comida. Porém, antes de começar o jantar, para o seu total desespero, o dono da casa passou 45 minutos conversando sobre coisas sem importância com outros convidados. Enquanto isso, Yaacov sofria, com seu estômago que roncava e doía de fome. Quando finalmente sentaram-se na mesa, Moishe anunciou com alegria:
 
- Nesta casa nós seguimos o costume do grande rabino Chafetz Chaim e, por isso, nós não cantamos as músicas "Shalom Aleichem" e "Eshet Chail". Podemos ir direto para o Kidush..."
 
Esta história, que parece uma piada, infelizmente é real. O dono da casa achou que estava fazendo o correto ao seguir um antigo costume. Porém, ele havia se esquecido do mais importante. O motivo pelo qual o Chafetz Chaim havia instituído aquele costume era em respeito aos convidados, pois ele não queria que pessoas famintas tivessem que aguardar ainda mais alguns minutos antes de começarem a comer. Porém, no caso de Moishe, ao ignorar seu convidado faminto por mais de 45 minutos, enquanto conversava sobre futilidades, ele demonstrou que não havia internalizado o verdadeiro motivo que estava por trás daquele belo costume, que era desenvolver a sensibilidade pelo próximo. Havia restado apenas a parte externa de um costume completamente vazio de conteúdo.

Nesta semana lemos a Parashat Ki Tavô (literalmente "Quando vocês vierem"). Um dos principais assuntos da Parashat é a longa "advertência" que D'us dá ao povo judeu, citando todos os tipos de dificuldades que recaem quando nos afastamos da nossa espiritualidade. Antes desta advertência, a Torá garante uma grande recompensa caso o povo judeu siga as instruções de D'us. A garantia termina com as seguintes palavras: "E vocês não devem se desviar das palavras que Eu comando a vocês hoje, nem para a esquerda e nem para a direita, para ir atrás de outros deuses, para servi-los" (Devarim 28:14).
 
De acordo com o entendimento mais simples, as palavras deste versículo são uma advertência em relação às idolatrias. Entretanto, o Rav Ovadia Sforno zt"l (Itália, 1475-1550) explica que estas palavras também podem ser entendidas, de forma mais profunda, como uma advertência para que as pessoas não confundam os Minchaguim (costumes) com as verdadeiras Mitzvót da Torá. De acordo com o Sforno, "se desviar das palavras que Eu comando" não se referem às idolatrias, e sim ao cuidado para que as pessoas não se desviem das Mitzvót através do cumprimento incorreto de Minchaguim.
 
Entretanto, o mais interessante é que o Sforno não está se referindo a tomar cuidado com falsos costumes, que não são baseados na Torá. De acordo com ele, devemos ser cuidadosos inclusive em relação aos Minchaguim que têm uma genuína base na Lei judaica. Os Minchaguim e as rigorosidades devem ser vistos como formas de proteger ou facilitar o cumprimento das Mitzvót da Torá, mas não podem ser confundidos como sendo a Mitzvá principal e um fim por si só. Quando a pessoa tropeça neste tipo de erro, então ela falha em diferenciar entre as Mitzvót da Torá e os Minchaguim. Apesar de parecer algo sem importância, a Torá está nos garantindo que isto pode ter terríveis consequências.
 
Pode parecer exagero, mas a transgressão que provavelmente trouxe o maior dano para a humanidade foi justamente consequência da confusão entre o que é um comando de D'us e o que são rigorosidades e costumes. A Torá descreve que D'us ordenou a Adam que não comesse do fruto do conhecimento do bem e do mal. Entretanto, quando a cobra questionou Chavá sobre o comando de D'us, ela respondeu que era proibido comer do fruto e até mesmo encostar nele, afirmando que caso eles transgredissem, morreriam. A cobra se aproveitou desta "brecha" e empurrou Chavá para que ela encostasse no fruto proibido. Como nada aconteceu, a cobra então disse: "Da mesma forma que nada aconteceu ao encostar, então também nada acontecerá se você comer". Este argumento conseguiu convencer Chavá a comer do fruto proibido e oferecê-lo a Adam, o que trouxe para o mundo a morte, a falta de sustento e muitos outros sofrimentos.
 
Por que Chavá comunicou à cobra que havia também a proibição de encostar no fruto, se isto não tinha sido comandado por D'us a Adam? O Talmud (Sanhedrin 29a) explica que D'us comandou a Adam apenas a proibição de comer do fruto, mas quando Adam transmitiu o comando a Chavá, ele acrescentou a proibição de não encostar no fruto. Suas intenções eram nobres, pois tudo o que ele queria era criar uma "regra" extra para proteger Chavá de comer o fruto proibido. Não havia nada de errado na rigorosidade que Adam havia criado como proteção contra uma possível tentação. Entretanto, seu erro foi não ter dito para Chavá que a proibição de encostar na árvore não era parte do comando de D'us, e sim uma rigorosidade de sua própria iniciativa. Este erro levou a graves consequências.
 
Explica o Rav Yehonasan Gefen que deste ensinamento da Parashat aprendemos que devemos ter dois cuidados. Em primeiro lugar, precisamos tomar cuidado para não confundirmos os Minchaguim e rigorosidades que fazemos com as Mitzvót da Torá, que foram comandadas por D'us. Além disso, devemos tomar cuidado para não esquecer que os Minchaguim e as rigorosidades não são um fim por si só, e sim apenas meios e ferramentas que nos possibilitam guardar e cumprir corretamente as Mitzvót. Muitos Minchaguim têm o propósito de nos ensinar traços de caráter que são essenciais para o nosso Serviço Divino. Portanto, temos que tomar cuidado para não "mergulharmos de cabeça" em um Minchag sem aprender as lições principais que ele veio nos ensinar.
 
Minchaguim e rigorosidades que assumimos para nossa vida são parte fundamental do nosso serviço espiritual. Os nossos sábios são muito enfáticos em repreender aqueles que desprezam os Minchaguim. Também somos sempre estimulados a criarmos rigorosidades, em especial nas áreas nas quais sentimos que estamos mais expostos às tentações e nas situações que podem nos desviar dos caminhos corretos. Porém, temos que saber que nosso Yetser Hará (má inclinação) utiliza muitas artimanhas para nos desviar. Uma das suas formas de enganação é nos fazer cumprir Minchaguim e nos levar a fazer rigorosidades à custa de cumprirmos as Mitzvót da maneira correta.
 
Esta "ênfase excessiva" em certa área pode muitas vezes causar uma ênfase insuficiente nas Mitzvót da Torá. Por exemplo, atualmente muitos têm a tendência de focar seu judaísmo em assuntos da Kabalá, enquanto deixam de cumprir Mitzvót fundamentais. São pessoas que leem muitos livros e sabem tudo sobre os mundos espirituais. Porém, enquanto adoram conhecer sobre os segredos da reencarnação e da vida após a morte, por outro lado não sabem nem mesmo guardar o Shabat ou comer Kashrut, e nem se interessam por isso.
 
Outra consequência grave pode ser encontrada nas pessoas que focam tanto nas rigorosidades que receberam para si que acabam se considerando melhores do que os outros. Com isto, acabam transgredindo algo grave da Torá, pois se comportam de forma orgulhosa, o que é abominável aos olhos de D'us. Além disso, por causa de rigorosidades, pessoas podem ofender, humilhar e falar Lashon Hará (maledicência) dos outros. É o que ocorre muitas vezes na área de Kashrut, na qual uma pessoa, por causa de suas rigorosidades, causa com que outra se sinta inferior.
 
A receita da Torá para fugir de todos estes problemas é a claridade de que os Minchaguim e rigorosidades não são Mitzvót da Torá, e que os Minchaguim foram estabelecidos para nos ensinar alguma lição ou para nos ajudar a cumprir as Mitzvót da Torá de uma maneira ainda melhor. Se agirmos desta maneira, com muita humildade em nossos atos, certamente estaremos no caminho do sucesso e da Brachá.


                   "QUE SEJAMOS INSCRITOS E SELADOS NO LIVRO DA VIDA"

Shabat Shalom

R' Efraim Birbojm

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São Paulo: 17h36  Rio de Janeiro: 17h23  Belo Horizonte: 17h27  Jerusalém: 18h29
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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