quinta-feira, 20 de junho de 2019

CONSTÂNCIA E COERÊNCIA -SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT BAHAALOTECHÁ 5779

BS"D
Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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CONSTÂNCIA E COERÊNCIA - PARASHAT BAHAALOTECHÁ 5779 (21 de junho de 2019)

 
"Yossef mudou-se para Israel. Como não tinha dinheiro para pagar o aluguel de um apartamento sozinho, ele decidiu procurar outros jovens para ter com quem dividir as contas. Recebeu o convite de um grupo de rapazes mais religiosos que estavam com um quarto sobrando em casa. A localização era ótima e seria muito bom ter novos companheiros de casa que também cumpriam Mitzvót. Yossef aceitou na hora.
 
Porém, a alegria de Yossef não durou muito tempo. Como ele gostava muito de leite, sempre deixava uma garrafa na porta da geladeira para beber quando tivesse vontade. Mas começou a perceber que tinha algum "sócio" dentro da casa, que também gostava de beber seu leite. Yossef tentou julgar a situação de forma positiva. Talvez a pessoa não sabia que o leite era particular. Teve então a ideia de colocar uma etiqueta com seu nome na garrafa de leite, para que as pessoas soubessem que era particular. Porém, o "sócio" ainda continuava dividindo com ele seu leite. Yossef não desistiu de julgar a situação de forma favorável. Provavelmente a pessoa viu o nome na garrafa de leite, mas não entendeu que era proibido aos outros. Yossef então foi mais direto. No próximo leite que comprou, escreveu seu nome em letras garrafais, além de "Proibido beber sem autorização". Desta maneira, não haveria dúvidas de que não havia permissão de beber daquele leite.
 
No dia seguinte, a decepção. Mesmo com a etiqueta, o leite havia sido bebido. Era um total descaso! A pessoa estava bebendo o leite, mesmo sabendo que não havia permissão do dono! Yossef resolveu inovar. Tirou uma cópia do versículo da Torá onde aparecia a proibição de roubo e colou no rótulo do leite. Embaixo, escreveu em uma etiqueta: "Usar objetos dos outros sem permissão é roubo". Assim, ficou tranquilo que a advertência funcionaria. Mas sua tranquilidade durou até a manhã seguinte. Durante a noite, alguém havia bebido seu leite. Ao invés de se desesperar, Yossef teve uma ideia original. Comprou um leite no dia seguinte, arrancou a parte do rótulo onde aparecia o carimbo da Hashgachá (Supervisão Rabínica) e colocou uma etiqueta onde estava escrito "Atenção: Chalav Stam" (Leite sem Supervisão Rabínica). A partir deste dia nunca mais ninguém mexeu no seu leite..."
 
Quando a pessoa se importa em ser rigoroso em uma Mitzvá rabínica, mas ignora uma Mitzvá da Torá, isto mostra uma inconsistência no seu Serviço a D'us. O mesmo ocorre quando a pessoa é extremamente rigorosa nas Mitzvót "Bein Adam LaMakom" (Entre ela e D'us), mas acaba não dando a devida atenção às Mitzvót "Bein Adam LeHaveiró" (Entre ela e seu companheiro). Precisamos na vida de equilíbrio e constância.

A Parashat desta semana, Behaalotechá, traz vários assuntos importantes, como a Mitzvá do acendimento diário da Menorá, os sinais Divinos para iniciar e interromper as viagens do povo judeu no deserto, além de alguns erros graves do povo, individuais e coletivos, como a reclamação por comida e o Lashon Hará (maledicência) feito por Miriam.
 
Porém, há algo único e especial nesta Parashat, que a diferencia de todas as outras Parashiót da Torá. No meio da descrição de alguns dos graves erros cometidos pelo povo judeu, há uma "pausa". A narrativa é bruscamente interrompida pelos versículos: "Quando a Arca Sagrada viajava, Moshé dizia: 'Levante-se, D'us, e deixe que Seus inimigos sejam dispersos. Que aqueles que Te odeiam fujam de diante de Você'. E quando ela descansava, ele dizia: 'Volte, D'us, aos milhares de miríades de Israel'". (Bamidbar 10:35,36).
 
De acordo com o Talmud (Shabat 116a), estes dois versículos, que são "isolados" do resto do texto por duas letras "Nun" invertidas, foram colocados fora do seu lugar correto para criar uma interrupção entre três episódios nos quais o povo judeu cometeu graves transgressões. O primeiro episódio foi quando o povo judeu saiu apressado do Monte Sinai, após a entrega da Torá, correndo "como crianças que fogem da escola", isto é, aliviados que, ao se afastar do Monte Sinai, não receberiam mais Mitzvót. O segundo episódio ocorreu quando, após viajar sem interrupção por três dias, o povo reclamou e lamentou o ritmo frenético através do qual D'us os estava conduzindo pelo deserto. Já o terceiro episódio foi a reclamação sobre o "Man", a comida milagrosa que caía do Céu, seguido de uma exigência por carne.
 
Mas por que foi necessária esta interrupção? Uma vez que a repetição tripla de uma conduta constitui uma "Chazaká", isto é, a definição de um novo padrão de acordo com a lei judaica, então a Torá não quis escrever os três episódios em sequência, para que o povo judeu não passasse por uma mudança negativa de status. Porém, por que a interrupção foi inserida entre a primeira transgressão e a segunda, e não entre a segunda e a terceira? Além disso, por que a interrupção foi criada com estes dois versículos? E, finalmente, por que os versículos são delimitados justamente com a letra "Nun", e por que ela aparece invertida?
 
Segundo o Rav Zev Leff, a explicação está no entendimento da importância da constância no Serviço a D'us. O Serviço a D'us ideal é descrito no versículo: "Se você observar com cuidado todo mandamento que eu comando a você hoje, amando a Hashem, teu D'us, e andando nos Seus caminhos todos os dias" (Devarim 19:9). Explica o Rav Avraham ben Meir zt"l (Espanha, 1092 - 1167), mais conhecido como Ibn Ezra, que a expressão "todos os dias" significa "sem interrupção, com consistência e constância". O Talmud (Brachót 6b) diz que se alguém vem regularmente para a sinagoga rezar e um dia se ausenta, D'us questiona a sua ausência. Se ele não tem uma justificativa aceitável, então ele é punido. Porém, o mesmo não se aplica a alguém que nunca vai à sinagoga, isto é, ele não é questionado e examinado da mesma maneira. Por que? ,Pois ele nunca demonstrou ter a capacidade de comparecer de forma regular e constante. Porém, aquele que vem todos os dias demonstra que tem a capacidade de ser constante. Quando ele simplesmente decide não ir um dia, sem uma boa justificativa, ele é cobrado de forma mais rigorosa, pois perdeu o incrível potencial da constância.
 
Isto nos permite entender o motivo pelo qual a Torá fez a separação entre o versículo que descreve a partida precipitada do povo judeu do Monte Sinai e o versículo das reclamações sobre o ritmo rápido que eles estavam viajando. Quando o povo judeu correu do Monte Sinai para evitar a possibilidade de D'us acrescentar mais Mitzvót, então D'us disse: "Meus filhos, se vocês têm tanta energia para correr do Monte Sinai, vamos aproveitar esta energia para chegar mais rápido ao seu destino final, a Terra de Israel". Porém, imediatamente o povo judeu reclamou que não tinha força e resistência para correr tanto. Essa foi a "autocondenação" final do povo judeu: a inconsistência. É como se D'us tivesse falado ao povo judeu: "Meus filhos, vejam que interessante. Para fugir da Torá vocês têm resistência e força. No entanto, para ir para Israel, onde vocês podem cumprir muitas Mitzvót que Eu entreguei, vocês não têm a mesma capacidade?" Para minimizar esta inconsistência, algo grave aos olhos de D'us, a Torá escolheu fazer uma interrupção entre estes dois episódios.
 
Por que a separação foi feita justamente com a letra "Nun" invertida? Nos ensina o Talmud (Shabat 104a) que a letra "Nun" representa a fidelidade e a constância. Portanto, o "Nun" invertido representa o grande erro do povo judeu: a inconsistência e autocontradição. E justamente estes dois versículos foram escolhidos para fazer a interrupção pois eles descrevem o antídoto para a falta de constância. O versículo nos ensina que quando a "Nuvem Divina", que representava a Presença de D'us, começava a subir e partir, isto era um sinal da vontade de D'us que o povo judeu retomasse sua jornada. Moshé então proclamava "Levante-se, D'us". Esta proclamação era uma confirmação da vontade de D'us e uma expressão do desejo de Moshé de subjugar suas vontades perante a vontade de D'us. Da mesma forma, quando a Arca descansava, Moshé novamente proclamava: "Volte, D'us", aceitando a vontade Divina de interromper a viagem.
 
As viagens do povo judeu no deserto eram um grande teste de Emuná (fé). Haviam lugares mais agradáveis, outros menos agradáveis. Haviam dias em que o povo judeu estava mais disposto a caminhar, outros em que os judeus estavam mais cansados. Porém, mesmo assim, eles sempre seguiam a vontade de D'us. Estarmos sempre dispostos a cumprir o que D'us nos comandou, mesmo nos dias em que é mais difícil, em que estamos cansados ou sem vontade, é a fórmula para alcançarmos a constância no nosso Serviço Divino.
 
O Rav Shimshon Raphael Hirsch zt"l (França, 1808 - Alemanha, 1888) comenta que esta Parashat marca o fim de uma época da história judaica e o início de uma nova época, cheia de reclamações, rebeldias e transgressões do povo judeu. Estas atitudes negativas acabaram levando ao pecado dos espiões e culminou, futuramente, na destruição do Beit Hamikdash (Templo Sagrado) e o exílio do povo judeu. A raiz de todo esse infortúnio foi a incapacidade de ser consistente em nosso Serviço a D'us. Portanto, nosso trabalho deve ser direcionado a corrigir esta falha, de modo que as letras "Nun" invertidas fiquem mais uma vez de pé, expressando nossa máxima seriedade e constância. Somente então teremos a oportunidade de voltar a Jerusalém, ao nosso Beit Hamikdash reconstruído, para servir a D'us no nosso máximo potencial.
 
SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm       

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHAT BEHAALOTECHÁ 5779:

São Paulo: 17h09  Rio de Janeiro: 16h58  Belo Horizonte: 17h06  Jerusalém: 19h12
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Chana Mirel bat Feigue, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania.
 
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l, Shlomo ben Salha z"l, Yechiel Mendel ben David z"l, Faiga bat Mordechai HaLewy z"l.
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(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
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