sexta-feira, 29 de novembro de 2019

POR AMOR A D’US - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT TOLDÓT 5780

Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
   
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POR AMOR A D'US - PARASHAT TOLDÓT 5780 (29 de novembro de 2019)


Há cerca de 300 anos ocorreu uma forte seca em toda a Europa e não estavam sendo encontrados etroguim para cumprir a Mitzvá dos Arbat HaMinim de Sucót. O chag se aproximava e mensageiros foram enviados de Vilna para várias cidades da costa italiana, onde normalmente havia etroguim, mas eles retornaram de mãos vazias. Isto causou alvoroço na cidade: será que a comunidade inteira fiaria sem um único etrog? Os anciãos da cidade reuniram-se e decidiram: se esta era a vontade de D'us, assim seria. Mas o Rav Eliahu zt"l (Lituânia, 1720 - 1797), mais conhecido como Gaon MiVilna, não suportava a ideia de passar Sucót sem um etrog. Ele enviou um mensageiro especial com a missão de trazer um etrog, mesmo que isso custasse muito dinheiro. O mensageiro viajou de país em país, se esforçando no limite, mas não encontrou um único etrog. Desanimado, começou sua jornada de volta. Ele então decidiu passar a noite em uma estalagem e descobriu que o dono tinha um belo etrog, da melhor qualidade. Ele implorou ao homem que lhe vendesse o etrog, mas o homem recusou-se. O mensageiro lhe ofereceu muito dinheiro, mas o homem estava inflexível. O mensageiro então decidiu dizer que o etrog era para o Gaon MiVilna. Quando o dono da estalagem ouviu estas palavras, disse:
 
- Se é para o Gaon MiVilna, estou disposto a dar meu etrog de graça, mas com uma condição: que o Gaon MiVilna me doe sua porção do Mundo Vindouro referente à Mitzvá dos Arbat Haminim deste ano.

O mensageiro continuou tentando negociar, oferecendo-lhe uma quantia cada vez maior de dinheiro pelo etrog, mas o dono da estalagem não aceitou. Ele também queria cumprir a Mitzvá e só estava disposto a abrir mão do seu etrog caso o Gaon MiVilna também abrisse mão e concordasse que a Mitzvá do etrog daquele ano seria cumprida em seu mérito.

Seria difícil para o mensageiro voltar a Vilna sem o tão esperado etrog. Após refletir muito, e sabendo da importância que o Gaon MiVilna dava para as Mitzvót, ele concordou com a condição. Quando voltou a Vilna, os líderes da comunidade o invejaram por ter conseguido encontrar um etrog. Porém, o mensageiro precisava contar ao Gaon MiVilna sobre a condição com a qual o etrog havia sido doado a ele. Ele teve medo que o rabino ficasse bravo por ele ter negociado algo que envolvia o seu Mundo Vindouro. Sem coragem de olhar nos olhos do Gaon MiVilna, o homem contou qual era o "preço" daquele etrog. O rabino cumprimentou o mensageiro pelo sucesso naquela difícil missão e, com o rosto iluminado, exclamou com alegria:

- Minha vida inteira eu quis fazer uma Mitzvá completamente por amor a D'us, sem esperar nada em troca. Esta é a minha maior oportunidade. Muito obrigado. Pagarei com alegria o "preço" pedido pelo vendedor.

Nesta semana lemos a Parashat Toldót (literalmente "Gerações"), que descreve alguns importantes acontecimentos na vida do nosso segundo patriarca, Ytzchak. Algo que nos chama a atenção são as semelhanças como a vida de seu pai, Avraham. Um dos pontos em comum foi a grande fome na Terra de Israel, que forçou Ytzchak a viver na terra dos Plishtim, exatamente como havia acontecido a Avraham. Neste momento, D'us falou para Ytzchak: "Viva nesta terra (Israel) e Eu estarei com você e te abençoarei. Darei estas terras a você e a seus filhos e manterei o juramento que Eu fiz a Avraham, seu pai. Aumentarei seus descendentes como as estrelas nos céus e darei estas terras aos seus filhos. Todas as nações do mundo serão abençoadas por meio dos seus descendentes. Pois Avraham escutou Minha voz e guardou Meus mandamentos" (Bereshit 26:3-5). Em outras palavras, D'us estava prometendo que daria a Ytzchak fartas Brachót, com a condição que Ele apenas seguisse Seu caminho, como fez Avraham.

Porém, há um detalhe neste teste de Ytzchak que chama a atenção. As recompensas de D'us são baseadas no uso do nosso livre arbítrio. Certamente o livre arbítrio de Ytzchak estava bastante limitado depois de ouvir D'us pessoalmente lhe dizer que ele seria fartamente recompensado caso cumprisse as Mitzvót. Afinal, qual foi o teste de Yitzchak?

A mesma pergunta surge em um dos primeiros testes de Avraham, quando D'us ordenou que ele fosse para uma terra estranha, abandonando sua casa e seu conforto. Porém, logo depois do pedido, D'us prometeu para Avraham muitas Brachót, como está escrito: "E farei de você uma grande nação e te abençoarei. E Eu engrandecerei seu nome e será uma Brachá" (Bereshit 12:2). O teste era realmente muito difícil, mas após D'us prometer tanto sucesso, isto não diminuiu os méritos de Avraham? O teste não ficou muito mais fácil?

Para entender melhor a pergunta, podemos fazer um paralelo com a nossa realidade. Se alguém se aproximasse de nós e garantisse que receberíamos 100 milhões caso simplesmente cumpríssemos algo que fosse pedido pelo doador. Mesmo que se tratasse de um pedido difícil, não concordaríamos imediatamente com o acordo? Não parece uma decisão muito simples de ser tomada? Então qual foi o mérito de Avraham e de Ytzchak, de terem escutado a ordem de D'us, se ela veio junto com promessas de muita fartura?

Explica o Rav Boruch Leff que a resposta é um conceito fundamental no nosso Serviço Divino. Nossos sábios ensinam: "Não sejam como escravos que servem o seu mestre para receber uma recompensa. Ao invés disso, sejam como escravos que servem o seu mestre sem procurar receber recompensa". (Pirkei Avót 1:3). Em outras palavras, o Pirkei Avót nos ensina que devemos servir a D'us "Leshem Shamaim" (por amor a  D'us), isto é, idealmente não devemos nos concentrar nas recompensas que obteremos com as Mitzvót, e sim cumpri-las simplesmente porque foram comandadas por D'us.
 
Porém, há uma aparente contradição com outra fonte da Torá, que nos afirma que receberemos recompensa pela observância das Mitzvót. Segundo o Talmud (Chulin 142a), a recompensa explícita das Mitzvót de "Kibud Av vê Em" (Honrar os pais) e "Shiloach HaKen" (Espantar a mãe pássaro antes de pegar os seus ovos), sobre as quais está escrito "para que se alonguem seus dias", não se refere à vida neste mundo, mas à vida no Mundo Vindouro. E não apenas estudamos sobre a recompensa das Mitzvót, mas também rezamos por esta recompensa todos os dias. Por exemplo, no trecho "Uvá LeTzion", pronunciada no final da Tefilá de Shacharit, nós dizemos: "Que seja a Sua vontade, Hashem, nosso D'us e o D'us dos nossos antepassados, que observemos Seus decretos neste mundo e que mereçamos viver, ver e herdar bondade e Brachá nos anos dos Tempos de Mashiach e pela vida no Mundo Vindouro". Então, como pode ser esperado de um ser humano que ele sirva a D'us sem esperar receber nada em troca? Como podemos ignorar as recompensas por servir a D'us quando estamos diariamente rezando por elas?

Imagine um filho que parte em uma viagem e fica anos longe de casa. Durante este período, ele não come bem, apenas se contenta em receber restos de comida fria e sem gosto. Quando volta para casa, a mãe fica emocionada. A alegria é tanta que ela prepara para ele um banquete digno de um rei. Ao provar cada prato que ela serve, o filho sente um prazer incrível. Porém, apesar do prazer que sente, certamente o filho também gosta de saber e sentir que está dando prazer à sua mãe ao comer daquela refeição preparada com tanto amor e carinho, pois sabe que a mãe gosta de assistir e tem prazer de ver o filho apreciando a comida dela. O filho come, portanto, pretendendo não apenas apreciar a comida, mas também agradar e dar prazer à sua mãe.

Este é um paralelo muito forte com a realidade da nossa existência. D'us criou o mundo para nos dar prazer. Porém, de acordo com o Rav Moshé Chaim Luzzato zt"l (Itália, 1707 - Israel, 1746), o prazer mais intenso e completo está guardado para o Mundo Vindouro. D'us deseja nos ver receber este prazer. Nosso desafio na vida é realizar as Mitzvót, as instruções de D'us, com a intenção de receber a recompensa porque D'us deseja que recebamos. Idealmente, não devemos ter em mente razões egoístas para cumprir a Torá. Não devemos nos concentrar nas recompensas por nossa causa. Devemos pensar no que isso dá a D'us. O maior prazer de D'us é dar prazer às pessoas justas e corretas. Portanto, isto não significa que não devemos esperar receber recompensa, pois a própria Torá está repleta de indicações e lembretes da nossa recompensa. Porém, temos que querer a recompensa porque D'us quer que a recebamos, não porque nós queremos recebê-la.

Este teste difícil, de querer de forma "não pessoal" a bondade pessoal que receberemos, é uma tarefa que os patriarcas e matriarcas dominaram. Este foi um dos grandes desafios deles. Eles sabiam que receberiam muitas recompensas, como D'us explicitamente disse a eles. Mas qual seria a intenção deles? Eles fariam isso pelo prazer de D'us ou pelo seu próprio prazer? Este era o teste que eles precisavam vencer. A prova de que Avraham passou com sucesso neste teste é que logo após as promessas de grandeza feitas por D'us, a Torá escreve as seguintes palavras: "E Avram foi, conforme D'us ordenou" (Bereshit 12:4). O versículo reforça que, apesar das recompensas prometidas por D'us, Avraham foi porque D'us ordenou, não pelas recompensas.

Este teste de equilíbrio, de realizar a vontade de D'us com a intenção de agradá-Lo e, assim, ganhar recompensa, mas desejando a recompensa pelo amor de D'us e não pelo nosso proveito, também é um teste para nós. Nos ensina David Hamelech: "O que eu posso retribuir a D'us por todas as coisas boas que Ele me proporciona?" (Tehilim 116:12). D'us é perfeito e completo, não Lhe falta nada. Porém, há algo que sim podemos dar a D'us: a satisfação de um Pai que vê Seus filhos andarem no caminho correto. Precisamos ajudar D'us a nos dar prazer, permitindo que Ele realize o que Ele realmente deseja para o mundo. Ele tem prazer de nos dar prazer. Que possamos deixá-Lo fazer isso.

 

SHABAT SHALOM


R' Efraim Birbojm

 
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