sexta-feira, 3 de julho de 2015

ELEVANDO O MUNDANO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ BALAK 5775

ARQUIVO EM PDF
ARQUIVO EM PDF
BLOG
BLOG
INSCREVA-SE
INSCREVA-SE
BS"D

ELEVANDO O MUNDANO - PARASHÁ BALAK 5775 (03 de julho de 2015)

Era uma vez duas vizinhas, dona Miriam e dona Rosa, que viviam em pé de guerra. Não podiam se encontrar na rua que era briga na certa. Depois de um tempo, dona Miriam se arrependeu de tantas brigas e resolveu fazer as pazes com dona Rosa. Ao se encontrarem na rua, muito humildemente, dona Miriam falou:
 
- Querida dona Rosa, já estamos nessa desavença há anos, e sem nenhum motivo verdadeiro. Estou propondo que façamos as pazes e vivamos como duas boas e velhas amigas.
 
Na hora, a dona Rosa estranhou a atitude da velha rival e disse que iria pensar no caso. No caminho, pensamentos de desconfiança começaram a vir em sua cabeça. Será que a dona Miriam no fundo estava querendo aprontar alguma coisa? Como a dona Rosa não queria ficar por baixo, decidiu mandar para a dona Miriam um "presente". Chegando em casa, preparou uma bela cesta de presentes, cobriu-a com um lindo papel, e encheu-a de esterco de vaca. Ela ficou a tarde inteira rindo sozinha, imaginando a cara da dona Miriam ao receber aquele maravilhoso "presente". Mandou a empregada levar o presente à casa da rival, com um bilhete: "Aceito sua proposta de paz. Para selarmos nosso compromisso, envio esse lindo presente".

Quando dona Miriam abriu o pacote recebido, seu sorriso se transformou em espanto. Não conseguia entender porque a dona Rosa havia mandado aquele "presente". Ela estava tentando fazer as pazes com tanto esforço, por que sua vizinha continuava se comportado de maneira tão rude?
 
Alguns dias depois, dona Rosa recebeu uma linda cesta de presentes, coberta com um belo papel. Se preparou, achando que era a vingança daquela vizinha asquerosa. Ficou com medo de abrir o pacote, imaginando o que ela poderia ter aprontado. Mas em certo momento a curiosidade foi mais forte que o medo, e ela abriu. Para sua surpresa, viu um lindo arranjo das mais belas flores, junto com um cartão que trazia a seguinte mensagem: "Estas flores são o que eu te ofereço em prova da minha amizade. Foram cultivadas com o esterco que você me enviou, e que proporcionou excelente adubo para o meu jardim. Afinal, querida vizinha, cada um dá o que tem em abundância em sua vida".
 
As coisas mais mundanas podem ser utilizadas de uma maneira negativa, ou podem ser canalizadas para trazer coisas boas, para nós e para os outros.

**************************************************** 

Nesta semana lemos a Parashá Balak, que nos descreve os maus atos de um dos maiores odiadores do povo judeu: o profeta Bilaam. Ele tinha um enorme poder espiritual e conseguia amaldiçoar as pessoas, de indivíduos a povos inteiros, e utilizava este "dom" para ganhar dinheiro e honra. Balak, o rei do povo de Moav, apavorado com o avanço do povo judeu e suas vitórias esmagadoras, contratou Bilaam para amaldiçoar o povo judeu. Apesar de D'us ter proibido Bilaam de se juntar a Balak com a intenção de prejudicar o povo judeu, Bilaam interpretou as palavras de D'us da maneira como lhe convinha, e por três vezes tentou amaldiçoar os judeus, mas foi impedido por D'us, que os protegeu e transformou as maldições em Brachót (bençãos).
 
Uma das Brachót que acabaram saindo da boca de Bilaam foi: "Quem contou o pó de Yaacov?" (Bamidbar 23:10). O que significam estas palavras? Que tipo de Brachá Bilaam estava dando ao povo judeu? Explica Rashi (França, 1040 - 1105), citando um Midrash (parte da Torá Oral), que as palavras de Bilaam podem ser entendidas como se ele estivesse dizendo: "Quem pode contar as Mitzvót agrícolas que o povo judeu cumpre, de tão numerosas que elas são". Porém, desta explicação do Rashi ainda não fica claro porque justamente as Mitzvót agrícolas, ligadas à terra, chamaram a atenção de Bilaam.
 
A resposta está um importante ensinamento em relação à Criação do mundo. No terceiro dia da criação, D'us instruiu que houvesse vegetação, como está escrito: "E disse D'us: que a terra produza vegetação: grama produzindo semente, árvores de frutas produzindo frutas de sua espécie" (Bereshit 1:11). Porém, no momento em que as árvores realmente foram criadas, o versículo utiliza uma linguagem diferente: "e árvores produzindo frutos" (Bereshit 1:12). Ao invés de "árvores de frutas produzindo frutas", o versículo disse apenas "árvores produzindo frutas". Rashi explica que esta diferença é porque D'us comandou que a terra produzisse árvores que também fossem comestíveis e que tivessem o mesmo gosto das frutas que produzissem. Isto significa que, de acordo com a ideia original de D'us, se alguém quisesse comer partes do tronco de uma macieira, sentiriam o mesmo gosto que sentem ao comer uma deliciosa maça. Porém, a terra não obedeceu ao comando de D'us e produziu árvores que, apesar de darem frutos, elas mesmas não eram comestíveis. Esta "indisciplina" da terra não passou despercebida aos olhos de D'us, e quando Adam Harishon transgrediu e foi amaldiçoado por ter comido o fruto do conhecimento do bem e do mal, D'us amaldiçoou também a terra, como está escrito: "Maldita é a terra por sua causa" (Bereshit 3:17).
 
Porém, como entender este ensinamento da Torá de que a terra desobedeceu a vontade de D'us? Qual é o conceito espiritual que está sendo transmitido? Além disso, se a terra transgrediu a vontade de D'us, por que sua punição foi postergada até o momento em que Adam foi castigado, ao invés de ser aplicada imediatamente?
 
Responde o Rav Yohanan Zweig shlita que obviamente a terra não pode se rebelar contra a vontade de D'us. Portanto, a explicação é que quando D'us criou a terra, Ele mesmo já "programou-a" de maneira que, ao invés de produzir árvores em seu estado perfeito, que tinham o mesmo gosto de suas frutas, a terra produziria algo imperfeito. Mas por que D'us criou uma ilusão de que uma de suas criaturas estava se rebelando contra Ele?
 
O nome "Adam" vem da mesma raiz da palavra "Adamá", que significa "terra", pois o homem foi criado da terra, como está escrito "E D'us formou o homem do pó da terra" (Bereshit 2:7). E como o homem foi criado da terra, e a terra "escolheu" não seguir a vontade de D'us, é isto o que dá ao ser humano a possibilidade do livre arbítrio, isto é, da escolha entre obedecer a vontade de D'us ou se rebelar contra ela. E como a possibilidade do homem transgredir é consequência dele ter sido criado da terra, foi somente no momento em que ele realmente transgrediu que a terra também foi castigada. A punição da terra representa um aprofundamento da ilusão de que a terra tem a sua independência e a possibilidade de escolher não obedecer a vontade de D'us. Da punição da terra aprendemos as consequências negativas de quando utilizamos nossa livre escolha de maneira equivocada.
 
Portanto, o propósito final das Mitzvót agrícolas, que envolvem o uso da terra, é pegar o elemento da criação que parece estar mais distante e desconectado de D'us, e que carrega a maior expressão do distanciamento de D'us do mundo, que é a terra, e reconectá-la a D'us. E justamente por ser o elemento que aparenta estar mais desconectado, ao ser reconectado ele revela o poder de D'us de uma maneira mais forte.
 
Foi justamente este potencial do povo judeu, o potencial de pegar algo que foi amaldiçoado e transformar em uma Brachá, de reconectar a D'us algo que havia se desconectado, que teve um impacto tão grande sobre Bilaam. Ele reconheceu que o povo judeu tem a incrível habilidade de ver algo amaldiçoado como uma oportunidade de revelar o poder de D'us, e não como um obstáculo. O povo judeu tinha a força de transformar a maldição da terra em Mitzvót agrícolas. Por isso Bilaam entendeu que o povo judeu estava imune às suas terríveis maldições, que ao saírem de sua boca se transformavam em Brachót.
 
Este é o potencial do povo judeu: transformar as coisas mais mundanas em espirituais. Através do estudo da Torá aprendemos a utilizar o mundo material de forma a elevá-lo. Mesmo os atos mais básicos do ser humano podem ser transformados em formas de nos aproximar de D'us. Por exemplo, apesar de comer ser um ato que até mesmo os animais fazem, podemos transformar nossa mesa em um "Mizbeach" (altar de oferendas) para D'us. Limitar nossa alimentação apenas às coisas que D'us nos permitiu, dizer Brachót antes e depois de comer e os bons modos na mesa transformam o alimento físico em algo espiritual. Assim, podemos nos conectar a D'us através das coisas mais elevadas, como a Tefilá (reza), e também podemos estabelecer e manter esta conexão através das coisas mais mundanas do nosso dia a dia. Esta foi a Brachá que saiu da boca de Bilaam, e que nos acompanha até os nossos dias.
 
SHABAT SHALOM                                           
 
Rav Efraim Birbojm

************************************************************************
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT:

                   São Paulo: 17h12  Rio de Janeiro: 17h00                     Belo Horizonte: 17h08  Jerusalém: 19h13
***********************************************************************
Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Avraham ben Chana, Bentzion ben Chana, Ester bat Rivka, Rena bat Salk, Duvid ben Rachel, Chaia Lib bat Michle, Michle bat Enque, Miriam Tzura bat Ite, Fanny bat Vich, Zeev Shalom ben Sara Dvorah, Pece bat Geni, Salomão ben Sara, Tamara bat Shoshana, Yolanda bat Sophie, Chai Shlomo ben Sara, Eliezer ben Esther, Lea bat Sara, Debora Chaia bat Gueula, Felix ben Shoshana, Moises Ferez ben Sara, Zelda bat Sheva, Yaacov Zalman bat Tzivia, Yitzchak ben Dinah, Celde bat Lea, Geni bat Ester, Lea bat Simi, Ruth bat Messoda, Yaacov ben Ália, Chava bat Sara, Moshe David ben Chaia Rivka, Levi Itzchak ben Reizel, Lulu Chana bat Rachel, Haia Yona bat Sara, Shulem ben Chaia Sara, Daniel ben Yonit, Chai bat Rivka.
--------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
-------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Avraham ben Ytzchak, Joyce bat Ivonne, Feiga bat Guedalia, Chana bat Dov, Kalo (Korin) bat Sinyoru (Eugeni), Leica bat Rivka, Guershon Yossef ben Pinchas; Dovid ben Eliezer, Reizel bat Beile Zelde, Yossef ben Levi, Eliezer ben Mendel, Menachem Mendel ben Myriam, Ytzhak ben Avraham, Mordechai ben Schmuel, Feigue bat Ida, Sara bat Rachel, Perla bat Chana, Moshé (Maurício) ben Leon, Reizel bat Chaya Sarah Breindl; Hylel ben Shmuel; David ben Bentzion Dov, Yacov ben Dvora; Moussa HaCohen ben Gamilla, Naum ben Tube (Tereza); Naum ben Usher Zelig; Laia bat Morkdka Nuchym; Rachel bat Lulu; Yaacov ben Zequie; Moshe Chaim ben Linda; Mordechai ben Avraham; Chaim ben Rachel; Beila bat Yacov; Itzchak ben Abe; Eliezer ben Arieh; Yaacov ben Sara, Mazal bat Dvóra, Pinchas Ben Chaia, Messoda (Mercedes) bat Orovida, Avraham ben Simchá, Bela bat Moshe, Moshe Leib ben Isser, Miriam bat Tzvi, Moises ben Victoria, Adela bat Estrella, Avraham Alberto ben Adela, Judith bat Miriam, Sara bat Efraim, Shirley bat Adolpho, Hunne ben Chaim, Zacharia ben Ytzchak, Aharon bem Chaim, Taube bat Avraham, Yaacok Yehuda ben Schepsl, Dvoire bat Moshé, Shalom ben Messod, Yossef Chaim ben Avraham, Tzvi ben Baruch, Gitl bat Abraham, Akiva ben Mordechai, Refael Mordechai ben Leon (Yehudá), Moshe ben Arie, Chaike bat Itzhak, Viki bat Moshe, Dvora bat Moshé, Chaya Perl bat Ethel, Beila Masha bat Moshe Ela, Sheitl bas Iudl, Boruch Zindel ben Herchel Tzvi, Moshe Ela ben Avraham, Chaia Sara bat Avraham, Ester bat Baruch, Baruch ben Tzvi, Renée bat Pauline, Menia bat Toube, Avraham ben Yossef, Zelda bat Mechel, Pinchas Elyahu ben Yaakov, Shoshana bat Chaskiel David, Ricardo ben Diana, Chasse bat Eliyahu Nissim, Reizel bat Eliyahu Nissim, Yossef Shalom ben Chaia Musha, Amelia bat Yacov, Chana bat Cheina, Shaul ben Yoshua, Milton ben Sami, Maria bat Srul, Yehoshua Reuven ben Moshe Eliezer, Chaia Michele bat Eni, Arie Leib ben Itschak, Chaia Ruchel bat Tsine, Malka bat Sara, Penina bat Moshe, Schmuel ben Beniamin, Chaim ben Moshe Leib, Avraham ben Meir, Shimshon ben Baruch, Yafa bat Salha, Baruch ben Yaacov, Sarita bat Miriam, Michael Ezra ben Esther, Clarice Chaia bat Israel, Moshe ben Yaacov, Dov ben Michel, Alberto ben Michel, Malaka bat Chalom.
--------------------------------------------
Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
Copyright © 2014 All rights reserved.

Our mailing address is:
efraimbirbojm@gmail.com

unsubscribe from this list    update subscription preferences 






This email was sent to efraimbirbojm.netivot@blogger.com
why did I get this?    unsubscribe from this list    update subscription preferences
Shabat Shalom M@il · Rua Dr. Veiga Filho, 404 · Sao Paulo, MA 01229090 · Brazil

Email Marketing Powered by MailChimp